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Emprego e Formação

Formação em turismo já nada é o que era

O turismo mudou e a formação nesta área está longe de ser como era. Quatro opiniões de profundos conhecedores da área formativa em turismo, em Portugal, que nos ajudam a responder algumas dúvidas.

Carolina Morgado
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Formação em turismo já nada é o que era

O turismo mudou e a formação nesta área está longe de ser como era. Quatro opiniões de profundos conhecedores da área formativa em turismo, em Portugal, que nos ajudam a responder algumas dúvidas.

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Carolina Morgado
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“A formação turística tem sofrido mudanças significativas, nomeadamente impulsionadas pela evolução tecnológica, por preocupações de sustentabilidade (ambiental, económica e social) e por alterações nas preferências dos consumidores” reconhece o presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHT), Flávio Ferreira.

É como confirma Mafalda Patuleia, diretora do Departamento de Turismo e investigadora no Intrepid Lab (CETRAD) da Universidade Lusófona, realçando que “observamos uma transição de abordagens tradicionais para as chamadas metodologias inovadoras, mais práticas e dinâmicas, que integram a utilização da tecnologia, de princípios ligados à sustentabilidade e à inovação, à liderança, à literacia financeira, à gestão e às soft skills”.

Sobre esta questão, Sofia Almeida, coordenadora da Área de Turismo & Hospitalidade na Universidade Europeia aponta que “o digital ganhou destaque, levando à integração de ferramentas tecnológicas nos currícula, como a inteligência artificial, o big data e as plataformas digitais de gestão, essenciais para a tomada de decisões informadas e estratégicas”. Por outro lado, disse, “houve um aumento da ênfase em temas como sustentabilidade, ética e inclusão, refletindo as exigências de um mercado cada vez mais consciente e exigente”.

Além disso, “a formação tem passado de um modelo tradicional para abordagens mais práticas e centradas no estudante, com uma maior aposta na aprendizagem experiencial e no desenvolvimento de soft skills, como liderança, comunicação intercultural e adaptabilidade”, realçou Sofia Almeida, defendendo que o modelo académico da Universidade Europeia “é o reflexo desta realidade, permitindo que os alunos respondam a desafios reais do mercado de trabalho através de técnicas ativas e mentorias constantes”.

A coordenadora da Área de Turismo & Hospitalidade na Universidade Europeia entende que os jovens em Portugal continuam a demonstrar interesse pela formação na área do turismo, especialmente em subáreas que refletem as tendências e desafios atuais do setor, como a gestão hoteleira, turismo sustentável, gestão de eventos e experiências e, mais recentemente, o turismo digital. A oferta atual do estabelecimento de ensino onde leciona cobre as subáreas iniciais, sendo que “estamos a ultimar esforços para responder à procura na área do turismo digital. Estas áreas atraem estudantes por oferecerem perspectivas de carreira diversificadas e pela ligação com setores emergentes que valorizam a inovação e criatividade”.

Sofia Almeida, coordenadora da Área de Turismo & Hospitalidade na Universidade Europeia

Os desafios, para Susana Mesquita, coordenadora da Licenciatura em Turismo no ISAG – European Business School “incluem a necessidade de atualização constante dos planos de estudos para acompanhar a procura do mercado resultante, nomeadamente das mudanças ocorridas no comportamento dos consumidores”, indicando que “são muitos os jovens portugueses que demonstram interesse pela área de turismo, especialmente em áreas como gestão hoteleira, marketing digital e organização de eventos”.

Há, no entanto, “uma grande preocupação com uma possível quebra na procura devido a perceções de instabilidade ou falta de progressão na carreira. Por isso é necessário motivar cada vez mais os jovens e, para isso, importa reforçar, junto dos mesmos, as oportunidades de progressão e a relevância estratégica do turismo para a economia nacional, criando programas de formação mais dinâmicos e mais alinhados com as necessidades do mercado. Ainda assim, os cursos superiores continuam a ser muito procurados”, acentuando que algumas instituições já começaram a implementar essas mudanças, mas “ainda há um longo caminho a percorrer. As parcerias entre o ensino e as empresas podem acelerar este processo. É necessário reforçar o networking”.

Alguns dos principais desafios passam, segundo a coordenadora da Licenciatura em Turismo no ISAG, pela existência de uma concorrência com outros setores mais tecnológicos, a ideia de que os salários são baixos e que existem poucas oportunidades de crescimento, por um lado, ao mesmo tempo que “existe alguma dificuldade em atrair talentos qualificados para áreas específicas necessidade de maior flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos profissionais deste setor”.

Em termos de níveis de formação, observa-se, considerou a formadora da UE, “uma procura equilibrada entre licenciaturas e pós-graduações, com um crescente interesse por cursos mais especializados que ofereçam uma vantagem competitiva no mercado de trabalho”. Não obstante, Sofia Almeida acrescenta que todos os cursos da área do turismo, cursos conferentes de grau e não conferentes de grau subiram em termos de alunos, “o que nos deixa particularmente orgulhosos do trabalho realizado até aqui”.

 

“A valorização das profissões do turismo passa, em primeiro lugar, pela identificação de todas as suas profissões, depois pela definição de novas estratégias de comunicação por forma a melhorar a imagem e o branding das mesmas, a par da recuperação do atraso salarial e da flexibilidade da carga horária”, Mafalda Patuleia

No entanto, há desafios. “Apesar de o turismo ser uma área de elevada empregabilidade, assiste-se a sinais de desmobilização de alguns jovens, influenciados por perceções de instabilidade, sazonalidade e falta de valorização em determinadas funções”, assim, “para combater este fenómeno, é essencial reforçar a atratividade do setor, promovendo carreiras que valorizem competências técnicas e pessoais, oferecendo condições de trabalho mais apelativas e sublinhando a importância do turismo como motor económico e social”, opina Sofia Almeida, para reforçar que, enquanto universidade, “a forma como temos contribuído para ultrapassar estas dificuldades é criar discussão à volta destas questões, organizando mesas-redondas, debates e conferencias para que os profissionais sejam convidados a refletir sobre os temas estruturantes do setor e apresentar soluções”.

Por sua vez, a diretora do Departamento de Turismo da UL sublinha que “hoje, o principal desafio é garantir que a formação acompanhe a evolução rápida da atividade, respondendo às necessidades emergentes, como a gestão de experiências personalizadas, sustentabilidade, acessibilidade e o uso de tecnologias inovadoras, como por exemplo a Inteligência Artificial e a realidade virtual”. Além disso, “são igualmente desafiantes, a constante proximidade ao mercado de trabalho, o desenvolvimento das soft skills, a retenção de talento e a criação de percursos formativos alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que contribuam para a criação de uma nova geração de gestores e profissionais nesta área”.

Entre os desafios, já Flávio Ferreira aponta por alguns que passam por  incorporar soluções para minimizar a pegada de carbono do turismo, com foco em práticas de turismo regenerativo; A  necessidade de preparar profissionais para lidar com a constante evolução tecnológica, em particular o uso de IA; Preparar os futuros profissionais em relação a tendências como turismo de bem-estar, viagens conscientes, turismo de experiências e personalização de serviços; e ainda enfrentar a falta de profissionais qualificados em certas áreas, particularmente na hotelaria e restauração, e tornar o setor mais atrativo como carreira.

