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Entrevista: Decisão sobre  aeroporto até Outubro

Jorge Ponce de Leão ficaria “surpreendido” se a decisão do Governo sobre a solução para o Aeroporto Humberto Delgado não for tomada nos próximos meses. Em entrevista, o presidente adjunto da Associação de Turismo de Lisboa (ATL)
e administrador delegado da ANA explica pormenorizadamente a solução para a capacidade aeroportuária da cidade e fala sobre o que considera que deve ser feito no sector do Turismo.

Patricia Afonso
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Entrevista: Decisão sobre  aeroporto até Outubro

Jorge Ponce de Leão ficaria “surpreendido” se a decisão do Governo sobre a solução para o Aeroporto Humberto Delgado não for tomada nos próximos meses. Em entrevista, o presidente adjunto da Associação de Turismo de Lisboa (ATL)
e administrador delegado da ANA explica pormenorizadamente a solução para a capacidade aeroportuária da cidade e fala sobre o que considera que deve ser feito no sector do Turismo.

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Jorge Ponce de Leão ficaria “surpreendido” se a decisão do Governo sobre a solução para o Aeroporto Humberto Delgado não for tomada nos próximos meses. Em entrevista, o presidente adjunto da Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e administrador delegado da ANA explica pormenorizadamente a solução para a capacidade aeroportuária da cidade e fala sobre o que considera que deve ser feito no sector do Turismo.

A mensagem de Fernando Medina na tomada de posse foi clara: é preciso que o Turismo e as receitas geradas em Lisboa cresçam. Que medidas é que a ATL quer implementar para que isto aconteça?
A Associação de Turismo de Lisboa tem um programa que tem vindo a desempenhar e não vejo nenhuma razão para alterar substancialmente as linhas gerais. A Associação enclava um conjunto de associados que, por si próprios, fazem muito do que é necessário para promover o desenvolvimento do Turismo, porque está na sua actividade. Posso, naturalmente, falar naquilo que a própria ANA faz, em que passou, desde a privatização, a ter uma atitude pró-activa na promoção do crescimento do tráfego e tem um plano de incentivos às diversas companhias e isso aplica-se genericamente a toda a rede, sendo certo que Lisboa é, talvez, o destino que precisa de menos apoio, a procura só por si alimenta o crescimento do Turismo.

O que nos leva a pensar que o grande objectivo que a Associação de Turismo de Lisboa deve ter mais do que estar preocupada com o curto prazo e a promoção do Turismo, porque o crescimento está a acontecer por si com a intervenção dos seus associados e dos diversos stakeholders, é, talvez, um pensamento mais estratégico, isto é, lançar as bases, as linhas de acção que, de algum modo, contribuam para a sustentabilidade do crescimento. Temos uma série de condições externas de natureza geopolítica que tem criado condições para o crescimento, talvez acima das nossas expectativas, quer em Lisboa, quer noutros destinos do País. E o problema que se põe é: quando essa conjuntura mudar, o que é que vai acontecer? O que temos é uma janela de oportunidade que só por si funciona a nosso favor. Temos é que a transformar numa janela de oportunidade de vender um produto qualificado e que, portanto, precisa de ser permanentemente requalificado no sentido de ele próprio se auto-sustentar. Este é o grande desafio que o Turismo tem, quer em Lisboa, quer noutros destinos nacionais.
JU7A1482

Regulamentação, precisa-se

Que outros estrangulamentos, além da capacidade aeroportuária [ver caixa], é que a região apresenta?
Não diria estrangulamentos. Diria que, como em todo o lado, há problemas maiores e menores. Nessa matéria não serei seguramente a pessoa mais adequada para falar, há operadores turísticos com uma qualificação que não tenho, mas posso colocar-me na posição de visitante, o que gosto e não gosto. Um dos projectos que a Associação de Turismo de Lisboa tem é o de criar condições para a exibição das jóias da coroa, temos um património cultural e histórico riquíssimo, que tem que sustentar o crescimento do Turismo na cidade de Lisboa, portanto, é preciso investir para torná-lo visível, mas não é para, depois, termos horários que não permitam às pessoas visitá-lo.

Ou seja, precisamos de trabalhar ao nível das infra-estruturas de suporte, oferecer ao turista qualquer coisa. Já não podemos contentar-nos com a magnífica luz de Lisboa, ele gosta, mas depois de ver uma vez não sei se volta. O turista precisa de voltar e, para isso, precisa de ter outros factores, que são uma oferta cultural enriquecida, uma oferta patrimonial. O que interessa ter uns monumentos fantásticos se não estão recuperados ou disponíveis para visita? É tudo isso um plano integrado, sustentado, diria que estando as metas do plano estratégico para Lisboa a serem ultrapassadas por um conjunto de circunstâncias que não nos dizem respeito e têm a ver com o que se passa na área do Mediterrâneo. Julgo que temos que passar a ser mais ambiciosos, temos que todos, eventualmente, – e quando digo todos são todos os operadores e entidades que de alguma forma podem contribuir -, repensar o plano estratégico da região de Lisboa, porque a Associação de Turismo de Lisboa não trata apenas da cidade. Estamos a falar em problemas de mobilidade, limpeza, alojamento, temos que ter um equilíbrio saudável entre o alojamento local e a oferta hoteleira.

Temos que optimizar e sofisticar mais a nossa oferta hoteleira, mas fazer também a gestão prudente dos preços dos quartos, no sentido de acompanhar a requalificação com uma subida para termos uma oferta também mais exigente, para admitir segmentar a nossa oferta entre alojamento local e hotelaria, porque não podemos desperdiçar a oportunidade de um alojamento local, mas não podemos transformar Lisboa numa cidade em que só se requalificam os prédios do centro para, a seguir, os transformar em hostels ou alojamento local. Tudo isto tem de ser gerido de uma forma equilibrada e, aí, o presidente da Câmara de Lisboa e presidente da Associação de Turismo de Lisboa, por inerência, tem a visão adequada: não podemos proibir os Tuk Tuk, temos que os regular.

