Edição digital
Assine já
PUB

Foto: Victor Machado (Bluepeach)

Destinos

“O setor do Turismo será provavelmente a melhor Parceria Público Privada do nosso pais”

Na véspera de se comemorar mais um Dia Mundial do Turismo, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) coloca, na sua conferência anual, o ênfase na coesão territorial. Para Francisco Calheiros, presidente da CTP, “o Turismo é promotor da coesão nacional, não só territorial como também económica e social”. Quanto à “velha questão” do aeroporto, “se a escolha recair por uma solução mais demorada no tempo, há que avançar com uma solução intermédia, como é o Montijo”.

Victor Jorge

Foto: Victor Machado (Bluepeach)

Destinos

“O setor do Turismo será provavelmente a melhor Parceria Público Privada do nosso pais”

Na véspera de se comemorar mais um Dia Mundial do Turismo, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) coloca, na sua conferência anual, o ênfase na coesão territorial. Para Francisco Calheiros, presidente da CTP, “o Turismo é promotor da coesão nacional, não só territorial como também económica e social”. Quanto à “velha questão” do aeroporto, “se a escolha recair por uma solução mais demorada no tempo, há que avançar com uma solução intermédia, como é o Montijo”.

Victor Jorge
Sobre o autor
Victor Jorge
Artigos relacionados
Ávoris e BCD Travel expandem parceria estratégica a Portugal
Distribuição
APAVT diz que quanto mais tardar o aeroporto mais difícil será esconder anemia da economia
Transportes
O que Portugal precisa para avançar?
Meeting Industry
Portugal conquista 12 “Óscares” de turismo nos World Travel Awards
Destinos
ANAV avalia como positiva proposta da nova diretiva de viagens combinadas
Distribuição
Associação Alojamento Local Porto e Norte apresentada publicamente
AL
Verão 2024: Soltour lança operação para Djerba à saída do Porto
Distribuição
Aeroporto de Hamburgo junta-se à rede “”Hydrogen Hub at Airport”
Aviação
Qualificação e formação são cruciais para o futuro do turismo, destacou Nuno Fazenda
Emprego e Formação
A4E pede “equilíbrio” na revisão da Diretiva sobre Viagens Organizadas e teme impacto negativo no turismo europeu
Distribuição

“O Turismo como Fator de Coesão Nacional” é o tema central que a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) leva a debate, no próximo dia 27 de setembro, na Conferência do Dia Mundial do Turismo, que se realiza no Algarve.

O jornal PUBLITURIS falou com Francisco Calheiros, presidente da CTP, a propósito deste evento e tema, admitindo que “o Turismo ao gerar coesão territorial, beneficia dessa coesão, sobretudo da diversidade de recursos que Portugal proporciona”.

Com os dados referentes à atividade turística em Portugal a estarem “em linha com o que era expectável para este ano”, Francisco Calheiros pede uma “redução da carga fiscal existente” e “apoio à recapitalização das empresas que ainda sentem os reflexos da pandemia e dos custos acrescidos motivados pelas consequências da guerra”.

Quanto ao novo aeroporto, “nem parece que ter um novo aeroporto é uma prioridade para o país”, frisa Francisco Calheiros.

A CTP celebra, mais uma vez, o Dia Mundial do Turismo no próximo dia 27 de setembro com a Conferência “Turismo – Fator de Coesão Nacional”. Que importância tem, de facto, o turismo para uma maior coesão nacional e como poderá contribuir para essa coesão?
O Turismo continua a ser um importante motor da economia portuguesa, sendo mesmo a atividade económica mais exportadora de Portugal, representando cerca de 20% do total de exportações de bens e serviços. Isto deve-se em grande parte ao efeito multiplicador do Turismo, já que é uma atividade que fomenta o desenvolvimento de muitos outros setores espalhados pelo país, sendo gerador de desenvolvimento social e económico. E se antes o Turismo estava centralizado em algumas regiões específicas, atualmente a oferta turística é muito mais diversificada, abrangendo praticamente todo o território, sendo por isso fator de coesão nacional.

E de que forma é que um país mais coeso territorialmente poderá beneficiar o setor do turismo nacional?
O Turismo ao gerar coesão territorial, beneficia dessa coesão, sobretudo da diversidade de recursos que Portugal proporciona. Quando se fala de coesão territorial, deve ter-se em conta um acesso mais equilibrado aos instrumentos que permitam o desenvolvimento de uma região, neste caso turisticamente, que é aquilo a que já assistimos atualmente, nomeadamente como fruto do trabalho das Entidades Regionais de Turismo que têm feito um trabalho excelente na promoção dos produtos turísticos locais e regionais, assim como na captação de novos investimentos turísticos. Este é um trabalho que deve continuar a ser feito, com o recurso a apoios como aqueles que foram anunciados recentemente pelo secretário de Estado do Turismo. Estes apoios são necessários para ajudar o esforço de investimento que é feito pelos privados, mas deve ter-se em conta que, em relação aos apoios, se devem flexibilizar as regras de acesso e a utilização das verbas para que depois não fiquem por executar.

O Turismo ao gerar coesão territorial, beneficia dessa coesão, sobretudo da diversidade de recursos que Portugal proporciona

Em diversos fóruns temos ouvido que o importante é dar relevância à descentralização e levar o turismo para o Interior do país. A questão é saber se este Interior está preparado e tem as infraestruturas necessárias para receber os turistas no número que se pretende?
Há mais de um século que o Turismo tem vindo a promover e a desenvolver a sua organização administrativa, sendo a única atividade económica que se encontra descentralizada e regionalizada no nosso país, curiosamente no seu início até por iniciativa privada, a que mais tarde o Estado se vem associar. E hoje há como que uma parceria público-privada no terreno, e em todo o território nacional, através da articulação funcional e operacional entre as Entidades Regionais de Turismo (direito público) e as Agências Regionais de Promoção Turística (direito privado).

Especificamente, tal como pergunta, o interior está hoje muito mais preparado e a prova disso é a muita oferta e de qualidade que está a dar resposta à crescente apetência dos turistas por estas zonas do País. Veja-se também como para além do investimento de empresas locais, atualmente os grandes grupos hoteleiros estão cada vez mais a apostar no interior do país, o que claramente acrescenta valor a estas regiões e as aproxima dos índices daqueles que têm sido os destinos turísticos mais tradicionais. Ou seja, aqui está mais um fator de como o Turismo é promotor da coesão nacional, não só territorial como também económica e social.