Mafalda Patuleia, diretora do Departamento de Turismo da Universidade Lusófona

Há interesse pela formação na área do turismo?
O presidente ESHT do Porto não tem dúvidas que os jovens portugueses “continuam a demonstrar interesse pela formação na área do turismo, especialmente devido ao peso significativo do setor na economia nacional”, até porque “o turismo é uma das indústrias mais dinâmicas em Portugal, responsável por uma elevada empregabilidade e oportunidades de crescimento”. Contudo, diz, “o nível de atração varia de acordo com a perceção das condições de trabalho e do potencial de carreira”, lembrando que as áreas mais procuradas são hotelaria, gastronomia e restauração, turismo sustentável, gestão de eventos, e que a maior procura acontece ao nível de cursos de licenciatura”.

Mafalda Patuleia também concorda, e lembra que “os últimos dados estatísticos apontam para um decréscimo no número de matriculados nos cursos superiores”, lembrando que segundo o Turismo de Portugal, em 2023 estavam matriculados no Ensino Superior 9,7 mil alunos (-10,3% tvh 2022). Ou seja, “estamos perante um desalinhamento preocupante entre a crescente competitividade da atividade turística e o interesse dos jovens em construir uma carreira nesta área.

Em sua opinião, “existem possíveis razões para este decréscimo, relacionadas com a perceção das condições de trabalho pouco atrativas na atividade, como os baixos salários em termos reais, a falta de uma melhor descrição das funções e das categorias profissionais, a inexistência de uma carreira profissional, a sazonalidade e horários exigentes, que podem desencorajar os jovens a apostar numa formação académica em áreas relacionadas com o turismo”. Além disso, “a falta de visibilidade de percursos profissionais mais diversificados e de oportunidades de ascensão na atividade pode contribuir para o afastamento dos estudantes”, apontou.

Para esta questão, o presidente da ESHT defende que “a instabilidade vivida durante a crise da COVID-19 levou a uma queda na procura por cursos de turismo em alguns anos, com estudantes optando por áreas consideradas mais estáveis”, para avançar que “muitos jovens veem o turismo como uma área exigente, com horários irregulares e pouca previsibilidade, o que pode desencorajá-los”, por isso “é oportuno reforçar a motivação dos jovens para a formação em turismo, especialmente considerando que é a área profissional que mais emprega em Portugal”. E sublinha que “a valorização da profissão, a melhoria das condições e a ligação a temas como sustentabilidade e inovação podem ser fundamentais para captar e motivar uma nova geração de talentos para o setor”.

Para Sofia Almeida, não há dúvidas da necessidade de adaptação da formação, questão que já está a ser reconhecida e implementada em diversas instituições de ensino e formação, incluindo na Universidade Europeia. Nos últimos anos, “temos assistido a uma evolução significativa na forma como os cursos são estruturados, com uma maior personalização das ofertas formativas e a integração de abordagens pedagógicas inovadoras que respondem às expectativas de estudantes e profissionais.

 

“A implementação de ofertas formativas atualizadas e adaptadas às necessidades reais do setor do turismo e da hospitalidade tem sido progressivamente colocada em prática em Portugal, mas ainda enfrenta desafios, como iniciativas de formação contínua, como cursos especializados em sustentabilidade, enoturismo e tecnologias digitais, Flávio Ferreira

Um exemplo claro é a inclusão de metodologias de ensino centradas no estudante, como o problem-based learning (aprendizagem baseada em problemas) e projetos colaborativos com empresas do setor, que permitem aos alunos desenvolver competências práticas alinhadas com as reais necessidades do mercado. Adicionalmente, têm surgido formações modulares e de curta duração, como pós-graduações que permitem aos profissionais atualizar conhecimentos de forma flexível, ao mesmo tempo que conciliam as suas carreiras”.

Por outro lado, admite que “as instituições de ensino têm trabalhado na criação de percursos mais individualizados, levando em conta as motivações, necessidades e aspirações de cada estudante. Isto inclui o acesso a programas de mentoria, coaching de carreira e estágios personalizados, bem como a utilização de ferramentas tecnológicas, como plataformas de aprendizagem adaptativa, que ajustam os conteúdos às preferências e progressos de cada aluno”, tendo apresentado dois exemplos: “O primeiro, o programa SUPERA da Universidade Europeia é uma iniciativa de apoio à inclusão e ao desenvolvimento de competências para estudantes com necessidades educativas especiais. O segundo, o programa exclusivo da UE em oferecer aos finalistas de Gestão Hoteleira a possibilidade de efetuar um estágio de direção hoteleira. Criámos 10 posições de estágio em funções de direção para os nossos alunos e desta forma tentamos ir ao encontro das suas expectativas e dos novos tempos”.

Conhecer as múltiplas profissões que existem na atividade turística
Mas será que, efetivamente, os jovens conhecem as múltiplas profissões que existem na atividade turística? A resposta da diretora do Departamento de Turismo da Lusófona, é negativa e descreve: “Os jovens associam maioritariamente o Turismo, às áreas da hotelaria e da restauração, que infelizmente e segundo o Turismo de Portugal (2024) são as duas áreas onde a média dos vencimentos é mais baixa (1.068 euros) e as condições laborais são mais incertas”, a acrescentar que apesar do esforço que tem sido feito por parte dos empregadores destas áreas em relação ao aumento do salário médio e à melhoria das condições laborais, “a verdade é que a situação continua precária e socialmente desinteressante”.

Como referimos, as conclusões do estudo recente “O perfil do profissional de Turismo e Hospitalidade-Competências e Formação” apontam para a necessidade de criação de ofertas formativas atualizadas e adaptadas às necessidades reais do setor, através da adoção de abordagens diferenciadas na gestão de carreiras e expectativas, levando em consideração as necessidades específicas de cada estudante e de cada profissional. Isto já está a acontecer? Flávio Ferreira responde que “a implementação de ofertas formativas atualizadas e adaptadas às necessidades reais do setor do turismo e da hospitalidade tem sido progressivamente colocada em prática em Portugal, mas ainda enfrenta desafios, como iniciativas de formação contínua, como cursos especializados em sustentabilidade, enoturismo e tecnologias digitais, são exemplos de adaptações às necessidades do setor, e uma  integração mais forte entre instituições de ensino, empregadores e estudantes é fundamental para garantir que as necessidades específicas do setor e dos profissionais sejam plenamente consideradas”.

Flávio Ferreira, presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHT) Porto

Por sua vez Mafalda Patuleia dá-nos conta que a Universidade Lusófona “tem desempenhado um papel ativo nesta transformação”. E está a adaptar os currículos para incorporar competências práticas e transversais, trabalhando em estreita colaboração com empresas do setor e associações profissionais para garantir que os seus programas estão alinhados com as exigências do mercado, promovendo formações flexíveis e personalizadas. Exemplo disso, referiu, “é o trabalho que fazemos com algumas associações profissionais e de empregadores”, (APAVT, APOTEC e ADHP) na verificação prévia dos conteúdos programáticos de unidades curriculares como agências de viagens e operadores turísticos, contabilidade, gestão e análise financeira de empresas turísticas, gestão da restauração e gestão hoteleira.

Por outro lado, na aprendizagem baseada em problemas (PBL), em que, conforme contou, os alunos são desafiados a resolver problemas reais ou simulados pelo mercado de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades práticas, colaborativas e também o pensamento crítico.

Em termos de competências, os profissionais de turismo devem desenvolver em áreas como, segundo Mafalda Patuleia, formação intercultural, fundamental numa atividade tão global; tecnologia e digitalização, com destaque para sistemas de gestão de reservas, big data, realidade virtual e inteligência artificial; sustentabilidade e responsabilidade social, integrando práticas que respeitem o ambiente e as comunidades locais; gestão de experiências personalizadas, respondendo às expectativas de clientes cada vez mais exigentes; resiliência e capacidade de adaptação, face à volatilidade do mercado.

