O fenómeno do Turismo Doméstico
João Mendes Leal – Colaborador O turismo doméstico, como é definido pela OMT é aquele em que o sujeito não cruza nenhuma fronteira. Contrariamente ao turismo internacional, com múltiplas […]

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João Mendes Leal – Colaborador
O turismo doméstico, como é definido pela OMT é aquele em que o sujeito não cruza nenhuma fronteira. Contrariamente ao turismo internacional, com múltiplas origens e mais susceptível de se multiplicar, o turismo doméstico está muito mais limitado em termos de universo, tendo, contudo, a vantagem de ser mais fiel, menos sujeito a modas e vocacionado para a economia de divisas, como motor animador de inúmeros sectores do mundo turístico .
O comportamento do fenómeno “turismo doméstico” varia de país para país e está, em primeiro lugar, subordinado à sua extensão. Os naturais de países de grande dimensão, como, por exemplo, os Estados Unidos, o Brasil ou a China, demonstram ter uma mais acentuada tendência para este tipo de turismo, em detrimento de maior apetência de saídas para o estrangeiro. Segundo fontes da OMT (não da WTTC !), nos Estados Unidos o doméstico prevalece sobre o externo numa proporção de 10 para 1, e na China numa escala de 30 para 1. Em 2004 a China registou o impressionante número de 700 milhões de turistas domésticos contra “apenas” 21 milhões de estrangeiros. Por outro lado os países mais pequenos, como na Europa Central, são mais notoriamente estimulados pelo facto de viverem numa cintura de fronteiras.
E Portugal? Portugal é um caso sui-generis. Por um lado tem pequena dimensão geográfica, reduzida população e uma só fronteira terrestre. Tem limitadas ofertas de proximidade (o que contribuiu de forma relevante ao crescimento do turismo para a Madeira em época pós-revolução) e um escasso universo de potenciais usufrutuários. Aumentar a sua quota de preenchimento de turismo interno tem, pois, limites muito sérios e sem grande capacidade de manipulação. Os números de 2008 indicam que, dos aproximadamente 13 milhões de dormidas em toda a sorte de facilidades hoteleiras, cerca de 47%, foram da responsabilidade do nosso turismo doméstico o que limita, obviamente, a margem de crescimento. Não será que 6 milhões de dormidas por ano não é já um coeficiente próximo do limite? Até onde poderá ser ampliado?
Este comentário não pretende significar que seja ou inútil ou desadequada a campanha de promoção de turismo interno em curso actualmente. A difícil situação económica actual estimula de forma indesejável o eventual objectivo que se propõe seja alcançado e que nunca foi sequer referido. Naturalmente que quando alguma entidade aceita assumir os elevados custos do lançamento duma campanha promocional, a análise do seu grau de eficiência é de prioritária importância. É por isso de reclamar que, em nome da “transparência”, nos sejam dados a conhecer os parâmetros desta campanha, em termos de dispêndio e de saldo.
P.S. – Não vem a propósito de “turismo doméstico” mas não posso deixar que perca actualidade. Os espanhóis que, ao contrário do que se passa connosco, não deixam nunca os seus créditos por mãos alheias, nem perdem tempo a “puxar a brasa para a sua sardinha” não deixaram que a ocasião se perdesse. Falo do cão de raça lusitana oferecido pelo Senador Ted Kennedy ao Presidente Barack Obama.
Rapidamente “nuestros hermanos” ao noticiarem o evento logo transformaram o canito lusitano em “perro ibérico”.
É por esta e por outras razões que a simples ideia anunciada pelo SET de levar a cabo uma campanha de promoção conjunta com Espanha, me arrepia só de nisso pensar. Adivinhem para qual das 2 sardinhas, Portugal e Espanha, iria parar a brasa !