Que infraestruturas ainda estão em falta para levar mais turistas para o Interior do país e obter a tal coesão territorial?
A questão que coloca não se resume exclusivamente às infraestruturas, mas estende-se também a equipamentos e às condições mobilidade e atratividade de recursos humanos.

Quanto às primeiras, diria que uma maior aposta e modernização da rede ferroviária que potencie a fluidez dos visitantes pelo território do interior em articulação com as portas aeroportuárias de entrada no país.

Relativamente aos equipamentos, a questão fundamental reside em disponibilizar mais e melhor oferta em termos de habitação para quem se desloque para trabalhar no interior, cujo único esforço de momento está a ser feito pelos privados na medida das suas possibilidades, sem qualquer apoio do Governo. Seria também necessário o reforço de equipamentos que permitam a deslocalização de grandes eventos.

Por último, no que aos recursos humanos diz respeito, será necessário acuar a nível da capacitação na mobilidade e atracção de talentos profissionais para o interior.

Esse desenvolvimento territorial está dependente de apoios ou existe capacidade para os privados liderarem esse processo?
Como é óbvio, há medidas estruturais que não dependem apenas dos privados, pelo que o poder central tem um papel importante no apoio ao reforço da atratividade do interior do país.

Em maio deste ano, o secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, anunciou a Agenda do Turismo do Interior, no valor de 200 milhões de euros. Esperemos que exista, ao contrário de outros programas de apoio, noutros anos, uma maior flexibilização no acesso e na aplicação destas verbas, para que possam ser céleres e efetivos os investimentos realizados com o apoio dos valores deste programa de incentivo.

A diminuição da dormida de portugueses é residual e deve-se, em grande parte, à perda de poder de compra dos portugueses

O que foi e será 2023
Estamos praticamente no final do verão de 2023. Como interpreta os números que têm sido divulgados relativamente ao turismo nacional?
As dormidas aumentaram 18,8% de janeiro a junho em relação ao 1.º semestre de 2022, aumentando 11% em relação ao 1.º semestre de 2019, ano antes da pandemia. Também no primeiro semestre tivemos um aumento das receitas, sendo que segundo o World Travel & Tourism Council (WTTC), o Turismo deverá contribuir com perto de 40 mil milhões de euros para a economia portuguesa até ao final de 2023.

São dados que confirmam que a atividade turística continua a crescer de forma sustentável e o que faz antever que este será um dos melhores anos de sempre do Turismo em Portugal.

Estes têm estado em linha com o que era esperado?
Sim, são dados que estão em linha com o que era expectável para este ano.

Ao nível dos mercados, tem-se registado um aumento de alguns mercados externos (EUA, Canadá, Reino Unido), mas registam-se decréscimos de mercados como a Espanha, Finlândia, Bélgica, Alemanha, Brasil. A que se deve este facto?
Desde logo, o aumento de alguns mercados externos como os que refere deve-se por um lado à estratégia de promoção que tem sido seguida pelos privados, em linha com a estratégia nacional de promoção do Turismo português que tem sido realizada no exterior, assim como, por exemplo, em relação aos Estados Unidos, à estratégia de promoção da TAP.

Por outro lado, há que ter em conta a diversidade e qualidade da oferta turística nacional, que passou a ser apetecível por turistas que decidiram alterar os seus destinos de férias, nomeadamente porque desejaram encontrar uma alternativa a mercados para onde antes iam passar férias, mas que são atualmente destinos menos seguros ou que estão junto a zonas do globo próximas de conflitos, de instabilidade social ou que estão a sofrer mais consequências das alterações climáticas.

O que é certo é que estes turistas de mercados que não eram os tradicionais, começaram a vir para Portugal, gostaram, querem repetir a experiência e estão a aconselhar familiares e amigos a virem fazer férias para Portugal.

Os dados do INE mostram, igualmente, uma diminuição nas dormidas dos residentes. Esta realidade era já esperada, depois de alguns anos com as viagens limitadas?
A diminuição da dormida de portugueses é residual e deve-se, em grande parte, à perda de poder de compra dos portugueses.

Penso que estamos perante uma situação pontual e que não é tão grave como se está a querer fazer parecer. O que aconteceu este ano, e sobretudo no mês de junho, é que houve um pouco de menos dormidas de portugueses, mas isto tem várias razões.

Por um lado, pela coincidência com algumas alterações que houve no calendário escolar e, por outro lado, porque as dificuldades financeiras das famílias, sobretudo para fazer face aos créditos à habitação e aos maiores custos inerentes à subia da inflação, fizeram com que alguns portugueses optassem por não fazer férias fora de casa ou decidiram passar períodos de férias em estabelecimentos hoteleiros noutras regiões e por períodos de tempo menores do que fariam habitualmente.

Têm surgido algumas opiniões menos favoráveis relativamente aos preços praticados pelo turismo, nomeadamente, pela hotelaria nacional. Este aumento de preços não seria expectável, dada a atual conjuntura e aumento de preços de forma global?
O Turismo é uma indústria da paz, mas infelizmente depara-se ainda com uma conjuntura de guerra com os efeitos negativos que todos conhecemos, nomeadamente o aumento de custos com a energia, os combustíveis, a inflação em crescendo, os juros altos, pelo que era inevitável um aumento de preços.

A qualidade paga-se e se queremos manter e até aumentar a qualidade dos serviços que oferecemos, se queremos manter o nível de Turismo que temos tido, então temos de ter preços competitivos, de forma a fazer face aos custos crescentes que as empresas enfrentam

Portugal, se manter este aumento de preços poderá tornar-se num destino demasiado caro para o turista estrangeiro, capaz de fazer comparações com outros destinos e com outras ofertas existentes no mercado?
O que se verifica é que o aumento dos preços até não tem travado o número de turistas. Há um aspeto que temos de ter em conta, a qualidade paga-se e se queremos manter e até aumentar a qualidade dos serviços que oferecemos, se queremos manter o nível de Turismo que temos tido, então temos de ter preços competitivos, de forma a fazer face aos custos crescentes que as empresas enfrentam.

