Um potencial grande ainda por descobrir
O presidente da Câmara do Comércio do Sotavento (CCS), Marcos Rodrigues, está convicto que, ao nível do turismo, Cabo Verde tem ainda um grande potencial por descobrir.
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Carolina Morgado
Cabo Verde
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Marcos Rodrigues, que preside a Câmara de Comércio do Sotavento (CCS), que reconhece o turismo como uma das atividades capitais para o desenvolvimento do país, defende que Cabo Verde tem muita capacidade e várias potencialidades para além do sol e mar.
“Além do Sal e da Boa Vista, existem várias ilhas com potenciais enormes, como é o caso do Fogo, com o seu ícone, o vulcão, Santo Antão com a sua natureza, S. Vicente e Santiago, com caraterísticas muito próprias, ligadas às artes, culturas e tradições, Brava, que está por descobrir, onde os turistas ainda não começaram a chegar, e maio, que está a iniciar uma estratégia de desenvolvimento. Ou seja, Cabo Verde tem um imenso potencial em várias áreas, e condições para oferecer aos mercados turísticos”, disse-nos o também empresário.
O presidente da CCS referiu que alguns operadores têm vindo, aos poucos, a descobrir essas potencialidades, mas o problema é que esses destinos ainda não estão consolidados nos mercados internacionais, como são os casos do Sal e a Boa Vista, trabalhados por grandes operadores internacionais. No entanto, aponta que “o Governo tem vindo a fazer alguma coisa”.
O facto é que nessas ilhas faltam infraestruturas, e principalmente ligações. “As ligações inter-ilhas é uma das questões que está na nossa agenda e tem sido bastante discutida. A nova companhia aérea que está a operar os voos domésticos está a fazer um esforço enorme ao nível de novos equipamentos, ao mesmo tempo que está a haver um esforço de desenvolvimento das ligações marítimas” considerou o responsável.
Entendemos que é importante e há que fazer mais para atrair muitos mais portugueses na área do investimento
E acrescenta que “a primeira coisa que os investidores querem saber é se estão garantidos os transportes e se os seus clientes chegam a horas aos voos internacionais para poderem sair de Cabo Verde. Vencendo esta etapa, estou certo que o turismo nas outras ilhas ganhará uma nova dinâmica”.
Turismo merece atenção da CCS
Marcos Rodrigues salienta que a CCS tem um papel abrangente, e tem na primeira linha as matérias mais importantes do desenvolvimento de Cabo Verde, e o turismo “é um dos setores que merece a nossa atenção, até porque temos vários associados, empresas que procuram na Câmara voz que os representa. A CCS mantém um contacto permanente com o setor e quer que o turismo ganhe a dinâmica nas outras ilhas onde está ainda muito por acontecer”.
O presidente da CCS, que conhece bem o mercado português, destacou que os portugueses têm mantido uma grande importância em Cabo Verde, seja com a presença de turistas, seja na questão do desenvolvimento. “Há uma procura substancial de portugueses para investir em Cabo Verde. Está a acontecer com uma dinâmica bastante grande, especialmente, ao nível de pequenas e médias empresas. Nós entendemos que é importante e há que fazer mais para atrair muitos mais portugueses na área do investimento”, sublinhou o empresário.
Marcos Rodrigues considera, por último, que “Cabo Verde tem condições e capacidade para atrair essas pequenas e médias empresas portuguesas porque trazem know-how, conhecimento, partilham a mesma língua e uma cultura idêntica. São investidores muito estimados e muito bem tratados em Cabo Verde”.