O que foi 2023 e o que será 2024 – Paulo Mendes (GEA Portugal)
Com a espera relativamente à decisão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa em destaque, situação que “limita o crescimento das operações charter”, Paulo Mendes, diretor de Contratação e Produto da GEA Portugal, pede “estabilidade política” e uma “maior proximidade com o setor turístico”.
Carolina Morgado
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Findo o exercício de 2023, que balanço faz deste ano?
Olhando para o ano de 2023 e fazendo um balanço, podemos dizer que foi um ano extremamente positivo no Grupo GEA. As redes de agências associadas ao Grupo GEA registaram, em termos de produção de lazer, um crescimento de 32%. Apesar de existirem muitos desafios externos, quer em termos económicos, sociais e geopolíticos, internamente podemos dizer que estamos muito entusiasmados com os resultados conquistados em 2023.
Na sua perspectiva, o que faltou concretizar no setor do turismo neste ano de 2023?
O que faltou concretizar em 2023 foi algo que também não se tendo vindo a concretizar nos anos anteriores e assume cada vez mais um carácter de urgência: o aeroporto de Lisboa, para o qual se exige uma solução iminente.
Como antevê o ano de 2024 em termos económicos?
Acreditamos que, partindo do pressuposto que a inflação está controlada e as taxas de juros estáveis, embora altas, o comportamento da procura vai-se manter similar em 2024. No entanto, não podemos descurar que a instabilidade política e os conflitos geopolíticos de guerra têm sempre um impacto sobre o comportamento do consumidor, podendo criar um clima de retração.
E que desafios terá o setor do turismo em 2024?
Como referido anteriormente há uma situação que assume carácter de urgência e com a qual estamos preocupados: a capacidade aeroportuária em Lisboa. A atual situação está a limitar, entre outros temas, o crescimento de operações charter, que são fundamentais para o crescimento nas vendas nas agências de viagens de lazer, que ainda é core da atividade de muitas delas. Adicionalmente, outro desafio será a capacidade do consumidor final de manter o poder de compra para despesas com viagens e lazer.
O que gostaria de ver concretizado em 2024?
Gostava que o ano de 2024 representa-se o início da descida das taxas de juros, isto com o objetivo de aumentar o poder de compra das famílias portuguesas, para que possam ter mais momentos de lazer e melhor qualidade de vida. Por outro lado, em 2024 também poderá passar por mais medidas de apoio para o crescimento do tecido empresarial do setor turístico português.
A fazer um pedido ao Governo que sairá das eleições de 10 de março de 2024, qual seria?
Em termos políticos, o pedido seria a estabilidade governativa, que tem sempre impacto socioeconómico, nomeadamente, na confiança de consumo dos portugueses. Ainda a nível governativo, pediria maior proximidade com o setor turístico.