Desde o início da pandemia que os recursos humanos têm sido ponto central no desenvolvimento do turismo em Portugal. O que tem sido feito para colmatar esta lacuna? Fala-se muito em protocolos, inclusivamente, com outros países, mas, depois, na prática, o setor sofre com falta de pessoal. Tem sido dado passos para ultrapassar este desafio para os próximos tempos?
Sobre este tema, que nos continua a preocupar, referir-lhe o seguinte: há algo que não podemos esconder e é o facto de que é preciso criar melhores condições, desde logo em termos salariais, para atrair mão de obra. Não esquecer que o Turismo até tem sido dos setores que mais tem aumentado salários.

Mas sendo preciso oferecer ainda melhores salários, é também necessário que o Estado faça a sua parte reduzindo a carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho. Todos ganharíamos. É que se os portugueses sentirem que têm melhores salários, mais facilmente virão trabalhar numa profissão de tanto valor como é o Turismo. E se os portugueses sentirem que têm mais dinheiro disponível, também gastarão mais nas férias e isso será bom para o Turismo e para o país.

Seria importante também avançar mais rápida e concretamente com o programa de valorização das profissões anunciado pelo Governo e reforçar a aposta no ensino de qualidade nas Escolas de Turismo.

Por outro lado, complementariamente, para ter mais recursos humanos, neste caso no Turismo, é preciso continuar a apostar na imigração, mas através de uma maior agilização dos processos. É preciso que a contratação seja feita de forma mais organizada, controlada e que o País crie as condições e tenha a capacidade de incluir os imigrantes na sociedade, desde logo, em termos da habitação. O Governo já tornou mais ágil alguma da legislação relativamente aos vistos, mas em termos práticos continua a existir demasiada burocracia.

Uma bola de cristal com aeroporto
Importante, para a CTP, tem sido, também, o debate sobre uma nova infraestrutura aeroportuária para a região de Lisboa. Conta ter uma decisão até final do ano de 2023?
Sinceramente era bom que assim fosse. Como tenho dito, esta é uma decisão política, por isso era bom que se decidisse depressa. No entanto, continuamos a perder demasiado tempo com tantos estudos, com análise de tantas opções. Tínhamos de avançar, mas não vejo avanços. Nem parece que ter um novo aeroporto é uma prioridade para o país. Entretanto, neste momento, o valor perdido pela não construção do novo aeroporto já ultrapassa em muito os mil milhões de euros, de acordo com o contador da CTP.

Há algo de que não abdicamos, se a escolha recair por uma solução mais demorada no tempo, há que avançar com uma solução intermédia, como é o Montijo.

Nem parece que ter um novo aeroporto é uma prioridade para o país

Muitos têm apontado para o facto de a indústria da aviação sofrer alterações no futuro, com possibilidade de menos voos, transferindo-os para a ferrovia. Veja-se o caso em França com os voos com uma duração inferior a duas horas e meia. É mesmo necessário um “grande” aeroporto para a região de Lisboa?
Claro que é mesmo necessário um novo aeroporto! Desde há anos que é necessário um novo aeroporto. Continuamos a recusar slots todos os dias e como já referi, os custos de não ternos um novo aeroporto continuam a acumular-se.

O Turismo, como principal atividade económica do país, tem ainda muito para dar. Há ainda muito por onde podemos crescer. Há uma procura crescente do destino Portugal, pelo que esperamos nos próximos anos muitos mais turistas a querer visitar-nos, mas para isso temos de ter as melhores condições de os receber e isso passa, inevitavelmente, por termos um aeroporto maior, mais moderno e adaptado aos novos tempos, que garanta a prestação de um muito melhor serviço.

E atenção que não se prevê que sejam apenas mais turistas a virem para Portugal nos próximos anos. Há também toda a atividade de negócios e de grandes eventos que tem todo o potencial para crescer. Somos muitos bons a receber e a organizar grandes eventos e isso está nos olhos do mundo. Veja-se o exemplo da Jornada Mundial da Juventude.

As outras regiões – Porto e Norte, Algarve, ilhas, Centro – não necessitariam, igualmente, de atualizações ou novas infraestruturas aeroportuárias, indo ao encontro do “desenvolvimento territorial”?
Penso sinceramente que, a esse nível, o melhor complemento internamente às infraestruturas aeroportuárias existentes, ao novo aeroporto e às acessibilidades rodoviárias que já temos, seria sem dúvida um crescimento e modernização do sistema ferroviário nacional.

Abordada que foi a questão da ferrovia, esta não podia ou devia ser uma alternativa viável para o turismo, agora que a sustentabilidade e as preocupações ambientais estão, como nunca, na ordem do dia?
Sem dúvida que é importante. Não como alternativa, mas como complemento.

O problema nunca tem sido, por exemplo, a Secretaria de Estado ou o Turismo de Portugal. Os entraves vêm, normalmente, de outras entidades governamentais, como sejam os Ministérios das Finanças, Administração Interna ou Negócios Estrangeiros

O que é que o Governo podia fazer mais pelo setor do turismo português? E que papel terão os privados no desenvolvimento do setor do turismo em Portugal?
Tenho frisado já várias vezes, que o setor do Turismo será provavelmente a melhor Parceria Público Privada do nosso pais. Temos tido uma excelente parceria com as entidades públicas diretamente ligadas ao Turismo. O problema nunca tem sido, por exemplo, a Secretaria de Estado ou o Turismo de Portugal. Os entraves vêm, normalmente, de outras entidades governamentais, como sejam os Ministérios das Finanças, Administração Interna ou Negócios Estrangeiros.

Por outro lado, os privados têm demonstrado ter um papel essencial no crescimento e na sustentabilidade da atividade turística.

Em geral, o Governo tem feito um caminho, que tem de continuar a fazer, no sentido de fortalecer o Turismo como principal atividade económica, sendo que o poder central o que pode fazer mais neste momento, seja pelos turistas, por quem trabalha ou quer trabalhar no Turismo e pelas empresas que atuam na atividade turística, é sem dúvida, por exemplo, reduzir a carga fiscal existente e apoiar a recapitalização das empresas que ainda sentem os reflexos da pandemia e dos custos acrescidos motivados pelas consequências da guerra.

Olhando para uma bola de cristal, o que vê para o ano de 2023, em termos globais, sabendo-se que ainda faltam mais de três meses para o final?
Prevejo que este seja um ótimo ano para o Turismo em Portugal. Que esta atividade vai continuar a ser o motor da economia portuguesa e espero que alguns dos dossiers em aberto que têm implicações diretas e indiretas no Turismo vejam finalmente a luz do dia.

