Viagens dos residentes em alta, mas para fora continuam abaixo de 2019
No 2.º trimestre de 2023, os residentes em Portugal realizaram 5,7 milhões de viagens, número que fica 1% acima dos níveis de 2019. Contudo, para o exterior, ficaram 1,9% abaixo do mesmo período pré-pandemia.
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No 2.º trimestre de 2023, os residentes em Portugal realizaram 5,7 milhões de viagens, o que correspondeu a um acréscimo de 6,1% face a igual período de 2022. Já face ao trimestre anterior de 2023, o crescimento foi de 11,8%, enquanto em comparação com o 1.º trimestre de 2019, a evolução foi de 1%.
As viagens em território nacional – 4,8 milhões, representando 85,6% das deslocações – foram determinantes para este aumento, revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), registando um acréscimo de 5,5% face ao mesmo trimestre de 2022 e um aumento de 1,5% quando comparado com o 2.º trimestre de 2019).
Já as viagens com destino ao estrangeiro cresceram 9,8%, totalizando 812,2 mil viagens (14,4% do total), frisando o INE que se trata de uma “uma aproximação progressiva aos níveis de 2019”, ficando 1,9% abaixo desses valores no 2.º trimestre de 2023 (no 1.º trimestre do atual exercício ficaram4,6%abaixo do mesmo período de 2019).
O INE refere ainda que o número de viagens aumentou em todos os meses do trimestre: +10,4% em abril, +6,2% em maio e +1,7% em junho. Face a 2019, registaram-se aumentos em abril e maio (+5,7% e +0,4%, respetivamente), a que se seguiu um decréscimo de 3,4% em junho.
“Lazer, recreio ou férias” como principal motivação
O “lazer, recreio ou férias”, tal como nos períodos homólogos de 2019 e 2022, foi a principal motivação para viajar no 2.º trimestre de 2023, originando 2,7 milhões de viagens, correspondendo a mais 9,1% face ao período homólogo de 2022 (+0,5% face ao 2.º trimestre de 2019), que representaram 48,4% do total (+1,3 p.p. face ao 2.º trimestre de 2022; -0,2 p.p. que no 2.º trimestre de 2019).
A “visita a familiares ou amigos” também registou um acréscimo, +3,2% (+1,3% comparando com o 2.º trimestre de 2019), em resultado de 2,1 milhões de viagens (37,8% do total, -1,1 p.p. face ao 2.º trimestre de 2022; +0,1 p.p. que no 2.º trimestre de 2019).
As viagens por motivos “profissionais ou de negócios” destacam-se ao registar o único decréscimo (-3,1% do que no 2.º trimestre de 2022 e -13,6% face ao 2.º trimestre de 2019), com 450,7 mil deslocações, que corresponderam a 8% do total (-0,8 p.p. face ao 2.º trimestre de 2022 e -1,3 p.p. do que no 2.º trimestre de 2019).
A marcação prévia de serviços foi utilizada em 37,6% das viagens dos residentes realizadas no 2.º trimestre de 2023 (+0,5 p.p.), tendo significativamente maior expressão nas deslocações com destino ao estrangeiro (91,2%; -4,3 p.p.) do que nas viagens nacionais (28,6%; +0,9 p.p.).
A internet foi utilizada no processo de organização de 25,6% das deslocações (-0,8 p.p.), tendo este recurso sido opção em 64,8% (-7,2 p.p.) das viagens para o estrangeiro e em 19% das viagens em território nacional, sem alteração face ao 2ºT de 2022.
A borla no alojamento
Em termos de alojamento, o “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (60,4% do total), registando 11,5 milhões de dormidas nas viagens de residentes no 2.º trimestre de 2023, tendo sido a modalidade privilegiada em 94,5% das que foram motivadas pela “visita a familiares ou amigos” e em 43,8% das deslocações em “lazer, recreio ou férias”.
Os “hotéis e similares” concentraram 25,3% das dormidas resultantes das viagens turísticas dos residentes (4,8 milhões de dormidas), tendo sido a opção de alojamento predominante nas deslocações “profissionais ou de negócios” (50,2%).
O INE revela inda que, no 2.º trimestre de 2023, cada viagem teve uma duração média de 3,36 noites (3,37 no 2.º trimestre de 2022; 3,44 no 2.º trimestre de 2019). A duração média mais baixa foi registada em maio (3,03 noites, 2,78 em maio de 2022) e a mais elevada ocorreu em junho (3,84 noites, 3,97 em junho de 2022).
A concluir, o INE indica que, no 2.º trimestre de 2023, 24,6% dos residentes fizeram pelo menos uma deslocação turística, +0,7 p.p. face ao mesmo período do ano anterior, mas ainda abaixo dos níveis de 2019 (-4,2 p.p.). Numa análise mensal, a proporção de residentes que viajou aumentou em abril e maio (+1,2 p.p. e +0,2 p.p., respetivamente), mas decresceu em junho (-0,6 p.p.). Em comparação com os mesmos meses de 2019, registaram-se diminuições na proporção de turistas residentes em todos os meses (-4,0 p.p., -1,8 p.p. e -1,3 p.p., de abril a junho, respetivamente).