Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas
“É urgente que o Brasil faça um esforço muito grande de promoção turística internacional”
Segundo Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, a grande maioria das vendas para as rotas da companhia aérea entre o Brasil e a Europa são realizadas no Brasil, motivo pelo qual defende uma maior promoção turística internacional do país para equilibrar esse rácio.
Inês de Matos
“A promoção na Europa não pode ser só Macau”
APAVT destaca “papel principal” da associação na promoção de Macau no mercado europeu
Comitiva portuguesa visita MITE a convite da APAVT
Royal Caribbean International abre primeiro Royal Beach Club em Nassau em 2025
Viagens mantêm-se entre principais gastos de portugueses e europeus, diz estudo da Mastercard
Álvaro Aragão assume direção-geral do NAU Salgados Dunas Suites
Lusanova e Air Baltic lançam “Escapada ao Báltico” com voos diretos
Conheça a lista de finalistas dos Prémios AHRESP 2024
Transavia abre vendas para o inverno e aumenta capacidade entre Portugal e França em 5%
FlixBus passa a integrar aeroporto de Lisboa na rede doméstica e internacional
O diretor da TAP para as Américas, Carlos Antunes, revelou na semana passada que a grande maioria das vendas para as rotas da companhia aérea entre o Brasil e a Europa são realizadas no Brasil, defendendo, por isso, que é necessária uma maior promoção turística internacional do país para equilibrar o rácio de vendas.
“No total, hoje, temos 60% a 65% produzido aqui no Brasil, precisávamos de 50/50”, admitiu o responsável em declarações aos jornalistas à margem da 35.ª edição do Festuris, a feira de turismo de Gramado, que decorreu entre 9 e 12 de novembro.
De acordo com Carlos Antunes, as vendas de bilhetes para as rotas entre o Brasil e a Europa só poderão ser equilibradas com o aumento da promoção turística internacional por parte do Brasil, o que não tem acontecido de forma consistente ao longo dos últimos anos.
“A Embratur tem de fazer investimento, não se falou do Brasil lá fora nos últimos quatro a cinco anos, e quando não falamos sobre as coisas, sobrepõem-se as notícias negativas e o Brasil não se tem promovido lá fora. O Brasil é muito carente, recebe menos turistas internacionais do que Cuba, por exemplo, recebe cerca de cinco milhões, o que não é nada”, lamentou o responsável, explicando que foi justamente para aumentar essa promoção que a TAP estabeleceu um protocolo com a Embratur.
O diretor da TAP para as Américas considera que a companhia aérea de bandeira nacional pode ajudar o Brasil a promover-se a nível internacional, uma vez que sabe onde se deve o país promover, mas alerta que devem ser as autoridades brasileiras a tomar a iniciativa.
“Não é o nosso objetivo promover o Brasil, até porque vendemos o Brasil como um todo. Não vamos ao agente de viagens ou ao consumidor dizer quais são as características de Salvador ou Maceió, para nós é tudo Brasil, mas podemos, com a ajuda das autoridades, que sabem exatamente quais são os pontos distintivos de cada um dos nossos 11 pontos de presença, chegar a quem são os formadores de opinião e aos decisores na Europa, naqueles que são os nossos principais mercados”, defendeu.
Carlos Antunes lamentou que a promoção turística internacional do Brasil não seja consistente e não decorra ao longo de todo o ano, limitando-se à participação na BTL e outros poucos eventos, o que, considerou, “não cria posicionamento de marca”.
“Tem de haver investimento, nós voamos mas quem ganha na promoção turística é o destino”, acrescentou, defendendo que o mercado doméstico brasileiro, com quase 200 milhões de consumidores, é o principal obstáculo à existência de uma maior promoção internacional.
*A jornalista viajou a convite da TAP Air Portugal.