Administração da TAAG afastada depois da saída da Emirates
Emirates rescindiu contrato de concessão para a gestão da TAAG e José Eduardo dos Santos decidiu afastar a administração da transportadora angolana, cuja liderança tinha sido indicada pela companhia do Dubai.
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O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, afastou a administração da TAAG na sequência da decisão da Emirates, que se retirou da gestão da companhia aérea angolana devido às dificuldades no repatriamento das receitas das vendas em Angola.
O anuncio de que a administração da TAAG tinha sido afastada por decreto presidencial consta de um comunicado enviado à Lusa pela Casa Civil do Presidente da República de Angola, onde se pode ler que a decisão de afastar a administração da companhia angolana foi tomada “na sequência da rescisão unilateral” pela Emirates do contrato de gestão com a TAAG.
No decreto que afasta a administração da TAAG, José Eduardo dos Santos procede também à nomeação de uma nova comissão de gestão para “assegurar a continuidade da atividade” da transportadora, que será coordenada por Joaquim Teixeira da Cunha, antigo presidente do conselho de administração da empresa.
Esta comissão de gestão terá como coordenadores adjuntos Rui Paulo de Andrade Telles Carreira e Wiliam Rex Boutler, integrando ainda Eric Zinu Kameni, Nuno Ricardo da Silva Oliveira Pereira, Patrick J. Rotsaert e Vilupa Mathanga Gunatileka, de acordo com a mesma informação enviada à Lusa.
Recorde-se que a transportadora aérea Emirates anunciou na segunda-feira, 10 de Julho, o “fim imediato” do contrato de concessão para gestão da companhia de bandeira angolana TAAG face “às dificuldades prolongadas que tem enfrentado no repatriamento das receitas” das vendas em Angola.
Numa declaração à Lusa, a transportadora referia igualmente que está a “tomar medidas no sentido de reduzir a sua presença em Angola”, explicando ainda que pretende reduzir de cinco para três o número de frequências semanais para Luanda.
Angola vive desde 2014 uma crise financeira e económica decorrente da quebra nas receitas com a exportação de petróleo, também com efeitos cambiais, com várias operadoras aéreas a queixarem-se da dificuldade em repatriar dividendos das vendas em Angola, por falta de divisas.
Recorde-se que o conselho de administração da TAAG era liderado por Peter Hill e estava em funções desde 15 de Setembro de 2015, um ano após a entrada da Emirates na TAAG, que assinou um contrato de concessão de gestão com a companhia angolana em Setembro de 2014.
O contrato de gestão assinado entre o governo angolano e a Emirates previa a introdução de uma “gestão profissional de nível internacional” na TAAG, a melhoria “substancial da qualidade do serviço prestado” e o saneamento financeiro da companhia angolana, que em 2014 registou prejuízos de 99 milhões de dólares (88 milhões de euros).
O objectivo deste contrato de gestão era que a companhia angolana viesse a apresentar resultados operacionais positivos de 100 milhões de dólares até 2019, tendo a Emirates escolhido Peter Hill para assumir a liderança do conselho de administração da companhia angolana.