Acordo “ReFuel EU” é um passo em frente para permitir o SAF na aviação europeia
A partir de 2025, pelo menos 2% dos combustíveis de aviação devem ser sustentáveis, aumentando essa parcela a cada cinco anos: 6% em 2030, 20% em 2035, 34% em 2040, 42% em 2045 e 70% em 2050. A Airlines for Europe (A4E) diz que agora é tempo de os decisores políticos se voltarem para o desenvolvimento de uma indústria SAF.

Victor Jorge
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Os dados já tinham sido lançados: a partir de 2025, pelo menos 2% dos combustíveis de aviação devem ser sustentáveis, aumentando essa parcela a cada cinco anos: 6% em 2030, 20% em 2035, 34% em 2040, 42% em 2045 e 70% em 2050. Além disso, uma proporção específica do mix de combustíveis (1,2% em 2030, 2% em 2032, 5% em 2035, atingindo progressivamente 35% em 2050) deve incluir combustíveis sintéticos como o e-querosene.
Para a Airlines for Europe (A4E), os decisores políticos da União Europeia (UE) devem agora “voltar sua atenção para garantir que a Europa desenvolva uma indústria SAF forte que possa fornecer combustível sustentável suficiente para as companhias aéreas cumprirem os mandatos acordados durante as negociações da ReFuel EU.
A adoção generalizada do SAF (Sustainable Aviation Fuel) é um componente crítico do roteiro da aviação europeia para alcançar o net zero, salientando os responsáveis da A4E que “os decisores políticos da UE precisam “investir os seus esforços na construção da indústria SAF da Europa da mesma forma que estão a apoiar outras tecnologias sustentáveis”.
O diretor administrativo interino da A4E, Laurent Donceel, admite que “o SAF é a pedra angular para trazer a aviação para as emissões de carbono Net Zero. Este acordo oferece segurança tanto para a indústria SAF como para as companhias aéreas, enquanto trabalhamos para a primeira meta de 2% de aceitação de SAF até 2025”.
Contudo, Donceel salienta que o ReFuel EU “não é o destino final para combustível de aviação sustentável na Europa”, afirmando que os decisores políticos europeus precisam garantir que agora sigam e ajudem a construir uma indústria SAF líder mundial, fortalecendo a segurança do combustível, gerando empregos sustentáveis. A UE precisa pensar no SAF da mesma forma que pensa em turbinas eólicas, painéis solares e outras tecnologias sustentáveis, a fim de apoiar a transição energética da aviação sem cobrar o preço do passageiro no ar”.
“O trabalho no SAF está apenas a começar e os decisores de políticas precisarão garantir que haja uma política positiva e um ambiente de investimento para a indústria europeia de SAF para garantir o fluxo de combustíveis sustentáveis a preços acessíveis e colocar a aviação europeia no seu caminho para um futuro mais sustentável”, concluiu Donceel.
A A4E frisa ainda que “o mandato único para SAF em toda a UE evitará a fragmentação do mercado único da UE para a aviação por meio de diferentes metas nacionais em diferentes estados-membros”, destacando que o mandato da UE deve agora “suplantar os mandatos nacionais e harmonizar toda a legislação relevante”.
“Regras de reporte rigorosas para fornecedores de combustível com requisitos de transparência no que diz respeito à sustentabilidade do combustível fornecido serão fundamentais para garantir a legitimidade do mandato aos olhos dos passageiros”, diz a A4E.
Os decisores políticos também concordaram em introduzir um rótulo ecológico para voos a partir de 2025. Embora a A4E apoie o fornecimento de informações aos consumidores sobre os seus voos, a entidade adverte que “qualquer rótulo deve ser baseado numa metodologia robusta e apresentar uma descrição precisa do impacto ambiental dos voos”.