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Entrevista: Decisão sobre  aeroporto até Outubro

Jorge Ponce de Leão ficaria “surpreendido” se a decisão do Governo sobre a solução para o Aeroporto Humberto Delgado não for tomada nos próximos meses. Em entrevista, o presidente adjunto da Associação de Turismo de Lisboa (ATL)
e administrador delegado da ANA explica pormenorizadamente a solução para a capacidade aeroportuária da cidade e fala sobre o que considera que deve ser feito no sector do Turismo.

Patricia Afonso
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Entrevista: Decisão sobre  aeroporto até Outubro

Jorge Ponce de Leão ficaria “surpreendido” se a decisão do Governo sobre a solução para o Aeroporto Humberto Delgado não for tomada nos próximos meses. Em entrevista, o presidente adjunto da Associação de Turismo de Lisboa (ATL)
e administrador delegado da ANA explica pormenorizadamente a solução para a capacidade aeroportuária da cidade e fala sobre o que considera que deve ser feito no sector do Turismo.

Patricia Afonso
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Jorge Ponce de Leão ficaria “surpreendido” se a decisão do Governo sobre a solução para o Aeroporto Humberto Delgado não for tomada nos próximos meses. Em entrevista, o presidente adjunto da Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e administrador delegado da ANA explica pormenorizadamente a solução para a capacidade aeroportuária da cidade e fala sobre o que considera que deve ser feito no sector do Turismo.

A mensagem de Fernando Medina na tomada de posse foi clara: é preciso que o Turismo e as receitas geradas em Lisboa cresçam. Que medidas é que a ATL quer implementar para que isto aconteça?
A Associação de Turismo de Lisboa tem um programa que tem vindo a desempenhar e não vejo nenhuma razão para alterar substancialmente as linhas gerais. A Associação enclava um conjunto de associados que, por si próprios, fazem muito do que é necessário para promover o desenvolvimento do Turismo, porque está na sua actividade. Posso, naturalmente, falar naquilo que a própria ANA faz, em que passou, desde a privatização, a ter uma atitude pró-activa na promoção do crescimento do tráfego e tem um plano de incentivos às diversas companhias e isso aplica-se genericamente a toda a rede, sendo certo que Lisboa é, talvez, o destino que precisa de menos apoio, a procura só por si alimenta o crescimento do Turismo.

O que nos leva a pensar que o grande objectivo que a Associação de Turismo de Lisboa deve ter mais do que estar preocupada com o curto prazo e a promoção do Turismo, porque o crescimento está a acontecer por si com a intervenção dos seus associados e dos diversos stakeholders, é, talvez, um pensamento mais estratégico, isto é, lançar as bases, as linhas de acção que, de algum modo, contribuam para a sustentabilidade do crescimento. Temos uma série de condições externas de natureza geopolítica que tem criado condições para o crescimento, talvez acima das nossas expectativas, quer em Lisboa, quer noutros destinos do País. E o problema que se põe é: quando essa conjuntura mudar, o que é que vai acontecer? O que temos é uma janela de oportunidade que só por si funciona a nosso favor. Temos é que a transformar numa janela de oportunidade de vender um produto qualificado e que, portanto, precisa de ser permanentemente requalificado no sentido de ele próprio se auto-sustentar. Este é o grande desafio que o Turismo tem, quer em Lisboa, quer noutros destinos nacionais.
JU7A1482

Regulamentação, precisa-se

Que outros estrangulamentos, além da capacidade aeroportuária [ver caixa], é que a região apresenta?
Não diria estrangulamentos. Diria que, como em todo o lado, há problemas maiores e menores. Nessa matéria não serei seguramente a pessoa mais adequada para falar, há operadores turísticos com uma qualificação que não tenho, mas posso colocar-me na posição de visitante, o que gosto e não gosto. Um dos projectos que a Associação de Turismo de Lisboa tem é o de criar condições para a exibição das jóias da coroa, temos um património cultural e histórico riquíssimo, que tem que sustentar o crescimento do Turismo na cidade de Lisboa, portanto, é preciso investir para torná-lo visível, mas não é para, depois, termos horários que não permitam às pessoas visitá-lo.

Ou seja, precisamos de trabalhar ao nível das infra-estruturas de suporte, oferecer ao turista qualquer coisa. Já não podemos contentar-nos com a magnífica luz de Lisboa, ele gosta, mas depois de ver uma vez não sei se volta. O turista precisa de voltar e, para isso, precisa de ter outros factores, que são uma oferta cultural enriquecida, uma oferta patrimonial. O que interessa ter uns monumentos fantásticos se não estão recuperados ou disponíveis para visita? É tudo isso um plano integrado, sustentado, diria que estando as metas do plano estratégico para Lisboa a serem ultrapassadas por um conjunto de circunstâncias que não nos dizem respeito e têm a ver com o que se passa na área do Mediterrâneo. Julgo que temos que passar a ser mais ambiciosos, temos que todos, eventualmente, – e quando digo todos são todos os operadores e entidades que de alguma forma podem contribuir -, repensar o plano estratégico da região de Lisboa, porque a Associação de Turismo de Lisboa não trata apenas da cidade. Estamos a falar em problemas de mobilidade, limpeza, alojamento, temos que ter um equilíbrio saudável entre o alojamento local e a oferta hoteleira.

Temos que optimizar e sofisticar mais a nossa oferta hoteleira, mas fazer também a gestão prudente dos preços dos quartos, no sentido de acompanhar a requalificação com uma subida para termos uma oferta também mais exigente, para admitir segmentar a nossa oferta entre alojamento local e hotelaria, porque não podemos desperdiçar a oportunidade de um alojamento local, mas não podemos transformar Lisboa numa cidade em que só se requalificam os prédios do centro para, a seguir, os transformar em hostels ou alojamento local. Tudo isto tem de ser gerido de uma forma equilibrada e, aí, o presidente da Câmara de Lisboa e presidente da Associação de Turismo de Lisboa, por inerência, tem a visão adequada: não podemos proibir os Tuk Tuk, temos que os regular.

