As pontes do Turismo entre Mar, Rio, Eventos e Pessoas
Leia a opinião de Humberto Ferreira, colaborador do Jornal Publituris.
Humberto Ferreira
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Foi dado o primeiro passo para o reconhecimento da zona monumental de Belém, um dos pólos tur702ico-culturais da capital. O conselho de ministros aprovou (nove meses depois de ter nomeado António Lamas para presidir ao Centro Cultural de Belém) uma comissão para a gestão integrada do património cultural em Belém.
CAUSAS DA SOCIEDADE CIVIL – Temos apresentado desde o verão de 2012 (até no anterior Turiscópio de 12 de Junho) sugestões para o PARQUE DOS OCEANOS em Belém, valorizando dezenas de atracções culturais, desportivas, verdes, e turísticas, a maioria das quais ligadas à epopeia marítima dos portugueses, onde cinco séculos depois continua a expressar-se nos desportos naúticos. O Turismo Sol-Mar, com destaque para surf e vela, atrai entre 35% e 43% dos turistas chegados de Espanha, Reino Unido, Alemanha, França. Benelux, e Itália. Daí a vantagem de ligar os atractivos de Belém aos Oceanos, incluindo o pôr do sol na Foz do Tejo.
Entre as causas públicas a concretizar, destaco a valorização internacional da Fortaleza de Sagres e das zonas ribeirinhas de Lisboa, embora para simplificar o caso omitisse nos anteriores textos a zona central entre Santa Apolónia e Cais do Sodré- Ribeira, onde o Terreiro do Paço se transformou na bela Praça do Comércio, Governo, e lazer.
A ideia foi valorizar a Nascente: o Parque das Nações com o Oceanário, Pavilhão do Conhecimento, Meo Arena, Casino Lisboa, marina, hotéis, restaurantes, ginásios, e Centro Comercial Vasco da Gama; e a Poente: o futuro PARQUE DOS OCEANOS, na zona monumental e turística da capital.
PARQUE DAS NAÇÕES – A gestão da extinta empresa «Parque-Expo» afastou o Parque das Nações do tema original da Expo Mundial de 1998: Os Oceanos, um Património para o futuro, desligando a gestão das unidades ligadas ao Mar: o Oceanário (à procura de concessionário), Pavilhão Atlântico (mudou o nome para Meo Arena); Pavilhão de Portugal (que apesar da pala de Siza Vieira, aguarda há 17 anos um inquilino oficial ou privado); a Torre Vasco da Gama (que acolhe desde 2012 o Myriad by Sana Hotels); as novas instalações da FIL (pouco ligada ao mar); e a marina do Parque das Nações. A FIL e o Centro Vasco da Gama, da Sonae, mantêm exposições variadas, algumas sobre o mar.
À VISTA DO TEJO E ATLÂNTICO – Entretanto, a gestão do porto foi dividida em operações e lazer, competindo à CML o lazer, o que facilitou o embelezamento da margem norte e a visualização do estuário do Tejo de Cabo Ruivo a Algés.
Agradado com a anunciada reestruturação do Centro Cultural de Belém, que passa a gerir a zona cultural de Belém, não deixo de avisar que BELÉM (englobando Ajuda, Restelo, Pedrouços, e Junqueira) não é apenas uma mostra de museus, exposições, e monumentos, mas uma exemplar zona residencial e turística, com clubes e desportos naúticos, estádio do Restelo, hipismo, ciclismo, pedestrianismo, etc; e comércio, arte e religião. A Fundação Champalimaud – Centro de Investigação do Desconhecido veio valorizar a zona com forte reconhecimento internacional.
Entretanto, ouvi um responsável da Cultura avisar que Cultura é Cultura e não Turismo. Cuidado: se os esforçados dirigentes culturais vão gerir o potencial de Belém ultraculturalmente, não se esperem melhorias.
BUROCRACIA –António Lamas tem invulgar experiência pela obra desenvolvida em Parques de Sintra – Monte da Lua, com a gestão articulada dos Palacios Nacionais e Jardins de Sintra, Pena, e Queluz, mais a Quinta da Regaleira.
Em Belém ele vai poder articular e dinamizar a Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Padrão dos Descobrimentos (a cargo da CML), Palácio Nacional da Ajuda, e Museus dos Coches, Arqueologia, Etnologia, Arte Popular, da Presidência, da Marinha, e Planetário Gulbenkian, além do CCB com a Colecção Berardo. Creio que não abrangerá o Museu da Electricidade, e Forte do Bom Sucesso (este a cargo da Associação 25 de Abril).
O Conselho de Ministros optou por uma nova estrutura com uma comissão directiva presidida por António Lamas e dois vogais a designar, sob a tutela conjunta do Conselho de Ministros e Secretaria de Estado da Cultura (que voltará ao Palácio da Ajuda?), e uma comissão consultiva com delegados da Câmara Municipal de Lisboa, Direcção Geral do Património Cultural, Instituto de Turismo de Portugal, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, e Estado Maior da Armada.
COOPERAÇÃO E PROXIMIDADE – Será difícil conciliar interesses tão dispares. O nosso projecto original abrangia a cooperação horizontal de actividades verdes, desportivas, hoteleiras, restauração, lazer, e comércio, a par da facilitação de transportes urbanos e espaços de estacionamento nesta vasta zona. O que se impõe se for ali concluído o rebaixamento da linha ferroviária do Estoril.
O Turismo funciona com pacotes integrados, visando facilitar a articulação entre os intervenientes de cada programa, e limando as arestas para agradar aos visitantes.
Ora as entidades com experiência na gestão integrada de zonas turísticas e culturais são: o município de Lisboa, Associação de Turismo de Lisboa, Confederação de Turismo de Portugal, PSP, Polícia Marítima, e Administração do Porto de Lisboa (esta no que respeita às quatro marinas da zona).