Usando as suas palavras, dentro da bola de cristal que se veja o novo aeroporto.

Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
Artigos relacionados
Ávoris e BCD Travel expandem parceria estratégica a Portugal
Distribuição
APAVT diz que quanto mais tardar o aeroporto mais difícil será esconder anemia da economia
Transportes
O que Portugal precisa para avançar?
Meeting Industry
Portugal conquista 12 “Óscares” de turismo nos World Travel Awards
Destinos
ANAV avalia como positiva proposta da nova diretiva de viagens combinadas
Distribuição
Associação Alojamento Local Porto e Norte apresentada publicamente
AL
Verão 2024: Soltour lança operação para Djerba à saída do Porto
Distribuição
Aeroporto de Hamburgo junta-se à rede “”Hydrogen Hub at Airport”
Aviação
Qualificação e formação são cruciais para o futuro do turismo, destacou Nuno Fazenda
Emprego e Formação
A4E pede “equilíbrio” na revisão da Diretiva sobre Viagens Organizadas e teme impacto negativo no turismo europeu
Distribuição
PUB
Distribuição

Ávoris e BCD Travel expandem parceria estratégica a Portugal

A Ávoris Corporación Empresarial e a BCD Travel expandiram para Portugal a parceria estratégica que mantêm há vários anos. Desta forma, a Barceló Viagens, agência portuguesa que faz parte da Ávoris, funcionará como BCD Travel Portugal, como representante oficial exclusivo da BCD no mercado português e membro da sua rede global.

A Barceló Viagens, agência portuguesa que faz parte da Ávoris, passará assim a ser o representante oficial exclusivo da BCD em Portugal e membro da sua rede global, passando a operar como BCD Travel Portugal.

“Estamos muito satisfeitos por alargar a nossa parceria com a Ávoris”, sublinhou Michèle Lawley, presidente da BCD na Europa. “A Península Ibérica é um mercado estratégico para a BCD e para os nossos clientes. A parceria em Portugal é o próximo passo lógico, trazendo valor adicional aos nossos clientes multinacionais”, disse.

A Ávoris Corporación Empresarial, com uma equipa de mais de seis mil profissionais ao serviço de mais de cinco mil clientes e uma taxa de retenção de clientes de 97% no seu segmento empresarial, dispõe de mais de 30 marcas de viagens altamente especializadas, o que enriquece a proposta de valor para os clientes globais e locais da BCD na Península Ibérica.

Juan Carlos González, CEO da Ávoris Corporación Empresarial, afirmou, por sua vez, que “os serviços globais e as soluções digitais da BCD, juntamente com a nossa experiência no mercado local, ajudarão os nossos clientes a reforçar os seus programas de viagens e a atingir os seus objetivos comerciais”.

A BCD Travel, com sede em Utrecht (Holanda), é uma das maiores empresas de viagens corporativas do mundo, presente em mais de 110 países. Em Espanha e Portugal, a Ávoris representa tanto a BCD Travel como a BCD Meetings & Events, prestando serviços abrangentes a clientes na Península Ibérica.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
Transportes

APAVT diz que quanto mais tardar o aeroporto mais difícil será esconder anemia da economia

A Comissão Técnica Independente (CTI) irá apresentar, terça-feira, 5 de dezembro, na sua 3.ª Conferência, o relatório de análise estratégica e multidisciplinar do aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa. O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, lamenta as várias situações de “ineficiência” que atrasam uma decisão para o novo aeroporto.

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) lamenta que várias situações de “ineficiência” atrasem uma decisão para o novo aeroporto de Lisboa e acredita que quanto mais tardar mais a descoberto ficará a anemia da economia.

A Comissão Técnica Independente (CTI) que está a estudar a solução para o novo aeroporto apresenta na terça-feira o relatório preliminar que vai servir de base para a decisão sobre a sua localização.

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, tinha prometido uma decisão rápida, após a análise do relatório final da CTI, mas, perante a incerteza política devido à demissão do Governo e marcação de eleições antecipadas, esta é uma decisão que deverá ficar para depois de março.

“É a constatação de que, sendo o maior custo do processo o custo da não decisão, uma vez mais, a decisão ficou atrasada, primeiro por ineficiência de quem a devia tomar, agora por uma contingência política que impede qualquer pessoa de a tomar”, afirmou o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, à agência Lusa.

Para além de mais este compasso de espera a aguardar por um novo executivo – as eleições legislativas marcadas pelo Presidente da República acontecem em 10 de março -, a associação que representa as agências de viagens teme que uma nova contrariedade possa vir a acontecer.

“Acresce que numa nova situação política, a vontade de continuar com o processo de acordo como ele estava organizado não está assegurada e, portanto, é evidente que é mais uma ineficiência do sistema”, reforçou.

E assim sendo – lamenta – globalmente é o país que sai prejudicado.

“Quem está a sair prejudicado é a economia nacional, porque já todos percebemos que o crescimento da economia portuguesa é anémico. Essa anemia está é a ser escondida por um comportamento brutal do turismo e este comportamento brutal do turismo necessita da evolução no aeroporto, necessita de uma solução aeroportuária para Lisboa. Quanto mais tarde ela acontecer, mais difícil será esconder esta anemia e prejudicado é o bem-estar dos portugueses”.

O Governo incumbiu a comissão técnica independente (CTI) de analisar cinco hipóteses para a solução aeroportuária de Lisboa (Portela + Montijo; Montijo + Portela; Alcochete; Portela + Santarém; Santarém), mas previa que pudessem ser acrescentadas outras opções.

Após uma primeira fase de receção e análise de outras propostas, foram acrescentadas ao estudo as opções Portela + Alcochete, Portela + Pegões, Rio Frio + Poceirão e Pegões.

A ideia é avaliar as nove opções que estão em cima da mesa de acordo com cinco fatores críticos de decisão definidos pela CTI, sendo eles a segurança aeronáutica, a acessibilidade e território, a saúde humana e viabilidade ambiental, a conectividade e desenvolvimento económico e o investimento público e modelo de financiamento.

Mediante as pontuações obtidas pelas várias opções em estudo nos diferentes critérios, vertidas no relatório final que deverá ser entregue no final do ano ou no início de janeiro, caberá ao governo tomar a decisão, que é política e não técnica.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse no sábado que vai formalizar a demissão do Governo na próxima quinta-feira, dia 07 de dezembro, e apontou a dissolução do parlamento para 15 de janeiro.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
Meeting Industry

O que Portugal precisa para avançar?