Quer dizer, é evidente que é um transporte adequado, cria mobilidade, facilita, agora, não pode tornar-se insuportável para o residente, para o próprio turista, ao nível do ruído e da poluição. Bom, então é uma oportunidade para intervir mediante a regulação ao nível, por exemplo, de só os Tuk Tuk eléctricos poderem sobreviver a partir de determinada data. Ou seja, através da via da regulação, a necessidade vai ter que ajustar a nossa oferta. Não é ficar parado no século passado, é ter, de facto, soluções de futuro, mas, simultaneamente, não desperdiçar a oportunidade, pela via reguladora, de dar sustentabilidade ao nosso crescimento, porque mantemos uma oferta qualificada ou até, diria, requalificada.

Se, por um lado, o surgimento de novos hotéis são um bom sinal da procura e requalificam a cidade, por outro, as críticas a um eventual excesso têm sido mais que muitas, entre as quais a perda de autenticidade da cidade. Como vê esta polémica?
A requalificação da cidade nunca será excessiva, o problema é que, por exemplo, um jovem casal que queira arrendar, hoje, se quiser uma boa casa, o preço é inaceitável, porque a rentabilidade que o alojamento local pode oferecer esta a fazer subir as rendas de forma dimensionada. Aí, a Câmara Municipal de Lisboa vai ter o papel de intervir, regulando a própria oferta de alojamento local.

Por exemplo, a luta dos táxis não pode ser contra a Uber, tem que ser por um serviço melhor, a mesma acessibilidade em termos de plataformas electrónicas e a mesma qualidade a nível da prestação de serviços. É isso que tem de acontecer: é mudar-se a atitude, não é dizer “não vamos permitir”, “vamos proibir”. Nada disso. Tem que ser “vamos regular”. Daí que, nessa matéria, estou completamente alinhado com o Dr. Fernando Medina quando diz que a nossa posição tem que ser a de regular todos estes novos factores, que são de competitividade por um lado, mas podem criar de tensões com os próprios residentes. É esse o equilíbrio que tem de ser mantido.

E que parâmetros é que essa regulação deverá ter em consideração?
Eu não sou um especialista, a minha preocupação é a de promover que essas coisas aconteçam. Terão de ser os especialistas a falar. As decisões correctas são as tomadas com a informação correctamente seleccionada e reflectida. Portanto, a primeira coisa é obter a informação adequada, a segunda é reflectir sobre ela e, em terceiro lugar, tomar as decisões correctas, promovendo a regulamentação que, de alguma forma, permita o equilíbrio entre os diversos interesses em jogo.

Esse trabalho está a ser feito ou vai ser iniciado?
Está a ser feito. A Câmara Municipal de Lisboa tem enormes preocupações. Justifique que dê como exemplo a própria requalificação da Segunda Circular, porque é emblemática e gerou suficiente controvérsia. Transformar uma via rápida numa via urbana demonstra uma preocupação de humanizar a cidade, tornar o ambiente confortável para quem nos visita e para quem nela reside. Esta preocupação está subjacente a muitas intervenções e, sobretudo, porque não há medo de criar taxas.

Não pode ser o contribuinte que vive em Freixo de Espada à Cinta a financiar aquilo que vai ser usufruído pelos turistas. Como não pode ser um residente, que tem uma população visitante que é mais que o dobro da residente, a ter que suportar os custos das infra-estruturas associadas a esses visitantes. Pensemos cinco minutos: não é justo, não é normal. Portanto, há que criar as taxas, criar os modelos de financiamento necessários, o que não podemos é deixar de fazer as coisas só porque não há dinheiro, temos de pensar é qual e o modelo de financiamento adequado àquilo que se pretende fazer.
JU7A1520

Taxas e mercados

Que balanço faz da implementação da taxa turística, prestes a completar os seis meses?
Já referi que não tenho nada contra a taxa turística. Quer dizer, tenho contra a taxa cobrada no aeroporto, porque havendo isenções cria uma dificuldade operacional inultrapassável, as razões que levantámos e nos levou, inclusivamente, a preferir suportar o custo da taxa durante um ano para que se criassem condições de implementação da taxa turística pela via normal. Porque, repare, quem for para um hotel é porque não tem residência em Lisboa, portanto, se quero isentar os residentes, a forma mais fácil é cobrar a taxa não no aeroporto, mas no hotel.

Jugo que a taxa devia estar mais regulada a nível de finanças locais, a nível nacional. Regulada no sentido em que se devia estabelecer patamares e esses deviam ser aferidos pela própria densidade de ocupação turística em relação aos próprios residentes, dentro daquele equilíbrio que dizia há pouco, porque é que os residentes têm que pagar o desgaste da via pública, a limpeza? Há dias ouvia que a operação da Liga dos Campeões foi um sucesso enorme para a cidade de Lisboa. E, a seguir, ouvi: “Mas lembram-se do que foi a limpeza da Praça da Figueira no dia a seguir?” Bom, isto para dizer o quê? É muito bonito ter a final da Liga dos Campeões, mas porque há-de ser o munícipe a ter que pagar a limpeza? Não faz sentido, temos de encorpar nos nossos custos e na nossa oferta turística o financiamento de tudo aquilo que representa a disposição de infra-estruturas.

O que o turista quer é uma infra-estrutura limpa, a possibilidade de visitar os museus, ter os monumentos disponíveis, ter pessoas simpáticas e agradáveis e uma oferta cada vez mais requalificada. E não são mais um, dois ou três euros. Só posso fazer um balanço positivo. Começo por fazer, obviamente, um balanço negativo, porque pesou na minha conta de resultados da ANA no primeiro ano, mas fizemos porque entendemos que deve haver taxa turística. Não temos nada contra a taxa, pelo contrário, o que dizemos é que há fórmulas mais eficazes de a cobrar e acho que a solução que está em vigor é a adequada.

O Comité de Investimento criado na sequência da taxa já se reuniu?
Ainda se está numa fase de levantamento de projectos para atribuição de verbas. Penso que já houve o que diria reuniões informais, são os contactos entre entidades, porque nem sempre é preciso fazer uma reunião formal para se avançar.

