Travel Retail em crescimento nos aeroportos portugueses
Volume de venda líquida atingiu os 323.262.000 €, em 2014, na globalidade das infraestruturas aeroportuárias em Portugal.
Patricia Afonso
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O Travel Retail é uma indústria em crescimento, algo que não passa despercebido em Portugal, aliás como é manifesto pelos projectos da ANA – Aeroportos de Portugal na área de Retalho, cujo volume de venda líquida atingiu os 323.262.000 € em 2014, na globalidade das infraestruturas portuguesas.
Actualmente como conta fonte oficial da gestora aeroportuária. “A ANA tem vindo a desenvolver novos projectos de melhoria das infraestruturas nos diferentes aeroportos nacionais”, com a “actividade de Retalho a assumir uma importância relevante”.
No Aeroporto de Lisboa, destaque para a inauguração, no passado dia 30 de Junho do novo foodcourt, que oferece, agora, “novos conceitos e marcas nacionais e internacionais, tais como a Pastelaria Versailles, Go Natural, Paul, McDonald’s, O Mercado, KFC, melhorando e diversificando a oferta para todo o tipo de passageiros de nacionalidades e gostos diferentes”. Por sua vez, no Aeroporto do Porto, “foi inaugurada uma nova loja Dutty Free, com cerca de 900m2 de área de venda e um moderno conceitowalkthrough”. “O ritmo acelerado de crescimento de tráfego neste aeroporto tem obrigado a ANA a adaptar rapidamente a sua oferta de retalho aos novos passageiros, dotando a infraestrutura com um ambiente comercial ao nível das expectativas dos frequent flyers”, explica a gestora, referindo que, “apesar do natural transtorno que qualquer processo de obra tem sempre associado, o feedback dos nossos passageiros tem sido fantástico. As pessoas reconhecem o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela ANA e tem permitido colocar os aeroportos nacionais ao nível do que melhor se faz internacionalmente. Sendo os aeroportos o primeiro e o último contacto com o nosso País por quem nos visita, é fundamental gerar impacto positivo capaz de estimular um regresso para breve”.
Sobre a importância desta área para a entidade gestora, a ANA admite o aumento da relevância e afirma ser “um negócio onde existe ainda muito por fazer nos diferentes aeroportos e que tem crescido acima do já elevado ritmo de crescimento do tráfego de passageiros”. “Verifica-se, igualmente, que a existência de lojas modernas e sofisticadas, bem integradas com as áreas operacionais, transmitem genericamente aos passageiros uma sensação de conforto e bem estar, capaz de atenuar o “stress” da viagem que muitas vezes existe. A eficiência operacional, o conforto e a conveniência da oferta de retalho são sem dúvida factores impactantes da boa experiência que a ANA pretende gerar nos seus clientes.”
Depois de um volume de venda líquida de 323.262.000€ em 2014, para o presente ano, as perspectivas são de “grande optimismo”. “Prevê-se a continuidade do crescimento elevado de tráfego na generalidade dos aeroportos e do ainda maior crescimento da actividade de retalho. Os projectos que temos vindo a desenvolver vão-se tornando uma realidade e são um excelente cartão de visita para a indústria do Travel Retail, colocando os nossos aeroportos na “rota” das grandes marcas de retalho internacionais”.
NACIONALIDADE E GASTOS DEPENDEM DO AEROPORTO
“Os aeroportos geridos pela ANA têm a particularidade de dispor de um perfil de passageiro muito distinto entre si. A titulo de exemplo, o peso dos britânicos no Aeroporto de Faro é muito substancial, tornando-o único e para o qual a definição do tenant-mix adequado a esta nacionalidade é fulcral”, começa por nos responder a ANA à questão sobre as nacionalidades que mais gastam no Travel Retail.
O gasto médio por passageiro depende também da sua nacionalidade, “sendo que nesse critério os brasileiros, angolanos, russos e chineses assumem-se muito relevantes, tal como reportado pelos retalhistas no comércio local e não sendo esta uma característica exclusiva do Travel Retail”. “Porém, é fundamental não descurar o peso de cada uma das nacionalidades nos diferentes aeroportos. O gasto médio por passageiro só será optimizado se dispusermos da oferta adequada aos mesmos, pelo que não poderão ser esquecidos os passageiros das demais nacionalidades europeias que naturalmente têm um peso muito importante nos Aeroportos de Lisboa, Porto ou Funchal.”
Sobre o perfil do turista que faz compras nos aeroportos, a entidade indica que tal não é exclusivo dos turistas”. “Sem dúvida que os turistas que visitam o nosso País têm um peso significativo, mas não podemos esquecer os passageiros em geral, os que poderão viajar por motivos profissionais ou ainda os que poderão simplesmente estar em trânsito para outro destino e permanecem algum tempo na zona restrita dos aeroportos. São igualmente clientes todas as pessoas que se deslocam aos aeroportos para levarem ou esperarem passageiros, ou até mesmo o staff aeroportuário.”
ESTRATÉGIA
“Se por um lado a adequação das marcas e produtos aos passageiros é muito importante, não menos importante é o desenvolvimento do layout comercial, ajustado aos fluxos operacionais de embarque e desembarque, aumentando o conforto, reduzindo os tempos de espera dos processos de check in e segurança, conferindo mais tempo e predisposição para o retalho e restauração”, esclarece a ANA, revelando que “tem vindo a desenvolver diversos estudos que permitem conhecer cada vez melhor os seus passageiros” e que o Retalho “apresenta um elevado potencial de crescimento, não sendo este exclusivo do Aeroporto de Lisboa”. “O crescimento do tráfego de passageiros e a alteração do seu perfil traz igualmente novos desafios, sendo objectivo da ANA modernizar e adequar a oferta de Retalho de todos os aeroportos”, acrescenta.
PROJECTOS CONCLUÍDOS EM 2016
No primeiro trimestre de 2016 são algumas as empreitadas que a ANA estima terminar. A Saber: a relocalização da oferta de Retalho no fluxo do novo foodcourt do Aeroporto de Lisboa e a conclusão do projecto de centralização da oferta de retalho do Aeroporto do Porto.
O Aeroporto de Faro inicia este mês a obra de remodelação e expansão do terminal, “na qual se inclui a modernização e redefinição de toda a oferta de Retalho”. Um projecto de grande dimensão que será executado de forma faseada, “ocorrendo durante o próximo ano algumas novas aberturas, mas só ficando concluído no 1º semestre de 2017”. Por último, no Aeroporto da Madeira, começa também este mês a obra de relocalização da oferta de Retalho no piso 3. “O controle de segurança será igualmente transferido para o piso 3, após o qual os passageiros passarão a dispor de um moderno Dutty Free walkthrough com cerca de 800m2. Este projecto irá proporcionar uma renovação integral da oferta de Retalho e Restauração da zona restrita, estando prevista a conclusão para o 2º trimestre de 2016.”