Quer dizer, é evidente que é um transporte adequado, cria mobilidade, facilita, agora, não pode tornar-se insuportável para o residente, para o próprio turista, ao nível do ruído e da poluição. Bom, então é uma oportunidade para intervir mediante a regulação ao nível, por exemplo, de só os Tuk Tuk eléctricos poderem sobreviver a partir de determinada data. Ou seja, através da via da regulação, a necessidade vai ter que ajustar a nossa oferta. Não é ficar parado no século passado, é ter, de facto, soluções de futuro, mas, simultaneamente, não desperdiçar a oportunidade, pela via reguladora, de dar sustentabilidade ao nosso crescimento, porque mantemos uma oferta qualificada ou até, diria, requalificada.

Se, por um lado, o surgimento de novos hotéis são um bom sinal da procura e requalificam a cidade, por outro, as críticas a um eventual excesso têm sido mais que muitas, entre as quais a perda de autenticidade da cidade. Como vê esta polémica?
A requalificação da cidade nunca será excessiva, o problema é que, por exemplo, um jovem casal que queira arrendar, hoje, se quiser uma boa casa, o preço é inaceitável, porque a rentabilidade que o alojamento local pode oferecer esta a fazer subir as rendas de forma dimensionada. Aí, a Câmara Municipal de Lisboa vai ter o papel de intervir, regulando a própria oferta de alojamento local.

Por exemplo, a luta dos táxis não pode ser contra a Uber, tem que ser por um serviço melhor, a mesma acessibilidade em termos de plataformas electrónicas e a mesma qualidade a nível da prestação de serviços. É isso que tem de acontecer: é mudar-se a atitude, não é dizer “não vamos permitir”, “vamos proibir”. Nada disso. Tem que ser “vamos regular”. Daí que, nessa matéria, estou completamente alinhado com o Dr. Fernando Medina quando diz que a nossa posição tem que ser a de regular todos estes novos factores, que são de competitividade por um lado, mas podem criar de tensões com os próprios residentes. É esse o equilíbrio que tem de ser mantido.

E que parâmetros é que essa regulação deverá ter em consideração?
Eu não sou um especialista, a minha preocupação é a de promover que essas coisas aconteçam. Terão de ser os especialistas a falar. As decisões correctas são as tomadas com a informação correctamente seleccionada e reflectida. Portanto, a primeira coisa é obter a informação adequada, a segunda é reflectir sobre ela e, em terceiro lugar, tomar as decisões correctas, promovendo a regulamentação que, de alguma forma, permita o equilíbrio entre os diversos interesses em jogo.

Esse trabalho está a ser feito ou vai ser iniciado?
Está a ser feito. A Câmara Municipal de Lisboa tem enormes preocupações. Justifique que dê como exemplo a própria requalificação da Segunda Circular, porque é emblemática e gerou suficiente controvérsia. Transformar uma via rápida numa via urbana demonstra uma preocupação de humanizar a cidade, tornar o ambiente confortável para quem nos visita e para quem nela reside. Esta preocupação está subjacente a muitas intervenções e, sobretudo, porque não há medo de criar taxas.

Não pode ser o contribuinte que vive em Freixo de Espada à Cinta a financiar aquilo que vai ser usufruído pelos turistas. Como não pode ser um residente, que tem uma população visitante que é mais que o dobro da residente, a ter que suportar os custos das infra-estruturas associadas a esses visitantes. Pensemos cinco minutos: não é justo, não é normal. Portanto, há que criar as taxas, criar os modelos de financiamento necessários, o que não podemos é deixar de fazer as coisas só porque não há dinheiro, temos de pensar é qual e o modelo de financiamento adequado àquilo que se pretende fazer.
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Taxas e mercados

Que balanço faz da implementação da taxa turística, prestes a completar os seis meses?
Já referi que não tenho nada contra a taxa turística. Quer dizer, tenho contra a taxa cobrada no aeroporto, porque havendo isenções cria uma dificuldade operacional inultrapassável, as razões que levantámos e nos levou, inclusivamente, a preferir suportar o custo da taxa durante um ano para que se criassem condições de implementação da taxa turística pela via normal. Porque, repare, quem for para um hotel é porque não tem residência em Lisboa, portanto, se quero isentar os residentes, a forma mais fácil é cobrar a taxa não no aeroporto, mas no hotel.

Jugo que a taxa devia estar mais regulada a nível de finanças locais, a nível nacional. Regulada no sentido em que se devia estabelecer patamares e esses deviam ser aferidos pela própria densidade de ocupação turística em relação aos próprios residentes, dentro daquele equilíbrio que dizia há pouco, porque é que os residentes têm que pagar o desgaste da via pública, a limpeza? Há dias ouvia que a operação da Liga dos Campeões foi um sucesso enorme para a cidade de Lisboa. E, a seguir, ouvi: “Mas lembram-se do que foi a limpeza da Praça da Figueira no dia a seguir?” Bom, isto para dizer o quê? É muito bonito ter a final da Liga dos Campeões, mas porque há-de ser o munícipe a ter que pagar a limpeza? Não faz sentido, temos de encorpar nos nossos custos e na nossa oferta turística o financiamento de tudo aquilo que representa a disposição de infra-estruturas.

O que o turista quer é uma infra-estrutura limpa, a possibilidade de visitar os museus, ter os monumentos disponíveis, ter pessoas simpáticas e agradáveis e uma oferta cada vez mais requalificada. E não são mais um, dois ou três euros. Só posso fazer um balanço positivo. Começo por fazer, obviamente, um balanço negativo, porque pesou na minha conta de resultados da ANA no primeiro ano, mas fizemos porque entendemos que deve haver taxa turística. Não temos nada contra a taxa, pelo contrário, o que dizemos é que há fórmulas mais eficazes de a cobrar e acho que a solução que está em vigor é a adequada.