A SET tem defendido uma maior aposta no mercado interno. É da mesma opinião?
O mercado interno tem muito a ver com a própria disponibilidade de rendimento. Não discordo da posição da Secretária de Estado no sentido de dizer que há pouco rendimento disponível, mas o que há que fique em Portugal. Concordo com isso, não posso deixar de concordar, porque o equilíbrio da nossa balança de pagamentos externos é fundamental no equilíbrio estrutural do País. Agora, se pensar que tem que ser o mercado interno a garantir o crescimento a curto prazo do Turismo nacional, tenho algumas dúvidas.

Temos que continuar a apostar na capacidade de atrair os fluxos tornados disponíveis pelos problemas da Turquia, Norte de África. Se há turistas que deixam de ir para a Turquia e vão para a Croácia ou Chipre, que venham para Portugal. Sendo certo que estamos mais longe, temos que ser mais competitivos, ter uma oferta mais qualificada e, portanto, temos que tornar as nossas fraquezas em forças. Isso faz se através de um plano estratégico que seja pensado à luz da realidade actual que não é a mesma da que suportou o plano que hoje está em vigor.
JU7A1463

Novos mercados e ligações

Que balanço é que faz deste primeiro quadrimestre na região, em termos de números: houve uma descida da ocupação na cidade, uma subida na região, mas residual; os preços médios sobem?
Na realidade, temos um crescimento superior a 12%. Acontece, porém, mais que no quadrimestre, que este crescimento é assimétrico, isto é, temos crescimento muito fortes no Porto, Madeira, Açores e Faro e um crescimento de cerca de 7% em Lisboa. Lisboa está a reduzir o seu crescimento, só que 7% em Lisboa continua a ser, pelo seu volume, um crescimento muito significativo. Também tem a ver com o arrefecimento do crescimento de passageiros em Lisboa, a crise de Angola e do Brasil, por exemplo.

Não podemos ignorar que a estratégia da TAP estava muito assente nestes dois países. Com as dificuldades que estão a passar estes dois países, naturalmente que Lisboa tinha que ser directamente afectada. Ainda há pouco tempo, juntamente com o Turismo de Portugal, tivemos a oportunidade de discutir uma estratégia de desenvolvimento de novos mercados, estamos a pensar, nomeadamente, no Extremo Oriente: Coreia, Japão, China, Índia, são países com uma dimensão onde pequenas quotas de mercado podem ter uma dimensão muito importante ao nível a sustentabilidade do nosso crescimento.

Isso pressupõe novas ligações aéreas…
Pressupõe e estamos a admitir que haja ligações aéreas directas ao Extremo Oriente já no início do próximo ano, ainda durante o Inverno IATA. É evidente que temos que olhar de forma sustentada, organizada, isto é, consultando os diversos stakeholders, não pode ser só ANA, o Turismo de Portugal, a Associação de Turismo de Lisboa, tem que ser a totalidade, os próprios operadores turísticos, os hoteleiros, a cidade em si.

Todos nós temos que trabalhar de forma integrada, daí considerar fundamental reajustar o plano estratégico ao novo quadro de circunstâncias, o que pressupõe, naturalmente, no momento adequado e esse surgirá quando a decisão sobre a capacidade das infra-estrutras aeroportuárias estiver tomada porque tem de se pensar em termos de transportes fluviais, de acessibilidades, em planos estruturados de utilização da própria região, identificando todo o seu inventario da oferta, integrando diversos produtos. [ver caixa]

Os cruzeiros são uma das apostas da região e o Terminal de Passageiros de Santa Apolónia é um reflexo dessa aposta. Porém, em 2015 houve uma subida ligeira dos passageiros e nos primeiros deste ano uma quebra. O que é que está a falhar?
Não sei se esta a falhar alguma coisa, não é a cidade de Lisboa que pode controlar as estratégias de crescimento do mercado. Há um aspecto que considero importante, que é termos os cruzeiros que nos interessam, os que têm partidas e chegadas a Lisboa. Precisamos, e estamos a pensar nisso enquanto gestores da infra-estrutura aeroportuária, de criar condições de melhor conectivade entre o terminal de cruzeiros e os aeroportos, no caso concreto o Humberto Delgado e, de futuro, eventualmente, também o Montijo. Isto é fundamental para termos o crescimento que mais nos interessa. Penso que o segmento de cruzeiros que apenas passa por Lisboa tem sido de algum modo um pouco disruptivo, no sentido da enorme concentração de visitantes nos locais.

Acho que vai ser necessário uma intervenção de ordenação dos diversos operadores que intervêm na oferta turística aos passageiros de cruzeiros no sentido de evitar aquelas aglomerações monumentais na área de Belém e criar uma dispersão da procura, sob pena de afectarmos a própria qualidade da nossa oferta. Ou seja, a organização do plano de visitas tem que ser feita de maneira a distribuir de forma mais equilibrada os passageiros pelas diversas áreas de interesse. Alguém tem de agir junto desses operadores no sentido de criar uma oferta integrada e melhor distribuída.
JU7A1481

AEROPORTO CONTINUA À ESPERA DO GOVERNO
O debate sobre a capacidade aeroportuária de Lisboa foi uma das medidas defendidas por Fernando Medina aquando da tomada de posse na ATL. Perguntámos a Jorge Ponce de Leão se já tinham sido iniciadas as conversações com alguma entidade e o presidente adjunto foi peremptório a responder que “o problema, neste momento, não é a capacidade para crescer, é que todo o crescimento a partir de agora é feito à custa de posições de estacionamento remotas. E estas são, só por si, uma perda de qualidade”. Urge, assim, a criação de mais posição de contacto.

Na óptica do também administrador delegado da ANA, estão em causa a qualidade de experiência dos passageiros e a eficiência das operações aéreas, entre as quais as low cost. Algo a que o masterplan para o Aeroporto Humberto Delgado apoiado pelo Montijo – a solução defendida publicamente pela gestora aeroportuária – dão resposta. Este plano, explicou o responsável ao Publituris, pressupõe a ampliação do Aeroporto Humberto Delgado através do encerramento da pista 17/35. Com esta medida, passa-se à construção de um terminal satélite em frente ao principal, ligados por um túnel, quer a área Schengen, quer a não Schengen. Este edifício poderá ter até 28 posições em ponte, que ultrapassam largamente as 16 actualmente existentes. Isto contribuirá igualmente para uma maior eficiência ao nível dos passageiros de transferências e, consequentemente, do hub lisboeta, “um dos factores de crescimento do próprio aeroporto”. O fecho desta pista, cujo nível de operação ronda os 0,9%, implica, porém, a existência de uma alternativa, mais concretamente a pista 01/19 do Montijo, visto a 17/35 servir, “por força da sua orientação”, de alternativa quando os ventos cruzados na 03/21 ultrapassam os 25 nós.

