CLIA espera 38 navios a GNL e 85% da frota com ‘shore power’ até 2028
O contributo dos novos navios de cruzeiro para a descarbonização e sustentabilidade da indústria esteve esta quinta-feira, 2 de março, em debate, num encontro promovido pela CLIA e que decorreu no âmbito da BTL.
Inês de Matos
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A indústria dos cruzeiros está comprometida com a descarbonização e conta ter, até 2028, 85% da frota mundial equipada com a tecnologia ‘shore power’, além de 38 navios movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL), revelou esta quinta-feira, 2 de março, Sasha Gill, vice-presidente para a Sustentabilidade da CLIA, durante a conferência “O Futuro do Turismo de Cruzeiros em Portugal”.
De acordo com o responsável, para este ano está prevista a chegada de 14 novos navios, muitos dos quais são já tecnologicamente avançados e estão equipados com sistemas que ajudam a reduzir a emissão de gases ou fazem o tratamento das águas residuais, além de usarem combustíveis alternativos, a exemplo do GNL, o tipo de combustível menos poluente atualmente disponível.
“As companhias de cruzeiro estão a liderar o caminho para um futuro sem emissões de carbono em viagens, reduzindo as emissões no cais, no mar, e durante as operações dos navios”, afirmou o responsável da CLIA, salientando que a indústria está comprometida com o objetivo de chegar às zero emissões poluentes até 2050.
Para isso, estão a ser testadas novas baterias, tecnologia de células de combustível, biocombustíveis avançados e combustíveis sintéticos, esperando-se que, nos próximos cinco anos, 15% dos navios que entrem em operação já estejam equipados para incorporar células de combustível ou baterias.
Fundamental para a redução das emissões é a ligação à eletricidade em terra, através da tecnologia ‘shore power’ que permite desligar os motores dos navios em porto, com Sasha Gill a indicar que a CLIA estima que 209 navios tenham já esta capacidade em 2028, o que corresponde a 85% da frota mundial.
Atualmente, já há cerca de 40% (mais de 80 navios) da frota de navios de cruzeiro da CLIA equipados com este sistema, estando planeada a sua instalação em ações de modernização de 83 navios.
Presente neste debate esteve ainda António Caracol, administrador do Porto de Lisboa, que salientou o trabalho que também a infraestrutura nacional tem vindo a fazer em prol da sustentabilidade, com destaque para a instalação da tecnologia ‘shore power’, que deverá estar operacional em 2026, num projeto de 30 milhões de euros, que está a ser desenvolvido em duas fases.
Em curso, está já um projeto que monitoriza a qualidade do ar e da água, assim como um sistema que permite medir as emissões, além de um sistema de gestão de resíduos, acrescentou o responsável, revelando que o Porto de Lisboa vai ainda participar na segunda fase do estudo “Determination of the Impact of Cruise Ship Traffic on Urban Air Quality”.