NDC: Ameaça ou Oportunidade? É uma realidade!
O NDC foi um dos temas de arranque da XIX Convenção da Bestravel no painel “O futuro da distribuição aérea”. Vista por uns como uma ameaça, por outros como uma oportunidade, o facto é que se trata “simplesmente” de uma realidade.
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“O futuro da distribuição aérea” foi o tema de arranque da XIX Convenção da Bestravel, que se realiza de 1 a 4 de fevereiro, em Lagos (Algarve). Nelson Almeida, Country Manager da Travelport Portugal; Pablo Canivell, CMO & Co-founder da Lleego; e Joshua Minett, Distribuition and NDC Manager da TAP Air Portugal, tomaram a palavra para debater algo que é incontornável no setor da aviação mundial.
Nelson Almeida começou por referir que o NDC (New Distribution Capability) é uma “inevitabilidade” e que se trata de “uniformizar os conteúdos para que não exista perda de tempo e para dar uma resposta o mais rapidamente possível”.
No fundo, considerou o Country Manager da Travelport Portugal, trata-se de um processo que terá, ou melhor, “tem o foco no agente” que implica este ter “uma maior capacidade para personalizar o conteúdo para o cliente”.
O mesmo chamou a atenção para o facto de, atualmente, ainda se estar à procura de um “modelo standard” a aplicar, realidade que ainda não existe, “mas que terá de existir”.
Para a TAP Air Portugal, companhia aérea que está a afinar o processo NDC desde 2023 e cuja implementação deverá ocorrer no ano 2025, Joshua Minett admitiu que se trata de uma tecnologia que “beneficiará todos”. No caso da TAP, o Distribuition and NDC Manager da companhia aérea nacional frisou que o NDC permitirá “estreitar relação com o utilizador”, realidade que acontecia, até esta data, com os GDS, mas que, com o NDC, “dá-nos a possibilidade de interagir mais com o nosso cliente”.
“O NDC implica termos conteúdo disponível que ainda não existe”, considerando Joshua Minett que “temos de ter uma estratégia de conteúdo certa para o utilizador, de modo a cativá-lo”.
Já Pablo Canivell frisou que o papel de uma empresa como a Lleego é “homogeneizar a tecnologia e o conteúdo”, tratando-se, segundo o mesmo, de um “modelo muito complexo”, admitiu, no entanto, que “não há dúvidas de que todas as companhias aéreas irão ter NDC”.
De resto, o CMO & Co-founder da Lleego assinalou que “esta transformação tecnológica ou digital trouxe, igualmente, uma transformação comercial”, frisando que a grande vantagem está no facto de as companhias aéreas terem a oportunidade de “personalizar conteúdo específico e para o seu cliente e utilizador”.
Nelson Almeida referiu ainda que “foram as lowcost o grande ‘driver’ na fragmentação do conteúdo proposto pelas companhias aéreas, com um modelo disruptivo com a desagregação dos serviços”.
Para o responsável da Travelport, trata-se, de resto, de uma “jornada que já começou e que não volta para trás”, destacando que “não nos podemos limitar à venda de bilhetes e bagagem”.
Nesse sentido, o Distribuition and NDC Manager da TAP admite que a companhia “espera crescer com novas funcionalidades”, frisando “o aumento das vendas em serviços auxiliares, melhoria do merchadising, promoção e branding”. Ou seja, “Dar ao cliente aquilo que ele procura ao preço que ele pode pagar”. Nesse sentido, referiu Joshua Minett, “a tecnologia não servirá somente a venda, mas sim criar uma jornada com maior ligação com o cliente”, passando pela disponibilização de “vídeo e conteúdos chave para o cliente”.
Quanto à ameaça que o NDC pode ser, Pablo Canivell deixou claro que “como todas as transformações tecnológicas e digitais, há oportunidades que são criadas, mas há que saber utilizá-las”.
Joshua Minett quis deixar claro que “o NDC é uma oportunidade para tornar a ligação com as agências melhor, pior ou deixá-las igual. Nós na TAP queremos melhorá-las”. Por isso, disse, “é face a esta grande mudança, é preciso comunicar de forma aberta, antecipada e transparente”.
Quanto a uma possível possibilidade de termos uma Amazon a vender viagens, Nelson Almeida não refutou essa possibilidade, considerando-a “um risco, mas também uma oportunidade”. Até porque o Country Manager da Travelport Portugal concluiu que “o papel do agente não é vender ao preço mais barato, mas sim vender ao melhor preço e, fundamentalmente, acrescentar valor”.
Finalmente, quanto aos custos e a uma eventualmente sobretaxa a aplicar pela TAP, Joshua Minett admitiu que a companhia ainda não tem definido nada relativamente a esta matéria, mas que “servirá para recuperar alguns custos. Não queremos cobrar mais por algo que não ofereça um serviço melhorado”.