Crónica de Tim Vieira | A viajar muito, mas a aprender muito mais
Tim Vieira está, desde junho, a viajar pelo mundo acompanhado pela família. Durante 118 dias irá visitar 11 países. Leia mais a sua segunda crónica.
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Quando decidi embarcar com a minha família numa viagem à volta do mundo, fi-lo na esperança de tirar mais proveito da experiência, do que propriamente do que me poderia custar em tempo e dinheiro. Queria que guardássemos memórias, conhecendo pessoas novas, vendo coisas surpreendentes, provando sabores maravilhosos e aprendendo muito, tudo em simultâneo. A verdade é que temos experienciado tudo o que esperávamos e muito mais.Esta experiência não tem preço, abriu-nos a mente e mostrou-nos o quanto o mundo é maior do que pensávamos. Estamos quase a meio da nossa viagem. Já percorremos mais de 11 000 km de comboio e 8000 km em avião. Encontramos numerosas pessoas de todas as cores e culturas, que falam línguas diferentes e que nos marcaram para sempre num período tão curto.
Conversámos sobre o passado, presente e futuro. Conversámos sobre Comunismo, Socialismo e Capitalismo. Provámos caril, ensopados, fritos, grelhados e todos os outros pratos tradicionais dos locais por onde passámos. Temos conhecido uma variedade de estilos tradicionais desde o canto, à dança e terminando na luta. Visitámos templos, igrejas, mesquitas, santuários e outros locais religiosos.
A verdade é que vimos e experienciámos mais do que alguma vez imaginámos, porque não estávamos conscientes de toda esta existência.
Nunca nos sentimos intimidados, assustados ou com medo do que estava para vir, talvez porque o nosso próprio espírito nesta viagem tenha sido envolvermo-nos e aprendermos com os outros. Também percebemos que somos os embaixadores da nossa própria cultura e do nosso país durante esta viagem. Somos uma representação do nosso sistema de valores e das nossas origens, e é assim que queremos que os outros percebam os portugueses.
Todos aqueles que conhecemos mostraram-nos orgulhosamente o melhor das suas terras. Tinham uma mente aberta e eram compreensíveis com os erros do passado ou do presente. Os próprios turistas têm sido recetivos e abertos à aprendizagem – colocam perguntas e todas têm resposta de maneira honesta e respeitosa.
Os temas sensíveis, como o papel do governo, muitas vezes foram tratados de forma divertida, mas ainda assim os guias expressaram sempre o seu ponto de vista ou a sua visão. Nunca insistimos em estar certos relativamente aos temas abordados, mas procurámos sempre perceber e respeitar o direito de sermos diferentes.
Mas afinal o que tenho aprendido?
A minha resposta é sincera e simples. Aprendi que não há maneira correta ou certa. Todos errámos e todos tivemos períodos sombrios na História. O mundo não pode ser visto apenas como se fosse preto e branco, errado e certo, porque existem tantas outras tonalidades de cores igualmente belas. O futuro exigirá uma mistura de soluções e o uso de todos os nossos talentos para que funcione para todos. Precisamos de usar o melhor do Comunismo, do Socialismo e do Capitalismo, porque usar apenas um sistema não funcionará.
Precisamos da Ciência, como também precisamos das Artes e da Cultura para que possamos apreciar todo o potencial deste mundo maravilhosamente diversificado.
Aprendi que precisamos de equilíbrio em tudo. Precisamos de paciência e compreensão, se queremos o melhor futuro para todos. Somos diferentes, mas ao mesmo tempo somos muito parecidos uns com os outros. No final, basicamente, queremos as mesmas coisas para o futuro: queremos o melhor para nossos filhos e para os nossos familiares e amigos.
Todos nós levamos os nossos filhos à escola, alimentamo-los e criamo-los da melhor maneira possível, tornando-os na nossa prioridade.
Vejo isto em todos lugares pelos quais passámos: os pais a amar os filhos e a tentar desesperadamente dar-lhes mais do que aquilo que tiveram na sua juventude. Este é um traço comum entre todos aqueles que conheci. É maravilhoso e prova que somos todos iguais.
