O que foi 2023 e o que será 2024 – Ricardo Teles (Bestravel)
Depois de uma ano, agora terminado, em que “faltou existir uma ação mais fiscalizadora de algumas ações que prejudicam o normal funcionamento do turismo”, Ricardo Teles, diretor Operacional da Bestravel, tem somente um pedido ao novo Executivo: “poder contar com um Ministério do Turismo”.
Carolina Morgado
Soltour volta a lançar charters para Samaná à partida de Lisboa
Iberia celebra 85 anos de voos ininterruptos entre Madrid e Lisboa
Princess Cruises altera dois cruzeiros de volta ao mundo devido a conflitos no Médio Oriente
Brilliant Lady é o 4.º navio da Virgin Voyages e chega em setembro de 2025
Bruxelas inicia ação contra 20 companhias aéreas por práticas enganosas de “greenwashing”
Dubai recebe Arabian Travel Market entre 6 e 9 de maio
Etihad Airways coloca A380 na rota de Paris a partir de novembro
Croatia Airlines passa a integrar APG-IET
Turismo de Portugal inaugura Centro de Incubação de Base Tecnológica para o setor do Turismo a 6 de maio
Gestão de frota e manutenção de motores PW150A da TAAG será feita pela Pratt & Whitney Canada
Findo o exercício de 2023, que balanço faz deste ano?
O ano de 2023 foi um ano muito exigente, com diversos desafios externos, sejam eles de caráter operacional, como os constantes atrasos e/ou cancelamentos derivados da notória falta de capacidade do Aeroporto de Lisboa (mas não só) ou de caráter geopolítico, com as guerras existentes. No entanto, no universo Bestravel foi um ano extremamente positivo, nomeadamente em termos de vendas, na sequência do que já tinha acontecido em 2022. Continuámos com uma subida acelerada, o que nos permite afirmar que 2023 foi um bom ano para a Bestravel.
Na sua perspectiva, o que faltou concretizar no setor do turismo neste ano de 2023?
Faltou existir uma ação mais fiscalizadora de algumas ações que prejudicam o normal funcionamento do Turismo concorrencial. É essencial que esta fiscalização exista dentro de um setor tão pujante, mas que não pode perder nunca a sua credibilidade perante o consumidor.
Como antevê o ano de 2024 em termos económicos?
Este foi um ano com diversos desafios neste âmbito, com a subida das taxas de juros a níveis bastante altos e com a incerteza de até onde iriam. As notícias nesta reta final de ano têm sido algo mais animadoras nesta questão, primeiro com a sua estagnação, e com a perspectiva de baixa ainda durante o ano de 2024. Também os anunciados aumentos salariais se refletirão numa maior disponibilidade financeira para viajar, portanto olhamos para 2024 com otimismo.
E que desafios terá o setor do turismo em 2024?
Como enormes desafios para 2024 mantém-se as questões das guerras que alastram por algumas zonas do globo, bem como alguma instabilidade em outras zonas. Esta insegurança, que pode alastrar a países vizinhos dos conflitos, são sempre, para além do drama óbvio para os povos, muito negativos para o setor das viagens. Mas o Turismo tem sabido reinventar-se e adaptar-se.
O que gostaria de ver concretizado em 2024?
Julgo que, tal como todos os portugueses, gostaria de ver finalmente escolhido e lançado o projeto de construção do novo aeroporto de Lisboa, essencial para um normal funcionamento do Turismo de outgoing. Temos todos, em conjunto, conseguido arranjar alternativas, mas a situação tende a agravar-se ano após ano.
A fazer um pedido ao Governo que sairá das eleições de 10 de março de 2024, qual seria?
A poder somente efetuar um pedido, seria a de voltarmos a poder contar com um Ministro do Turismo. Estamos a falar de um setor essencial para a recuperação da economia nacional no pós-Covid, mas que continua a ser algo desprezado em termos políticos. Seria essencial uma voz mais forte que permitisse que o Turismo estivesse sempre nas primeiras linhas de discussão e com alguém que estivesse unicamente centrado no mesmo, ao invés de estar perdido no meio de tantas outras atividades.