Serra da Estrela de olho nos judeus
Nos próximos dia 9 e 10 de Fevereiro irá decorrer em Tel Aviv, Israel, a 16ª edição da IMTM – Feira Internacional de Turismo do Mediterrâneo. Com a presença assegurada […]

Ruben Obadia
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Nos próximos dia 9 e 10 de Fevereiro irá decorrer em Tel Aviv, Israel, a 16ª edição da IMTM – Feira Internacional de Turismo do Mediterrâneo. Com a presença assegurada de mais de 30 países, a IMTM tem por objectivo promover o turismo interno, bem como o incoming e o outgoing, num modelo misto que contempla as manhãs exclusivamente para o trade e as tardes para o público em geral. Mas que tem esta feira de tão relevante, perguntará. É que este ano o certame conta com uma representação oficial do Turismo da Serra da Estrela e uma comitiva onde constam os presidentes das câmaras municipais da Guarda, Belmonte e Trancoso.
De acordo com Jorge Patrão, presidente do pólo turístico da Serra da Estrela, esta presença tem um objectivo bem definido: promover o I Festival Judeu Sefardita. Para o final deste ano a Serra da Estrela está a organizar um evento que pretende reunir na região “pessoas de todo o mundo e cujo passado ancestral tem a ver com a grande história peninsular sobre este tema”, revela Patrão.
Assim, e segundo o mesmo responsável, a presença na feira surge directamente relacionada com a promoção do evento, mas também “com a única verdadeira Rota Turística Judaica organizada existente em Portugal e que é a Serra da Estrela sedeada em Belmonte”.
Para reforçar esta aposta surge o envolvimento directo das três autarquias que estarão envolvidas no evento: “Belmonte pela comunidade secular aí existente, pela Sinagoga e pelo Museu Judaico; Guarda pela Judiaria e por ir agora ser lançado o Memorial Aristides Sousa Mendes que será um extraordinário equipamento; Trancoso por ter em curso a construção do Centro Judaico Isaac Cardoso”, destaca o presidente do Turismo da Serra da Estrela.
O festival judaico
Segundo o mesmo responsável o I Festival Judeu Sefardita deverá reunir cerca de cinco centenas de participantes na região e em Lisboa durante uma semana e do programa constam várias inagurações, de que é bom exemplo o memorial de Aristides de Sousa Mendes, na Guarda, seminários sobre a história e a cultura judaicas em Portugal e até um requiem sobre Aristides de Sousa Mendes, da autoria do maestro Luís Cipriano. Ao que o Publituris conseguiu apurar o evento deverá acontecer em Outubro ou Novembro e poderá contar com a presença do realizador Steven Spielberg. Para Jorge Patrão, “momentos do evento terão um impacto nacional e internacional e irão contribuir para uma melhor imagem de Portugal e desta sua região da Serra da Estrela”.
Apesar do esforço desta presença na feira em Israel a realidade é que esta participação não conta com o apoio do Turismo de Portugal, uma vez que foge à lógica de promoção em destinos para os quais não existe ligações aéreas directas. Recorde-se que a companhia aérea israelita El-Al deixou de voar para Lisboa em 2000. No entanto, esta realidade parece não demover Jorge Patrão, que destaca o papel da promoção para, em certos casos, despertar o “apetite” pelo destino e assim “forçar” a ligação aérea. “Madrid está a receber dezenas de milhar de pessoas por ano que se relacionam com este mercado.
Lisboa não aproveita este nicho de mercado que está totalmente por explorar. Falamos de um país, Israel, que já tem 7,5 milhões de habitantes e uma relativa proximidade geográfica mas uma grande proximidade cultural e histórica. O mundo sefardita tem mais importância que o número de pessoas que aí se incluem”, afirma.
Esta postura de “costas voltadas” para Israel e o universo judaico no mundo é inclusive alvo de reparos pelo responsável, que considera que com esta postura “Portugal é que tem perdido. Turistas e prestígio. Na Serra da Estrela são cada vez mais os que visitam as peças do puzzle judaico mas isso tem apenas uma importância regional”.
Realidade distinta está a acontecer na região da Serra da Estrela, apesar de ainda pouco divulgada, existindo mesmo a única Rota Judaica. “Temos a sede em Belmonte onde existe a única secular estrutura populacional judaica que não se diluiu com as pressões da inquisição. Aqui está o Museu Judaico, a Sinagoga e mesmo um simbólico cemitério. Depois a Guarda está lançar as obras do Memorial ASMendes e Centro de História Jucaica no belíssimo edifício da Câmara Medieval; em Trancoso está em construção o Centro Isaac Cardoso que reflectirá a pesada história judaica do município; Na Covilhã, o Museu de Lanifícios exibe todo o passado de uma indústria cujo peso se deveu principalmente aos judeus ou cristãos novos da cidade. É considerado o melhor museu têxtil da Europa por parte da UNESCO. As Judiarias destes locais estão igualmente cada vez mais recuperadas”, sublinha.
Uma coisa é certa, Jorge Patrão está determinado em colocar a “sua” região no mapa turístico judaico. Como se diz em hebraico… Mazel Tov. Ou seja, boa sorte!