Porto lança estratégia para dispersão dos fluxos turísticos
A Câmara Municipal do Porto lançou, recentemente, uma estratégia cuja missão é a de descentralizar os fluxos turísticos para aliviar a pressão sobre as áreas de maior procura na cidade. São oito narrativas de um livro de experiências chamado Porto, oito locais, oito histórias, oito experiências, entre as infinitas formas de viver o Porto.
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Focado na estratégia de sustentabilidade do turismo, a Câmara Municipal do Porto delineou o caminho para a criação de oito quarteirões que levem quem vem de fora a conhecer a cultura e as atrações, mas também as pessoas e as muitas vidas que, espalhadas por todo o território, fazem a identidade própria da cidade. A estratégia, recentemente apresentada visa descentralizar os fluxos turísticos para aliviar a pressão sobre as áreas de maior procura e criar novas oportunidades, indica informação do município.
As oito narrativas a criar servirão para comunicar oito locais de atração: o Centro Histórico do Porto, mas também de Vila Nova de Gaia, o lugar da história, do passado e da preservação do caráter singular; a Baixa, de identidade forte e vincada, uma conjugação da oferta gastronómica diversa e de uma aura jovem de diversão e atividade noturna; a Foz, com ligação a Matosinhos Sul, a união do rio ao mar; a zona da Boavista, Campo Alegre e Marginal, rica em arquitetura, música e arte, casa de empresas internacionais; o Bonfim, imagem do Porto irreverente e jovem, que atrai mentes criativas e disruptivas; Lapa, República e Marquês, que acolheu as linhas de defesa liberais e que cruza monumentos históricos e religiosos numa simbiose cultural; a zona da Asprela, Arca d’Água, Carvalhido e Ramalde, lugar da investigação, da ciência e do conhecimento; Campanhã e Antas, onde o rural e o urbano se intercetam, com novas dinâmicas e renovação constante.
Estes quarteirões foram classificados em três categorias – consolidados, em consolidação e emergentes. Os já consolidados são o Centro Histórico do Porto e de Gaia e a Baixa do Porto, onde se concentra mais de 70% da “oferta” e da “procura” turística. Em consolidação, são considerados os quarteirões da Foz-Matosinhos Sul; Boavista-Campo Alegre-Marginal do Douro e Bonfim. E “emergentes” – aqueles que têm “reduzido número de ativos turísticos, pouco explorados ou mesmo nenhuns” – que incluem a “Lapa-República-Marquês”; “Asprela-Arca d’Água-Carvalhido-Ramalde e Campanhã-Antas.
Na sessão de apresentação do estudo, a vereadora responsável pelo pelouro do Turismo e da Internacionalização, Catarina Santos Cunha, referiu que este projeto surgiu da necessidade de “diversificar, descentralizar, ampliar” o fluxo turístico no Porto e de “criar novas oportunidades em todo o território” da cidade.
A vereadora, citada pela mesma fonte, anunciou que já está a ser preparado um conjunto de iniciativas que vão envolver a população da cidade e os municípios vizinhos, além já estarem a começar a promoção internacional destes quarteirões. O objetivo dos quarteirões é dispersar os turistas das zonas com elevada pressão e levá-los a outras zonas de maneira a desenvolve-las, “não é com o intuito de criar pressão noutros locais, mas efetivamente desenvolvimento económico noutros locais“.