O Comité de Investimento criado na sequência da taxa já se reuniu?
Ainda se está numa fase de levantamento de projectos para atribuição de verbas. Penso que já houve o que diria reuniões informais, são os contactos entre entidades, porque nem sempre é preciso fazer uma reunião formal para se avançar.

A SET tem defendido uma maior aposta no mercado interno. É da mesma opinião?
O mercado interno tem muito a ver com a própria disponibilidade de rendimento. Não discordo da posição da Secretária de Estado no sentido de dizer que há pouco rendimento disponível, mas o que há que fique em Portugal. Concordo com isso, não posso deixar de concordar, porque o equilíbrio da nossa balança de pagamentos externos é fundamental no equilíbrio estrutural do País. Agora, se pensar que tem que ser o mercado interno a garantir o crescimento a curto prazo do Turismo nacional, tenho algumas dúvidas.

Temos que continuar a apostar na capacidade de atrair os fluxos tornados disponíveis pelos problemas da Turquia, Norte de África. Se há turistas que deixam de ir para a Turquia e vão para a Croácia ou Chipre, que venham para Portugal. Sendo certo que estamos mais longe, temos que ser mais competitivos, ter uma oferta mais qualificada e, portanto, temos que tornar as nossas fraquezas em forças. Isso faz se através de um plano estratégico que seja pensado à luz da realidade actual que não é a mesma da que suportou o plano que hoje está em vigor.
JU7A1463

Novos mercados e ligações

Que balanço é que faz deste primeiro quadrimestre na região, em termos de números: houve uma descida da ocupação na cidade, uma subida na região, mas residual; os preços médios sobem?
Na realidade, temos um crescimento superior a 12%. Acontece, porém, mais que no quadrimestre, que este crescimento é assimétrico, isto é, temos crescimento muito fortes no Porto, Madeira, Açores e Faro e um crescimento de cerca de 7% em Lisboa. Lisboa está a reduzir o seu crescimento, só que 7% em Lisboa continua a ser, pelo seu volume, um crescimento muito significativo. Também tem a ver com o arrefecimento do crescimento de passageiros em Lisboa, a crise de Angola e do Brasil, por exemplo.

Não podemos ignorar que a estratégia da TAP estava muito assente nestes dois países. Com as dificuldades que estão a passar estes dois países, naturalmente que Lisboa tinha que ser directamente afectada. Ainda há pouco tempo, juntamente com o Turismo de Portugal, tivemos a oportunidade de discutir uma estratégia de desenvolvimento de novos mercados, estamos a pensar, nomeadamente, no Extremo Oriente: Coreia, Japão, China, Índia, são países com uma dimensão onde pequenas quotas de mercado podem ter uma dimensão muito importante ao nível a sustentabilidade do nosso crescimento.

Isso pressupõe novas ligações aéreas…
Pressupõe e estamos a admitir que haja ligações aéreas directas ao Extremo Oriente já no início do próximo ano, ainda durante o Inverno IATA. É evidente que temos que olhar de forma sustentada, organizada, isto é, consultando os diversos stakeholders, não pode ser só ANA, o Turismo de Portugal, a Associação de Turismo de Lisboa, tem que ser a totalidade, os próprios operadores turísticos, os hoteleiros, a cidade em si.

Todos nós temos que trabalhar de forma integrada, daí considerar fundamental reajustar o plano estratégico ao novo quadro de circunstâncias, o que pressupõe, naturalmente, no momento adequado e esse surgirá quando a decisão sobre a capacidade das infra-estrutras aeroportuárias estiver tomada porque tem de se pensar em termos de transportes fluviais, de acessibilidades, em planos estruturados de utilização da própria região, identificando todo o seu inventario da oferta, integrando diversos produtos. [ver caixa]

Os cruzeiros são uma das apostas da região e o Terminal de Passageiros de Santa Apolónia é um reflexo dessa aposta. Porém, em 2015 houve uma subida ligeira dos passageiros e nos primeiros deste ano uma quebra. O que é que está a falhar?
Não sei se esta a falhar alguma coisa, não é a cidade de Lisboa que pode controlar as estratégias de crescimento do mercado. Há um aspecto que considero importante, que é termos os cruzeiros que nos interessam, os que têm partidas e chegadas a Lisboa. Precisamos, e estamos a pensar nisso enquanto gestores da infra-estrutura aeroportuária, de criar condições de melhor conectivade entre o terminal de cruzeiros e os aeroportos, no caso concreto o Humberto Delgado e, de futuro, eventualmente, também o Montijo. Isto é fundamental para termos o crescimento que mais nos interessa. Penso que o segmento de cruzeiros que apenas passa por Lisboa tem sido de algum modo um pouco disruptivo, no sentido da enorme concentração de visitantes nos locais.

Acho que vai ser necessário uma intervenção de ordenação dos diversos operadores que intervêm na oferta turística aos passageiros de cruzeiros no sentido de evitar aquelas aglomerações monumentais na área de Belém e criar uma dispersão da procura, sob pena de afectarmos a própria qualidade da nossa oferta. Ou seja, a organização do plano de visitas tem que ser feita de maneira a distribuir de forma mais equilibrada os passageiros pelas diversas áreas de interesse. Alguém tem de agir junto desses operadores no sentido de criar uma oferta integrada e melhor distribuída.
JU7A1481

AEROPORTO CONTINUA À ESPERA DO GOVERNO
O debate sobre a capacidade aeroportuária de Lisboa foi uma das medidas defendidas por Fernando Medina aquando da tomada de posse na ATL. Perguntámos a Jorge Ponce de Leão se já tinham sido iniciadas as conversações com alguma entidade e o presidente adjunto foi peremptório a responder que “o problema, neste momento, não é a capacidade para crescer, é que todo o crescimento a partir de agora é feito à custa de posições de estacionamento remotas. E estas são, só por si, uma perda de qualidade”. Urge, assim, a criação de mais posição de contacto.