O Montijo permitirá, também, que se passe a ter uma operação low cost “ultra eficiente”, com posições de embarque e desembarque a pé e, “mais do que isso, posições a que chamados de nose, isto é, o avião estaciona numa posição que permite iniciar a sua descolagem sem a utilização do push back”. “Tudo isso acelera a rotação e a eficiência da operação”. Recorde-se que actualmente, o Terminal 2 possibilita apenas embarques. “Portanto, o Aeroporto do Montijo pode dar uma alternativa à pista 1735, uma operação low cost primeiramente eficiente e criar as condições para termos um terminal satélite, diria um peer satélite, onde teríamos um conjunto de portas de embarque muito significativo, serão 14 Marx”. Ou seja, que pode receber 14 aviões wide body ou 28 narrow bode de categoria C, de médio curso. “Esse peer será um elemento fundamental da estratégia de desenvolvimento, mas o próprio crescimento do Aeroporto Humberto Delgado pode projectar-se além disso, porque, a partir do momento que não tem a pista 17/35, pode prolongar-se o terminal para Sul e fazer uma segunda cubside, substituindo o Terminal 2 que é limitada. Podemos prolongar o terminal e ter uma conexão interna para um terminal, eventualmente do tipo do Terminal 2, mas com conexão directa ao 1, pedestre e interna. Aumentamos a capacidade de forma significativa, depois, numa segunda fase com a expansão para Sul”.

Existe, por fim, uma terceira hipótese que dará solução a quando, no futuro, o Montijo atingir a sua saturação, nomeadamente por razões ambientais. Esta consiste na cabeceira 17, do lado de Camarate, com um novo terminal, que comporta, ainda, a vantagem de permitir uma dispersão do tráfego, não sobrecarregando a Segunda Circular. Falamos, aqui, de um plano de décadas para a capacidade aeroportuária de Lisboa. Mas não só. Jorge Ponce de Leão defende, ainda, que a solução do Aeroporto Humberto Delgado apoiado pelo Montijo permite a optimização dos transportes fluviais mediante e terá um peso muito diminuto nas Finanças Públicas, principalmente quando comparado com a solução de Alcochete, que implicaria, mais cedo ou mais tarde, a construção de uma terceira via sobre o Tejo. Isto, alem de que permite +a cidade manter a sua competitividade e atractividade enquanto destino de city e short breaks. Esta solução implica, porém, o consenso e esforço de diversas entidades, entre as quais a ANA, NAV – que terá de ser dotada de novos meios tecnológicos –, Força Aérea e o Governo. Ponce de Leão “ficaria surpreendido se chegássemos a Outubro e não tivéssemos uma decisão” do Governo e revela que, a partir do momento que esteja definida esta solução, serão precisos cerca de três a três anos e meio a colocar de pé. Um tempo que tem já em consideração a mudança da documentação do espaço aéreo, que obrigada a uma intervenção do Eurocontrol. Sobre o investimento a realizar, o responsável refere que este será “significativo, mas que a ANA pode acomodar no seu plano”.

APP DA ATL REÚNE INFORMAÇÃO NO SMARTPHONE
A Associação de Turismo de Lisboa lançou uma nova plataforma digital, que Ponce de Leão considera ser um instrumento “fundamental” nos nossos dias. “Cada vez mais as pessoas dispõem dos instrumentos e começam a condicionar a suas decisões na base da utilização da informação que o smartphone lhe proporciona, portanto, nada mais natural do que ter a oferta integrada numa aplicação que, uma vez descarregada, permite que alguém que esteja numa esplanada consiga definir o seu próximo passo através da informação que sabemos que o turista precisa. Não e nada do outro mundo, é apenas a informação que existia de forma estruturada mas dispersa nos postos de turismo transportada para o smartphone do visitante. Penso que é fundamental um instrumento dessa natureza. Como dizia há pouco, a própria app da ANA tem que estar integrada com essa oferta.”

NOVO PLANO PARA O TURISMO E ESTRUTURAÇÃO DO PRODUTO
Ponce de Leão é assertivo quando fala na necessidade de “reajustar o plano estratégico [do turismo em Lisboa] ao novo quadro de circunstâncias”, como sejam os já falados novos fluxos turísticos e as quebras dos mercados angolano e brasileiro. Mas é também preciso, considera o responsável, “estruturar o produto, torna-lo disponível, acessível de uma forma estruturada em plataformas tecnologicamente cada vez mais céleres” e dá o exemplo da aplicação da ANA, que tem que “ter, sobretudo, a oferta do está a acontecer na cidade, não é só o rent-a-car, o estacionamento, o faz track, o passageiro tem que ficar logo a saber o que pode visitar, ode tem que ir, fazer logo reservas de um concertou ou comprar um bilhete, o que for”. Este plano estratégico deve ser articulado entre os vários stakeholders e “ter as responsabilidades atribuídas: saber quem faz o quê, quando e como”.

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January 19, 2023, Brazil. In this photo illustration, the TAAG Linhas Aéreas de Angola logo is displayed on a smartphone screen. It is the national airline of Angola, having its headquarters in Luanda

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TAAG retoma este ano voos entre Luanda e Praia, via São Tomé

O presidente da TAAG revelou que, entre julho e setembro, a companhia aérea de bandeira angolana vai receber novos aviões, o que permite retomar uma rota abandonada em 2016, na altura com a justificação de que as ligações não eram rentáveis.

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola vai retomar, ainda este ano, os voos entre Luanda, capital angolana, e a cidade da Praia, em Cabo Verde, numa operação que deverá contar com escala em São Tomé e Príncipe, avança a Lusa, que cita o presidente da companhia.

“Esse é um desafio que temos, não só para a TAAG e para a TACV, mas para os dois povos, no caso os nossos três povos, Angola, São Tomé e Cabo Verde”, afirmou António dos Santos Domingos, após a reunião com o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, que decorre no Mindelo, ilha de São Vicente.

