Portugal sai da “lista verde” do Reino Unido e perde vantagem
A permanência de Portugal na “lista verde” durou menos de um mês. Portugal perde, assim, a vantagem competitiva que tinha face a Espanha, Itália, Grécia e outros concorrentes.
Victor Jorge
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Um dia depois do primeiro-ministro, António Costa, ter anunciado um aligeiramento das regras de confinamento, eis que surge a “bomba” vindo do Reino Unido, com BBC e Sky News a anunciarem, oficiosamente, que o Governo de Boris Johnson se preparava para retirar Portugal da “lista verde” e colocar o nosso país na “lista amarela” de destinos turísticos, realidade confirmada pouco tempo depois.
Isto significa que, no regresso, os turistas britânicos terão de remeter-se a uma quarentena de 10 dias, após o aumento no número de novas infeções pelo coronavírus em Portugal nos últimos dias.
Ainda antes do anúncio oficial, mas quando a notícia já era dada como certa, era possível ouvir Paul Charles, Chief Executive Officer (CEO) da consultora The PC Agency, referir que além de um “enorme passo atrás”, esta decisão do Governo britânico era, também, “um grande contra-tempo no que diz respeito à confiança” dos turistas, já que “não sabem com que contar quando pretendem planear as suas férias”.
Paul Charles, que já foi responsável pela comunicação da Virgin Atlantic Airways, destacou não só o facto de Portugal sair da “lista verde”, como nenhum destino ter sido acrescentado a essa mesma lista, ou seja, “não se compreende como é que depois dos planos de vacinação estarem a correr a grande velocidade não se aumenta a lista verde e esta ainda é reduzida”, concluindo que “alguma coisa o Governo de Boris Johnson está a esconder”.
A decisão, que foi comunicada pelo ministro dos Transportes, Grant Shapps, é um duro golpe para o setor do turismo português e, de certa forma, para toda a economia nacional. Mas também no Reino Unido, os analistas já antecipam a possível perda de milhares, senão dezenas de milhares de empregos”, além das ações das companhias do setor iniciarem, desde logo, uma quebra no respetivo valor.
Recorde-se que Portugal foi colocado na “lista verde” a 7 de maio, juntamente com Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Brunei, Islândia, Ilhas Faroe, Gibraltar, Ilhas Malvinas e Israel, num anúncio feito pelo mesmo Grant Shapps.
Com a passagem de Portugal à “lista amarela” a partir da madrugada da próxima terça-feira, 8 de junho, não só os britânicos que, atualmente, se encontram em Portugal revelaram ter de “encurtar as férias”, como, em declarações às televisões britânicas, muitos admitiram, a partir do Reino Unido, “não considerar o nosso país no planeamento futuro das férias”.
Recorde-se que o plano do Governo britânico prevê que a última fase arranque a 21 de junho, com Grant Shapps a pedir “um pouco de paciência” por querer “correr riscos”.
Com o Plano “Reativar Turismo | Construir Futuro” anunciado a 21 de maio pelo Governo, contando com uma injeção de mais de seis mil milhões de euros no setor do turismo, foi anunciado, para breve, uma nova campanha de promoção do destino Portugal. Falta agora saber, quando e em que moldes é que essa campanha verá a luz do dia.
Na sua conta do Twitter, o Ministério dos Negócios Estrangeiros tomou “nota da decisão britânica de retirar Portugal da ‘lista verde’ de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança”, pode ler-se.
Para Adrian Murdock, co-fundador da plataforma de reservas de hotel Hoo, ““Portugal teria sido um raio de sol num verão bastante sombrio nas viagens ao exterior para os turistas do Reino Unido, mas as nuvens negras certamente voltaram, agora que foi movido para a lista amarela”.
“Agora, aqueles que já reservaram, mas que ainda não viajaram, ficarão no limbo das férias, sem saber se vão cancelar mais uma vez as suas férias ou esperar que Portugal volte à lista verde nos próximos meses”.
No final da tarde desta quinta-feira, 3 de junho, os diversos órgãos de comunicação social britânicos vão confirmando um número crescente de cancelamentos de viagens para Portugal, repercutindo-se, natural e claramente nos negócios do turismo nacional, com especial enfâse no Algarve.