‘Portugal não é uma moda’
Leia a opinião por Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português.
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A revista britânica Monocle dedicou, no seu número de março, um extenso dossier de 64 páginas ao nosso país. ‘Portugal is in the midst of something remarkable’, assim começa o caderno especial, que inclui entrevistas ao Presidente da República, Primeiro-ministro, diretores de jornais, chef’s e vários artigos sobre cultura, produtos, negócios de sucesso, etc. Esta é apenas uma das muitas publicações internacionais que tem dado destaque ao nosso país, enaltecendo, entre outras, as suas qualidades como destino turístico de exceção. Por estes dias, Portugal parece ter entrado no circuito dos países que importa conhecer. Duas notas sobre este aparente ‘estado de graça’: a primeira é a de que não resulta de uma tendência, a segunda é a de que nem tudo está assim tão notável. Afirmar que Portugal é um destino tendência para 2017 (para utilizar uma expressão da Bloomberg) é redutor e quase perigoso, na medida em que traduz uma ideia de efémero, com um ciclo de vida limitado. Uma atividade económica com a importância e a dimensão do Turismo – para não falar dos postos de trabalho que assegura – não pode nem deve estar à mercê da moda de uma estação. E porque conheço bem o Turismo e muitos profissionais que a ele se dedicam há anos, sei que a tarefa de afirmar o nosso país do ponto de vista turística tem sido um processo longo, muitas vezes árduo, mas sempre consistente e sustentado. Não queremos ser um ‘destino tendência’, mas sim um destino consolidado. Não queremos estar na moda, tal como França e Inglaterra não estão na moda, porque são referências mundiais do Turismo, são destinos que todos, em algum momento das suas vidas, visitam e revisitam. Temos condições para estar na liga dos grandes, sem o estatuto de ‘equipa-sensação’. Sobre a segunda nota, a de que nem tudo está assim tão notável como refere a Monocle e cingindo-me apenas ao Turismo, importa ter presente os obstáculos que ainda nos separam dos países atrás referidos. É certo que nos encontramos num ciclo de crescimento. É indiscutível que temos bases sólidas para crescer ainda mais. Mas de nada valerá o esforço se não olharmos para o futuro do Turismo com uma estratégia que integre mais promoção, menos custos de contexto, uma (verdadeira) reforma de Estado, estabilidade legislativa no domínio laboral e mais oportunidades de formação para os profissionais desta área – porque é preciso não esquecer que esta é uma atividade que vive das pessoas que a ela se dedicam todos os dias. Só uma combinação destes fatores poderá posicionar Portugal entre os notáveis do Turismo mundial e não entre as tendências.
*Por Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português.