A Lusa recorda que a TAAG suspendeu, no final de 2016, os voos diretos entre Luanda e a Praia, com escala em São Tomé e Príncipe, alegando que a rota não era rentável.

No entanto, agora, a TAAG vai, segundo o seu presidente, receber novas aeronaves entre julho e setembro, pelo que a partir dessa altura poderá dizer “o dia concreto” em que será retomada a operação.

António dos Santos Domingos não quis, contudo, revelar mais detalhes sobre a operação, uma vez que ainda decorrem contactos e porque serão as questões económicas a ditar a frequência de voos.

“Nós estamos em negociações com a TACV para encontrarmos a melhor frequência”, explicou, revelando que a TAAG e a TACV vão renovar o contrato de ‘leasing’ que mantêm por mais um ano.

Recorde-se que a TACV faz ligações internacionais com Lisboa (Portugal), Paris (França) e Bérgamo (Itália), com dois aviões, um deles alugado desde março de 2022 à congénere angolana TAAG.

 

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Azul celebra mais de 191 mil passageiros no primeiro aniversário da rota para Paris

A Azul abriu a rota para Paris a 26 de abril de 2023 e, ao longo do primeiro ano de operação, realizou 308 voos e transportou mais de 191 mil passageiros para a capital francesa.

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras está a assinalar esta sexta-feira, 26 de abril, o primeiro aniversário da rota para Paris-Orly, França, período ao longo do qual a transportadora aérea realizou 308 voos para a capital francesa e transportou mais de 191 mil passageiros.

“Os resultados do nosso voo para Paris superaram todas as expectativas, mesmo sendo uma das cidades mais turísticas do mundo. Construímos as nossas operações com base na conectividade, aproximando regiões que antes estavam isoladas, e hoje estamos mais próximos da Europa. Desde o início deste mês, passamos a operar mais uma frequência semanal para garantir ainda mais opções para os nossos clientes”, congratula-se André Mercadante, diretor de Planeamento da Azul.

A Azul começou a operar a rota para Paris com seis voos por semana, número que passou, entretanto, para sete voos semanais, que partem do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo, pelas 17h50, chegando à capital francesa às 10h20. Em sentido inverso, a partida de Paris decorre às 12h50, chegando em Campinas às 19h50.

A Azul é atualmente a única companhia aérea brasileira que voa diretamente para Paris, cidade que vai receber, este ano, os Jogos Olímpicos, aos quais a Azul também associou, sendo patrocinadora oficial da seleção brasileira e assinalando o evento com menus especiais a bordo dos seus voos.

 

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Transavia abre vendas para o inverno e aumenta capacidade entre Portugal e França em 5%

A companhia aérea low cost do grupo Air France-KLM vai operar 16 rotas de Portugal para França, Países Baixos e Bélgica durante o próximo inverno, incluindo 39 voos/semana a partir do Porto e 32 voos/semana a partir de Lisboa para Paris-Orly.

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A Transavia abriu esta quarta-feira, 24 de abril, as vendas para a temporada de inverno, que vai contar com um aumento de 5% na capacidade entre Portugal e França.

Segundo um comunicado enviado à imprensa, a companhia aérea low cost do grupo Air France-KLM vai operar 16 rotas de Portugal para França, Países Baixos e Bélgica, incluindo 39 voos/semana a partir do Porto e 32 voos/semana a partir de Lisboa para Paris-Orly.

“Sempre atentos às expetativas dos nossos clientes de lazer e de negócios, especialmente os que voam de/para Portugal, um dos nossos mercados mais estratégicos, temos o prazer de propor diversas opções para que estes possam planear com antecedência as suas viagens de inverno. No total, vamos oferecer opções adicionais de viagem neste inverno através das nossas 16 rotas entre Portugal, França, Países Baixos e Bélgica”, afirma Nicolas Hénin, vice-presidente executivo de vendas e marketing da Transavia France.

A Transavia explica que a rota Porto – Paris será a mais beneficiada com o aumento de oferta previsto par ao próximo inverno em Portugal, uma vez que vai contar com mais sete voos por semana, num total de até 39 ligações por semana, seguida de Lisboa – Paris, com 32 voos semanais.

Nos Países Baixos, a Transavia voa desde Portugal para Amesterdão, Eindhoven e Roterdão, disponibilizando, no caso de Amesterdão, dois voos por dia desde Faro , cinco voos semanais desde o Funchal, na Madeira, duas ligações diárias para Lisboa e mais um voo por dia desde o Porto. Para Eindhoven, a Transavia vai operar um voo por dia desde Faro e cinco ligações por semana desde Lisboa, enquanto Roterdão conta com um voo por dia desde Faro e três por semana desde Lisboa.

No caso de França, a operação da companhia aérea conta com ligações para Nantes e Paris-Orly, com a Transavia a realizar, para Nantes, quatro voos por semana desde Lisboa e dois desde o Porto, enquanto o Funchal também vai contar com uma ligação por semana. Já para Paris-Orly estão previstos um voo por dia desde Faro, dois por semana desde o Funchal, bem como até 32 ligações aéreas por semana desde Lisboa e 39 por semana desde o Porto.

No próximo inverno, a Transavia liga também Faro a Bruxelas, na Bélgica, numa operação com até seis ligações aéreas por semana.

As vendas de bilhetes da Transavia para o próximo inverno abriram esta quarta-feira, 24 de abril, e os bilhetes podem ser adquiridos aqui.

 

 

 

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Aeroporto de Congonhas lança programa de incentivo a voos sustentáveis

O programa prevê o reembolso de 10% na tarifa de aterragem, entre abril e outubro deste ano, num incentivo que é válido para aviões Boeing 737 Max, Airbus A320 Neo e Embraer 195-E2, operadas pelas três principais companhias aéreas brasileiras.

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O Aeroporto de Congonhas, no Brasil, vai passar a contar com um programa de incentivo a voos sustentáveis, numa iniciativa da Aena, operador aeroportuário brasileiro, que vai investir um milhão de reais (mais de 182 mil euros) neste programa.

