Apesar da melhoria, resultados líquidos da TAP continuam negativos em 57,4 M€
Os resultados da TAP no 1.º trimestre de 2023 mantiveram-se no negativo, mas melhores do que no mesmo período de 2022 e 2019. O grande número positivo está nos passageiros transportados. E se os rendimentos operacionais subiram, os gastos operacionais tiveram igual performance .
Victor Jorge
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Nos primeiros três meses do exercício de 2023, a TAP apresentou prejuízos de 57,4 milhões de euros, representando “uma melhoria significativa quando comparado os valores dos 1.º trimestres de 2022 e2019, que registaram valores de 121,6 milhões e 106,6 milhões negativos, respetivamente”, lê-se no documento publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Esta melhoria nos resultados deve-se, segundo a companhia aérea nacional a um “forte crescimento da atividade no primeiro trimestre, com o número de passageiros e capacidade a superar os níveis pré-crise do primeiro trimestre de 2019 e a gerar um aumento significativo das receitas para 835,9 milhões de euros, apoiado em melhores níveis de utilização de capacidade da frota”.
De facto, o número de passageiros transportados pela TAP aumentou em mais de 1,4 milhões, passando de 2,104 milhões, no 1.º trimestre de 2022, para 3,511 milhões, nos primeiros três meses de 2023 (+66,9%), permitindo que nas passagens vendidas, o valor tenha passado de 412,7 milhões de euros para 737,6 milhões de euros, quando comparado estes dois períodos, correspondendo a um aumento de perto de 79%.
Mas também os gastos operacionais registaram uma evolução, passando de 552,7 milhões de euros nos primeiros três meses de 2022, para 852,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, ou seja, uma subida de 54,2%.
Uma das rubricas que mais contribuiu para esta subida, foi o aumento do combustível, valor que mais do que duplicou na comparação anual. Se nos primeiros três meses de 2022 o gasto em combustível representou 132,2 milhões de euros, um ano depois, esse valor subiu para 277 milhões de euros (+109,6%).
Na alínea dos custos com pessoal, o documento remetido à CMVM mostra que estes subiram 52,6%, passando de 81,1 milhões de euros no 1.º trimestre de 2022 para 123,8 milhões de euros nestes primeiros três meses de 2023.
A TAP informa ainda que o balanço apresenta “uma forte posição de caixa e equivalentes de caixa de 855,8 milhões de euros a 31 de março de 2023, apesar da diminuição de 60,3 milhões de euros quando comparado com 31 de dezembro de 2022, mantendo os níveis consistentes de liquidez”.
De uma perspectiva operacional, a companhia reabriu, no final do trimestre, dois destinos – Nápoles e Porto Santo (ambos sazonais da época de verão), enquanto a frota operacional, a TAP operou, durante o trimestre, um total de 95 aeronaves, uma das quais exclusiva a carga, com a adição de duas aeronaves quando comparado com 31 de dezembro de 2022. A 31 de março de 2022, 67% da frota operacional de médio e longo curso consistia em aeronaves da família NEO (em comparação com 65% a 31 de março de 2022 e 17% a 31 de março de 2019).
Luís Rodrigues, presidente Executivo da TAP, salienta, no documento, que “o primeiro trimestre de 2023 mostrou uma continuidade do crescimento da procura, fazendo com que a TAP transportasse, pela primeira vez num trimestre pós-crise, mais passageiros do que em 2019”.
Luís Rodrigues acrescenta ainda que “a TAP apresentou neste trimestre, um forte desempenho operacional e financeiro, apesar do aumento dos custos e dos desafios operacionais. Enfrentar esses desafios às portas do Verão é o caminho no qual temos de nos concentrar. Caminho esse, que não se pode realizar sem o esforço e dedicação de todos os nossos colaboradores”.