Algarve quer grupos de trabalho temáticos com Alentejo e Andaluzia que incluem o turismo
Depois da reunião do Conselho Plenário da Comunidade de Trabalho Alentejo-Algarve-Andaluzia (EuroRegiãoAAA), a CCDR Algarve quer reforçar a cooperação entre as três regiões e criar grupos de trabalho temáticos que traduzem uma visão estratégica partilhada para o futuro do território.

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A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve acaba de formalizar propostas para reforçar a cooperação entre o Algarve, o Alentejo e a Andaluzia, assente na criação de grupos de trabalho temáticos que traduzem uma visão estratégica partilhada para o futuro do território.
Decorrente da reunião do Conselho Plenário da Comunidade de Trabalho Alentejo-Algarve-Andaluzia (EuroRegiãoAAA), que se realizou no passado dia 8 de maio de 2025, na Estação Biológica de Mértola, o presidente da CCDR Algarve , José Apolinário, propôs a criação de grupos de trabalho que reflitam as prioridades comuns, o aprofundar sinergias em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável e coeso da Euroregião, envolvendo entidades públicas e privadas, universidades, centros de investigação, associações empresariais, comunidades intermunicipais, municípios e organizações de desenvolvimento local.
Entre os temas destacados aparece a cultura, património cultural e turismo, defendendo o Algarve uma valorização integrada do património cultural material e imaterial da raia, a promoção de eventos e programas culturais conjuntos, como a Mostra Espanha e Cultura Portugal e a criação de um programa de mobilidade ibérica na área do turismo e hotelaria, à semelhança do ERASMUS.
No domínio da água, biodiversidade e saúde dos solos, o objetivo passa por promover uma gestão mais sustentável dos recursos naturais, assegurar a resiliência hídrica das três regiões, mobilizar fundos europeus para novas fontes e gestão inteligente da água, proteger ecossistemas sensíveis no vale do Guadiana.
Já noutro eixo prioritário – mobilidade e conectividade transfronteiriça – está incluído o acompanhamento da construção da nova ponte internacional entre Alcoutim e Sanlúcar del Guadiana, infraestruturas rodoviárias e ferroviárias que melhorem a ligação entre as três regiões, em especial a reclamada ligação ferroviária Faro-Huelva-Sevilha e a valorização de percursos cicláveis como o EUROVELO 1, bem como a futura ciclovia do Guadiana, com forte vocação ecoturística.
Na área da economia, inovação e crescimento azul, propõe-se o reforço da cooperação no âmbito das estratégias regionais e europeias de desenvolvimento da economia azul, com especial atenção à navegabilidade do rio Guadiana, à dessalinização, às algas e à proteção do meio marinho, defendendo-se ainda que a Euroregião proponha à Comissão Europeia que as comemorações do Dia Europeu do Mar em 2027 tenham lugar neste território.
Por fim, na área da proteção civil e alterações climáticas, a CCDR Algarve propõe a continuidade da cooperação transfronteiriça na gestão de riscos e emergências, através do desenvolvimento de plataformas tecnológicas interoperáveis e da promoção de redes de alerta rápido. A proposta inclui ainda o desenvolvimento de ações conjuntas de prevenção de incêndios florestais e o desenvolvimento de uma nova fase do projeto CILIFO.
Dada a relevância e emergência do acesso à habitação no atual contexto, o Algarve propôs também a constituição de um Grupo de Trabalho Especial sobre Habitação, para partilha de boas práticas e de políticas públicas no acesso à habitação acessível e social, com o apoio dos fundos europeus da coesão.
Esta proposta reflete “a ambição e o compromisso do Algarve com uma cooperação mais próxima, eficaz e estratégica entre os territórios da EuroRegião Alentejo-Algarve-Andaluzia”, refere a CCDR Algarve, em comunicado.
E conclui que o objetivo passa por “construir soluções comuns para os desafios partilhados e afirmar a EuroRegião Algarve-Alentejo-Andaluzia como um espaço de cooperação, de sustentabilidade e solidariedade europeias, de inovação, empreendedorismo e qualidade de vida para todos os cidadãos”.