“E Portugal?”. Este foi o tema escolhido para a conversa realizada entre Miguel Poiares Maduro (Fórum Futuro), Álvaro Beleza (SEDES) e Carlos Guimarães Pinto (Iniciativa Liberal), no arranque do 48.º Congresso da APAVT. E se Portugal não avança, as causas não são de hoje, mas podem e devem ser ultrapassadas com visão e estratégia, bem como com uma aposta em gente nova, menos “grisalha” e vinda do universo das empresas.

Os desafios vividos por Portugal ao longo dos últimos anos, ou melhor, décadas, e a dificuldade em ultrapassá-los, foi o pontapé de saída dado por Miguel Poiares Maduro, presidente da Comissão Científica do Fórum Futuro, da Fundação Calouste Gulbenkian, na 1.ª sessão do 48.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

De acordo com Miguel Poiares Maduro, faltam reformas em Portugal, apontando que “estas são sempre faladas, analisadas, discutidas, mas depois não conseguimos ser consequentes”, admitindo que existe uma “fraca qualidade da nossa cultura política e das instituições para entender esta necessidade urgente e sem a qual o país não avança”.

Apontando que “se discute muito as decisões, mas raramente a qualidade dos processos de decisão”, frisando que “é importante estruturar esses processos de decisão para evitar enviesamento dos erros em que facilmente caímos”, para o professor e presidente da Comissão Científica do Fórum Futuro, “a convivência entre o setor público e o setor privado é fundamental para que a qualidade das decisões seja frutífera”, salientando ainda que existem problemas em transferir o conhecimento para a economia e para o próprio Estado. Resultado desta realidade é, segundo Poiares Maduro, o facto de, em Portugal, “a grande maioria do conhecimento científico obtido nas universidades, do número de doutorados ou investigadores a trabalhar em empresas ou na própria administração pública ser dos mais baixo na Europa”.

Ora, esta realidade leva a que “não só o nível de investimento público em Portugal não seja suficiente para manter as infraestruturas públicas existentes, ficando abaixo do necessário e expectável”, mas, também, “refletir a dificuldade em captar mais investimento externo para o país”.

Isto faz com que o capital social das pessoas nas instituições seja baixo, refletindo-se, naturalmente, na falta de confiança que existe no próprio Estado. Daí Poiares Maduro apontar a necessidade de uma “visão estratégica para o país que vai muito além dos interesses dos partidos que discutem o poder”, dando como exemplo a Suécia, “país onde houve um acordo entre os principais partidos políticos para determinar políticas estruturantes assentes em pressupostos básicos de desenvolvimento para o país”.

E é neste ponto que Portugal peca, já que, na maior parte das vezes, “a partidarização das instituições leva a bloqueios e menor capacitação dessas mesmas instituições e pessoas que nelas trabalham”. Esta situação leva a que nas próprias instituições exista “um desvio de recursos produtivos em que as pessoas colocam a sua energia na procura da proximidade ou na identificação partidária e não no mérito do desenvolvimento”.

No turismo, por exemplo, “a prioridade deve estar na definição das áreas fundamentais para o desenvolvimento do setor e não tanto em procurar saber se projeto A ou B pode receber determinado investimento ou apoio, já que esta decisão depende de uma avaliação técnica e não estratégica, o que leva a que esse processo seja muitas vezes politizado e demasiado demorado”, considerou Poiares Maduro.

Álvaro Beleza, presidente do Conselho Coordenador da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, deu, por sua vez, o exemplo da Irlanda e numa palavra resumiu a evolução do país nos últimos anos: “ambição”. Para se resolver e ultrapassar os desafios “é preciso vontade”. “Essa vontade e ambição existiram e existem no turismo e fazem com que este seja um setor absolutamente estratégico para Portugal”, aproveitando para criticar “as mentes que se assustam com a quantidade de turistas que nos visitam”, frisou Álvaro Beleza.

Neste campo, o presidente da SEDES destacou a vantagem da posição geográfica de Portugal, mas também “a estabilidade e segurança oferecidas pelo país, condições essenciais para a captação de turistas, para além de tudo o mais que Portugal tem para oferecer”.

Focando, igualmente, a necessidade de profundas reformas estruturais em Portugal, começando, desde logo, pela fiscal, o presidente da SEDES admitiu que no nosso país “há um tremendo medo de falhar. Só com a tentativa e erro é que poderemos alcançar o desejado desenvolvimento e saber, efetivamente, o que pode ou não funcionar”.

Apesar de ser conhecida a ligação ao Partido Socialista, Álvaro Beleza admitiu-se um liberal e criticou a complexidade da máquina fiscal onde, por exemplo, existem mais de 500 procedimentos fiscais para empresas, frisando que “há que simplificar todos estes processos”.

Concluindo que Portugal “tem todas as condições para ser melhor”, Álvaro Beleza destacou que essa melhoria “nunca será conseguida com demasiada gente grisalha nos centros de poder”, existindo a necessidade de “dar lugar aos jovens que pensam de forma diferente e simplificada. Temos de rejuvenescer os centros de decisão em Portugal e isso não se consegue com pessoas que fizeram da política um modo de vida e muitas vezes estão, inclusivamente, afastadas da realidade do dia-a-dia das pessoas e empresas”.

Carlos Guimarães Pinto, deputado na Assembleia da República pela Iniciativa Liberal, começou a sua intervenção por destacar o facto de “Portugal ter perdido o comboio do desenvolvimento, muito por não ter acompanhado as Revoluções Industriais que se deram nas décadas passadas”.

“Agora, não podemos perder a revolução que está aí e que é digital. Se a perdermos, Portugal voltará a ficar para trás, ou melhor, ainda mais para trás. Esta é uma oportunidade que teremos de agarrar e há que criar condições para que os vencedores possam aparecer da forma mais rápida”. Para tal, reconhece que as empresas “podem e devem falhar para que possam ter sucesso. E são essas falhas que levam ao sucesso que muitas vezes não são compreendidas em Portugal ao contrário do que acontece nas economias mais avançadas”.

