Prejuízo da TACV chegou aos 12,5 milhões de euros em 2021
Resultado consta de um relatório do Ministério das Finanças de Cabo Verde que analisa o desempenho do Setor Empresarial do Estado (SEE) e que diz que a TACV foi, entre 33 empresas cabo-verdianas, aquela que apresentou maior prejuízo em 2021.

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A companhia aérea cabo-verdiana TACV registou, no ano passado, um prejuízo de 12,5 milhões de euros, avança a Lusa, que cita dados do Ministério das Finanças de Cabo Verde e que lembra que a transportadora foi renacionalizada em 2021 e apenas voltou a operar em dezembro.
Segundo o relatório do Ministério das Finanças de Cabo Verde que é citado pela Lusa e que analisa o desempenho do Setor Empresarial do Estado (SEE), a TACV foi a empresa que apresentou os maiores prejuízos no ano passado, entre um total de 33 empresas cabo-verdianas analisadas.
O relatório diz que a TACV registou prejuízos de 1.364 milhões de escudos (12,4 milhões de euros) no ano passado, um resultado negativo que se soma aos dos dois anos anteriores, quando a companhia aérea registou perdas de 6.571 milhões de escudos (60 milhões de euros) e 2.109 milhões de escudos (19,2 milhões de euros), respetivamente.
Em 2021, o volume de negócios da TACV foi de apenas 18,5 milhões de escudos (169 mil euros) e, em 2020 (apenas os três primeiros meses), tinha sido de mais de 1.902 milhões de escudos (17,3 milhões de euros), montantes que se seguiram ao volume de negócios de 6.104 milhões de escudos (55,6 milhões de euros) registado em 2019, ano em que a TACV foi privatizada, passando a ser gerida pelo grupo Icelandair.
A Lusa realça também que o capital próprio da companhia tem vindo a refletir este desempenho e terminou 2021 em valores negativos, que chegaram aos 11.240 milhões de escudos (102,5 milhões de euros), depois de, em 2020, o capital próprio da TACV ter sido negativo em mais de 8.654 milhões de escudos (78,9 milhões de euros) e, em 2019, em mais de 7.608 milhões de escudos (69,3 milhões de euros).
“O capital próprio tem sido negativo nos últimos anos, colocando a empresa numa situação considerada de falência técnica”, lê-se no relatório que é citado pela Lusa.
O documento refere ainda que os indicadores de liquidez diminuíram no final de 2021 em relação ao período homólogo, “demonstrando que a empresa tinha capacidade de honrar com apenas 10% dos seus compromissos”, e “um elevado nível de endividamento”.
Acrescenta que a companhia aérea recebeu avales do Estado no valor de mais de 1.874 milhões de escudos (17 milhões de euros) até final de 2021, contribuindo para um ‘stock’ de endividamento com garantia estatal superior a 5.826 milhões de escudos (53,1 milhões de euros).
“A nível de risco, nos períodos em análise, a empresa manteve a sua avaliação de ‘very high risk’, obtida nos últimos anos, fazendo parte das empresas que representam o maior risco fiscal, com probabilidade de uma intervenção futura”, admite o relatório.
Recorde-se que a TACV suspendeu a sua operação em março de 2020, devido à COVID-19, e apenas retomou alguns voos em dezembro de 2021, depois de ter sido renacionalizada e está atualmente a voar para Lisboa, à partida da Praia, São Vicente e Ilha do Sal, prevendo retomar, “em meados de julho”, a operação para Boston, nos EUA.
Recorde-se que, em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da TACV por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da Cabo Verde Airlines – nome comercial da companhia) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
Na sequência da paralisação da companhia durante a pandemia de COVID-19, o Estado cabo-verdiano assumiu em 06 de julho de 2021 a posição de 51% na TACV, alegando vários incumprimentos na gestão, e dissolveu de imediato os corpos sociais.
Em 26 de novembro, a Loftleidir Cabo Verde anunciou que deu início a um processo arbitral contra o Estado cabo-verdiano alegando “violação dos acordos celebrados entre as partes”, face à renacionalização da companhia aérea de bandeira TACV.