Sustentabilidade: Setor da distribuição turística não quer estar sozinha
O setor da distribuição turística (agências de viagens e operadores turísticos) europeia está alinhada com práticas de sustentabilidade, através do projeto SUSTOUR, que acaba de chegar ao fim, mas reafirma que é preciso sensibilizar e forma toda a cadeia de valor, sejam fornecedores de todas as áreas, sejam destinos.
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Carolina Morgado
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Esta foi uma das questões várias vezes referida na conferência final do projeto SUSTOUR financiado pelo programa COSME da Comissão Europeia, que decorreu nos dias 13 e 14 de setembro em Cascais com a presença de mais de 60 participantes de PME europeias apoiadas pelo programa.
O ambicioso projeto de três anos teve como objetivo promover práticas sustentáveis na indústria do turismo europeia, e a conferência final apresentou as realizações e as melhores práticas das agências de viagens e operadores turísticos que integraram com sucesso a sustentabilidade nas suas operações. O SUSTOUR (2020 – 2023), recorde-se, existiu para ajudar os pequenos e médios agentes de viagens e operadoras de turismo a firmarem-se no mundo da sustentabilidade, oferecendo ferramentas de formação para melhorar o desempenho em sustentabilidade.
A conferência final foi o coroamento da iniciativa que reuniu mais de 600 agências de viagens e operadores turísticos de toda a Europa, e serviu de plataforma de apresentação dos resultados do projeto SUSTOUR, que refletem o compromisso conjunto das PME envolvidas no alcance dos objetivos de sustentabilidade.
A conferência foi também uma oportunidade para networking e conexão, bem como para fortalecer os laços entre pequenas e médias empresas que partilham a visão do desenvolvimento do turismo sustentável.
Cada vez mais viajantes demonstram preocupação com os impactos económicos, sociais e ambientais do turismo, daí ser essencial que os operadores turísticos e agências de viagens sejam capazes de atender essas expectativas crescentes.
No entanto, o setor destacou, em Cascais, que não pode estar sozinha neste universo da sustentabilidade, apelando à necessidade de envolvimento de toda a cadeia de valor do turismo, parceiros e fornecedores, os destinos e as próprias populações locais, nas melhores práticas de sustentabilidade, uma vez que a forma de viajar, comprometendo-se a apoiar todas as partes interessadas a adquirirem novos conhecimentos e competências no domínio dos negócios socialmente responsáveis e a participarem ativamente em iniciativas internacionais sistemas de gestão reconhecidos.
Para dar a conhecer esses valores, até porque os viajantes de hoje exigem cada vez mais informação e sabem o que que querem, o marketing e as estratégias de comunicação sustentável interna e externa foram outros assuntos examinados. Foi referido que é preciso entender o porquê, definir o quê, navegar pelo onde, e dominar o como, ser prático e transparente, tornando o trabalho da sustentabilidade visível a todos.
A conferência de Cascais, organizada por iniciativa da APAVT, uma das associações-membro do consórcio, com o tema “Empoderar a Distribuição Turística Europeia para um Futuro Sustentável”, teve também a oportunidade de destacar os operadores turísticos e agentes de viagens que conquistaram o prémio “Travelife Partner” e “Travelife Certified” pelo compromisso e excelência em sustentabilidade, entre os quais vários portugueses.
O projeto SUSTOUR foi dotado de um orçamento de apoio às PME de 600 mil euros para implementar um extenso esquema de apoio à formação e certificação para operadores turísticos e agentes de viagens. O projeto foi gerido por um consórcio de sete organizações, incluindo a ECTAA e apoiado por 24 associações comerciais de viagens.