“O projeto tem a intenção de incentivar as operações realizadas com aeronaves de maior eficiência energética, que consomem menos combustível e geram menos ruído. Os descontos serão aplicados mediante um reembolso pago às companhias aéreas, até o limite de R$ 1 milhão para voos realizados no período de abril a outubro de 2024”, lê-se num comunicado enviado à imprensa.

O programa prevê o reembolso de 10% na tarifa de aterragem, entre abril e outubro deste ano, num incentivo que é válido para Boeing 737 Max, Airbus A320 Neo e Embraer 195-E2, operadas pelas três principais companhias aéreas brasileiras.

“Ao término do período, a Aena analisará a viabilidade de sua extensão”, acrescenta o operador aeroportuário brasileiro, na informação divulgada.

Segundo Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil, o operador aeroportuário está decidido a “cuidar do meio ambiente e reduzir os impactos gerados à região do aeroporto”, sendo que, além deste programa de incentivo para as companhias aéreas, a Aena lançou já vários “projetos sustentáveis para a modernização do Aeroporto de Congonhas nos próximos anos”.

No final deste ano, a Aena conta iniciar as obras para modernização do Aeroporto Congonhas, que têm conclusão prevista para junho de 2028 e visam aumentar o conforto para os passageiros, melhorar o fluxo do trânsito viário e criar operações mais eficientes, o que implica a “reformulação do pátio de aeronaves e pistas de taxiamento”.

Relativamente à sustentabilidade, o Aeroporto de Congonhas está ainda a criar uma nova subestação elétrica e mais equipamentos elétricos, com uso de energia limpa; a reduzir o uso de combustíveis fósseis e de emissão de CO2, com serviços de energia e ar-condicionado para aeronaves nas pontes de embarque e distribuição de combustível por condutas e evitando o uso de veículos rodoviários; e a proceder à reciclagem integral de resíduos sólidos e estação de tratamento e reuso de água.

O Aeroporto de Congonhas conta também com um sistema de refrigeração e climatização eficiente e tem vindo a apostar em mais iluminação natural.

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TICV suspende operação em Cabo Verde depois de revogação do contrato de wet lease de avião

A decisão foi tomada depois da companhia aérea ter visto a Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde “revogar a aprovação que tinha concedido para o contrato de wet lease de uma aeronave mobilizada para regularizar a conectividade interilhas”.

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A TICV – Transportes Interilhas de Cabo Verde suspendeu a sua operação interilhas em Cabo Verde, decisão que foi tomada depois da companhia aérea ter visto a Agência de Aviação Civil (AAC) “revogar a aprovação que tinha concedido para o contrato de wet lease de uma aeronave mobilizada para regularizar a conectividade interilhas”.

Num comunicado enviado à imprensa, a companhia aérea, que é controlada pela Bestfly, explica que a entrada desta aeronave no país, um aparelho Bombardier Dash 8 Q300, com capacidade para transportar 50 passageiros, já tinha sido aprovada, pelo que a revogação desta aprovação deixou a transportadora aérea surpreendida.

“Como anunciado anteriormente pela TICV, a entrada desta aeronave em Cabo Verde tinha como objetivo assegurar a manutenção do serviço prestado pela transportadora, suprindo a ausência de duas aeronaves que se encontram imobilizadas por motivo de manutenção. Todos os esforços foram encetados para garantir a maior rapidez possível no processo de mobilização dessa aeronave, estando a TICV ciente de que a ligação interilhas em Cabo Verde desempenha um papel fundamental na coesão territorial, social e económica do país”, explica a TICV.

A companhia aérea diz ter ficado ainda mais surpreendida porque a justificação da revogação da aprovação do contrato de wet lease decorreu do facto de a AAC considerar que “não é plausível” o enquadramento do pedido da TICV, algo que, diz a companhia aérea, está “em total conformidade com a regulamentação local”.

“No que a wet leases diz respeito, a regulamentação cabo-verdiana é clara: este mecanismo pode ser utilizado como reforço da frota ou devido à indisponibilidade da mesma em casos como trabalhos de manutenção. O enquadramento apresentado pela TICV para o pedido de aprovação do contrato de wet lease está ao abrigo e em total conformidade com a regulamentação local”, explica a TICV.

Na informação divulgada, a companhia aérea recorda que “o pedido de aprovação do contrato de wet lease, da maior importância para assegurar o bom funcionamento da ligação interilhas, deu entrada na AAC no dia 1 de abril de 2024, tendo sido tratado com uma morosidade que não se coaduna com a premência do pedido em análise”.

Citado no comunicado divulgado, Nuno Pereira, CEO da BestFly World Wide, acionista maioritário da TICV, defende que a companhia aérea “agiu e procedeu em absoluta conformidade com a regulamentação da aviação civil cabo-verdiana” mas denuncia que o pedido de aprovação do contrato par a entrada do aparelho em Cabo Verde foi recebido num “clima de desconfiança, lentidão e hostilidade”.

“Do lado da AAC, o pedido de aprovação de um contrato para a entrada temporária de uma aeronave em operação, com vista a regularizar a ligação interilhas, foi recebido no que consideramos ser um clima de desconfiança, lentidão e hostilidade, ainda que o procedimento, por parte da TICV, tenha sido levado a cabo com toda a regularidade”, refere o responsável.

Nuno Pereira acrescenta que a TICV tem “cumprido o compromisso” assumido com Cabo Verde e com os cabo-verdianos e lamenta a  situação pela “importância que a ligação interilhas tem num país que dela depende para a deslocação dos seus cidadãos e para o apoio à sua atividade económica”.

“Também por isso, procurámos nortear a nossa ação pelo dever de fomentar uma relação de confiança e estabilidade com os clientes da TICV. No entanto, temos operado num ambiente de negócios tóxico e punitivo, que condiciona severamente a nossa capacidade de ação, apesar do investimento contínuo que temos feito na conectividade doméstica”, acrescenta o responsável.

Para Nuno Pereira, este contexto está “longe de ser o ideal” e tem sido marcado por “situações de franca anormalidade, que impedem uma resposta rápida aos desafios com que qualquer operação aérea se depara e que em nada contribuem para o desenvolvimento económico de Cabo Verde”.