E aqui, Carlos Guimarães Pinto não só critica o estado do país, mas também a falta de visão da própria Europa no geral, uma vez que “está demasiado preocupada com a regulação, sendo esta claramente inimiga da inovação”.

“Quando se tenta, desde o início, regular algo que ainda está a começar, é difícil dar confiança às empresas e empreendedores”.

Exemplo disso mesmo foi dado com o Alojamento Local e a Uber que vierem “disromper o mercado, oferecendo algo que as pessoas entenderam e passaram a utilizar e, fundamentalmente, fez com que quem cá estava tivesse de se adaptar e melhorar a oferta disponibilizada. Ou seja, quem beneficiou foi o consumidor, o setor e a própria economia”.

Sobre o autorVictor Jorge

Victor Jorge

Mais artigos
Destinos

Portugal conquista 12 “Óscares” de turismo nos World Travel Awards

Já foram anunciados os World Travel Awards 2023. Considerados os “Óscares” de turismo, os prémios foram conhecidos na grande final mundial que decorreu no Dubai. Portugal conquistou 12 prémios.

Na cerimónia foram distribuídos 293 prémios, com Portugal a vencer em 12 categorias mundiais. Os grandes destaques vão para a vitória dos Açores como Melhor Destino Mundial de Turismo de Aventura, a Madeira renova pela nona vez a vitória como Melhor Destino Mundial Insular (Ilha) e para Braga, eleita como Melhor Destino Emergente do Mundo. Referência especial para a TAP, com a transportadora portuguesa a arrecadar dois prémios: Melhor Companhia Aérea para África e Melhor Companhia Aérea para a América do Sul, distinções que já tinha conquistado em 2022.

Os Passadiços do Paiva venceram na categoria de Melhor Atração de Turismo de Aventura, e a Parques de Sintra foi distinguida como “Melhor Empresa do Mundo em Conservação”, troféu que conquista pela décima primeira vez consecutiva. O projeto Dark Sky Alqueva volta a ganhar o prémio mundial de Turismo Responsável.

A oferta hoteleira nacional também foi novamente distinguida na gala final dos World Travel Awards. O Bairro Alto Hotel venceu na categoria de Melhor Hotel de Referência, o Dunas Douradas Beach Club voltou a ser eleito o Melhor Golf & Villa Resort do mundo, bem como o Olissippo Lapa Palace na categoria de Melhor Hotel Clássico de 2023.

A empresa Amazing Evolution, com um portefólio de mais de uma dezena de unidades de alojamento em Portugal, também voltou a vencer a distinção de Melhor Operador de Boutique Hotel.

A propósito do galardão que foi para a Madeira, o secretário regional do Turismo e Cultura e também presidente da Associação de Promoção da Madeira, Eduardo Jesus, destacou que “e o consolidar do reconhecimento acerca do trabalho que tem sido desenvolvido por todo o setor no sentido de posicionar a região como um destino único, que, ao longo dos 12 meses do ano, cativa visitantes provenientes todo o mundo, pelas suas características ímpares em termos de natureza, de cultura, de experiências variadas e de identidade”.

Para Eduardo Jesus, as opções tomadas no que respeita o posicionamento da Madeira, bem como a certificação da sustentabilidade do destino, têm sido as mais acertadas.

Atribuídos desde 1993, os WTA são considerados os “Óscares” do turismo mundial e são reconhecidos pelos profissionais do setor à escala mundial, distinguindo o prestígio e o trabalho desenvolvido na indústria turística, de modo a estimular a competitividade e a qualidade do turismo, num ano particularmente especial para os responsáveis do World Travel Awards, que celebram o seu 30º aniversário.

A cidade de Braga alcançou a distinção na categoria de ‘Melhor Destino Turístico Emergente do Mundo’. Para a autarquia bracarense, esta “é uma distinção que terá reflexos extremamente positivos na notoriedade da cidade enquanto destino turístico, aportando novos benefícios para a economia local, regional e nacional, em rota e alinhada com a excelência de um turismo cada vez mais sustentável, marcando forte presença nos diversos roteiros da especialidade a nível mundial, catapultando o destino turístico Braga para um patamar de eleição”.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
Distribuição

ANAV avalia como positiva proposta da nova diretiva de viagens combinadas

A ANAV avalia a proposta de alteração da Diretiva Comunitária das Viagens Combinadas (Diretiva 2015/2302) da União Europeia, e que foi tornada pública no dia 29 de novembro, como globalmente positiva para o cliente final, embora reconheça existirem algumas preocupações e um significativo trabalho ainda por realizar do lado da distribuição.

Miguel Quintas, presidente da ANAV, acredita que esta proposta de alteração “pode ter um impacto negativo significativo na tesouraria das PMEs, em particular nas agências de viagens e operadores turísticos”, avançando que tal situação pode, inclusive, “levar a um aumento de preços do pacote, prejudicando o cliente final neste aspeto”.

Pelo lado positivo, o dirigente saúda a União Europeia “por diligenciar num aumento significativo da proteção ao consumidor e a sua vontade em responsabilizar toda a cadeia de distribuição, através sistema de garantia de pagamentos, devolução dos mesmos e tratamento das insolvências como garante dessa mesma proteção”.

Ainda, assim, refere que “há bastante trabalho a fazer para garantir uma alteração da diretiva mais aderente à realidade operacional e financeira de todos os stakeholders, nomeadamente as agências de viagens e operadores.”

A Associação Nacional de Agências de Viagens destaca, em comunicado de imprensa, grandes áreas sobre os quais resulta a sua avaliação generalista, desde logo, o aumento significativo da proteção do cliente final em toda a linha, “uma ideia sempre presente na elaboração de todo o documento (nomeadamente assistência pelo transportador numa disrupção da viagem, através de devolução, compensação ou reencaminhamento. Esta proteção torna-se ainda mais poderosa para pessoas com descapacidades ou mobilidade reduzida).

Em caso de reembolso ao cliente final, “a existência de um quadro, com prazos estabelecidos, dos montantes a reembolsar ao longo de toda a cadeia de distribuição, responsabilizando todos os atores pelo bom funcionamento da regra, pese embora, sem definição de como se garante o bom funcionamento desse processo. O reembolso ao cliente final tem um prazo de 14 dias e entre a cadeia de distribuição um prazo de 7 dias”.

