WTM: “Luxo acessível” cada vez mais popular, apesar de orçamentos mais reduzidos para férias
O “luxo acessível” está a tornar-se cada vez mais popular para quem deseja viajar e gozar umas férias, apesar do aperto nos orçamentos de muitos turistas, refere o World Travel Market London 2023.

Victor Jorge
Nova Edição: Aeroporto em Alcochete, bTd Travel, Cuba, Costa Cruzeiros, FITUR e MICE em Praga
Edição Digital: Aeroporto em Alcochete, bTd Travel, Cuba, Costa Cruzeiros, FITUR e MICE em Praga
Mercure comemora 50 anos com novo hotel nos Açores em vista para 2024
CTP critica relatório da CTI que “não prevê nenhuma solução para o médio prazo”
Turismo de Lisboa está contra o encerramento da Portela e diz que decisão não pode ser tomada a curto prazo
Ministro dos Transportes angolano pede à nova gestão da transportadora TAAG “pleno funcionamento” das frotas
Azores Airlines antecipa voos diretos entre os Açores e Montreal
Airmet ultrapassa as 400 agências de viagens em Portugal
Lusanova já permite reservas online da programação para 2024
Produção de SAF representa 0,53% das necessidades do setor da aviação em 2024
Apesar do apertar de cinto de muitas famílias e de orçamentos para férias impactados pela crise e inflação, os consumidores continuam determinados a sair de férias e muitos ainda estão a dar prioridade a opções de luxo, conclui o WTM Global Travel Report, apresentado em parceria com a Oxford Economics, durante o WTM London 2023.
O relatório explica que esta área de crescimento nas viagens se alinha com uma tendência mais ampla de os consumidores procurarem experiências novas e únicas nas férias.
“Depois da pandemia e das restrições às viagens, muitos querem melhorar a sua experiência, à medida que os consumidores recuperam proativamente as experiências turísticas perdidas”, refere o relatório.
Parte desta procura pode ser o resultado da continuação da procura reprimida e das poupanças acumuladas durante os confinamentos, bem como de taxas de desemprego relativamente baixas na maioria dos países.
“Os consumidores não afetados pelas crises económicas, provavelmente, continuarão a optar por destinos de luxo”, observa o estudo.
Contudo, o estudo admite, igualmente, que “aqueles que pertencem a grupos de rendimentos mais baixos poderão sentir cada vez mais o impacto dos rendimentos pessoais reduzidos e procurar opções de viagem mais económicas ou reduzir as suas viagens em geral”.
O relatório alerta também para alguns dos impulsionadores da procura de viagens pós-pandemia que podem ter “revertido nos últimos meses”, representando um risco para a expansão contínua.
Aponta para “custos persistentemente elevados” e para a recuperação da libra esterlina e do euro, o que está a “enfraquecer o poder de compra do dólar americano na Europa”.
Por outro lado, o preço do combustível de aviação está significativamente mais elevado do que no início do ano, pressionando as tarifas aéreas.
Entretanto, a indústria das viagens continua a enfrentar problemas do lado da oferta, no meio de acontecimentos geopolíticos como a invasão da Ucrânia pela Rússia, o conflito no Médio Oriente, bem como a escassez de pessoal que ainda afeta muitos mercados, frisando que “um grande número de trabalhadores mudou para outros setores de atividade durante a pandemia”.
O rendimento pessoal disponível dos consumidores também está sob pressão à medida que o seu próprio transporte e outros custos de vida aumentam.
Apesar destes ventos contrários, o relatório observa que “os custos mais elevados ainda não foram um impedimento significativo ao crescimento e os viajantes parecem dispostos a pagar preços mais elevados”.
Dave Goodger, diretor-geral EMEA da Tourism Economics, referiu na apresentação do relatório, que “a análise mostra como os consumidores têm uma procura aparentemente insaciável por viagens, apesar de um cenário económico complexo”.