APAVT: “Futuro próximo das agências de viagens será pleno de dificuldades”
Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, enumerou entre os principais desafios do sector da distribuição a nova directiva europeia nas viagens organizadas, concorrência do IVA de Espanha, NDC, DCC da Lufthansa, entre outros.
Raquel Relvas Neto
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“O futuro próximo das agências de viagens será pleno de dificuldades”, começou por dirigir-se Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens (APAVT) aos agentes de viagens presentes no congresso nacional da associação, que acontece até dia 6, no Salgados Palace & Congress Center, unidade da NAU Hotels & Resorts, em Albufeira.
O responsável considerou que o sector da distribuição tem vários desafios no futuro próximo. Entre os enumerados pelo presidente da APAVT, destaque para a aplicação da nova directiva europeia para as viagens organizadas, para a qual pediu a colaboração da nova secretária de Estado, Ana Mendes Godinho, conhecedora do sector. Pedro Costa Ferreira considera que “trata-se de uma legislação europeia que trará, sempre, mais responsabilidade e mais riscos para o negócio das agências de viagens e operadores turísticos nacionais”. Neste sentido, considera que é necessário “analisar em conjunto as questões principais relacionadas com esta norma”; bem como “de chegar a um entendimento relativamente às respostas adequadas”.”
“Precisamos, finalmente, de permitir que, uma vez as soluções se encontrem consensualizadas, o mercado as conheça atempadamente e tenha tempo para a elas se adaptar. Por todas estas razões, é muito importante que a transposição seja realizada apenas no final dos dois anos que a comunidade considerou adequados para esta acção”, conclui.
Além da nova directiva para pacotes turísticos, o presidente da associação destacou ainda a aplicação da DCC da Lufthansa, uma medida que fez com que as agências de viagens se sentissem “atraiçoadas”. “O que mais preocupa, neste processo, é a noção de que, mais do que contenção de custos, está aqui em causa um desejo de apropriação da relação com o cliente; e, com isso, poderá cair para sempre a noção de parceiros de longo prazo, facto que muito lamento e considero certamente penalizante para o desenvolvimento do negócio”, alerta.
O desenvolvimento do new GEN ISS – novo processo de acreditação e pagamento à IATA – que é “claro o desequilíbrio entre o risco efectivamente existente e as garantias exigidas tenderá a aumentar”, foi também um dos desafios enunciados.
Também o projecto New Distribution Capability (NDC), que provoca a “fragmentação do produto”, mas que “está longe de estar claro que todo este produto estará acessível nos GDS; como não está claro quem pagará os custos dos desenvolvimentos tecnológicos”.
E ainda a nova directiva europeia sobre o PNR, que “parece aproximar-se, à medida que os trabalhos avançam, do estabelecimento de novas obrigações, e custos, para os agentes de viagens, ao obrigá-los à transferência metódica de dados dos passageiros para as autoridades competentes”.
Por fim, o responsável fez ainda alusão ao “problema da aplicação abusiva do IVA, por parte de Espanha na área de congressos e incentivos”, que considera ser uma “um problema grave de deslealdade fiscal, desencadeado pelas autoridades espanholas,” ao mercado português.