TAAG suspende rota direta de Luanda para Madrid até maio de 2024
A TAAG – Linhas Aéreas de Angola suspende, a partir de 13 de janeiro, os voos para Madrid, rota inaugurada a 27 de junho de 2022 e muito usada para conectar passageiros ao Porto. Uma possível retoma desta ligação só deverá acontecer a partir de meados de maio.
Victor Jorge
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A TAAG – Linhas aéreas de Angola irá suspender a ligação que tinha entre as capitais de Angola e Espanha até meados de maio de 2024, com o último voo a sair de Luanda, com destino a Madrid, a sair a 13 de janeiro, conforme se pode ler no site da AeroRoutes, plataforma que disponibiliza informações sobre voos de companhias aéreas em todo o mundo.
Ainda que tecnicamente apenas “suspensos”, Pedro Castro, diretor da SkyExpert, alerta que em aviação “tudo pode mudar muito rapidamente”, dando o exemplo dos voos Luanda-Acra ou Luanda-Durban que já tiveram voos diretos à venda em sistema e que, à última da hora, a TAAG cancelou ou substituiu por outras opções com escala.
Para o especialista, a TAAG nunca deveria ter aberto esta rota para Madrid. “Esta rota tinha dados históricos muito sólidos sobre o seu verdadeiro potencial devido aos voos diretos operados pela Iberia no passado”.
A procura natural muito baixa entre as duas cidades – à volta de 20 passageiros por dia para um avião de 300 lugares – obrigou a TAAG a programar uma “fraca utilização” do seu avião de longo curso que ficava 17 horas parado em Madrid a pagar taxas de estacionamento e a perder a oportunidade de voar para outros destinos.
Pedro Castro salienta que “a única forma que a antiga gestão da TAAG encontrou para encher o avião e dar uma aparente ilusão de sucesso foi a de oferecer tarifas muito baixas para outros destinos, como São Paulo, África do Sul ou de captar passageiros do Porto via Madrid através dos voos da Iberia a quem pagava um valor fixo”.
“Em qualquer dos casos, quando o departamento financeiro da companhia vai depois dividir a receita total dos bilhetes vendidos pelos vários segmentos envolvidos, o resultado final é que sobra muito pouco para o Luanda-Madrid e isso afunda a tarifa média da rota, um elemento fundamental para aferir a verdadeira rentabilidade de uma rota”, frisa o diretor da SkyExpert.
As contas feitas pelo jornal económico angolano Expansão, apontam para “um buraco financeiro estimado em 16 milhões de dólares” (perto de 15 milhões de euros), tendo por base “um prejuízo de 100 mil dólares (mais de 91 mil euros) por voo”, estima o jornal Expansão.
Para os todos passageiros com bilhetes marcados para estes voos que deixaram de existir, a SkyExpert informa que a TAAG está “obrigada a propor alternativas equiparáveis e aceitáveis para o cliente – na TAAG ou noutras companhias que não têm necessariamente que passar por Luanda no caso de destinos finais diferentes – ou providenciar o reembolso do bilhete se o cliente assim o desejar”.
Para aqueles casos em que o aviso é efetuado com menos de 14 dias de antecedência pode aplicar-se ainda o regulamento europeu 261/2004 que prevê uma indemnização de 600 euros por passageiro.
“A própria suspensão vai ter um custo muito elevado porque a lei dos consumidores do Brasil e da Europa é muito protecionista dos passageiros”, recordando ainda Pedro Castro que, em novembro, “foi inaugurado – e prontamente fechado – o novo aeroporto de Luanda, um ‘hub’ para África”.
“A rota Madrid-Luanda é o paradigma máximo daquilo que poderia ser uma rota tipo ‘hub’. O resultado está à vista. Mas para as inaugurações vêm todos à festa, já para assumir as responsabilidades políticas e financeiras, infelizmente, sobra apenas o contribuinte”, conclui o diretor da SkyExpert.