Na óptica do também administrador delegado da ANA, estão em causa a qualidade de experiência dos passageiros e a eficiência das operações aéreas, entre as quais as low cost. Algo a que o masterplan para o Aeroporto Humberto Delgado apoiado pelo Montijo – a solução defendida publicamente pela gestora aeroportuária – dão resposta. Este plano, explicou o responsável ao Publituris, pressupõe a ampliação do Aeroporto Humberto Delgado através do encerramento da pista 17/35. Com esta medida, passa-se à construção de um terminal satélite em frente ao principal, ligados por um túnel, quer a área Schengen, quer a não Schengen. Este edifício poderá ter até 28 posições em ponte, que ultrapassam largamente as 16 actualmente existentes. Isto contribuirá igualmente para uma maior eficiência ao nível dos passageiros de transferências e, consequentemente, do hub lisboeta, “um dos factores de crescimento do próprio aeroporto”. O fecho desta pista, cujo nível de operação ronda os 0,9%, implica, porém, a existência de uma alternativa, mais concretamente a pista 01/19 do Montijo, visto a 17/35 servir, “por força da sua orientação”, de alternativa quando os ventos cruzados na 03/21 ultrapassam os 25 nós.

O Montijo permitirá, também, que se passe a ter uma operação low cost “ultra eficiente”, com posições de embarque e desembarque a pé e, “mais do que isso, posições a que chamados de nose, isto é, o avião estaciona numa posição que permite iniciar a sua descolagem sem a utilização do push back”. “Tudo isso acelera a rotação e a eficiência da operação”. Recorde-se que actualmente, o Terminal 2 possibilita apenas embarques. “Portanto, o Aeroporto do Montijo pode dar uma alternativa à pista 1735, uma operação low cost primeiramente eficiente e criar as condições para termos um terminal satélite, diria um peer satélite, onde teríamos um conjunto de portas de embarque muito significativo, serão 14 Marx”. Ou seja, que pode receber 14 aviões wide body ou 28 narrow bode de categoria C, de médio curso. “Esse peer será um elemento fundamental da estratégia de desenvolvimento, mas o próprio crescimento do Aeroporto Humberto Delgado pode projectar-se além disso, porque, a partir do momento que não tem a pista 17/35, pode prolongar-se o terminal para Sul e fazer uma segunda cubside, substituindo o Terminal 2 que é limitada. Podemos prolongar o terminal e ter uma conexão interna para um terminal, eventualmente do tipo do Terminal 2, mas com conexão directa ao 1, pedestre e interna. Aumentamos a capacidade de forma significativa, depois, numa segunda fase com a expansão para Sul”.

Existe, por fim, uma terceira hipótese que dará solução a quando, no futuro, o Montijo atingir a sua saturação, nomeadamente por razões ambientais. Esta consiste na cabeceira 17, do lado de Camarate, com um novo terminal, que comporta, ainda, a vantagem de permitir uma dispersão do tráfego, não sobrecarregando a Segunda Circular. Falamos, aqui, de um plano de décadas para a capacidade aeroportuária de Lisboa. Mas não só. Jorge Ponce de Leão defende, ainda, que a solução do Aeroporto Humberto Delgado apoiado pelo Montijo permite a optimização dos transportes fluviais mediante e terá um peso muito diminuto nas Finanças Públicas, principalmente quando comparado com a solução de Alcochete, que implicaria, mais cedo ou mais tarde, a construção de uma terceira via sobre o Tejo. Isto, alem de que permite +a cidade manter a sua competitividade e atractividade enquanto destino de city e short breaks. Esta solução implica, porém, o consenso e esforço de diversas entidades, entre as quais a ANA, NAV – que terá de ser dotada de novos meios tecnológicos –, Força Aérea e o Governo. Ponce de Leão “ficaria surpreendido se chegássemos a Outubro e não tivéssemos uma decisão” do Governo e revela que, a partir do momento que esteja definida esta solução, serão precisos cerca de três a três anos e meio a colocar de pé. Um tempo que tem já em consideração a mudança da documentação do espaço aéreo, que obrigada a uma intervenção do Eurocontrol. Sobre o investimento a realizar, o responsável refere que este será “significativo, mas que a ANA pode acomodar no seu plano”.

APP DA ATL REÚNE INFORMAÇÃO NO SMARTPHONE
A Associação de Turismo de Lisboa lançou uma nova plataforma digital, que Ponce de Leão considera ser um instrumento “fundamental” nos nossos dias. “Cada vez mais as pessoas dispõem dos instrumentos e começam a condicionar a suas decisões na base da utilização da informação que o smartphone lhe proporciona, portanto, nada mais natural do que ter a oferta integrada numa aplicação que, uma vez descarregada, permite que alguém que esteja numa esplanada consiga definir o seu próximo passo através da informação que sabemos que o turista precisa. Não e nada do outro mundo, é apenas a informação que existia de forma estruturada mas dispersa nos postos de turismo transportada para o smartphone do visitante. Penso que é fundamental um instrumento dessa natureza. Como dizia há pouco, a própria app da ANA tem que estar integrada com essa oferta.”

NOVO PLANO PARA O TURISMO E ESTRUTURAÇÃO DO PRODUTO
Ponce de Leão é assertivo quando fala na necessidade de “reajustar o plano estratégico [do turismo em Lisboa] ao novo quadro de circunstâncias”, como sejam os já falados novos fluxos turísticos e as quebras dos mercados angolano e brasileiro. Mas é também preciso, considera o responsável, “estruturar o produto, torna-lo disponível, acessível de uma forma estruturada em plataformas tecnologicamente cada vez mais céleres” e dá o exemplo da aplicação da ANA, que tem que “ter, sobretudo, a oferta do está a acontecer na cidade, não é só o rent-a-car, o estacionamento, o faz track, o passageiro tem que ficar logo a saber o que pode visitar, ode tem que ir, fazer logo reservas de um concertou ou comprar um bilhete, o que for”. Este plano estratégico deve ser articulado entre os vários stakeholders e “ter as responsabilidades atribuídas: saber quem faz o quê, quando e como”.