Já o presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHT) do Politécnico do Porto elenca: Digitalização e tecnologias de informação, gestão de sustentabilidade, análise de dados, comunicação intercultural, liderança e trabalho em equipa, inovação e criatividade, foco no cliente e personalização, gestão ética e responsável, sublinhando que a instituição de ensino que dirige estabelece uma forte ligação com o mercado de trabalho, “garantindo que os seus estudantes estejam preparados para responder às necessidades reais do setor”, apontando que essa ligação é realizada através de diversas iniciativas e estratégias que promovem a integração entre a formação académica e o ambiente profissional.

Entre as principais ações destaca: Todos os cursos incluem períodos de estágio obrigatórios em empresas do setor (nacionais e estrangeiras), proporcionando uma experiência prática essencial; A organização de almoços, jantares e eventos enogastronómicos permite que os estudantes coloquem em prática os seus conhecimentos em situações reais; O bar e restaurante de aplicação são espaços utilizados pelos estudantes para simular o ambiente de trabalho, sob a orientação de docentes e em colaboração com profissionais convidados”. Além disso, a ESHT “mantém uma relação próxima com confrarias gastronómicas e associações do setor, envolvendo os estudantes em atividades e eventos que promovem networking e reforçam a ligação ao mercado”.

 

“Estamos a ultimar esforços para responder à procura na área do turismo digital. Estas áreas atraem estudantes por oferecerem perspetivas de carreira diversificadas e pela ligação com setores emergentes que valorizam a inovação e criatividade”, Sofia Almeida

Atualmente, as competências mais valorizadas no setor do turismo refletem, conforme sublinha Sofia Almeida “a necessidade de adaptação às rápidas mudanças e à diversificação do mercado. O domínio de competências digitais, como o uso de plataformas de reservas online, inteligência artificial e análise de dados, é essencial para melhorar a experiência do cliente e otimizar operações”, e o grande desafio deste ano letivo foi abrir o primeiro e único curso de licenciatura em Turismo, lecionado 100% em inglês. “Estamos sozinhos nesta oferta, mas arriscámos. E sabemos que estamos no caminho certo, pois houve um aumento do interesse dos alunos de Erasmus nesta licenciatura, e isto reflete-se no aumento da procura relativa aos anos anteriores”.

Indicou, ainda, e em primeira mão que a Universidade Europeia viu este ano letivo, as suas duas licenciaturas em Turismo e Gestão Hoteleira serem (re)acreditadas pela A3Es pelo período máximo de 6 anos sem alterações. Para o próximo ano letivo, 2025-2026 “posso já adiantar que o nosso grande desafio é ter uma Licenciatura em Gestão turística e hoteleira e um Mestrado em Gestão do Turismo e Hotelaria acreditados no Ensino à Distância (EAD)”.

Na opinião da coordenadora da Licenciatura em Turismo no ISAG, algumas das competências mais valorizadas “passam pela orientação para o cliente e pela excelência no atendimento, a capacidade de trabalhar em ambientes multiculturais, os conhecimentos em marketing digital e redes sociais, a resiliência e proatividade perante novos desafios e as habilidades em inovação e sustentabilidade”.

Recorrer às escolas para os melhores talentos
Refira-se, ainda, que as empresas do setor recorrem à ESHT para obter apoio na implementação de estratégias inovadoras, envolvendo docentes e estudantes nesses processos, ao mesmo tempo que esta instituição de ensino superior organiza eventos onde empresas do setor turístico e hoteleiro apresentam as suas ofertas e realizam entrevistas com os estudantes, facilitando o recrutamento. De destacar que ex-estudantes da ESHT que já atuam no mercado de trabalho frequentemente retornam à Escola para partilhar experiências, criar parcerias e motivar os atuais estudantes.

Também o Turismo da Lusófona estabelece parcerias estratégicas com empresas nacionais e internacionais, proporcionando estágios curriculares, projetos de investigação aplicada e programas de mentoria. A sua diretora do Departamento de Turismo conta-nos que, nos últimos anos, a UL tem dado muito ênfase ao estabelecimento de parcerias internacionais, proporcionando aos seus alunos a realização de estágios curriculares em contextos fora do país. Neste sentido, verificou-se um aumento do número de alunos em mobilidade (out) que passou de 8 alunos em 2022 para 20 alunos em 2023.

Por outro lado, disse, “estimulamos o desenvolvimento de projetos de investigação aplicada com parceiro internacionais, como é o exemplo da candidatura vencedora, na qual a Universidade Lusófona faz parte, ao Programa Horizon Europe, FUTOURWORK – Improving Tourism and Hospitality Worker Well-Being Through Social Dialogue, com o objetivo estudar e promover um maior bem-estar e melhores condições de trabalho para os trabalhadores do Turismo e Hospitalidade”.

 

“Os desafios incluem a necessidade de atualização constante dos planos de estudos para acompanhar a procura do mercado resultante, nomeadamente das mudanças ocorridas no comportamento dos consumidores”, Susana Mesquita

Também “achamos relevante o desenvolvimento de Programas de Certificação, como por exemplo o Protocolo que temos com a Travelport, na Certificação do Programa de GDS/Galileo, através da formação indoor e respetivo exame na empresa”.

Além disso, “promovemos eventos regulares, como feiras de emprego, workshops e palestras com profissionais da área, para encurtar a distância entre a academia e o mercado”. Por outro lado, “incorporamos no nosso corpo docente, profissionais da área que estimulam a aquisição de competências práticas e o desenvolvimento de uma rede de contactos relevante”, explicou.

Formação em contexto de trabalho precisa-se
Na ESHT há uma ampla gama de programas de formação contínua e cursos de especialização para profissionais em exercício, permitindo-lhes: atualizar competências técnicas e comportamentais; adaptar-se às novas exigências tecnológicas e ambientais do setor; desenvolver uma visão estratégica sobre gestão e liderança.

Através de iniciativas como workshops, dias de recrutamento e mentoring, a ESHT promove a retenção de talento ao criar oportunidades de crescimento profissional, ao mesmo tempo que utiliza plataformas digitais, simulações e ferramentas tecnológicas para preparar os profissionais para os desafios digitais no turismo, como gestão de reservas, marketing digital e análise de dados. Por outro lado, a Escola participa ativamente em iniciativas como o programa Eco-Escolas, que fomenta a educação ambiental, e desenvolve projetos de investigação aplicada que promovem a sustentabilidade no setor turístico.

Também a Lusófona oferece programas de Mestrado e de Pós-Graduação. Atualmente há dois Mestrados a funcionar: O Mestrado em Desenvolvimento e Gestão de Destinos Turísticos e o Mestrado online em Gestão e Inovação em Turismo e Hospitalidade. É o primeiro mestrado online na área do Turismo e funciona em parceria com o Centro Universitário Lusófona do Porto e com o ISMAT em Portimão, que, entre outras razões, assenta num modelo de ensino que permite a gestão do tempo de forma eficiente entre a vida profissional e pessoal.

Com todas as valências destes dois exemplos de ensino superior, o facto é que existe um número bastante elevado de pessoas a trabalhar no setor sem formação.

