A gastronomia que alimenta corpo e alma
Leia a opinião de Ana Jacinto, Secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
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Quando falamos em gastronomia vem-nos logo à mente os pratos, os paladares, os nossos restaurantes e as inúmeras e mais que merecidas distinções internacionais.
É hoje inegável que a gastronomia, por si só, e compreendendo a sua dimensão cultural e económica, é um verdadeiro produto turístico. Assim, e como hoje bem se reconhece, as estratégias de turismo gastronómico podem ajudar, e muito, a aumentar a atratividade de um destino, mas não só. A gastronomia desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das regiões e temos inúmeros exemplos no nosso país, de regiões e locais, em que a gastronomia se assume como o seu mais valioso património e o seu maior pólo de atratividade.
De acordo com a Organização Mundial de Turismo, a tendência dita que a gastronomia já se tornou uma motivação essencial na intenção de escolha de um destino turístico, além de ser um elemento fundamental da história, da tradição e da identidade de um território. Mais: este segmento “oferece um enorme potencial para estimular as economias locais, regionais e nacionais e promover a sustentabilidade e a inclusão”.
Nesse sentido, é pois com grande satisfação que assisti às recentes distinções internacionais atribuídas a restaurantes em regiões do interior no Norte do nosso país, zonas tradicionalmente mais esquecidas e subvalorizadas, nestas como em outras matérias. Seja no interior, seja no litoral, seja cozinha tradicional, seja cozinha dita “gourmet”, a boa gastronomia está cada vez mais presente um pouco em todas as regiões.
A nossa gastronomia tem de ser, de facto, especial, porque consegue ser unanimemente reconhecida e apreciada por turistas dos mais diversos e distantes pontos do mundo, com outros hábitos alimentares, com produtos, confeções e sabores completamente distintos dos nossos e que, ainda assim, ficam absolutamente rendidos.
Muitos poderão ter esquecido, mas desde o ano de 2000 que a gastronomia portuguesa se encontra formalmente reconhecida como um bem imaterial integrante do património cultural de Portugal, por se reconhecer a sua importância ao nível turístico e económico, mas também porque as artes culinárias contribuem para a caracterização da nossa nação. A gastronomia faz parte de quem somos enquanto povo. Já dizia Eça de Queiroz “Diz-me o que comes, dir-te-ei o que és. O carácter de uma raça pode ser deduzido simplesmente do seu método de assar a carne. Um lombo de vaca preparado em Portugal, em França, ou Inglaterra, faz compreender talvez melhor as diferenças intelectuais destes três povos do que o estudo das suas literaturas.
Por tudo isto, devemos promover e acarinhar cada vez mais esta nossa “riqueza”.
Por fim, uma última nota que não deixa de me vir à mente. Sem querer “entrar em touradas”, e sem emitir quaisquer considerações ou apreciações sobre a atividade da tourada propriamente dita, não deixa de ser no mínimo questionável e muito pouco sensato e desprovido de sentido, que os serviços de alimentação que são prestados nos nossos restaurantes, que elevaram a gastronomia ao patamar em que ela hoje está, seja taxada a 13% e não a 6%!
Fica a dica, até porque, a nossa gastronomia alimenta o corpo e a alma!
Opinião de Ana Jacinto, Secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP)