Provedor do Cliente alerta para agências incógnitas na Internet
Vera Jardim explica que não é possível actuar nas agências que não são identificadas ou identificáveis, pelo que é preciso ter cuidado com o sítio onde se compra uma viagem, avião ou alojamento, entre outros.
Patricia Afonso
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Em conferência de imprensa esta quarta-feira, 16 de Julho, em Lisboa, José Vera Jardim, Provedor do Cliente das Agências de Viagens, fez um balanço da situação até agora, que diz ser “exígua”, pois o ano turístico vai apenas a “um quarto” e deixou recomendações aos clientes e profissionais, que passam pela informação e transparência, respectivamente.
Assim, até ao momento, foram recebidos 309 processos – a maioria respeitante a pacotes turísticos, viagens organizadas -, dos quais 57 dizem respeito a pedidos de informação e/ou aconselhamento e 252 a reclamações. Destas, 114 foram indeferidas, sendo que 41 estão fora da jurisdição de José Vera Jardim, por serem referentes a agências não associadas; 10 dizem respeito ao recurso a outras entidades; 27 foram entregues fora do prazo; e 36 estão fora do âmbito da competência.
Números que o Provedor de Clientes reiterou, por diversas vezes, tratarem-se diminutos por o período de época alta nas férias dos portugueses começar apenas agora (segunda quinzena de Julho).
José Vera Jardim frisou que mantém-se a “tendência” de descida no recurso a outras entidades, nomeadamente o Turismo de Portugal, de forma simultânea; e alertou para o “elevado número” de queixas relativas a agências e portais online com sede fora de Portugal, o correspondente a cerca de 95% das reclamações apresentadas contra agências não associadas.
TIPOS
Por tipos de reclamações, e embora, tal como o Provedor do Cliente disse, não se tratar ainda de um espelho da realidade de 2014, o tipo ‘Alteração do Programa’ é o que reúne maior número de queixas (43), até ao momento, sendo que, dentro destes, um dos mais habituais é a mudança de unidade hoteleira devido a overbooking.
Seguem-se as ‘Má Condições de Alojamento’ (22); ‘Atraso no Voo’ (17) e ‘Outros’ (11), onde entram parâmetros como serviço deficiente por tripulação de companhias aéreas, problemas de documentação, furtos, etc.
RECOMENDAÇÕES
Relativamente a recomendações, José Vera Jardim mantém a prevenção para agências na Internet que “não são indentificadas ou identificáveis” e pede ao consumidor para se informar e pedir informações sobre todos os pormenores da viagem quando a contrata numa agência, online ou física, desde a necessidade do passaporte, hotéis, aviões, até quem contactar em caso de problemas. “Informação, informação, informação”, destacou.
O Provedor do Cliente – que salutou o recente estudo da DECO sobre sites de agências e companhias aéreas – frisou, no entanto, existência de agências online que cumprem todos os requisitos e são, inclusivemente, associadas da APAVT, mostrando-se perfeitamente de acordo com o recurso a estas.
No que respeita às agências, estas, tal como fazem na sua grande maioria, devem continuar a cumprir todos os requisitos e serem “transparentes”, ou seja, elucidarem o cliente sobre todos os pormenores do processo de reserva e da viagem.
TAP
Sobre os recentes atrasos e anúncio de cancelamentos levados a cabo pela TAP, José Vera Jardim disse, apenas, estar a par das notícias e que, com base nisso, espera um aumento das queixas.