Mafalda Patuleia explica que, “infelizmente, os dados estatísticos, divulgados pela tutela são sistematicamente referentes ao alojamento, à restauração e similares e não ao turismo. Provavelmente esta situação não tem lugar nas agências de viagens e nos operadores turísticos, nos guias intérpretes, nos transportes aéreos, nos cruzeiros e outros que compõem a constelação do turismo”. No entanto, lembra que segundo o Turismo de Portugal (2024) pela 1ª vez a maioria (55%) dos empregados nas áreas do alojamento, restauração e similares têm o ensino secundário e superior.

Com o setor das viagens e turismo em constante mutação, numa indústria de pessoas para pessoas, os recursos humanos são a chave do seu desenvolvimento, e acarreta desafios, como é óbvio. Assim sendo, Mafalda Patuleia defende que “é preciso identificar quais são as profissões que existem e criar um plano de carreiras no turismo por forma a promover a sua valorização e, por conseguinte, conquistar o reconhecimento social”.

A ligação com o mercado de trabalho é essencial na estratégia formativa da Universidade Europeia. A coordenadora da Área de Turismo & Hospitalidade daquela instituição de ensino superior dá conta que “criamos pontes entre a academia e o setor de turismo e hospitalidade, preparando os estudantes para os desafios do mercado e oferecendo oportunidades de carreira, colaboramos com empresas do setor para estágios, projetos e aprendizagem prática, muitos dos nossos docentes trazem experiências do mercado, enriquecendo o ensino, e organizamos eventos como feiras de emprego e workshops para promover o networking e o conhecimento de tendências”. Igualmente, o Gabinete de Empregabilidade “orienta os estudantes na definição de objetivos e facilita o acesso a vagas. Projetos integradores e consultoria com empresas fortalecem as competências dos alunos. Focamo-nos também no desenvolvimento de competências transversais, como liderança e comunicação, essenciais para o sucesso profissional. Essa abordagem prepara os estudantes para se destacarem no mercado de trabalho e contribuírem para a evolução do setor”.

Da mesma forma, na Universidade Europeia, “temos desempenhado um papel ativo na formação contínua dos profissionais de turismo, focando-nos em áreas essenciais como a retenção de talento, inovação tecnológica e sustentabilidade. Oferecemos programas de pós-graduação, mestrados e cursos especializados que integram as últimas tendências e desafios do setor, capacitando os profissionais para lidar com as mudanças rápidas e as novas exigências do mercado. Sobre as pós-graduações, gostava de acrescentar que apesar da nossa oferta presencial, temos duas pós-graduações em Gestão Hoteleira e Gestão de Eventos, lecionadas 100% online”.

E vai mais além. “Através da nossa colaboração com empresas do setor, proporcionamos experiências práticas que ajudam os alunos a desenvolver competências digitais e a aplicar soluções inovadoras, particularmente no uso de tecnologias emergentes”. Por outro lado, “destacamos a importância da sustentabilidade, oferecendo formação em práticas responsáveis que promovem o turismo sustentável e a responsabilidade social, fruto de uma parceria com uma instituição com o mercado”. Neste sentido, segundo Sofia Almeida, “acreditamos que a formação contínua é essencial para garantir que os profissionais de turismo possam não só adaptar-se, mas também liderar as transformações que o setor exige, contribuindo assim para a evolução e o sucesso da indústria”.

Susana Mesquita, coordenadora da Licenciatura em Turismo no ISAG – European Business School

Por sua vez, comenta Susana Mesquita, existem várias formas de estabelecer a ligação entre as instituições e o mercado do trabalho. “No nosso caso temos várias parcerias com empresas de diversos subsetores, promover estágios curriculares, realizar eventos de networking e desenvolver programas de mentoria com profissionais do setor entre outras iniciativas”. Assim, considera que este aspeto constitui uma oportunidade para fomentar a formação contínua, criando programas acessíveis que capacitem os profissionais e elevem o padrão do setor.

Uso da Inteligência Artificial
Parece que, em alguns casos, os planos de estudos ainda não incluem tecnologias com inteligência artificial, “no entanto, não invalida que não sejam utilizadas como exemplos nas aulas”, conforme diz Flávio Ferreira, mas esclarece que os professores começaram a utilizar no ano passado exemplos de plataformas de geração de conteúdos (textos, imagens e vídeos), em particular nas unidades curriculares de informação e comunicação tecnológica, nos cursos de licenciatura, e de tecnologias e marketing digital, nos cursos de mestrado.

Contrapondo, Mafalda Patuleia refere que a UF já integra formação em inteligência artificial, análise de dados, automação e outras tecnologias emergentes, nas unidades curriculares de tecnologias digitais aplicadas ao turismo (1º Ano) e de transformação digital no turismo (3º Ano). Estas competências são abordadas em aulas práticas, simulações e projetos em parceria com o setor, preparando os alunos para os desafios da digitalização.

Finalmente, colocámos aos responsáveis pela área formativa em turismo, no Porto e em Lisboa, a seguinte questão: Quais são as competências mais valorizadas atualmente no setor do turismo?

Para o presidente da ESHT, elencou as seguintes: competências digitais; habilidades para implementar práticas de turismo sustentável; capacidade de gerir experiências e lidar com feedbacks negativos; saber criar pacotes turísticos inovadores e roteiros adaptados a diferentes públicos; habilidades de comunicação e interculturalidade.

Mas para a diretora do Departamento de Turismo da UL, além de competências técnicas, as competências transversais são cada vez mais valorizadas. Assim, no seu entender, “um profissional de turismo, enquanto mediador cultural, tem de possuir uma compreensão profunda das diferenças culturais, demonstrar empatia e capacidade de adaptação, e promover o respeito mútuo. Deve ter uma comunicação eficaz, empatia, trabalho em equipa, resolução de problemas e capacidade de adaptação”. Adicionalmente, a literacia financeira, a literacia digital e o domínio de línguas estrangeiras continuam a ser requisitos fundamentais”, enalteceu.

Também, na Universidade Europeia, alguns planos de estudo já incluem formação sobre o uso de tecnologias como a Inteligência Artificial, refletindo a crescente digitalização do setor do turismo. Na Universidade Europeia, esclareceu, “abordamos ferramentas como análise de dados, sistemas de gestão baseados em IA, chatbots, automação de processos e tecnologias de personalização da experiência do cliente. Estas tecnologias são introduzidas através de projetos práticos, simulações e estudos de caso, permitindo que os estudantes desenvolvam competências aplicáveis e compreendam como utilizá-las para melhorar a eficiência, a tomada de decisões e a experiência dos clientes. Já existe esta oferta noutras áreas da Universidade, mas o nosso desafio é trazer esta realidade para dentro dos cursos de Turismo”.

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Atrasos e outras perturbações nos aeroportos nacionais afetaram perto de 2M de passageiros no 1.º trimestre, diz AirHelp

A AirHelp estima que, no primeiro trimestre do ano, os atrasos e outras perturbações nos aeroportos nacionais tenham afetado perto de dois milhões de passageiros, o que representa um aumento de 13% em comparação com o ano anterior. 

A AirHelp estima que, no primeiro trimestre do ano, os atrasos e outras perturbações nos aeroportos nacionais tenham afetado perto de dois milhões de passageiros, o que representa um aumento de 13% em comparação com o ano anterior.

De acordo com um novo relatório da empresa especialista na defesa dos passageiros aéreos, “durante os primeiros três meses do ano, mais de seis milhões de passageiros apanharam um voo a partir de um aeroporto português”, tendo a grande maioria das ligações aéreas, cerca de 70%, sido efetuadas à hora prevista.

No entanto, cerca de dois milhões de pessoas sofreram alguma perturbação no seu voo e, “embora na maioria dos casos se tratasse de atrasos menores e não dessem origem a uma compensação financeira, perto de 114 mil pessoas encontram-se elegíveis para receber uma indemnização por um atraso superior a três horas, pelo cancelamento do seu voo ou pela perda de uma ligação causada pelo atraso de um voo anterior”.

A AirHelp diz que, comparando com o mesmo período do ano passado, “verifica-se uma redução do número de voos e de passageiros”, uma vez que, nos três primeiros meses de 2025, registaram-se cerca de 47 mil voos contra 48 mil em 2024, o que significa menos 2% de voos e menos 4% de passageiros.

Apesar deste declínio, a taxa de perturbações de voos aumentou cerca de 13% em comparação com o ano anterior”, acrescenta a AirHelp, que diz também que “os passageiros com direito a indemnização aumentaram consideravelmente (48%)”, passando de de 75 mil em 2024 para quase 113 mil em 2025, o que se deveu “a um aumento dos voos com atrasos superiores a três horas”.

Aeroporto de Lisboa regista maioria dos atrasos

O relatório da AirHelp mostra também que a TAP foi a companhia aérea a operar em Portugal que registou a maioria dos atrasos, uma vez que, dos mais de dois milhões de passageiros transportados pela companhia aérea nacional até março, 38% registou alguma agitação com mais de 41 mil destes passageiros a estarem elegíveis para uma compensação financeira.

De seguida, surge a Ryanair, que transportou mais de um milhão de passageiros no primeiro trimestre, dos quais, refere a AirHelp, “apenas 26% dos passageiros sofreu alguma perturbação no seu voo”, pelo que pouco mais de sete mil têm direito a compensação financeira.

No que diz respeito a aeroportos, o destaque volta a recair em Lisboa, que se manteve como o aeroporto que registou “mais perturbações nos seus voos”, com 40% dos voos a registar algum atraso ou a ser cancelado, o que resulta em 39,5% dos passageiros aéreos a verem alguma perturbação nos seus voos.

Já o Aeroporto de Faro teve 84,5% dos voos sem qualquer perturbação, enquanto o Aeroporto do Porto registou 80% dos voos sem perturbações, pelo que 80,2% dos passageiros desta infraestrutura registaram “um voo tranquilo”.

 

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Aviação

Frota de aviões comerciais na Europa Ocidental vai crescer 27% até 2035, indica estudo

Segundo um relatório da empresa de consultoria e gestão Oliver Wyman, a procura de transporte aéreo continua a crescer a um ritmo sem precedentes, mas a produção de novas aeronaves não acompanha o mesmo ritmo, o que constitui um desafio para o setor da aviação comercial em todo o mundo.

A frota de aviões comerciais na Europa Ocidental vai crescer 27% até 2035, passando de um crescimento de 5.475 aeronaves em 2025 para 6.956 unidades na próxima década, apurou o relatório ‘Global Fleet And MRO Market Forecast 2025-2035’, da Oliver Wyman, cujos resultados foram divulgados esta quinta-feira, 10 de abril.

“A aviação comercial na Europa Ocidental encontra-se numa fase de crescimento sustentado, com uma previsão de aumento de 27% na sua frota até 2035, o que representa um crescimento de 5.475 aeronaves em 2025 para 6.956 unidades na próxima década”, avança a empresa de consultoria e gestão, em comunicado.

Segundo este estudo, que analisa as tendências do setor e oferece uma perspectiva a 10 anos sobre a evolução da frota de transporte aéreo comercial e as suas implicações no mercado de manutenção, reparação e revisão (MRO), na próxima década, o total de aeronaves comerciais vai passar de 29.000 em 2025 para 38.300 em 2035, com um crescimento anual de 2,8%.

O relatório realça, no entanto, que as limitações na produção de novas aeronaves e os problemas na cadeia de fornecimento estão a resultar num “atraso recorde nas entregas, dificultando a capacidade do setor de satisfazer a crescente procura”.

“Esta situação agrava-se pela escassez de mão-de-obra, que obriga a prolongar os tempos de manutenção e reparação, especialmente em regiões como a Europa Ocidental e a América do Norte”, acrescenta a informação divulgada.

Segundo Carlos García Martín, sócio de Transporte e Serviços e especialista em Aviação da Oliver Wyman, “o envelhecimento da frota, a escassez de mão-de-obra qualificada e as limitações na cadeia de fornecimento, aliados a uma forte procura de transporte aéreo, estão a gerar grandes desafios no setor aeronáutico”, motivo pelo qual, para sustentar o seu crescimento a longo prazo, “a indústria terá de implementar estratégias inovadoras que promovam uma maior eficiência operacional”.

De facto, a procura de transporte aéreo continua a crescer a um ritmo sem precedentes, mas a produção de novas aeronaves não acompanha o mesmo ritmo, uma vez que, atualmente, a carteira de encomendas ultrapassa as 17.000 unidades, o valor mais alto registado, pelo que, com o ritmo atual de fabrico, “esses pedidos levarão 14 anos a ser entregues, o dobro do tempo que as companhias aéreas tinham de esperar antes de 2019”.

“Desde 2018, quando a indústria alcançou um recorde de mais de 1.800 aeronaves fabricadas, a produção caiu significativamente. Em 2024, foram entregues menos de 1.300 unidades novas, o que representa uma redução de 30% face a seis anos antes, apesar de o número de passageiros ter atingido os 4.800 milhões em 2024, com previsão de ultrapassar os 5.000 milhões em 2025. Além disso, os passageiros por quilómetro transportado (RPK) aumentaram quase 4% em comparação com os níveis máximos de 2019”, refere o relatório.

A falta de renovação da frota também tem estagnado as melhorias na eficiência de combustível, que em 2024 não registaram avanços, ao contrário dos aumentos anuais de 1,5% a 2% observados nos anos anteriores.

“Estima-se que, a nível mundial, a produção anual de aviões será inferior às entregas até 2030, o que deverá gerar um défice de 2.000 aeronaves. Além disso, a idade média das aeronaves em serviço aumentou de 12,5 anos em 2023 para 13,4 anos em 2024, e projeta-se que atinja os 24 anos em 2035. Estes atrasos não afetarão apenas a rentabilidade das companhias aéreas, mas também aumentarão os custos de manutenção, reparação e operações”, considera a Oliver Wyman.

Contudo, o envelhecimento da frota, os problemas de durabilidade em aviões e o surgimento de motores de nova geração, assim como a crescente procura de manutenção estão a beneficiar o setor de manutenção, reparação e revisão (MRO), que deverá atingir 119.700 milhões de dólares este ano, impulsionado pela necessidade de manter operativas aeronaves mais antigas.

“Até 2035, espera-se que o setor MRO cresça a uma taxa composta de 2,7%, alcançando os 156.800 milhões de dólares, um aumento de 31% em relação a 2025”, acrescenta o relatório da Oliver Wyman.

Na Europa Ocidental, estima o relatório, o mercado MRO crescerá significativamente, passando de 25.000 milhões de dólares em 2025 para 30.000 milhões em 2035, impulsionado principalmente pela procura de manutenção de motores, que aumentará de 12.600 milhões em 2025 para 14.000 milhões em 2035.

Apesar destes desafios, a aviação comercial continua a ser um pilar-chave da economia global, pelo que a “expansão da frota, o crescimento do mercado MRO e a adaptação das companhias aéreas aos novos desafios operacionais serão fundamentais para garantir a competitividade do setor nos próximos anos”.

“Neste contexto, enquanto os mercados emergentes continuam a sua expansão, as regiões mais maduras terão de se concentrar na modernização das suas frotas e na otimização da eficiência operacional para enfrentar as exigências de um mercado em transformação”, conclui a informação divulgada.

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Destinos

Zâmbia acolheu 2º Encontro de Turismo das Nações Unidas para África e Américas

O 2º Encontro de Turismo das Nações Unidas para África e Américas, que terminou esta quinta-feira, na Zâmbia, delineou planos concretos para alcançar objetivos comuns, com foco na inovação, cooperação técnica, conectividade , investimentos em turismo e confiança do turista através da segurança.

De acordo com dados da ONU Turismo, ambas as regiões recuperaram dos impactos da pandemia: em 2024, a África recebeu 74 milhões de chegadas internacionais, mais 7% face a 2019 e mais 12% em comparação com o 2023, enquanto as Américas acolheram 213 milhões, o que equivale a 97% das chegadas pré-pandemia. O encontro da Zâmbia deixou claros os fortes vínculos entre as duas regiões, tanto em termos de visitantes entre as regiões e dentro delas, como em termos de mercados de origem e destinatários de investimentos.

O Secretário-Geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, afirmou que este encontro “é prova do compromisso duradouro da África e das Américas com a cooperação além das fronteiras e dos oceanos”, para avançar que “o nosso propósito é promover o crescimento inclusivo e garantir que o turismo continue a ser um motor de prosperidade partilhada. Acima de tudo, ao focar em formação e desenvolvimento de competências, estamos a dar às pessoas, especialmente aos jovens, os meios para ter sucesso no mundo competitivo de hoje.”

Aumentar e direcionar o investimento para o turismo é um dos pilares fundamentais da Declaração de Punta Cana. Na Zâmbia, a ONU Turismo partilhou as suas conquistas nessa área prioritária. Até o momento, foram publicadas 18 edições das “Diretrizes para Negócios no Turismo ” para investimentos para destinos na África e nas Américas, enquanto outras 10 estão em desenvolvimento.

As diretrizes destacam o enorme potencial de investimento em turismo dentro e entre as regiões. Entre 2019 e 2024, a África investiu cerca de 3,9 milhões de dólares em 36 projetos nas Américas, enquanto a América Latina e as Caraíbas investiram o mesmo valor em 34 projetos na África. Com o objetivo de elevar esses níveis, a ONU Turismo anunciou planos para organizar uma Conferência Bienal de Investimento em Turismo África-Américas. A conferência reunirá governos, instituições financeiras, atores do setor privado e parceiros de desenvolvimento com o objetivo de impulsionar os fluxos de investimento intercontinentais e direcionar o investimento através de prioridades partilhadas.

Com mais de 50% da força de trabalho do turismo com menos de 25 anos, o setor oferece vastas oportunidades para os jovens, especialmente na África – o continente mais jovem do mundo – e nas Américas. Para colocar em prática os objetivos educacionais da Declaração de Punta Cana, a ONU Turismo está a promover ações de formação em ambas as regiões, pretendendo alcançar cerca de 2.000 beneficiários em África e nas Américas através dos seus novos cursos via WhatsApp para desenvolvimento profissional.

Em sintonia com a educação, a Declaração de Punta Cana coloca a inovação no centro da cooperação Sul-Sul para o desenvolvimento do turismo. Em Livingstone, a ONU Turismo anunciou o lançamento de uma primeira Competição de Startups para as regiões. O desafio “Pontes de Inovação” procurará empresas prontas para enfrentar desafios nas áreas de sustentabilidade, inclusão e transformação digital, com foco nas comunidades locais.

O investimento também será o principal objetivo do primeiro Escritório Temático de Turismo da ONU em Marrocos. O escritório pretende ser um centro de inovação, com programas de aceleração para startups regionais, pesquisa e desenvolvimento, e para celebrar novos talentos através de Aventuras Tecnológicas no Turismo.

No que diz respeito à conetividade e segurança turística, refira-se que a 2ª Conferência Ministerial sobre Turismo e Transporte Aéreo em África, que terá lugar realizada em Angola em julho, terá como foco IA e inovação para conectividade, e na Zâmbia, o encontro destacou o progresso da ONU Turismo na elevação dos padrões de segurança para turistas, aumentando assim a confiança em viagens para ambas as regiões.

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Aviação

TAP distinguida pela experiência dos passageiros na Europa

A distinção que reconhece a qualidade da experiência oferecida pela companhia aérea nacional aos seus passageiros e foi entregue na edição de 2025 dos PAX Readership Awards, que se realizou em Hamburgo.

A TAP recebeu esta quarta-feira, 9 de abril, o prémio das revistas PAX International e PAX Tech de Best Overall Passenger Experience na Europa, distinção que reconhece a qualidade da experiência oferecida pela companhia aérea nacional aos seus passageiros e que foi entregue na edição de 2025 dos PAX Readership Awards, que se realizou em Hamburgo.

“Anualmente, a PAX convida os seus leitores e o setor da aviação a participar nos PAX Readership Awards, que pretendem distinguir as realizações das companhias aéreas em áreas como o serviço de catering, a inovação na área do entretenimento a bordo, a conectividade, a oferta em termos de lugares e tem em conta a experiência do passageiro no setor”, explica a TAP, em comunicado.

Segundo Jane Hobson, diretora das revistas PAX, estes prémios “são mais do que um simples reconhecimento; são um reflexo da forma como a indústria continua a evoluir e a exceder as expectativas dos passageiros”.

Já Robynne Trueman, editor da área de Business das revistas, acrescenta que “o que torna estes prémios tão especiais é o facto de serem orientados pelas pessoas que experimentam estas inovações em primeira mão”, ou seja, os leitores das revistas PAX International e PAX Tech.

Recorde-se que, em 2024, a TAP Air Portugal recebeu o prémio da PAX International na categoria de Best Cabin Interior Passenger Experience e, na categoria Outstanding Food Service by a Carrier, nas edições de 2019, 2020, 2022 e 2023.

As revistas PAX, do grupo Paramount Publishing Inc., dedicam-se ao setor da aviação e são publicadas cinco vezes por ano.

 

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Meeting Industry

Mais de 60 países e regiões presentes na 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau

A 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau abre 25 de Abril com a presença de empresários de mais de 60 países e regiões para exploração conjunta de oportunidades de negócios, avança a Direção dos Serviços de Turismo do território (DST).

A 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau terá lugar de 25 a 27 de abril, nos Pavilhões A, B, C e D da Cotai Expo, do The Venetian Macao. Sob o slogan “Explore a MITE, Experimente o Mundo”, o evento apresenta seis novos destaques, e reunirá a participação de um maior número de operadores turísticos e sectores relacionados nacionais e estrangeiros, de acordo com nota publicada na página oficial do Governo da Região Administrativa Especial de Macau.

Até agora, o certame já atraiu a participação de aproximadamente 600 expositores provenientes de mais de 60 países e regiões, e de cerca de 500 compradores profissionais provenientes da Grande China e do exterior, tendo o número de stands internacionais aumentado em perto de 50%. Esta edição evidencia uma vez mais que a Expo de Turismo tem vindo a desempenhar, de forma eficaz, o seu papel de plataforma de oportunidades de negócios de turismo internacional, a destacar o seu efeito enquanto evento de marca, a promover o intercâmbio e a cooperação de turismo regional e internacional, e a contribuir para a construção de Macau como uma plataforma de alto nível de abertura ao exterior.

