Marcelo Bento (Azul): “A sofisticação do consumidor exigirá maior conhecimento do cliente”
Marcelo Bento, diretor de Planeamento e Alianças da Azul, um dos speaker do webinar da Airmet, acredita que a companhia terá uma capacidade aérea cerca de 120% maior em lugares que no verão de 2020.
Victor Jorge
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Do outro lado do Atlântico, Marcelo Bento, diretor de Planeamento e Alianças da Azul, explicou, em breves palavras e como antevisão ao seminário da Airmet, a importância da partilha de informação.
Em muitos dos fóruns que têm sido realizados ao longo deste último ano e meio, “colaboração”, “cooperação”, “partilha” têm sido definições que têm ganho relevância e que, para muitos, serão imprescindíveis para o sucesso futuro? Como é que estas “novas exigências” poderão ser colocadas em prática pelas companhias aéreas?
A sofisticação do consumidor, com diferentes necessidades em momentos distintos de consumo, exigirá maior conhecimento do cliente, o que pode ser obtido com partilha de bases de dados, informações e oportunidades. Também, de forma a ser mais assertivo, as ofertas precisam ser ampliadas, exigindo a coordenação de diferentes produtos, de diferentes fornecedores, online e em tempo real, preferencialmente customizadas para o cliente. É impossível fazer isso sem uma estreita cooperação com diferentes atores da cadeia.
As empresas aéreas costumam ser alvo das primeiras pesquisas dos consumidores e podem, assim, intercetá-lo no início do processo decisório. Mas precisam preparar-se para interpretar, coordenar e oferecer uma proposta adequada aos anseios desse consumidor.
Como é que a empresa está neste momento de retoma das viagens em termos de posicionamento de mercado, produtos e operações?
A rede doméstica da Azul já está em franca recuperação e, no momento, opera acima da capacidade observada antes da pandemia da COVID-19. Neste verão, a Azul terá uma capacidade aérea cerca de 120% maior em lugares que no verão de 2020.
A aguda crise sofrida por todos desde março de 2020 e, em especial, pela indústria de transporte aéreo, deu-nos a oportunidade de rever toda a nossa estrutura de custos, organizacional e estratégias de receita. Saímos mais equilibrados, mais ágeis, com uma frota mais moderna, e com uma participação de mercado ampliada.
As nossas áreas de viagens e cargas tiveram franco crescimento durante a crise e têm apresentado uma crescente contribuição ao grupo Azul como um todo, mostrando a evolução das viagens em lazer, mais frequentes e mais sofisticadas, especialmente no âmbito doméstico. Também há que realçar a incrível evolução do e-commerce no país. Ainda temos grandes desafios na recuperação da malha e receitas da operação internacional, ainda bastante desafiadora.
Que mudanças espera no e para o turismo de forma geral e quais são, efetivamente, os maiores ensinamentos que retira desta crise para o futuro da sua atividade e negócio?
A evolução do ‘bleisure’ é uma nova realidade, permitindo a desconcentração das temporadas altas, viagens mais frequentes, e permanência mais longas nos destinos, procurando, também, adaptações dos equipamentos turísticos.
Também a valorização de experiências diferenciadas, que exigem produtos mais sofisticados, maior segmentação e conhecimento técnico da cadeia de distribuição será crescente. Com isso, a informação e tomada de decisão por referência tornam-se ainda mais relevantes e presentes, assim como o marketing direto e digital.
Numa era de bombardeio de informações, ofertas integradas, mais “ricas” e oportunas oferecem maior conversão, mas exigem conhecimento do cliente, do momento de compra, e grande coordenação entre diferentes fornecedores da cadeia turística.
Para participar no webinar de dia 20 de outubro, basta inscrever-se aqui.