Espanha pretende seguir medidas francesas na proibição de voos de curta distância
Seguindo os passos dados em França, PSOE e Sumar anunciaram a redução dos voos domésticos, com duração inferior a duas horas e meia, caso exista alternativa de comboio.
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O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e Sumar apresentaram, como parte do seu acordo para a formação do governo, a intenção de reduzir os voos domésticos nas rotas em que exista alternativa ferroviária de Alta Velocidade, com duração inferior a 2,5 horas, exceto nos casos em que sejam voos de conexão com rotas internacionais.
Uma medida que quando foi aplicada em França já era descrita como mais simbólica e eficaz do que eficiente e muito difícil de aplicar em Espanha. Para já, a AENA foi a primeira a sofrer com esta medida em bolsa, com as ações a caírem 4% ao meio-dia, representando uma perda de mais de 600 milhões de euros.
A coligação garantiu que a proibição não afetaria as ligações nos hubs de conexão, nomeadamente, Madrid e Barcelona. O problema é a viabilidade de concretizar esta intenção, como saber antecipadamente os passageiros que não efetuaram reserva interline entre diferentes operadores (o de voos de curta distância e o que irá operar o de longo curso) ou uma reserva para voos separados, dados os hábitos recentes de reserva dos passageiros que autogeriram as suas viagens.
Javier Gándara, presidente da Associação de Companhias Aéreas (Asociación de Líneas Aéreas, ALA sigla em espanhol), principal associação de companhias aéreas de Espanha, afirmou recentemente no II encontro “Agora de Turismo Sustentável”, organizado pela Green & Human e Hosteltur, que a proibição estabelecida pelo Governo francês aos voos aéreos de curto curso que têm viagens alternativas de comboio de menos de duas horas e meia e que, na prática, afetou realmente apenas três rotas com Paris, “mostra que uma série de medidas estão sendo tomadas somente para se verem, mas que servirão para alterar a conectividade aérea por uma fraca sustentabilidade”.
Se tal medida for tomada em Espanha, afetaria cinco rotas no país: de Madrid a Barcelona, Valência, Alicante, Sevilha e Málaga.
Contudo, Gándara salientou que se os voos nestas rotas fossem eliminados, os viajantes que voam, por exemplo, de Valência para Madrid seriam afetados porque depois seguiriam para Nova Iorque via Madrid. “Se esses voos forem eliminados, esses passageiros não vão passar dos comboios de alta velocidade (AVE) para Madrid e na estação de Atocha apanhar um táxi para Barajas, e esperar nas filas de segurança e do embarque. O que acontecerá é que voarão para Nova Iorque a partir de Valência, mas via Frankfurt, via Paris…ou outro centro europeu”, concluiu.