Por isso, o responsável sugere às autoridades cabo-verdianas que façam a devida análise de quantas companhias já operaram em Cabo Verde nos últimos 10 anos, uma vez que, acrescenta o CEO da Bestfly World Wide, “o resultado dessa análise deve justificar uma profunda reflexão sobre o ambiente de negócios vivido no país”.

O pedido de suspensão da atividade da TICV em Cabo Verde já foi apresentado junto da AAC.

 

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Companhias low cost vão continuar a aumentar quota de mercado até 2030, estima Bain&Company

O mais recente relatório ‘Air Travel Forecast to 2030’ da Bain&Company diz que a “procura de viagens aéreas continua no bom caminho para ultrapassar este ano o total de 2019”, com as perspectivas para 2030 a permanecerem inalteradas face ao trimestre anterior.

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As companhia aérea low cost vão continuar a aumentar a sua quota de mercado até 2030, prevendo-se que atinjam uma quota de mercado de 48% nos voos de curta distância até 2030, principalmente na Europa e na Ásia, estima a consultora Bain&Company.

De acordo com o mais recente relatório ‘Air Travel Forecast to 2030’ divulgado por esta consultora, as transportadoras aéreas low cost contavam, em 2015, com uma quota de mercado acima dos 36% e dos 40% em 2019 nos voos de curta distância, numa percentagem que deverá continuar a aumentar.

“As companhias aéreas low-cost, que tiveram um desempenho um pouco melhor do que as grandes transportadoras durante a pandemia de Covid-19, continuam a aumentar a sua quota de mercado. Prevemos que estas companhias de baixo custo atinjam uma quota de mercado de 48% nos voos de curta distância até 2030, acima dos 36% em 2015 e dos 40% em 2019. Grande parte desta expansão acontecerá na Europa e na Ásia, em particular na China e na Índia”, lê-se na informação divulgada pela consultora.

As conclusões da Bain&Company indicam também que a “procura de viagens aéreas continua no bom caminho para ultrapassar este ano o total de 2019”, com as perspectivas para 2030 a permanecerem inalteradas face ao trimestre anterior, apesar de vários fatores terem contribuído “para alterações significativas nas previsões para regiões e países específicos”.

A exceção, assinala a Bain&Company, é a América do Norte, onde “o desempenho mais fraco do que o esperado no trimestre anterior e uma queda nas previsões macroeconómicas reduziram as perspetivas de procura até 2030 para viagens intrarregionais”, numa queda superior a dois pontos percentuais, o que equivale a uma redução na receita de 3 mil milhões de dólares nas yields de 2023.

Na Europa, as perspetivas de procura intrarregional aumentaram mais de cinco pontos percentuais, o que equivale a 5 mil milhões de dólares em receitas, segundo a consultora.

“No entanto, numa base relativa, o nosso modelo prevê taxas de crescimento mais baixas nas viagens regionais outbound para vários dos maiores pontos de venda da Europa (Reino Unido, Alemanha e Itália) face a outros, como Espanha, Turquia e Polónia”, acrescenta o relatório da Bain&Company.

Já na Ásia, a consultora diz que continua a “antecipar um crescimento significativo da procura intrarregional”, num aumento de 59% entre 2019 e 2030.

O relatório fala ainda do impacto das iniciativas de descarbonização, que a Bain&Company considera ser “notável”, prevendo que o crescimento das viagens intraeuropeias a partir dos países nórdicos entre 2019 e 2030 “diminua consideravelmente devido ao aumento dos custos associados aos compromissos desses países no que respeita aos combustíveis para a aviação sustentáveis (SAF, da sigla em inglês)”.

“A Suécia poderá inclusive assistir a um declínio no volume total anual de passageiros”, especifica o relatório da Bain&Company.

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Globalis vence Liga de Padel da LATAM Airlines e vai representar Portugal na final de Madrid

A Liga de Padel da LATAM Airlines conta com a participação de 148 agentes de viagens de diferentes países europeus e os vencedores das competições nacionais vão representar os seus países na grande final de Madrid, a 25 de maio.

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A Globalis foi a grande vencedora da versão nacional da Liga de Padel da LATAM Airlines, torneio que tem lugar nos seis países que a companhia aérea liga à América Latina e cujos vencedores nacionais vão representar o país na final que vai ter lugar em Madrid, a 25 de maio.

“Na LATAM Airlines, reconhecemos a importância dos nossos parceiros na indústria do turismo. Este torneio é uma forma de expressar nossa gratidão por sua dedicação e apoio constante e fortalecer ainda mais nosso relacionamento”, afirma Thibaud Morand, Diretor-Geral da LATAM Airlines para a Europa.

No total, a Liga de Padel da LATAM Airlines conta com a participação de 148 agentes de viagens de diferentes países europeus e os vencedores das competições nacionais vão representar os seus países na grande final de Madrid, a 25 de maio.

“Para além da competição no campo de padel, os participantes terão a oportunidade de desfrutar de outras atividades sociais e de estabelecer contactos”, acrescenta a LATAM Airlines, num comunicado enviado à imprensa.

No final, os vencedores da Liga de Padel da LATAM Airlines vão poder viajar com a companhia aérea para a América do Sul.

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easyJet abre candidaturas para Programa de Formação de Pilotos em 2024

Após o programa de formação para pilotos, a easyJet pretende recrutar 200 destes profissionais, como parte do seu esforço para que 1000 novos profissionais se juntem à companhia aérea até 2027.

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A easyJet anunciou esta segunda-feira, 22 de abril, que as candidaturas ao seu Programa de Formação de Pilotos já se encontram a decorrer, com a companhia aérea a pretender recrutar 200 destes profissionais.

Num comunicado enviado à imprensa, a easyJet indica que este recrutamento é parte do seu esforço para que 1000 novos profissionais se juntem à companhia aérea até 2027.

“Mais de 1000 novos pilotos deverão ingressar na easyJet até 2027, como parte de uma campanha de recrutamento de cinco anos, com cerca de 200 vagas agora disponíveis para candidatura, ainda este ano”, lê-se na informação divulgada.

A formação e treino destes pilotos vai decorrer em Gatwick, Milão, Bruxelas ou Madrid, estando ainda previsto que algumas fases de treino de voo decorram nos EUA, em conjunto com a companhia aérea CAE.