Há ainda, destaca a ANAV o pedido implícito da UE para que os respetivos governos apoiem e garantam os mecanismos de proteção ao cliente final em caso de insolvência na cadeia de distribuição, enquanto outra questão levantada no documento diz respeito à cobrança máxima de 25% do valor total da viagem organizada no momento da reserva, sendo que não se poderá exigir o pagamento total até 28 dias antes da partida, “situação que encerra em si um esforço de tesouraria potencialmente elevado para as micro, pequenas e médias empresas da cadeia de distribuição”.

Segundo a nota da ANAV, fica registado um início de tomada de considerações e vontade de se encontrarem soluções, no caso de insolvência de companhias aéreas; Não está previsto um regime de proteção especial numa situação de crise generalizada (como foi, por exemplo, a pandemia de COVI-19), em particular no que toca ao apoio ao esforço de tesouraria e processos a implementar, pelo que continua a ser uma “lição por aprender”.

Informa que existe de um voucher como garante de proteção do cliente final à insolvência, aumentando a sua segurança e credibilidade do setor, em particular em todo o processo da cadeia de distribuição turística, e considera que o desconhecimento da evolução dos modelos de proteção do cliente final e da própria cadeia de distribuição turística no Reino Unido, “poderá levar a um desequilíbrio competitivo entre as empresas dos dois espaços económicos e do respetivo suporte ao cliente final”.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
AL

Associação Alojamento Local Porto e Norte apresentada publicamente

Foi apresenta publicamente a nova Associação Alojamento Local Porto e Norte. Formalizada em julho deste ano, a ALPN vai oferecer aos seus associados informação, aconselhamento e apoio necessários para gerir o negócio, contando para isso com equipas técnicas especializadas nas diversas vertentes, tal como a área jurídica, económica, financeira e fiscal.

A ALPN nasceu “da vontade agregadora de um grupo de titulares de Alojamento Local e de Atividades Conexas numa altura em que o setor enfrenta um pacote legislativo com consequências potencialmente devastadoras para todo o seu ecossistema”, indica a Associação em nota de imprensa.

A cerimónia, em que participaram cerca de uma centena de associados, contou com a presença de várias personalidades, nomeadamente, o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Paulo Rios de Oliveira, que sublinhou a disponibilidade do partido para revogar a legislação aprovada em outubro.

Por seu lado, o presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, Nuno Cruz, destacou o trabalho de reabilitação do edificado e de revitalização da cidade levado a cabo pelos titulares de alojamento local, e, na mesma linha, o líder do grupo municipal – RM, Raúl Almeida, elogiou o contributo que o alojamento local trouxe à vivência das cidades e, particularmente, à criação de emprego e à economia da Invicta.

Refira-se que a ALPN, formalizada em julho, é uma Associação privada sem fins lucrativos, com o objetivo de representar, defender e projetar o setor, pretendendo atuar junto das entidades públicas e privadas, locais, regionais, nacionais e estrangeiras, promover a concorrência leal e transparente entre todos os agentes do mercado, bem como apoiar a profissionalização, disponibilizar formação e fomentar a competitividade do setor assente em pilares de sustentabilidade e numa oferta turística de qualidade e verdadeiramente diferenciadora.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
Distribuição

Verão 2024: Soltour lança operação para Djerba à saída do Porto

O operador turístico Soltour anunciou que vai realizar uma operação charter direta, no próximo verão, entre o Porto e a ilha tunisina de Djerba.

Durante o verão do próximo ano, o operador turístico vai disponibilizar um voo direto semanal entre a Invicta e a ilha tunisina. A operação vai decorrer entre junho e setembro, às quintas-feiras, e começa a ser comercializada a partir deste mês de dezembro.

Com esta nova operação, a Soltour diz que reforça a sua aposta em destinos novos e diferenciados, ampliando a oferta disponível no mercado nacional para as férias de verão dos portugueses.

Segundo Luís Santos, diretor Comercial da Soltour em Portugal e Espanha, “a operação Porto-Djerba vai permitir aos portugueses conhecer um destino fantástico no Norte de África, que, acreditamos, se continuará a afirmar como uma tendência. Djerba é uma ilha encantadora, banhada pelo Mediterrâneo, sendo um destino perfeito para os apreciadores de praia e de mar. No entanto, também é um local com grande cultura e história, que remonta à antiguidade grega, e oferece um exemplar da melhor gastronomia do Magrebe.”

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
Aviação

Aeroporto de Hamburgo junta-se à rede “”Hydrogen Hub at Airport”

O Aeroporto de Hamburgo, na Alemanha, tornou-se na primeira infraestrutura aeroportuária alemã a aderir à rede “Hydrogen Hub at Airport”, que visa promover a expansão do hidrogénio na indústria da aviação.

O Aeroporto de Hamburgo, na Alemanha, tornou-se na primeira infraestrutura aeroportuária alemã a aderir à rede “Hydrogen Hub at Airport”, que visa promover a expansão do hidrogénio na indústria da aviação.

Esta rede, que conta atualmente com membros de 11 países, entre aeroportos, companhias aéreas e empresas do setor energético, visa o desenvolvimento e expansão das infraestruturas para o uso do hidrogénio na aviação.

“Damos as boas-vindas ao Aeroporto de Hamburgo enquanto mais recente membro da “Hydrogen Hub at Airport”. O conhecimento de Hamburgo sobre o hidrogénio vai ser uma mais-valia para a jornada ZEROe Ecosystem para a construção de um futuro em que a aviação vai ser impulsionada por hidrogénio descarbonizado. O caminho para preparar a infraestrutura aeroportuária para suportar o hidrogénio e a aviação de baixo teor de carbono começa no chão, com estas parcerias”, considera Karine Guénan, Vice President do ZEROe Hydrogen Ecosystem.

O uso do hidrogénio para alimentar a aviação do futuro vai permitir uma redução das emissões poluentes, levando também a uma descarbonização das atividades em terra, motivo pelo qual a Airbus lançou, em 2020, esta rede, que visa a redução das emissões de CO2 em toda a cadeia da aviação.

“Estamos entusiasmados que o Aeroporto de Hamburgo esteja a trabalhar nos mesmos termos que outros hubs internacionais, como o aeroporto de Paris-CDG ou o Changi Airport, em Singapura, enquanto nos preparamos para a transição energética nas viagens aéreas”, afirma Michael Eggenschwiler, CEO of Hamburg Airport.