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Turkish Airlines introduz Flight Tracker para rastreamento de voos

O Flight Tracker da Turkish Airlines está disponível para os clientes do Business Lounge da companhia aérea, permitindo o rastreamento de voos, entre outras informações.

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A Turkish Airlines anunciou o lançamento de um novo serviço, o globo digital Flight Tracker, que vai estar disponível para os clientes do Business Lounge da companhia aérea e que permite o rastreamento de voos.

De acordo com a companhia aérea turca, este novo serviço permite o rastreamento de voos em tempo real, entre outras informações, como as condições meteorológicas nos vários destinos para onde a Turkish Airlines voa, outras informações de voos e adesão ao programa de fidelização Miles&Smiles.

“Esta tecnologia, resultado de extensa pesquisa de mercado e apresentada para apreciação dos passageiros, foi lançada com informações de voo e dados de destino ao vivo, juntamente com um design de interface exclusivo da Turkish Airlines”, destaca a companhia aérea.

Segundo Ahmet Olmustur, diretor de marketing da Turkish Airlines, este novo serviço dá aos passageiros “a oportunidade de conhecerem a meteorologia dos destinos para onde irão, e também a possibilidade de criar uma adesão Miles&Smiles através do código QR”.

“Preparamos e desenvolvemos as nossas soluções de acordo com as necessidades dos nossos hóspedes com a força que a tecnologia em evolução e mudança agrega à nossa marca”, acrescenta o responsável.

 

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TAAG celebra Dia de África com descontos até 40% para classe executiva e primeira classe

A promoção da TAAG oferece descontos até 40% para voos de ida e volta em classe executiva ou em primeira classe, à partida de Lisboa, Porto ou Madrid e com destino para vários países africanos. As reservas decorrem até segunda-feira, 29 de maio.

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A TAAG – Linhas Aéreas de Angola está a celebrar o Dia de África com uma nova promoção, na qual está a oferecer descontos até 40% para voos em classe executiva ou em primeira classe, numa oferta que está disponível até segunda-feira, 29 de maio.

“Temos o prazer de informar que estamos a oferecer descontos até 40% nas cabines Executiva e Primeira, em vários destinos fascinantes em todo o continente africano”, lê-se numa nota enviada à imprensa pela companhia aérea angolana.

A promoção destina-se a voos de ida e volta desde Lisboa, Porto e Madrid, incluindo bagagem, cujas viagens decorram entre 25 de maio e 31 de dezembro de 2023.

Todos os destinos incluídos nesta promoção da TAAG podem ser consultados e reservados online aqui, sendo que, para reservas, está também disponível o call center da companhia aérea, pelo número de telefone 707 100 040.

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Iberia foi a companhia aérea mais pontual do mundo em abril

A Iberia foi considerada a companhia aérea mais pontual do mundo em abril, mês em que 87.28% dos 13.929 voos operados pela transportadora chegaram no horário previsto, de acordo com o ranking internacional da consultora Cirium.

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A Iberia foi considerada a companhia aérea mais pontual do mundo em abril, mês em que 87.28% dos 13.929 voos operados pela transportadora chegaram no horário previsto, de acordo com o ranking internacional da consultora Cirium.

De acordo com a Iberia, o resultado de abril traduz uma melhoria de seis pontos percentuais face a março, o que coloca a companhia aérea de origem espanhola no primeiro lugar deste ranking global.

A Iberia foi, assim, a companhia aérea mais pontual do mundo entre as transportadoras que maior oferta disponibilizam, já que a categoria em que a Iberia foi eleita a mais pontual do mundo refere-se aos 10% de companhias aéreas com maior número de assentos disponíveis por quilómetro (Available Seat-Kilometres – ASK) e que operem em, pelo menos, três regiões do mundo.

Esta é a segunda vez em que a Iberia foi eleita a companhia aérea mais pontual do mundo em 2023, já que a transportadora também tinha arrecadado este título em janeiro, com 86.6% dos seus voos no primeiro mês do ano a chegarem no horário previsto.

“Este reconhecimento junta-se ao obtido no ano passado, quando a Iberia foi a companhia aérea mais pontual da Europa em 2022, depois de o ter também feito de maio a outubro, durante seis meses consecutivos”, destaca a Iberia na informação enviada à imprensa.

Os reconhecimentos que a Iberia tem vindo a obter contribuem para a afirmar a importância da companhia aérea, que é já considerada a marca turística mais valiosa em Espanha, de acordo com o último relatório da consultora internacional Brand Finance.

“De acordo com este ranking, que avalia a marca das empresas do país e o seu contributo para o próprio negócio, a Iberia ocupa este ano o 22.º lugar da classificação geral, uma melhoria de 10 lugares face a 2022, sendo uma das evoluções mais positivas no ranking”, acrescenta a companhia aérea.

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Azores Airlines e SATA Air Açores recebem certificação ambiental da IATA

A Azores Airlines e SATA Air Açores, companhias aéreas do Grupo SATA, obtiveram a certificação do programa IATA Environmental Assessment (IEnvA), tornando-se nas primeiras companhias aéreas portuguesas a obter esta distinção ambiental.

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A Azores Airlines e SATA Air Açores, companhias aéreas do Grupo SATA, obtiveram a certificação do programa IATA Environmental Assessment (IEnvA), tornando-se nas primeiras companhias aéreas portuguesas a obter esta distinção.

