Especial 2017| Cancelamentos e negócios da China
Relembre os factos e as figuras que marcaram o ano de 2017 na aviação em Portugal.

Carina Monteiro
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No que à área de transportes aéreos diz respeito, o ano começou com o presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Francisco Calheiros, a manifestar a sua preocupação com o facto de o aeroporto de Lisboa estar perto de atingir a capacidade máxima e pelas esperas dos passageiros vindos de fora do espaço Schengen. Logo a seguir, em Fevereiro, a ANA e o Governo assinaram um Memorando de Entendimento onde se comprometiam a estudar a solução Montijo para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado.
Da TAP chegaram notícias da abertura de novos e antigos destinos. Além de voltar a voar para Abidjan, a capital da Costa do Marfim, a companhia anunciou novos destinos para os quais começou a operar no Verão de 2017: Lomé no Togo, Toronto, Estugarda, Gran Canaria, Alicante, Bucareste, Budapeste e Colónia. Já no último trimestre do ano, a TAP inaugurou uma nova rota para London City, a 29 de Outubro, passando a ser a única companhia a voar de Portugal para este aeroporto. Em entrevista ao Publituris, para a edição em distribuição na BTL, o accionista da TAP revelou ao Publituris a sua intenção de abrir uma rota para São Francisco, nos EUA, no próximo ano. Entretanto, a TAP voltou a ter o Estado como principal accionista e passou a designar-se TAP Air Portugal.
A companhia incluiu ainda três novos destinos no seu programa stopover: Faro, Açores e Madeira.
Falando das ilhas, a easyJet informou em Fevereiro que deixaria de voar para os Açores a partir de 28 de Outubro deste ano. Chegou, assim, ao fim a rota Lisboa-Ponta Delgada, depois de dois anos e meio de operação. Decisão justificada pelo facto da companhia não ter conseguido entrar naquele mercado “com a oferta mínima de qualidade”, explicou José Lopes, director da easyJet em Portugal.
A United Airlines anunciou mudanças após a polémica com o overbooking. A companhia divulgou que vai proceder a diversas alterações nas suas directrizes com o objectivo de melhorar a experiência dos seus clientes, começando, desde logo, por “limitar o uso de autoridades policiais a situações de segurança e protecção apenas”, referiu a companhia aérea em nota à imprensa.
Em Abril, durante o período de Páscoa, os trabalhadores da vigilância e segurança privada que trabalham nos aeroportos portugueses cumpriram uma greve parcial nas infraestruturas do Porto, Funchal e Porto Santo, contra o congelamento salarial. Os mesmos sindicatos voltaram a convocar uma nova greve, desta vez, no período de 13 a 17 de Maio, nos aeroportos nacionais, incluindo Açores e Madeira. Ainda em Maio, uma avaria ocorrida no sistema de bombagem de combustível do Aeroporto de Lisboa impossibilitou o abastecimento de aeronaves e a causou vários atrasos.
Prestes a começar o Verão, a secretária de Estado do Turismo anunciou a realização de um voo directo de teste para o Japão, no âmbito da estratégia de captação de novos mercados.
E por falar em captação de novos mercados, Portugal deu um passo no sentido de atrair o mercado chinês ao inaugurar a rota Lisboa-Hangzhou, via Pequim. Os voos directos entre a China e Portugal arrancaram no dia 26 de Julho, contando com três ligações por semana, às quartas, sextas e domingos.
Em Julho, a Air France anunciou o lançamento da Joon, uma nova companhia aérea dedicada aos viajantes millennials, cujo serviço coloca em destaque a tecnologia digital. Na apresentação da companhia aos jornalistas em Setembro, Jean-Michel Mathieu, CEO da nova companhia, anunciou que os voos operados pela Air France para Lisboa e Porto passariam a ser servidos pela Joon a partir do início de Dezembro.
Voltando a Portugal, para falar da SATA, a relação da companhia com o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil foi tudo menos pacífica. As críticas do sindicato subiram de tom em Agosto, com este a apontar “falhas de gestão”, “derivadas da falta de experiência de quem dirige os destinos da empresa e, consequentemente, das erradas opções estratégicas que foram tidas”. O sindicato chegou a fazer um pré-aviso de greve para o mês de Agosto, mas acabou por desconvocá-la, “após ter recebido a confirmação da Administração da SATA que irão respeitar o Acordo de Empresa”. Preocupados com a “degradação acentuada” da companhia aérea, a Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) defendeu um novo modelo de gestão para a empresa, que inclua a participação privada.
Pouco tempo depois, o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, anunciou diligências para uma auditoria à SATA, frisando, no entanto, que tinha “confiança no conselho de administração” da companhia aérea.
Em Setembro, o cancelamento de milhares de voos pela Ryanair também afectou os destinos em Portugal. A companha cancelou voos em Lisboa e no Porto. Para este inesperado acontecimento a companhia deu como justificação a “necessidade de dar férias aos pilotos e de melhorar a pontualidade dos voos”. A decisão levou a protestos por toda a Europa, por parte dos passageiros afectados.
Terminamos como começámos este capítulo: com a solução do novo aeroporto de Lisboa. Em Novembro, a ANA – Aeroportos de Portugal entregou ao Governo a proposta do aumento da capacidade aeroportuária de Lisboa, na qual está prevista a construção de uma nova infraestrutura no Montijo.
Segundo o presidente executivo da ANA, Carlos Lacerda, os “próximos passos envolvem um trabalho de aprofundamento e detalhe das várias dimensões da proposta”, nomeadamente a nível económico e ambiental. O responsável, que foi um dos oradores do 29.º Congresso da Associação da Hotelaria de Portugal, aproveitou a sua intervenção para falar da actual situação do Aeroporto de Lisboa e referir que a ANA já se está a preparar, através de investimentos em solo, nomeadamente no terminal, para vir a receber um maior número de passageiros e movimentos.
Nota de editor: artigo publicado na edição nr. 1357 do Publituris, de 15 de Dezembro