Transporte aéreo mantém recuperação no 2.º trimestre com Ásia-Pacífico a liderar no tráfego internacional
A recuperação registada no segundo trimestre do ano leva a IATA a estimar que “o número total de passageiros deverá regressar aos níveis de 2019 no início de 2024 e duplicar até 2040”.

Inês de Matos
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No segundo trimestre de 2023, o tráfego global de passageiros aumentou 40,5%, enquanto a oferta subiu 34,8%, o que se traduziu na recuperação total do tráfego doméstico, que ficou 4,5% acima de igual período de 2019, enquanto o tráfego internacional atingiu 87,6% do período pré-pandemia, com destaque para as transportadoras da Ásia-Pacífico, que lideraram a recuperação, indica a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo.
De acordo com o relatório “Quarterly Air Transport Chartbook – IATA Sustainability & Economics Q2 2023”, divulgado esta quinta-feira pela associação, no segundo trimestre do ano, o tráfego de passageiros “ultrapassou ligeiramente a capacidade de assentos e sinalizou uma forte procura sustentada por viagens aéreas em todo o setor”.
A procura sentida levou as companhias aéreas a aumentarem a oferta, que, entre abril e junho, cresceu 34,8%, com os RPK e ASK em todo o setor a ficarem 12,4% e
13,1% abaixo dos níveis do segundo trimestre de 2019, o que, segundo a IATA, “reflete um progresso significativo em direção à recuperação total do segundo trimestre de 2022”, quando os RPK e ASK tinham ficado 37,6% e 35,5% abaixo dos níveis pré-pandemia.
A subir esteve também a ocupação dos aviões, com a IATA a revelar que o PLF (– Passenger Load Factor) foi de 82,4% no segundo trimestre, 0,7 pontos percentuais abaixo de igual período de 2019.
“A melhoria em toda a indústria nos fatores de ocupação também é um indicador positivo da procura por viagens aéreas a partir de operações mais rentáveis para as companhias aéreas”, acrescenta a IATA.
Tráfego doméstico assiste a recuperação total
Os dados da IATA mostram também que “o tráfego doméstico de passageiros alcançou recuperação total neste trimestre, ficando 4,5% acima do segundo trimestre de 2019”, num evolução que “foi impulsionada pela resiliência dos principais mercados nacionais e pela forte recuperação na República Popular da China”, que assistiu a um continua aumento dos fluxos de passageiros desde o início do ano e que já estão a ultrapassar os níveis pré-pandemia.
“Os RPK domésticos na China foram 9,7% maiores neste trimestre em comparação com o segundo trimestre 2022. Todos os mercados monitorizados alcançaram recuperação total no segundo trimestre de 2023, exceto Austrália e Japão, onde
os níveis de tráfego ficaram 0,9% e 0,3% abaixo dos níveis do segundo trimestre de 2019, respectivamente”, lê-se no relatório da IATA.
Tráfego internacional também manteve curso de recuperação
Em recuperação continuou ainda o tráfego internacional que, segundo a IATA, já está a “superar o revés causado pelas restrições de viagem de longa duração”, com os RPK internacionais a chegarem a 87,6% do segundo trimestre de 2019, num aumento de 7,9 pontos percentuais face à melhoria que já se tinha registado no trimestre anterior.
As companhias aéreas da Ásia-Pacífico lideraram na subida do tráfego internacional, apresentando um RPK que aumentou 156,2%, às quais se seguem as transportadoras africanas, onde este indicador cresceu 44,0%. Apesar da subida, os RPK da Ásia-Pacífico ficaram ainda 33,5% abaixo dos níveis de 2019.
“No geral, a indústria restaurou 87,6% dos RPKs internacionais pré-covid à medida que todas as regiões se aproximavam da recuperação total”, realça a IATA, no referido relatório.
Já na América do Norte, o tráfego ultrapassou os níveis pré-pandemia em 1,6%, e as transportadoras do Médio Oriente ficaram apenas 0,6% abaixo da recuperação total. Na Europa, por sua vez, o tráfego internacional “foi restaurado
completamente”, com os RPK a igualarem os do segundo trimestre de 2019.
Perspectivas de curto prazo permanecem inalteradas
A IATA diz ainda que perspectivas de curto prazo para a indústria global permanecem praticamente inalteradas, com a associação a manter que “o número total de passageiros deverá regressar aos níveis de 2019 no início de 2024 e duplicar até 2040”.
“Os ventos contrários macroeconómicos ainda distorcem o intervalo de incerteza em torno da nossa previsão de curto prazo”, acrescenta a IATA, que se mostra preocupada com a subida dos preços dos bilhetes aéreos, apesar de acreditar que a “inflação dos preços ao consumidor tenha provavelmente atingido o pico no final de 2022”.