“Esta certificação IEnvA, à qual as companhias aéreas podem candidatar-se voluntariamente, reconhece o compromisso assumido das companhias aéreas SATA Air Açores e Azores Airlines para com a sustentabilidade ambiental e os esforços desenvolvidos na consecutiva redução do impacto ambiental das suas operações”, explica o grupo de aviação açoriano, em comunicado. 

Segundo Teresa Gonçalves, presidente do Conselho de Administração da SATA Holding, esta certificação foi obtida em apenas um ano e vai inspirar as transportadoras do grupo açoriano a continuar a “jornada em direção a um futuro mais verde e sustentável”.

O grupo sublinha que a certificação obtida, de nível 2, comprova que as transportadoras “estão a implementar políticas e procedimentos ambientais eficazes, quer na operação, quer nas áreas corporativas, e que estão a monitorizar os progressos por forma a melhorar, continuamente, o seu desempenho ambiental”.

“Esta certificação confere, em simultâneo, o cumprimento da norma ISO 14001:2015, assim como o IWT (Illegal Wildlife Trafficking) Assessment, que é um programa desenvolvido para apoiar o setor aéreo na consciencialização e fiscalização do combate ao comércio ilegal de animais selvagens, em conformidade com a Declaração do Palácio de Buckingham”, acrescenta o Grupo SATA.

O grupo açoriano recorda, depois, que tem “investido em várias iniciativas para reduzir a pegada de carbono”, nomeadamente ao nível de aeronaves mais eficientes, mas também na otimização de “rotas e operações de voo”, sem esquecer os projetos de compensação de carbono.

“Por acréscimo, têm desenvolvido esforços para envolver todas as partes interessadas (stakeholders), incluindo funcionários, clientes, fornecedores e reguladores, por forma a promover uma cultura de responsabilidade ambiental”, acrescenta o grupo.

Recorde-se que o programa IEnvA, da responsabilidade da IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo, é um sistema de gestão ambiental, construído com base em padrões de excelência operacional que garantem a implementação de práticas ambientais robustas e específicas para o setor da aviação.

 

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Emirates já disponibiliza Wi-Fi gratuito a bordo em todas as classes e a todos os passageiros

A ligação Wi-Fi nos aviões da Emirates é gratuita para todos os passageiros de todas as classes de bordo e requer apenas a inscrição no Emirates Skywards.

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A Emirates melhorou a conetividade a bordo e passou a disponibilizar ligação Wi-Fi a todos os seus passageiros e em todas as classes, informou a companhia aérea do Dubai, em comunicado.

“Esta melhoria resultou na ligação, por semana, de mais 30.000 passageiros da Classe Económica ao Wi-Fi a bordo”, destaca a companhia aérea na informação divulgada, lembrando que a ligação é gratuita e requer apenas a inscrição no Emirates Skywards.

“Todos os membros do Emirates Skywards em todas as classes de viagem podem agora desfrutar de Wi-Fi gratuito. Os membros Skywards, quer sejam do nível Azul, Prata, Ouro ou Platina, que viajem em qualquer classe, quer seja Económica, Premium Economy, Executiva ou Primeira Classe, poderão usufruir de mensagens gratuitas através de aplicações móveis”, explica a transportadora.

Paralelamente, os passageiros da Primeira Classe têm ainda acesso gratuito e ilimitado à Internet se forem membros Skywards, o que, segundo a Emirates, lhes permitirá fazer compras ou trabalhar online durante o voo, tal como os membros Silver, Gold e Platinum do Skywards que viajam em Classe Executiva. Já os Platinum Skywards têm acesso gratuito à Internet em todas as classes.

As alterações efetuadas decorreram em janeiro e, desde então, a companhia aérea regista uma média de 450.000 utilizadores por mês, num aumento de 30% na utilização por parte dos passageiros em 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado.

“Atualmente, quase 10% dos passageiros estão a utilizar o Wi-Fi gratuito a bordo. Nas rotas da América, quase 20% dos passageiros utilizam o Wi-Fi a bordo e, nas rotas europeias e africanas, a utilização é superior a 11%”, especifica a Emirates.

“A Emirates tem trabalhado com os nossos fornecedores de serviços para otimizar e melhorar a experiência de Wi-Fi a bordo. Em Março, fornecemos cerca de 55% mais dados por sessão de cliente em comparação com o início de 2022, apesar do número de sessões ter aumentado 68% no mesmo período. Continuaremos a trabalhar para investir em atualizações e melhorias, sendo que os nossos aviões A350 chegarão com a próxima geração de conectividade por satélite já equipada”, afirma Patrick Brannelly, vice-presidente da Divisão de Retalho, IFE e Conectividade da Emirates.

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Turkish Airlines aumenta voos para a Tailândia a partir de 29 de outubro

A partir de 29 de outubro de 2023, a Turkish Airlines aumenta de 14 para 21 o número de voos semanais entre Istambul e Banguecoque, na Tailândia, passando a contar com três voos diários entre as duas cidades.

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A Turkish Airlines vai passar a operar 21 voos por semana entre Istambul, na Turquia, e Banguecoque, capital tailandesa, num aumento de operação que entra em vigor a partir de 29 de outubro de 2023, informou a companhia aérea em comunicado.

Com este aumento de operação, a Turkish Airlines passa a contar com três voos por dia para a capital da Tailândia, cujas partidas de Istambul acontecem às 15h35, 20h55 e 01h55, chegando a Banguecoque às 05h00, 10h15 e 15h20, respetivamente, sempre em horários locais.

Em sentido contrário, os voos da Turkish Airlines partem da capital tailandesa às 06h30, 22h50 e 23h15, chegando à cidade turca de Istambul pelas 13h25, 05h45 e 06h10, respetivamente e também em horários locais.

 

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Transportes

Emirates oferece estadia na compra de viagens para o Dubai

A promoção da Emirates é válida até 11 de junho e oferece duas noites de alojamento em hotel de cinco estrelas na compra de bilhetes de ida e volta em primeira classe ou executiva, enquanto os bilhetes para classe económica dão direito a uma noite de alojamento em hotel de quatro estrelas.

