Turismo de Portugal reconhece que aeroporto de Lisboa impede maior crescimento do mercado brasileiro
A falta de slots no aeroporto de Lisboa tem impedido a recuperação da capacidade aérea para números pré-pandemia, o que, segundo Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, prejudica o mercado brasileiro, que “depende da ligação aérea”. Mas nem tudo é negativo, já que as receitas deste mercado continuam a crescer.
Inês de Matos
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O mercado brasileiro ainda não recuperou o número de hóspedes pré-pandemia em Portugal, admite Lídia Monteiro, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, que atribui o menor crescimento às dificuldades do aeroporto de Lisboa, que não permite a total recuperação das ligações aéreas ao Brasil e este é um mercado que “depende da ligação aérea”.
“É verdade que ainda não atingimos, do ponto de vista dos hóspedes, os números de 2019, e isso está diretamente relacionado com o facto da acessibilidade aérea ainda não estar totalmente recuperada. Além da TAP, voam para Portugal a Azul e a LATAM. A LATAM tem vindo a pedir sucessivamente novos slots no aeroporto de Lisboa e não existem”, explicou Lídia Monteiro, à margem do Festuris 2024, que decorreu em Gramado, no Rio Grande do Sul, Brasil, entre 7 e 10 de novembro.
De acordo com a responsável, a conta é simples e permite perceber que, “se fosse possível ter mais uma ligação da LATAM, se ultrapassariam imediatamente os números de 2019”.
No entanto, Lídia Monteiro considera que esta dificuldade de crescimento no número de hóspedes provenientes do Brasil não é “problemática”, uma vez que o mercado brasileiro continua a crescer em Portugal ao nível da receita, sendo que, este ano, já foi registado um aumento de 13% nas receitas dos turistas brasileiros em Portugal até agosto.
“Não nos parece que seja problemático, uma vez que continuamos a crescer do ponto de vista das receitas, o que é muito positivo. Temos 13% a mais que em 2023, portanto, do ponto de vista da receita estamos a conseguir crescer”, explicou a responsável.
Apesar do número de hóspedes do mercado brasileiro ainda estar “ligeiramente abaixo dos dados de 2019”, Lídia Monteiro realçou que a subida das receitas geradas por este mercado vai ao encontro da “estratégia de crescimento do turismo com valor” definida pelo Turismo de Portugal, que tem vindo também a apostar na diversificação de mercados.
“O nosso objetivo é continuar a crescer sustentavelmente no mercado. O que temos vindo a fazer do ponto de vista da estratégia, é a diversificar os mercados. O mercado brasileiro já foi o nosso quinto mercado, hoje, é o sexto, ocupou o seu lugar os EUA. Portanto, isto não é um problema, antes pelo contrário, porque significa que estamos a conseguir ser mais sustentáveis porque estamos a diversificar a capacidade de crescer em mais mercados”, explicou.
A vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal revelou que Portugal tem atualmente um conjunto de seis mercados que apresentam uma performance semelhante, o que é positivo pois se existir algum problema num desses mercados, os outros estão em condições de compensar.
“Temos, neste momento, seis grandes mercados com performances muito equivalentes, destacando-se o Reino Unido, claramente, e a seguir a Espanha, pela proximidade. Se passarmos a ter sete ou oito, quer dizer que, havendo um problema em algum destes mercados, os outros vão compensar”, defendeu, considerando, por isso, que “o mercado brasileiro é muito importante, mas todos são importantes porque todos contribuem” para que Portugal seja um destino sustentável.
Segundo Lídia Monteiro, o mercado brasileiro ocupa, atualmente, a sexta posição em termos de mercados para Portugal, depois do Reino Unido, Espanha, Alemanha, França e EUA.
“O britânico continua a ser o nosso primeiro mercado, o americano passou para quinto e, em alguns sítios e momentos, é o quarto. O americano já é o primeiro mercado em Lisboa, no Porto é o segundo ou terceiro”, indicou ainda a responsável.
*A jornalista viajou a convite da TAP e do Festuris.