Aeroportos congestionados em Lisboa e Porto limitam crescimento da easyJet
Companhia aérea espera crescimento de apenas 3% no Inverno, quando em igual período do ano passado o crescimento tinha sido superior a 20%.

Inês de Matos
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O director da easyJet para Portugal, José Lopes, revelou esta quinta-feira, 25 de Janeiro, que a companhia aérea conta crescer apenas 3% em Portugal neste Inverno, depois de um crescimento superior a 20% em igual período do ano passado, devido ao esgotamento do aeroporto de Lisboa, que tem levado as companhias a desviar as operações para o Porto, o que resultou também na saturação deste aeroporto.
“Este Inverno, por exemplo, vamos crescer apenas 3% em Portugal, a comparar com o crescimento de 15% no ano passado. É uma quebra e estamos a falar de não crescer porque não podemos crescer”, revelou o responsável num encontro com jornalistas, depois de uma visita ao novo avião A320-neo da companhia.
De acordo com José Lopes, a situação é, neste momento, “dramática”, até porque “Lisboa e Porto, em conjunto, representam mais de metade do tráfego de e para Portugal”, motivo pelo qual “estas limitações têm um impacto muito grande”.
“Quando Lisboa ficou congestionada, os operadores desviaram a operação para o Porto. O crescimento que vinha para Lisboa foi para o Porto e o que aconteceu foi que o Porto ficou bloqueado também. Neste momento, não há slots no Porto”, revelou José Lopes, explicando que a easyJet pediu, este ano, mais de dois mil slots no Porto e viu serem-lhe atribuídos apenas 40.
O director da easyJet em Portugal diz que estas limitações afectam todas as companhias que operam em Lisboa e no Porto, e revela que se estão a perder oportunidades para abrir novos destinos e crescer mais.
“Portugal, neste momento, não está a crescer porque não há capacidade e porque não foram tomadas as medidas necessárias e tardam a ser tomadas. Cada dia que passa, são mais oportunidades que estamos a perder”, afirmou.
A easyJet apoia a aquisição pela NAV de um novo software de gestão do espaço aéreo, bem como o encerramento da pista 17/35 do aeroporto de Lisboa, de forma a permitir a implementação de uma nova torre de controlo, defendendo também algumas “medidas mais inteligentes de gestão de recursos”, como a proibição da operação de aviões mais pequenos em Lisboa, o aumento do preço mínimo de aterragem e a mudança da incidência das taxas aeroportuárias na aterragem, em vez dos passageiros transportados.
“Quando um aeroporto tem restrições, se nós queremos continuar a crescer, temos que começar a tomar decisões corajosas relativamente a essa utilização inteligente. E achamos que a estrutura tarifária deve ter também medidas que incentivem claramente a eficiência”, afirmou o responsável.
José Lopes diz que estas limitações impedem a companhia de abrir novos destinos em Lisboa e no Porto, e inviabilizam completamente um regresso aos Açores, para onde a companhia deixou de voar no ano passado.
“Um regresso aos Açores está, por enquanto, fora de questão”, afirmou José Lopes, explicando que os problemas nos dois principais aeroportos nacionais têm interferido também com a operação noutros aeroportos nacionais.
“Gostaria imenso de aumentar a capacidade para o Funchal, onde existe cada vez maior procura, até de tráfego doméstico e, neste momento, sem slots em Lisboa, não conseguimos operar mais voos para o Funchal. Mesmo outros aeroportos acabam por ser afectados por estas limitações operacionais que estamos a sofrer aqui em Lisboa e no Porto”, referiu.