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A Emirates lançou uma nova promoção, na qual está a oferece o alojamento de uma ou duas noites em hotéis de quatro ou cinco estrelas a quem comprar viagens na companhia aérea para o Dubai, oferta que é válida até 11 de junho de 2023.

De acordo com um comunicado da transportadora, os clientes que comprarem um bilhete na Emirates para voos de ida e volta, em primeira classe ou em classe executiva, recebem duas noites de alojamento no 25hours Hotel Dubai One Central, de cinco estrelas, enquanto os passageiros que adquirirem um bilhete de ida e volta em económica recebem uma noite no Novotel World Trade Centre, de quatro estrelas.

“Esta oferta é válida para todos os bilhetes de ida e volta para o Dubai – ou com escala na cidade por mais de 24 horas –, para datas entre 26 de Maio e 31 de Agosto de 2023”, indica a companhia aérea, revelando que a promoção se aplica às reservas diretas, realizadas no site da Emirates, assim como pelo call center da companhia aérea e nas suas lojas físicas, e ainda nas agências de viagens, desde que a reserva seja realizada com uma antecedência mínima de 96 horas antes da chegada ao Dubai.

A Emirates indica que o 25hours Hotel Dubai One Central se localiza junto ao Museu do Futebol do Dubai e inspira-se na cultura tradicional do povo beduíno, enquanto Novotel World Trade Centre está localizado no Centro Internacional de Convenções e Exposições do Dubai (DWTC), oferecendo “um ambiente luxuoso e acolhedor, mesmo no coração do Dubai”.

 

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Aviação

WTTC pede ação urgente sobre combustível de aviação sustentável

A presidente e CEO do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), Julia Simpson, pediu aos governos de todo o mundo que “levem a sério” o incentivo à produção de combustível de aviação sustentável (SAF) e estabeleçam metas ambiciosas para produzir quantidades adequadas.

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Sem quantidades significativas de SAF, o WTTC diz que o setor de aviação não pode descarbonizar em uma escala que permita atingir as emissões zero de CO2 até 2050, conforme comprometido pela indústria e apoiado pelos Estados membros da ICAO.

Na opinião do WTTC, a indústria da aviação espera atingir emissões líquidas de carbono zero ao entregar a redução máxima nas emissões na fonte, através do uso de SAF e novas tecnologias de propulsão inovadoras, como hidrogênio e eletricidade, implantar frotas de aeronaves modernas com baixo consumo de combustível, melhorias na eficiência operacional (na navegação aérea, por exemplo) e soluções fora do setor, como compensação ou captura de carbono.

Infelizmente, diz o organismo internacional, as taxas de produção do SAF são insuficientes para satisfazer a procura e os preços permanecem altos, apesar do recente aumento exponencial na produção.

“A hora da ação é agora. Sem o SAF, os governos lutarão para cumprir as suas metas climáticas, conforme estabelecido pelo Acordo Climático de Paris e os seus compromissos com o crescimento económico, que depende fortemente da aviação para o turismo, comércio e conectividade”, indica comunicado do WTTC.

Assim, apela aos governos para “oferecer fortes apoios para incentivar o investimento na produção de SAF, incluindo créditos fiscais, doações ou outros incentivos financeiros; trabalhar com o setor para definir metas ambiciosas de produção de SAF; e coordenar as suas ações com a Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), agência especializada da ONU para aviação, para garantir uniformidade global nos regulamentos SAF, padrões de sustentabilidade, procedimentos e organização”, dando como um bom exemplo o programa de incentivo nos Estados Unidos. A recente Lei de Redução da Inflação que, através do Tax Blender Credit, criou incentivos fiscais para produção de SAF que já está a dar frutos.

Julia Simpson, destacou que “a procura por SAF nunca foi tão alta, companhias aéreas de todo o mundo querem usar SAF e usaram todas as moléculas já feitas. No entanto, a produção SAF atual atende apenas 0,1% a 0,15% da necessidade, apesar de um aumento de 200% na produção em 2022 em relação a 2021. Isso deixa uma lacuna enorme que só pode ser preenchida através de investimentos rápidos e sustentados”.

Apontou ainda que “pelos preços atuais, o SAF é, em média, três a cinco vezes mais caro que os combustíveis fósseis tradicionais. Os governos devem abordar essa disparidade de custos, fornecendo apoio financeiro e incentivos para tornar o SAF mais acessível e barato. Sem essas metas e sem esses incentivos, o setor não pode descarbonizar”.

Refira-se que a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) lançou recentemente uma nova política destinada a acelerar a produção de SAF, SAF Deployment. A política exige que os governos assumam um papel de liderança na facilitação do aumento da produção SAF. Também ressalta a necessidade de políticas que sejam harmonizadas entre países e setores para fornecer condições equitativas para o setor global de aviação civil.

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Transportes

Portugal foi o país da União Europeia menos pontual nos primeiros quatro meses de 2023

Segundo a AirHelp, empresa especializada na defesa dos direitos dos passageiros aéreos, desde janeiro, mais de um terço dos passageiros sofreu perturbações nos voos em Portugal, o que resulta em mais de dois milhões de passageiros afetados, cerca de 35% do total. 

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Os primeiros meses de 2023 ficaram marcados por greves que afetaram a aviação em Portugal e que, segundo a AirHelp, empresa especializada na defesa dos direitos dos passageiros aéreos, tornaram o país no menos pontual na União Europeia (UE) desde o arranque do ano.

“Em Portugal, os primeiros quatro meses do ano foram marcados pela primeira greve de tripulantes de cabine da EasyJet e por várias convocatórias para greves na TAP, que acabavam por ser desconvocadas. Já na Europa, as greves na Alemanha, França, Grã-Bretanha e Espanha também colocaram em risco a pontualidade das ligações com Portugal”, resume a AirHelp em comunicado.

