easyJet ganha corrida pelos 18 ‘slots’ da TAP no Aeroporto de Lisboa
Depois de meses de espera, as 18 faixas horárias diárias a disponibilizar pela TAP foram entregues à easyJet, com a Ryanair a perder a corrida. A partir de 30 de outubro de 2022 a easyJet poderá, assim, começar a explorar novas rotas.

Victor Jorge
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A Comissão Europeia (CE) classificou a easyJet em primeiro lugar entre as transportadoras aéreas que se candidataram à atribuição das 18 faixas horárias diárias (‘slots’) no aeroporto de Lisboa a serem disponibilizadas pela TAP Air Portugal para atenuar eventuais distorções indevidas da concorrência criadas pelo auxílio à reestruturação que lhe foi concedido por Portugal, após autorização da Comissão em dezembro de 2021.
A decisão desta quinta-feira, 16 de junho, permitirá à easyJet começar a explorar novas rotas a partir de 30 de outubro de 2022.
A vice-presidente executiva Margrethe Vestager, responsável pela política da concorrência, afirma que “esta situação incentivará a concorrência no setor europeu da aviação, uma vez que permitirá à easyJet expandir as suas atividades neste aeroporto congestionado, contribuindo assim para preços justos e para que os consumidores europeus disponham de uma escolha mais alargada”.
Além disso, a responsável europeia salienta ainda que esta decisão “contribui também para assegurar que o apoio financeiro concedido à TAP por Portugal para permitir o regresso à viabilidade da transportadora não tenha efeitos negativos indevidos no mercado único”.
Em comunicado, a easyJet reagiu a esta decisão da CE, afirmando que “como resultado, a easyJet irá tornar-se a companhia aérea número 2 no aeroporto de Lisboa.”
José Lopes, diretor-geral da easyJet Portugal, afirma estar “realmente satisfeito com a decisão da Comissão Europeia”, admitindo que “permite continuar a crescer significativamente num dos nossos mercados mais importantes”.
Até porque, diz, “nos últimos dois anos, Portugal provou desempenhar um papel crucial no apoio à nossa estratégia; além de ser um dos destinos preferidos dos nossos clientes em toda a nossa rede”.
Recorde-se que ainda recentemente, Michael O’Leary, presidente e CEO da Ryanair, afirmava à Lusa que a companhia irlandesa de lowcost era a candidata “mais fiável”, esperando obter todas essas faixas horárias”.
“Somos a companhia aérea que demonstrou ou provou ser a única que pode operar estas as faixas horárias”, vincava o responsável.
Relativamente à easyJet, único concorrente e licitante aos “slots”, Michael O’Leary salientava tratar-se de uma companhia aérea que “opera tarifas mais elevadas,” que “está a cancelar voos […] e é totalmente pouco fiável”.
18 “slots” em troca de 2,55 mil milhões
Esta decisão significa que a easyJet poderá oferecer uma escolha “mais vasta de destinos e tarifas acessíveis” para as pessoas que viajam de e para a capital portuguesa. Além disso, confirma igualmente “o papel fundamental da companhia aérea no mercado português que criará mais oportunidades de emprego local.”
De referir que esta decisão vem na sequência da aprovação, em 21 de dezembro de 2021, pela Comissão de um auxílio à reestruturação no valor de 2,55 mil milhões de euros, concedido por Portugal ao grupo TAP, incluindo à TAP Air Portugal. O auxílio foi aprovado ao abrigo das Orientações da Comissão relativas aos auxílios estatais de emergência e à reestruturação concedidos a empresas em dificuldade, sob reserva de serem cumpridas certas condições, nomeadamente um pacote de medidas destinadas a racionalizar as atividades do grupo TAP, a reduzir os seus custos e a limitar as distorções da concorrência.
O pacote incluía uma medida relacionada com o aeroporto de Lisboa, onde a TAP Air Portugal tem uma forte presença. De acordo com a CE, o aeroporto encontra-se “estruturalmente muito congestionado”, o que se traduz na impossibilidade de as companhias aéreas terem acesso às faixas horárias de aterragem e de descolagem que solicitam para as suas operações. Por conseguinte, a TAP Air Portugal comprometeu-se a transferir até 18 faixas horárias por dia no aeroporto de Lisboa para uma transportadora aérea concorrente, “a fim de permitir a entrada ou a expansão duradouras de uma transportadora concorrente, em benefício dos consumidores”.
Recorde-se que a easyJet é uma das maiores companhias aéreas do mundo, com 308 aeronaves, explorando 927 rotas em 34 países e 153 aeroportos.
A easyJet começou a operar para Portugal em 1998 e abriu a sua base em Lisboa em 2012, onde emprega mais de 500 pessoas ao abrigo de contratos locais. A companhia aérea voa atualmente para e de 5 aeroportos em Portugal, ia saber: Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo. Nos últimos 24 anos, a easyJet transportou cerca de 70 milhões de passageiros de e para Portugal, abriu 3 bases e tem 16 aviões baseadas localmente, aos quais acrescem mais 16 a operarem a partir de outras bases. Até agora, em comparação com os níveis pré-pandémicos, a easyJet cresceu +13,1% em Portugal: +14% em Lisboa, +50% no Porto, e +63% no Funchal e a companhia aérea abriu a sua última base portuguesa em Faro em 2021.