CTP defende pacto de regime para questões que ultrapassam uma legislatura, e pede Ministério do Turismo
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, defendeu um pacto de regime entre o PS e o PSD para questões tão transversais que normalmente ultrapassam uma legislatura, neste caso, em relação à TAP e ao novo aeroporto de Lisboa, e pede um Ministério de Turismo no próximo Governo que sairá das eleições de março.
Carolina Morgado
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Francisco Calheiros que participou, via online, no painel sobre “E agora, o que fazer com este orçamento?, no 48º congresso da APAVT, que teve lugar no Porto, com António Amaro, vice-presidente do PSD, e Carlos Pereira, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, referiu que “não posso deixar de aproveitar, perante dois vice-presidentes de dois partidos políticos em que um deles será Governo no próximo mês de março, para apelar que quer o PS, quer o PSD podiam assentar que quem ganha governa, para não estarmos envolvidos na questão de haver ou não associações ou coligações pré ou pós eleitorais. Isto é fundamental para o empresário poder ter estabilidade e previsibilidade”.
Na sua intervenção, o presidente da CTP defendeu ainda “um pacto de regime entre os dois partidos políticos para questões tão transversais que normalmente ultrapassam uma legislatura, como são a saúde e a educação, e concretamente, no que respeita ao Turismo, em relação à TAP e ao aeroporto”.
Francisco Calheiros reivindica também que, “se todos dizem que o Turismo é o motor da economia, então, e face à sua transversalidade, era altura, mais do que justa e justificada, de sentar o Turismo no Conselho de Ministros, e não o deixar perdido numa Secretaria de Estado com outras atividades económicas que pouco ou nada têm a ver com o setor”.
O presidente da Confederação do Turismo de Portugal, assumiu ainda não ter grandes expectativas sobre o OE 2024, pois comtempla muito pouco as empresas, além do que provavelmente não será este OE que vai arrancar, já que a primeira coisa que o próximo governo irá fazer é um retificativo, antevendo-se uma gestão em duodécimos, “Isto não é nada bom, pois não dá estabilidade”, sublinhou, para acrescentar que “vai tudo parar” durante os próximos seis meses à espera da nova solução governativa, focando a decisão mais esperada pelo setor – o novo aeroporto.
Dirigindo-se aos seus colegas de painel, ou seja, ao PSD e ao PS, Francisco Calheiros foi perentório: Não se ponham de fora, têm grandes culpas por não ter havido já obras no Montijo”, apontando que “não medi a percentagem de culpa. Só disse que todos têm culpa neste atraso. O turismo é que não tem culpa”.
Mas o setor não está preocupado não só com o novo aeroporto e a privatização da TAP. Há outros temas que estão igualmente na agenda da CTP, como a falta de mão de obra no setor, os salários e a crise da habitação que justificou politicamente o travão ao alojamento local.
No entanto Francisco Calheiros sublinhou ser “fundamental para o setor que se respeitem as medidas do acordo de competitividade e salários”, não esquecendo que, no âmbito deste acordo, o salário mínimo ter subido quase 8%, passado de 760 euros para 820 euros.
No que diz respeito à falta de mão-de-obra no país, não só no Turismo, o presidente da CTP disse que a solução só pode passar pelo recurso à imigração. “Se em 2015 tínhamos 130 mil trabalhadores estrangeiros a descontar para a Segurança Social, no ano passado estes passaram a 610 mil, portanto, alguma coisa foi feita”, reconheceu.
Os protagonistas da sessão tentaram responder a uma questão central: Com um orçamento aprovado em circunstâncias inéditas, com um Governo demissionário e que se mantém em funções até às eleições de 10 de março, quais são as saídas para a crise?”.