 

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
Emprego e Formação

Qualificação e formação são cruciais para o futuro do turismo, destacou Nuno Fazenda

O secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, que proferiu a Aula Inaugural 2023/2024 no ISAG – European Business School (ISAG-EBS), e que teve como tema o “Turismo em Portugal: Desafios e Oportunidades”, destacou a qualificação e a formação são cruciais para o futuro do setor no país.

Na tradicional aula que assinala o arranque oficial do novo ano letivo, os professores, estudantes, parceiros e convidados que estiveram presentes no Auditório Consuelo Vieira da Costa, no campus do ISAG-EBS, tiveram oportunidade de ficar a conhecer as desafios que o setor do turismo  deve manter, tendo o governante dado especial ênfase a três em concreto: a Agenda do Turismo para o Interior, a Agenda das Profissões e ainda o Plano Estratégico para a Valorização das Escolas de Hotelaria e Turismo, tendo este último tido um investimento de 30 milhões de euros do Turismo de Portugal.

“Portugal tem estado a crescer em termos turísticos e queremos continuar a crescer, mas a crescer bem. Isso significa crescer com sustentabilidade e autenticidade, significa crescer ao longo de todo o território e ao longo de todo o ano. Lançamos por isso a Agenda do Turismo para o Interior que é composta por 12 medidas, nove já estão lançadas e estão a diferenciar positivamente quem quer investir, trabalhar e ir para o interior viver. Um dos desafios que se coloca ao país hoje é termos mais coesão territorial e o turismo tem um papel muito importante”, recordou.

Outro dos pontos em destaque prendeu-se com a qualificação dos jovens que pretendam abraçar a área do turismo. A criação da Agenda das Profissões teve por base a aposta na qualificação e especialização de todos aqueles que queriam seguir esta área profissional. Nuno Fazenda frisou que “é imperativa uma contínua aposta na formação e qualificação dos recursos humanos nesta área de negócio. Temos que ter recursos humanos altamente qualificados, pois o maior ativo do turismo português são as pessoas, são os portugueses, e o que temos que assegurar é o reforço das qualificações”.

O secretário de Estado lembrou ainda que os empresários que queriam reter e atrair talento nas suas unidades ou empresas têm que assegurar que oferecem as melhores condições para o conseguir. “As empresas que queiram ser mais competitivas e atrair os melhores profissionais têm que oferecer as melhores condições aos seus trabalhadores. Isso passa não só por melhores salários, mas também por melhores condições de trabalho e ainda a possibilidade de conciliar a vida profissional com a familiar”, evidenciou.

No final, o governante deixou ainda uma mensagem a todos os estudantes de turismo do ISAG: “Aqueles que escolhem estudar turismo estão também a escolher trabalhar num setor de futuro e numa das principais atividades económicas do país, que representa quase 20% do total de exportações de bens e serviços. Os estudantes que hoje se estão a formar estão também a dar um contributo para o desenvolvimento do país. Para além da formação que estão agora a fazer, devem, ao longo do percurso académico, ir sempre aprendendo, porque quanto maiores as qualificações e competências que adquirirem, melhor será a sua inserção no mercado de trabalho e as condições que lhes poderão ser oferecidas pelas entidades empregadoras”.

 

 

 

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
Distribuição

A4E pede “equilíbrio” na revisão da Diretiva sobre Viagens Organizadas e teme impacto negativo no turismo europeu

Para a A4E – Airlines for Europe, a proposta de revisão da Comissão Europeia corre o risco de “impactar negativamente toda a cadeia de valor do turismo na Europa”.

A Airlines for Europe (A4E) veio esta quinta-feira, 30 de novembro, apelar aos decisores políticos da União Europeia para que garantam que o resultado final da revisão da Diretiva sobre Viagens Organizadas é equilibrado e não perturba o setor do turismo na Europa.

Num comunicado enviado à imprensa, a associação que representa muitas das companhias aéreas da Europa defende que a revisão da Diretiva sobre Viagens Organizadas (PTD) deve produzir “um ato legislativo equilibrado”, em resultado da proposta da Comissão Europeia, que foi publicada esta quarta-feira, 29 de novembro, e que “introduz alterações de grande alcance que terão implicações para todos os prestadores na Europa”.

“As férias organizadas têm um valor elevado, são as mais seguras de todas as formas de viagem e oferecem a melhor protecção ao consumidor. O foco principal deverá ser garantir que os fornecedores europeus de férias organizadas permaneçam competitivos. Qualquer regulamentação excessiva das férias organizadas não melhorará a protecção do consumidor, mas resultará em custos mais elevados para os consumidores”, considera a A4E.

Segundo a associação, caso o resultado não seja equilibrado, os consumidores de viagens podem passa a optar por “formas de viagem mais baratas que não oferecem nem de longe as mesmas proteções que as viagens organizadas”.

A A4E lembra que, com as alterações propostas, os pagamentos iniciais feitos pelos viajantes aos fornecedores de férias organizadas passam a ser regulamentados ao nível da União Europeia e limitados a 25% do preço total do pacote, a menos que haja uma justificação para um montante mais elevado.

Para a associação, “esta nova regra, juntamente com outras disposições, tornará mais difícil e onerosa a gestão do negócio dos fornecedores de viagens organizadas e corre o risco de ter um impacto negativo em toda a cadeia de valor do turismo, incluindo as companhias aéreas”.

“É preocupante que a Comissão esteja a utilizar um evento excepcional no sector, impulsionado pela crise global da Covid, como base para uma mudança tão grande na forma como as viagens organizadas funcionam em tempos normais de negócios”, denuncia a associação de companhias aéreas.

Para Ourania Georgoutsakou, diretora-geral da A4E, “a proposta de revisão da Diretiva sobre Viagens Organizadas irá alterar os fluxos financeiros no setor do turismo durante os períodos normais de atividade e corre o risco de impactar negativamente toda a cadeia de valor do turismo na Europa”.

“É decepcionante que a pandemia, enquanto situação altamente excepcional e única, esteja a ser utilizada como referência para regulamentação. Isto apesar de o setor das viagens organizadas ter demonstrado em muitas ocasiões a sua resiliência à crise”, considera a responsável, que espera que “o resultado final seja o mais equilibrado possível, ajudando a garantir um setor de viagens organizadas na UE vibrante e globalmente competitivo”.

Sobre o autorPublituris

Publituris

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2021 PUBLITURIS. Todos os direitos reservados.