Cabo Verde continua a braços com o problema da conetividade, segundo Ulisses Correia e Silva
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva declarou que o país enfrenta “alguns fatores que temos de resolver nos próximos tempos, com maior celeridade”, que passam pela melhoria da conectividade, e que “colocam alguns constrangimentos”.
Publituris
Abertas candidaturas à “Linha Apoio Turismo + Sustentável” com dotação de 50M€
Grupo Emirates regista lucro de 2,8 mil milhões de dólares no 1º semestre do exercício de 2024-25
Nova Edição: O reforço da aposta da Sogevinus no enoturismo, Kannak, Iberia e Turismo LGBTI+
Edição Digital: O reforço da aposta da Sogevinus no enoturismo, Kannak, Iberia e Turismo LGBTI+
Diretor da Travelcare nomeado membro da GBT Advisory Board da Advantage Travel Partnership
Turismo europeu regista forte desempenho no terceiro trimestre
Swiss Travel Association reúne Assembleia Geral anual no Savoy Palace
Novo aeroporto de Luanda vai permitir quadruplicar número de turistas em Angola
Pedrógão Grande é “Natural Paradises” pelos Swiss Tourism Awards
Lagoa Wine Tourism Forum regressa para a 2ª edição com o tema “Insights for Success”
Em entrevista concedida ao “Discurso Direto”, um programa do Novo Semanário e do Jornal Económico onde todas as semanas são entrevistados os protagonistas da política, da economia, da cultura e do desporto, o chefe do governo cabo-verdiano reconheceu que “chegar a Cabo Verde ainda é caro, quando se viaja na TAP, ou mesmo na TACV; estamos a trabalhar para conseguirmos trazer as low-cost, que não estejam necessariamente ligadas aos voos charters, que são fechados, vêm com tudo incluído; estamos, neste momento, a trabalhar nisso, para ver se conseguimos colocar Cabo Verde como destino de preços mais baixos do que aquilo que nós temos neste momento”.
Depois, acrescentou, “criar boas conectividades internas; isto vai fazer com que todas as ilhas possam ter maior capacidade de produção da oferta turística, porque todas elas têm coisas específicas, diferentes e interessantes”.
Ulisses Correia e Silva realçou que o seu país continua a apostar no turismo para crescer, mas “está também a concretizar reformas, para dinamizar a economia e torná-la mais resiliente”, para destacar ao Discurso Direto que de entre elas ainda há privatizações a realizar como a da TACV. “Deveremos pensar, novamente, na privatização da TACV [Transportes Aéreos de Cabo Verde], depois da fase de recuperação e da sua estabilização”, disse.
Ainda sobre as privatizações: “a TACV é sempre apontada como o caso mais complexo, não só pela dimensão, mas também pela situação atual da empresa e do sector. Além disso, Cabo Verde é um arquipélago e tem objetivos que têm de ser cumpridos, porque não pode ficar desligado do resto do mundo”.
O governante revelou que “temos o propósito de escolher um parceiro estratégico que garanta a participação de 51%. Por razões também que são, às vezes, atendíveis, porque precisamos de um parceiro que traga vantagens, e para trazer vantagens ter uma posição minoritária é, muitas vezes, muito mais difícil de conseguir. Depois, há uma participação, hoje já existente, dos trabalhadores na empresa; a empresa abriu o capital também à nossa comunidade emigrada e abriu uma outra parte para outros investidores privados. Portanto, tínhamos à volta de 39% na altura em que fizemos a privatização com a Icelandair. Neste momento, temos os 51% e os 39% no sector dos transportes aéreos internacionais são, essencialmente, para garantir que haja qualidade e conectividades; o Estado estará lá para garantir também, a nível dos contratos, um bom posicionamento”.
Relativamente à operação interilhas, o primeiro-ministro apontou, na entrevista que “temos um operador, que é a BestFly, que passou também por algumas dificuldades; está na fase, também, de recuperação e de consolidação num setor que também irá crescer mais em termos de capacidade de oferta”, avançando que “aprovámos, há pouco tempo, o regime de serviço público nos transportes interilhas, para garantir que nenhuma ilha que tem aeroporto fique sem conetividade, para explicar ainda que “estamos na fase de deixar consolidar mais a Bestfly para podermos começar a aplicar esse regime”.
Um turismo diversificado em todo o arquipélago
Um dos objetivos do governo de Cabo Verde é a diversificação da oferta turística em todo o arquipélago. O primeiro-ministro acredita que estão no bom caminho. “Para se ter uma ideia, Santo Antão, já em 2019 deu um salto grande a nível do turismo, da procura também, mas também investimentos; é uma das ilhas que está bem posicionada para ter um turismo diferente”.
São Vicente, na opinião do governante, “ é o próximo destino a ganhar dinâmica; nós temos, neste momento, mais seis hotéis em construção, todos hotéis com capitais privados, nacionais e estrangeiros, alguns desses hotéis são de referência, como o Sheraton, que está em construção, portanto, vai aumentar a capacidade de oferta, que é um problema que São Vicente tem hoje; é uma ilha que tem tudo para ter um turismo vibrante. Não será nunca como o Sal e a Boa Vista, mas tem um pouco de tudo: praias, que são mais pequenas, mas tem atividade cultural, tem a indústria da cultura muito, muito vibrante, e tem Santo Antão ali ao lado, com quem cria complementaridades”.
Sobre o Maio, disse que “é outra ilha que, nos próximos tempos, irá ter, de certeza absoluta, um grande avanço a nível do turismo, que tem um investimento muito impactante, a Little Africa, que é muito estruturante, também tem capitais privados e parceria com o Estado, para desenvolvermos mais o turismo”.
Ainda sobre o turismo, Ulisses Correia e Silva sublinhou na entrevista ao “Discurso Direto” que “foi, por razões óbvias, o setor mais afetado, também foi o setor que mais rapidamente recuperou”, lembrando que, em 2022, já fechámos o ano com maior número de turistas do que em 2019, antes da pandemia, e tem estado uma dinâmica muito forte, crescente, não só ao nível da procura, mas ao nível dos investimentos”, mas “temos a intenção de diversificar mais a economia, para não estar presa ao sector do turismo, no bom sentido”.