Com o apoio do Ministério da Cultura e Turismo da República Popular da China (RPC), do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM e do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da RPC na RAEM, a 13.ª Expo de Turismo (Macao International Travel (Industry) Expo – MITE) conta a organização da Direção dos Serviços de Turismo (DST), e a coordenação da Associação das Agências de Viagens de Macau.

Em conferência de imprensa, que contou com a presença da diretora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, dos subdiretores da DST, Cheng Wai Tong e Ricky Hoi, e do presidente da Associação das Agências de Viagens de Macau, Alex Lao, foram divulgados os pormenores do evento.

Na sua intervenção, a diretora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, referiu que a Expo de Turismo continua a elevar a qualidade e a inovação, a aumentar a eficácia, a atrair mais operadores turísticos nacionais e estrangeiros, e a impulsionar as oportunidades de cooperação intersectorial “turismo +”. Indicando que, até à data, existem mais de 300 stands internacionais, o que representa um aumento significativo de 50% em relação ao ano passado, e que compradores nacionais e estrangeiros também participam ativamente na expo, assinalou que tal demonstra o papel eficaz da Expo de Turismo como plataforma de oportunidades de negócios para o turismo internacional, beneficiando a expansão empresarial, promovendo o intercâmbio e a cooperação turística regional e internacional, e contribuindo para a construção de Macau como uma plataforma de abertura ao exterior de alto nível.

A DST volta a organizar este ano a participação de compradores convidados em visitas de familiarização em Macau e na Ilha de Hengqin. Durante as visitas, serão organizados passeios a diferentes bairros comunitários de Macau para experienciar os elementos de “turismo +”, incluindo dispositivos para tirar fotografias de grande escala de propriedade intelectual a nível internacional instalados na Zona Norte. Por outro lado, mais de uma centena de representantes de associações de agências de viagem locais e estrangeiras foram convidados a participar na Bolsa de Contactos para Operadores Turísticos, para contactos com operadores turísticos de Macau e exploração de oportunidades de negócio, e participação ainda em visitas de familiarização.

A 13.ª Expo de Turismo, que ocupa uma área de 30 mil metros quadrados, trará novas informações e produtos turísticos de Macau e do resto do mundo, incluindo ofertas especiais durante o período do evento, lançadas por vários expositores, e mais de 70 apresentações temáticas de turismo e fóruns, entre outros.

 

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Enoturismo

Unidades turísticas do Pacheca Group renovam certificação Biosphere para 2025

A Quinta da Pacheca, o Hotel Folgosa Douro, o Olive Nature Hotel & Spa e o Caminhos Cruzados, acabam de ser reconhecidos pelo compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com a renovação dos certificados Biosphere para 2025.

O compromisso do Pacheca Group com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, no âmbito da Agenda 2030, foi reconhecido com a renovação dos certificados ‘Biosphere’ das quatro unidades turísticas do grupo empresarial para 2025: Quinta da Pacheca, Hotel Folgosa Douro, Olive Nature Hotel & Spa e Caminhos Cruzados.

As unidades no Douro (Quinta da Pacheca e Hotel Folgosa Douro) e de Trás-os-Montes (Olive Nature Hotel & Spa da Quinta Valle de Passos) obtiveram a primeira certificação em 2024, enquanto o produtor do Dão (Caminhos Cruzados) é certificado pela entidade internacional desde 2023.

A certificação da ‘Biosphere’, sistema desenvolvido pelo Instituto de Turismo Responsável (RTI), é concedida a destinos e empresas que garantam um equilíbrio adequado, a longo prazo, entre os aspetos económicos, socioculturais e ambientais.

A Quinta da Pacheca é elogiada pela “oferta gastronómica, preparada seguindo protocolos de segurança sanitária”, a criação de “emprego de qualidade, promovendo a contratação e a formação de profissionais locais” e o incentivo ao “uso responsável da água”, enquanto o Hotel Folgosa Douro promove “sistemas de gestão mais responsáveis e participativos”, fornece “informações sobre os recursos naturais do território” e incentiva o “planeamento, projeto e construção de infraestruturas sustentáveis”.

Por sua vez, a ‘Biosphere’ destaca a “notável contribuição” do Olive Nature Hotel & Spa da Quinta Valle de Passos, em Trás-os-Montes, nos parâmetros de “água limpa e saneamento”, “energia acessível e não poluente” e “inovação e infraestrutura industrial”. A unidade hoteleira de Valpaços é ainda reconhecida por fornecer “informações sobre os recursos naturais do território” e por promover “a conservação do património cultural e natural local” e a “adoção de estilos de vida e hábitos mais saudáveis”.

A Caminhos Cruzados, por fim, vê a certificação renovada por participar, entre outros, no “desenvolvimento de projetos educacionais de outras entidades”, dar a conhecer “os compromissos, boas práticas e esforços sustentáveis” e tomar medidas “para evitar o desperdício de alimentos”.

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Enoturismo

Quinta do Quetzal tem nova diretora de Enoturismo

Joana Lança é a nova diretora de Enoturismo da Quinta do Quetzal, responsável por desenvolver e implementar estratégias inovadoras que visem aprimorar a experiência dos visitantes e promover a riqueza dos vinhos da herdade, além de coordenar visitas guiadas, degustações e eventos especiais.

A nova diretora de Enoturismo da Quinta do Quetzal, na Vidigueira, coração do Alentejo, é técnica superior de turismo pelo Instituto Politécnico de Beja, estagiou em Londres, em Roma e em Portugal passando pelo S. Lourenço do Barrocal, pelo departamento de reservas do Troia Resort e por fim pelo Convento do Espinheiro em Évora. Posteriormente passou para a Herdade dos Grous de onde transitou para este novo desafio.

Nas novas funções, trabalhará em estreita colaboração com o chefe João Mourato, o Sommelier João Santos e toda a sua equipa, para criar programas que destacam a singularidade dos vinhos produzidos na Quinta do Quetzal, assim como a beleza da região.

Joana Lança será responsável por desenvolver e implementar estratégias inovadoras que visem aprimorar a experiência dos visitantes e promover a riqueza dos vinhos da herdade, além de coordenar visitas guiadas, degustações e eventos especiais.

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Análise

Viagens e turismo criarão 4,5 milhões de novos empregos na UE até 2035

A pesquisa de Impacto Económico elaborado pelo WTTC estima que, até 2035, as viagens e turismo deverão gerar mais 4,5 milhões de empregos, para atingir mais de 30 milhões, o que reforça o papel do setor na União Europeia. Isto quer dizer que um em cada sete empregos será neste setor, tornando-a numa das indústrias estrategicamente mais importantes dentro da UE.

As previsões do WTTC mostram que a contribuição de viagens e turismo para o PIB aumentará para quase 2,3 biliões de euros, com sua participação económica subindo para pouco menos de 11%, no mesmo período. O setor continuará a superar o crescimento económico mais amplo, com um CAGR de 10 anos de 1,8%, em comparação com 1,3% para a economia da UE em geral, enquanto o setor contribuirá com mais de 900 mil milhões de euros anualmente para os governos da UE através de receitas fiscais.

Por outro lado, o WTTC estima que, na União Europeia, os gastos dos visitantes internacionais cheguem a 730 mil milhões de euros nos próximos 10 anos, enquanto os gastos dos visitantes nacionais devem ultrapassar 1,2 biliões de euros.

