Congresso APAVT: Presidente da APAVT (re)lança desafio à CTP para “tomar politicamente conta da BTL”
Na abertura da 49.ª edição do Congresso da APAVT, Pedro Costa Ferreira, presidente da associação, lançou críticas à organização da BTL, justificando a não presença da APAVT na feira do turismo, lançando, de novo, o desafio ao presidente da CTP para “tomar politicamente conta da BTL”.

Victor Jorge
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No discurso de abertura do 49.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que contabiliza 750 inscrições, Pedro Costa Ferreira, presidente da associação, aproveitou a ocasião para dar uma reposta para a saída da associação da BTL, em 2025, recordando o papel que a APAVT teve quando, em 2020, a feira foi cancelada devido à pandemia.
De resto, a presença da APAVT na BTL, que se realiza de 12 a 16 de março na FIL, sempre assumiu um papel de destaque, ocupando, nos últimos anos, mais de 1.200 m2, constituindo-se como o “espelho” do setor da distribuição na maior feira do turismo em Portugal. não só com a presença dos associados da APAVT como, também, com diversas parcerias com entidades externa, exemplo da presença de Macau nos últimos anos e da “solidariedade” demonstrada para com a Ucrânia.
“O mundo tinha parado, e tínhamos já pago verbas muito significativas à BTL, de acordo com o processo de contratação da feira desse ano”, destacou o presidente da APAVT, salientando que na associação “ninguém se esqueceu ainda que, a pedido dos representantes da feira, decidimos não exigir o reembolso das verbas entregues à entidade que gere a feira do turismo português, apesar de naturalmente termos devolvido todo o dinheiro que nos tinha sido pago pelos nossos associados, aos próprios”.
“Por outras palavras, financiámos a BTL”, realçou Pedro Costa Ferreira, admitindo que tal realidade “fragilizou a nossa própria tesouraria com verbas para nós muito significativas, num dos momentos mais críticos da nossa existência”, acrescentando ainda que “fomos dos muito poucos, senão os únicos, a fazê-lo (…) sem saber se alguma vez poderíamos reaver os valores entregues”.
“Foram estes mesmos parceiros que, ultrapassada a pandemia, nos fizeram exigências financeiras que obrigaram dezenas de associados nossos a abandonar a feira”, salientou o presidente da APAVT, colocando a questão: “Tinha a BTL o direito de nos impor o aumento de preço que nos quis impor? Claro que sim!”. Seguiu-se a resposta: “O que está em causa é que a BTL, enquanto necessitou da APAVT, acordou um preço que fez do nosso stand não apenas o maior stand privado da feira, mas também o maior dinamizador do programa dos hosted buyers, o precursor do B2C na BTL, o grande realizador da aventura de consumo em que se transformou a nossa feira de turismo, nos fins de semana”.
Admitindo que, na altura, “não foi um preço baixo”, Pedro Costa Ferreira considerou que “foi o investimento mais certeiro da BTL, com um retorno inimaginável há dez anos”.
Assim, do ponto de vista dos interesses que a APAVT defende, Pedro Costa Ferreira questionou “se temos uma feira para o Turismo, um evento que dinamiza, promove e consolida o nosso setor, ou se temos o Turismo para uma feira, uma organização que se tornou gulosa e que apenas usa o sucesso do setor para obter mais e mais dinheiro, sem a menor articulação, ou mesmo respeito, pelos diversos stakeholders”.
“Foi por tudo isto que dissemos não às propostas da BTL”, referiu o presidente da APAVT, recordando o tempo em que, em sede de CTP, “estimulei o seu presidente a tomar politicamente conta da BTL, impedindo que o turismo fosse utilizado por um mero processo de recuperação empresarial”.
Por isso, Pedro Costa Ferreira, reforçou esta posição, lançando, novamente, o desafio ao presidente da CTP, salientando que “precisamos de uma feira que sirva o turismo e que se articule com os seus estrategas, decisores e protagonistas, não precisamos que o turismo seja unicamente fonte alimentadora de uma necessidade crescente de realizar receitas”.
*O jornal Publituris esteve em Huelva a convite da APAVT