Sendo este o objetivo principal para todos, devemos trabalhar juntos para tornar isto numa realidade.
Devemos ter uma visão social, ambiental e económica comum que não se sobreponha negativamente uma à outra, mas que respeite e promova a compreensão.
Depois de conhecer muitos dos habitantes locais dos países por onde já passei e os turistas, tenho cada vez mais a certeza de que podemos salvar o mundo e, mais importante, que podemos trabalhar juntos para torná-lo melhor para as nossas famílias e os nossos entes queridos. Este é o principal interesse comum, pois o resto é apenas ruído.
Por isso, hoje deixo-lhe um desafio: viaje, pois aprenderá e fará novos e variados amigos que irão mudar a sua mente de uma forma positiva.
O futuro depende disso!
Por Tim Vieira
Nota de editor – Tim Vieira está, desde junho, a viajar pelo mundo acompanhado pela família. Durante 118 dias irá visitar 11 países (Rússia, Mongólia, China, Vietname, Tailândia, Singapura, Nova Zelândia, Austrália, Malásia, Japão e Canadá).
(English version)
Travelling a lot but learning much more
When I decided to take the family on an around the world trip, I did so hoping we would get more out of it than it would cost us in money and time. I hoped we would make life time memories by meeting new people, seeing amazing things, tasting wonderful flavors and learning a whole lot while we experience all this simultaneously. The truth is that we have experienced all we expected and much more.
The experience has been priceless, it’s opened our minds and shown us how much bigger the world is than we originally thought. We are now almost halfway through our trip, having done over 11 000km on trains and 8000km on planes. We have met numerous people of all colors and culture, speaking different languages that have re-shaped us forever in such a short period.
We have chatted about the past, present, future, about Communism, Socialism and Capitalism. We have tasted curries, stews, stir fries, grills and all other traditional cousins. We have seen an array of traditional singing, dancing and fighting styles. We have seen temples, churches, mosques, shrines and other religious sites.
The truth is that we have seen and experienced more than we ever thought we could because we weren’t even aware of their existence.
We have never once felt intimidated, scared or fearful of what was to come, maybe because our own spirit going into this trip has been to engage and learn from others. We have also understood that we are ambassadors ourselves of our own culture and country to others during this trip. We are a representation of our value system and of our origins, and this is how we want others to perceive Portuguese people.
Everyone we have met has been proud in showing us the best of their land, they have been open and understanding always sensitive to mistakes in their past or even their present. People have been accommodating and open to learning, questions have been asked and all have answers in an honest and respectful manner.
Sensitive subjects such as the roles of governments have many times been handled jokingly but still expressing a point or a view. We have never pushed to be right but have always understood and respected the right to be different.
So what have I learnt?
My answer is honest and simple. I have learnt that there is no correct way. We have all messed up, we all had dark periods of history, we have all made mistakes. The world cannot be seen only in black and white, in wrong and right, there are so many shades of color that are equally beautiful. The future will require a mix of solutions and the use of all our talents to make it work for all. We need to use the best of Communism, Socialism and Capitalism because using just one system won’t work.
We need science as much as we need arts and culture so we can appreciate the full potential of this beautifully diverse world.
I have learnt we need Balance in everything, we need patience and understanding if we want the best future for us all. I understood that we are different but at the same time we’re also very similar to each other, and in the end, we all basically want the same things in the future; we want the best for our children and our loved ones.
We all take them to school, feed them, and provide for them as best we can, make them our priority.
I see this everywhere I go, parents loving their children and desperately trying to give their children more than what they themselves had in their youth. This is a common trait amongst everyone I met. It’s wonderful and proves we are all the same.
With this being the main aim for us all, we should work closer together on making this a reality.
We should have a common social, environmental and economic vision that doesn’t overlap negatively on each other but respects and fosters understanding.
After meeting lots of locals and other travelers, I am more positive that we can save the world, and more importantly, that we can work together to make it better for our families and loved ones. This is our foremost common interest as the rest is just noise.
So I leave you with a challenge to travel, as you will learn and make new and varied friends that will re-shape your mind in a positive way.
The world’s future depends on it.