IATA: Transporte aéreo de outubro chega a 98,2% dos níveis de 2019 mesmo com lenta recuperação do tráfego internacional
Segundo os dados revelados pela IATA esta terça-feira, 5 de dezembro, a subida do tráfego global foi ditada por uma forte recuperação do tráfego doméstico, que aumentou 33,7% face a outubro de 2022, enquanto o tráfego internacional continuou a apresentar uma recuperação mais “lenta”.
Inês de Matos
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Em outubro, o tráfego aéreo global ficou em 98,2% dos níveis pré-pandemia, depois de um crescimento de 31,2% face a mês homólogo de 2022, o que leva a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo a afirmar que “a recuperação em curso na procura de passageiros continuou em outubro”.
Segundo os dados revelados pela IATA esta terça-feira, 5 de dezembro, a subida do tráfego global foi ditada por uma forte recuperação do tráfego doméstico, que aumentou 33,7% face a outubro de 2022, impulsionado por um crescimento a três dígitos registado na China, que levou a que o transporte aéreo doméstico ficasse 4,8% acima do resultado de outubro de 2019.
Para a recuperação registada em outubro contribuiu também o tráfego internacional, que registou, no 10.º mês do ano, uma subida de 29,7% em comparação com o mesmo mês do ano passado, ficando a 94,4% dos níveis de outubro de 2019, o último ano antes da pandemia da COVID-19.
“O forte resultado de outubro aproxima a indústria cada vez mais da conclusão da recuperação do tráfego pós-pandemia”, congratula-se Willie Walsh, diretor-geral da IATA.
Apesar dos bens resultados, o responsável da IATA sublinha que, apesar do tráfego internacional também estar a recuperar, o crescimento está a acontecer “de forma mais lenta”, o que se atribui, em grande parte, à menor procura internacional registada pelas companhias aérea da Ásia-Pacífico.
“A procura internacional das transportadoras da Ásia-Pacífico está 19,5% atrás de 2019. Isto pode refletir o levantamento tardio das restrições da COVID em partes da região, bem como desenvolvimentos comerciais e tensões políticas”, acrescenta o responsável.
Apesar do atraso, os dados da IATA mostram que, no que diz respeito ao tráfego internacional, foi nas companhias aéreas da Ásia-Pacífico que este indicador mais aumentou em outubro, subindo 80.3% face ao mesmo mês do ano passado, enquanto a capacidade cresceu 72.5% e o load factor 3.6 pontos percentuais, fixando-se nos 82.9%.
Já as transportadoras africanas viram o tráfego internacional subir 25.3% em outubro, enquanto a capacidade cresceu 32.4%, o que provocou uma descida de quatro pontos percentuais no load factor, que passou para 70.3%, o mais baixo entre todas as regiões do mundo.
No Médio Oriente, o tráfego internacional das companhias aéreas aumentou 24.1%, tendo-se registado também uma subida de 22.2% na capacidade e de 1.2 pontos percentuais no load factor, que passou para 80.6%, com a IATA a indicar que, nesta região, o conflito entre Israel e o Hamas parece estar a causar um reduzido impacto, apesar das companhias aéreas terem reduzido as suas operações nesta região.
Na América Latina, o tráfego internacional cresceu ainda 21.2% em outubro, enquanto a capacidade cresceu a um nível superior e aumentou 22.3%, o que empurrou o load factor para baixo em 0.8 pontos percentuais, fixando-se nos 85.3%, o mais elevado entre todas as regiões.
Já na América do Norte, o tráfego internacional subiu 17.5%, exatamente a mesma percentagem em que aumentou também a capacidade, o que resultou num load factor estável de 83.9%.
Na Europa, onde o tráfego internacional já tinha recuperado grande parte dos níveis de 2019, as companhias aéreas registaram o menor crescimento e o tráfego internacional subiu apenas 16.1% face ao ano passado, enquanto a capacidade subiu 14.5% e o load factor disparou 1.2 pontos percentuais, fixando-se nos 85.1%.