“Após a boa conclusão do curso, os graduados iniciam as suas carreiras a voar como copiloto na easyJet”, garante a transportadora low cost britânica.

Para se candidatarem ao Programa de Formação de Pilotos da easyJet, os candidatos devem ter 18 anos ou mais no momento em que iniciam a formação e possuir o Ensino Secundário terminado, sendo ainda obrigatório apresentar o certificado de língua inglesa com o nível mínimo B2.

Os candidatos devem ainda poder trabalhar com acesso ilimitado no EEE, UE, Reino Unido e Suíça; possuir um mínimo de cinco GCSEs (ou equivalente) de grau C ou superior, incluindo matemática, ciências e língua inglesa; ser fluentes em inglês (verbal e escrito); possuir uma altura mínima de 157cm e ser capazes de obter um exame médico de classe 1 da AESA ou da CAA, conforme exigido para a licença relevante.

As candidaturas estão disponíveis aqui.

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Presidente da Emirates explica consequências da tempestade e garante normalidade dentro de “mais alguns dias”

O presidente da Emirates, Tim Clark, assume as consequências da tempestade que, a 16 de abril, afetou o Dubai e provocou perturbações no aeroporto que serve de hub à transportadora, garantindo que são necessários apenas “mais alguns dias” para que a situação volte à normalidade.

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A Emirates divulgou no final da semana passada uma carta aberta assinada pelo presidente da companhia aérea, Tim Clark, na qual o responsável assume as consequências da tempestade que, a 16 de abril, afetou o Dubai e provocou perturbações no aeroporto que serve de hub à transportadora, garantindo que são necessários apenas “mais alguns dias” para que a situação volte à normalidade.

“A chuva e os ventos fortes da tempestade perturbaram a atividade em todas as cidades”, começa por reconhecer o responsável, que explica que num único dia, a 16 de abril, os Emirados Árabes Unidos registaram a maior queda de precipitação dos últimos 75 anos.

Apesar das perturbações, o hub da Emirates permaneceu aberto, mas houve uma redução da operação por questões de segurança e até porque, devido às estradas inundadas, os passageiros, pilotos, tripulação de cabine e funcionários do aeroporto foram impedidos de chegar ao aeroporto.

Devido à tempestade, a Emirates foi obrigada a desviar “dezenas de voos na terça-feira para evitar o pior das condições meteorológicas”, tendo ainda sido cancelados cerca de 400 voos, enquanto outros sofreram atrasos, uma vez que, diz o responsável, as operações da Emirates “nos aeroportos centrais continuaram a ser afetadas pela escassez de pessoal e de provisões”.

“As nossas duas prioridades eram claras: cuidar dos nossos passageiros que foram afetados pela perturbação e retomar as nossas operações de acordo com o calendário previsto”, explica Tim Clark, referindo que, para libertar recursos, a Emirates suspendeu ainda o check-in dos passageiros que partiam do Dubai, decretou um embargo à venda de bilhetes e suspendeu temporariamente o tráfego de passageiros de ligação com destino ao Dubai.

O presidente da Emirates diz que, “nos bastidores, milhares de funcionários de toda a organização estavam a trabalhar” para que as operações da companhia aérea voltassem ao normal, o que, no caso dos voos regulares, aconteceu na manhã de sábado, 20 de abril.

“Os passageiros que se encontravam retidos na zona de trânsito do aeroporto foram transferidos e estão a caminho dos seus destinos. Reunimos uma equipa de trabalho para classificar, reconciliar e entregar cerca de 30 mil bagagens deixadas para trás aos seus proprietários”, acrescenta o presidente da Emirates.

Tim Clark admite, no entanto, que “serão necessários mais alguns dias para resolver o problema da acumulação de passageiros e bagagens reagendados”, pelo que pede “paciência e compreensão” aos passageiros afetados por estas perturbações.

“Sabemos que a nossa resposta está longe de ser perfeita. Reconhecemos e compreendemos a frustração dos nossos passageiros devido ao congestionamento, à falta de informação e à confusão nos terminais. Reconhecemos que as longas filas de espera e os tempos de espera têm sido inaceitáveis”, lamenta ainda o responsável, que agradece às equipas da Emirates pelos “esforços incansáveis durante toda a semana, apesar das condições difíceis”.

O presidente da Emirates termina a carta aberta com um pedido de desculpas a todos os passageiros afetados.

 

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TICV recebe avião para repor ligações interilhas em Cabo Verde

Segundo a TICV, a entrada deste aparelho no país já foi autorizada pela Agência de Aviação Civil de Cabo Verde, prevendo-se que o aparelho comece a operar nos próximos dias, com capacidade para transportar 50 passageiros.

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A TICV – Transportes Interilhas de Cabo Verde recebeu um avião Bombardier Dash 8 Q300 que vai permitir a reposição das ligações interilhas em Cabo Verde, indicou a companhia aérea que realiza os voos entre as ilhas do arquipélago cabo-verdiano.

“A TICV – Transportes Interilhas de Cabo Verde recebeu uma aeronave Bombardier Dash 8 Q300, que foi mobilizada para suprir a ausência, por motivos de manutenção, de dois aviões ATR 72-600”, lê-se num comunicado da companhia aérea, que é controlada pela Bestfly.

A TICV indica que a entrada deste aparelho no país já foi autorizada pela Agência de Aviação Civil de Cabo Verde, prevendo-se que o aparelho comece a operar nos próximos dias.

“A aeronave ficará ao serviço da TICV até à entrada em linha dos aviões que se encontram em manutenção”, acrescenta a companhia aérea, que revela que este aparelho de substituição conta com capacidade para transportar 50 passageiros.

Segundo Nuno Pereira, CEO da BestFly World Wide, acionista maioritário da TICV, a empresa continua empenhada em “promover uma conectividade interilhas funcional, eficiente e confiável”, uma vez que está ciente do “importante papel” que desempenha em Cabo Verde.

“A entrada desta nova aeronave irá regularizar a operação da companhia e suprir as dificuldades verificadas nas últimas semanas. Estamos inteiramente comprometidos com a missão que assumimos para com Cabo Verde e os cabo-verdianos e continuaremos a mobilizar todos os esforços para prestar um serviço de qualidade”, acrescenta o responsável.

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