Rotas domésticas, étnicas e destinos de praia. Como a easyJet prevê o início da retoma?
Na Web Conferência “Lisboa: Preparar o Futuro”, José Lopes, diretor-geral da easyJet em Portugal, falou dos mercados que podem arrancar numa primeira fase.
Carina Monteiro
TAAG retoma este ano voos entre Luanda e Praia, via São Tomé
Miradouro do Zebro é nova atração turística no concelho de Oleiros
Faturação dos estabelecimentos hoteleiros em Portugal ultrapassou os 6MM€ em 2023
Portugueses realizaram 23,7 milhões de viagens em 2023
Allianz Partners regista crescimento em todos os segmentos de negócio
Azul celebra mais de 191 mil passageiros no primeiro aniversário da rota para Paris
Octant Hotels promove-se nos EUA
“A promoção na Europa não pode ser só Macau”
APAVT destaca “papel principal” da associação na promoção de Macau no mercado europeu
Comitiva portuguesa visita MITE a convite da APAVT
Os mercados mais propensos a começar a operar são os domésticos. A afirmação é de José Lopes, diretor-geral da easyJet para Portugal, quando questionado sobre quais as ligações que retomarão em primeiro lugar para Portugal. No que diz respeito ao mercado doméstico português, a companhia de aviação revela preocupação com a Madeira. “O mercado doméstico mais forte é a ligação Lisboa-Funchal, e infelizmente, na Madeira, temos restrições que vão além das que temos no continente. O feedback que vamos tendo é que a linha a seguir vai ser essa, com restrições acima do que vai ser implementado em Portugal continental e na Europa. Esperemos que não se concretize, e que exista uma unificação das medidas, porque esse seria à partida um dos mercados com maior potencial para um arranque numa primeira fase”.
O responsável da easyJet em Portugal, que falava na Web Conferência “Lisboa: Preparar o Futuro”, deu ainda como referência outros mercados que podem arrancar numa primeira fase. É o caso do “mercado étnico que tem uma ligação emocional ao país e que acreditamos que poderá também, logo nesta primeira fase, ser uma das pedras basilares para retomar. Estamos a falar não só dos mercados tradicionais, como Suíça, França, Alemanha e Luxemburgo, mas também dos mercados da nova emigração, como Londres, que foi o grande centro de emigração da crise quando tivemos a troika no nosso país, sobretudo da grande Lisboa. Por isso, as ligações entre Lisboa e Londres serão aquelas que poderão arrancar nesta primeira fase”.
Em seguida, “os inputs” que a companhia tem tido vão no sentido de “haver uma maior resiliência do turismo de praia”. Por essa razão, José Lopes lança o desafio de relançar Lisboa neste mercado. O responsável da easyJet em Portugal sublinha que Lisboa é um dos mercados “mais multifacetados da Europa, com uma oferta de praia muito importante”, mas que “tradicionalmente nunca foi vendido” dessa forma. “Lisboa poderá reinventar-se com essa oferta como um dos seus pontos fortes nesta retoma.” Lisboa apresenta ainda outra vantagem comparativamente a outras cidades europeias, na opinião de José Lopes. “Uma das mensagens que nos têm chegado é que o consumidor vai estar numa primeira fase a procurar cidades cidades que sejam menos massificadas. Vão ser evitadas possivelmente deslocações a Paris, Amesterdão, Barcelona, onde por tradição existe uma maior aglomeração. As cidades portuguesas não são vistas ainda como demasiado ocupadas em termos de número de turistas, e podem ter a vantagem de serem mais atraentes para o consumidor”.
Por fim, o diretor-geral da companhia aérea em Portugal estima a reabertura de rotas de Lisboa para os mercados tradicionais. “Temos de voltar ao básico e focar-nos nos mercados fortes para Portugal, que são os europeus: o britânico, o francês, o alemão. São os nossos mercados ‘core'”.
José Lopes defendeu ainda na conferência a extensão do lay off até ao final da temporada de Inverno. “Estamos a falar de uma atividade que tem uma sazonalidade muito acentuada e que, normalmente, tem um Inverno deficitário”.
O responsável da easyJet em Portugal deixou ainda uma mensagem de confiança, acreditando que Portugal está bem posicionado para começar a retomar a atividade. “Vamos mais uma vez mostrar a resiliência que setor do turismo neste país tem para voltar pouco a pouco a reconstruir tudo aquilo que tínhamos construído até agora”.