Com os olhos postos apenas neste ano, o organismo estima que o setor de viagens e turismo em toda a UE contribua com quase 1,9 biliões de euros para o PIB da região, representando 10,5% da economia da UE. Espera-se que o emprego atinja quase 26 milhões, representando 12% de todos os empregos da União Europeia, o que classifica como um sinal claro do crescente impacto do setor.

As previsões do WTTC é que os gastos dos visitantes internacionais atinjam 573 mil milhões de euros este ano, crescendo mais de 11% em relação a 2024, enquanto os gastos domésticos devem aumentar, atingindo 1,1 biliões, uma subida de 1,6% face ao ano anterior.

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Destinos

Barómetro do Turismo do IPDT antecipa uma Páscoa positiva

Além das expectativas para o período da Páscoa, a 73.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT – Turismo e Consultoria procurou também saber o impacto que os especialistas do setor esperam que as próximas eleições autárquicas tenham no turismo, assim como a importância do segmento MICE.

A 73.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT – Turismo e Consultoria traz expectativas positivas para o próximo período festivo da Páscoa, com a maioria dos inquiridos a anteciparem um aumento nas receitas do turismo do mercado interno, assim como do mercado externo.

“Relativamente aos indicadores analisados, verifica-se uma perspectiva de evolução positiva na rentabilidade dos negócios do turismo durante o período da Páscoa de 2025. Cerca de 56% dos membros do Barómetro do Turismo antecipam um aumento nas receitas do turismo do mercado interno, apontando para um desempenho superior face ao período homólogo de 2024”, lê-se na informação divulgada pelo IPDT.

Os membros do Barómetro do Turismo antecipam também que “o número de dormidas e de hóspedes no mercado interno apresentará um comportamento semelhante ao verificado na Páscoa de 2024”, com 61% dos inquiridos a defenderem que “estes indicadores deverão manter-se estáveis”.

O Barómetro do Turismo do IPDT apurou ainda que também em relação ao mercado externo as expectativas estão em alta, uma vez que “as previsões para o mercado externo revelam-se mais positivas do que as apresentadas para o mercado interno”.

“Cerca de 66% dos membros do Barómetro do Turismo antecipam um crescimento das receitas do turismo durante o período da Páscoa de 2025 face ao período homólogo de 2024”, acrescenta a informação divulgada.

Os resultados do Barómetro do Turismo mostram também que o “indicador número de dormidas verifica uma tendência de crescimento no mercado de externo, com cerca de 49% dos membros do painel a considerarem que este irá melhorar face ao ano transato”.

O inquérito que serve de base à 73.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT decorreu entre 19 a 27 de fevereiro de 2025, reunindo 46 respostas válidas.

Além das expectativas para a Páscoa, o estudo mostra também que, em fevereiro de 2025, o nível de confiança no setor turístico registou 85,2 pontos, naquele que é “o valor mais elevado da série histórica”, com um crescimento de 2,3 pontos face à última edição.

“Este valor indica que apesar dos fatores exógenos, como a instabilidade política global e os cenários de guerra, os membros do painel apresentam-se confiantes face ao crescimento positivo do turismo”, lê-se na informação divulgada.

O estudo procurou ainda avaliar o impacto que os membros do Barómetro do Turismo esperam que as eleições autárquicas, que vão decorrer no último semestre do ano, venham a ter no setor, apurando que 78% dos especialistas não preveem que as eleições autárquicas 2025 representem impacto para o turismo, ainda que “33% consideram que a colaboração entre as autarquias e os empresários é baixa, apontando para a necessidade de maior coordenação”.

Outro dos temas em destaque foi o MICE, com a pesquisa do IPDT a indicar que a “captação de grandes eventos é essencial para o crescimento do setor MICE em Portugal”.

“Os membros do Barómetro do Turismo destacam a segurança e a estabilidade política (23%) e a relação custo-benefício (19%) como os principais atrativos de Portugal para o turismo de negócios. Para impulsionar o setor MICE, 65% dos especialistas indicam a captação de grandes eventos e 63% o investimento em infraestruturas especializadas”, refere ainda o IPDT.

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Inês de Matos

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Destinos

Turismo do Algarve e do Alentejo lançam campanha que reforça posicionamento do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina

A nova campanha insere-se no Programa de Comunicação e Gestão de Branding do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, lançado pelo Turismo do Algarve e pela ERT do Alentejo para “regenerar, valorizar e promover os territórios de Aljezur, Monchique e Odemira”, que foram “severamente afetados pelos incêndios do verão de 2023”.

O Turismo do Algarve e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo lançaram o Programa de Comunicação e Gestão de Branding do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, iniciativa que visa “regenerar, valorizar e promover os territórios de Aljezur, Monchique e Odemira”, que foram “severamente afetados pelos incêndios do verão de 2023”, no âmbito do qual se destaca a campanha “Ao Natural é melhor!” para reforçar o posicionamento destes territórios como destinos autênticos e sustentáveis.

“Financiado pelo Turismo de Portugal no âmbito da Linha + Interior Turismo – Aviso “Regenerar Territórios”, o programa estende-se até agosto de 2026 e representa uma aposta firme na coesão territorial, na sustentabilidade e na valorização da identidade local”, lê-se num comunicado conjunto do Turismo do Algarve e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo.

A nova campanha de branding, que “posiciona o Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina como um refúgio de autenticidade, onde a natureza dita o ritmo, e onde o essencial volta a ter protagonismo”, assenta num conjunto de mensagens que “convidam os visitantes a abrandar e reconectar-se com os valores mais simples e puros da vida”.

“Troca as notificações por sensações”, “Faz refresh com os dedos dos pés. Na relva e no mar” ou “Ver casas caiadas de branco, é natural” são as mensagens desta campanha que, segundo a informação divulgada, apresenta um “tom poético e provocador, promovendo uma nova forma de estar no território — descomplicada, presente e consciente”.

Este programa tem também associadas várias iniciativas, a exemplo da já executada reposição da ponte de madeira sobre a Ribeira de Seixe, que é vista como um “símbolo da união entre o Algarve e o Alentejo e que havia sido destruída pelos incêndios”.

“Esta intervenção é parte de um conjunto mais vasto de medidas de qualificação da oferta turística, que inclui também a recuperação de trilhos pedestres e cicláveis da Rota Vicentina, permitindo devolver aos residentes e visitantes o acesso seguro e sustentável à paisagem protegida”, acrescenta o mesmo comunicado.

O plano contempla igualmente a definição e implementação da imagem da campanha, a produção de conteúdos multimédia e materiais de suporte à promoção, bem como um vasto conjunto de ações de comunicação e relações públicas nos mercados nacional e espanhol.

“Entre estas ações destaca-se o evento promocional que terá lugar no Consulado de Portugal em Sevilha e um evento de animação dedicado ao turismo de natureza, a realizar-se em simultâneo nos dois territórios, no último trimestre de 2025. A promoção será reforçada através da participação em feiras internacionais, visitas de familiarização com operadores e jornalistas, e ações de comunicação dirigidas a diferentes públicos e plataformas, em Portugal e na Andaluzia”, referem as duas entidades.

Este programa, refere ainda o comunicado, “traduz uma resposta ambiciosa e estratégica à necessidade de regenerar o território, reposicionando-o como um destino de experiências genuínas, ancorado na natureza, na cultura local e na hospitalidade das suas gentes”, uma vez que, “mais do que um simples destino turístico, o Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina apresenta-se como um lugar onde é possível viver devagar, saborear o tempo e recuperar a ligação com o mundo natural”.

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