De acordo com o relatório elaborado pela empresa de defesa dos direitos dos passageiros aéreos, em Portugal, mais de um terço dos passageiros sofreu perturbações nos voos, o que resulta em mais de dois milhões de passageiros afetados, cerca de 35% do total.

“Comparando os dados do presente ano com o período homólogo, registou-se uma duplicação do número de voos com perturbações, com pouco mais de um milhão de passageiros a ver o seu voo atrasado ou cancelado em 2022”, acrescenta a AirHelp, revelando que março foi o mês com maior número de incidentes em Portugal, correspondendo a 800 mil passageiros.

Por regiões, foi em Lisboa que os passageiros registaram mais problemas, com mais de um milhão e meio de passageiros a sentirem alguma perturbação no seu voo, o que corresponde a 41% dos passageiros, seguindo-se o aeroporto da Horta, nos Açores, onde as perturbações afetaram 35% do total de passageiros, enquanto a Madeira ocupa o terceiro lugar, com quase 29% de passageiros afetados.

Já o aeroporto de Ponta Delgada, em São Miguel, Açores, foi o aeroporto português mais pontual nos primeiros quatro meses do ano, com quase 75% dos voos a partirem à hora indicada e cerca de 73% dos passageiros a não serem afetados por qualquer perturbarção.

Os bons resultados foram ainda comuns ao aeroporto do Porto, que a AirHelp considera ser o melhor aeroporto nacional e onde 73% dos voos partiram à hora indicada, enquanto 73% dos passageiros não sofreu qualquer perturbação no seu voo.

No resto da Europa, destaque pela negativa para o Reino Unido, que ocupa o primeiro lugar entre os países com mais passageiros aéreos afetados, num total de seis milhões de passageiros ou 28% do total, seguindo-se a Turquia, com cerca de 5,5 milhões de passageiros afetados (32%), e a Alemanha, que está em terceiro lugar e ligeiramente atrás, com cerca de 4,7 milhões de passageiros (30%) a descolarem com atraso ou a verem o seu voo cancelado.

Em Espanha, por sua vez, cerca de cinco dos 25 milhões de passageiros registados também sofreram algum tipo de perturbação no voo.

No outro extremo fica o Kosovo, o Chipre e a Grécia, que registaram o menor número de atrasos para os viajantes aéreos nos primeiros quatro meses de 2023, com o Kosovo a afirmar-se com o país com menos problemas, já que apenas 16% de todos os passageiros aéreos partiu com atraso, seguindo-se o Chipre, com 17%, e a Grécia, que fecha o pódio, com 18%.

Segundo a AirHelp, nos primeiros quatro meses do ano, mais de 40 milhões de passageiros sofreram atrasos nos seus voos em toda a Europa, o que corresponde a 26% do total de passageiros registados.

“Trata-se de uma deterioração significativa em comparação com o mesmo período do ano passado, quando cerca de 20 milhões de passageiros sofreram atrasos (18%). Além disso, o número de problemas de voo causados pelas companhias aéreas tem vindo a aumentar: enquanto nos primeiros quatro meses de 2022 apenas cerca de 1,8 milhões de passageiros tinham direito a indemnização, este número já aumentou para 3,5 milhões no mesmo período de 2023. Isto significa que o número de problemas causados pelas companhias aéreas aumentou 88% em relação a 2022”, acrescenta a AirHelp.

Pedro Miguel Madaleno, advogado especialista em direitos dos passageiros e representante da AirHelp em Portugal, lembra que, “embora apenas mais cerca de um milhão de passageiros tenha voado no período de estudo de 2023 do que em 2022, o número de atrasos foi significativamente maior”.

“As greves, os protestos e os problemas técnicos tiveram um impacto muito negativo no tráfego aéreo este ano. O atual ambiente de algum conflito laboral, em particular, teve um forte impacto nos numerosos atrasos. Esperamos que a situação não se agrave no período que antecede o verão”, conclui o responsável.

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Ryanair está “cautelosamente otimista” para o verão depois de lucro recorde

A Ryanair registou, até 31 de março, um lucro anual de 1.428 milhões de euros, um valor recorde que leva a transportadora aérea low cost a mostrar-se “cautelosamente otimista” para o verão.

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A Ryanair registou, até 31 de março, um lucro anual de 1.428 milhões de euros, um valor recorde que leva a transportadora aérea low cost a mostrar-se “cautelosamente otimista” para o verão.

De acordo com um comunicado divulgado esta segunda-feira, 22 de maio, a Ryanair apresentou também um forte aumento do tráfego, que subiu 74%, chegando aos 168,6 milhões de passageiros, num subida que foi acompanhada pelo crescimento das receitas, nomeadamente em Itália, Espanha e no Reino Unido.

Com a subida das receitas, a Ryanair viu subir também a sua faturação em 124%, para 10.780 milhões de euros, enquanto as receitas acessórias cresceram 78%, para 3.844 milhões de euros, com um custo médio por passageiro de 23 euros.

Os bons resultados do último ano fiscal deixam a Ryanair animada para 2023, com a transportadora a estimar um aumento de 10% no tráfego deste ano, para cerca de 185 milhões de passageiros, que deverá compensar a fatura da transportadora com combustível, que ronda os mil milhões de euros.

Apesar do otimismo, a Ryanair admite que os atrasos na entrega dos novos aviões Boeing podem “empurrar” parte do crescimento previsto para 2023 para o segundo semestre do ano, o que poderá “reduzir ligeiramente” a meta da transportadora.

No entanto, a Ryanair reconhece que na procura está forte e que as tarifas de pico estão “em alta” em relação ao ano passado e têm atingido valores “significativamente mais altos” que no primeiro trimestre do ano passado, o que também se deveu ao facto da Páscoa se ter comemorado em abril.

 

 

 

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