Ryanair atinge 8,7 milhões de passageiros em fevereiro e anuncia 14 novas rotas a partir de Londres para este verão
A Ryanair aumentou o número de passageiros transportados em fevereiro de 2022. Depois de anunciadas 14 novas rotas a partir dos três aeroportos de Londres, Michael O’Leary critica o Governo britânico por não abolir as taxas.

Victor Jorge
A Ryanair transportou, em fevereiro de 2022, 8,7 milhões de passageiros, o que contrasta com os 500 mil do mesmo mês de 2021, correspondendo à operação de 53.660 voos, com um fator de carga de 86%, referindo, em comunicado, que “o tráfego dos meses de dezembro 2021, janeiro e fevereiro de 2022 foi altamente afetado pelas restrições de viagem causadas pela variante Ómicron”.
Os indicadores do mês de fevereiro de 2022, mostram que é o melhor do presente ano, mas está longe do segundo semestre de 2021. Nos últimos seis meses do ano passado, a Ryanair teve o seu pico de passageiros transportados em outubro, com 11,3 milhões de passageiros transportados. Os meses de julho, agosto e setembro mostram um número de passageiros de 9,3 milhões, 11,1 milhões e 10,6 milhões, respetivamente. Depois do pico indicado, os números voltaram a cair, revelando a companhia irlandesa 10,2 milhões de passageiros para novembro e 9,5 milhões para o último mês de 2021.
Já o primeiro mês de 2022, mostra uma quebra abrupta no número de passageiros transportados: sete milhões.
Novas rotas para o verão incluem a Madeira
Para o verão de 2022, a Ryanair anunciou esta quarta-feira, 14 novas rotas a partir dos aeroportos de Londres (Gatwick, Luton, and Stansted), totalizando 181 rotas para este período do ano.
Entre as novas rotas anunciadas encontra-se a Madeira, além de Nápoles, Estocolmo, Helsínquia, Maastricht, Menorca ou Tanger, entre outros.
Com mais de 100 aeronaves estacionadas em Londres para o verão de 2022, o investimento total da Ryanair no Reino Unido chega a mais de 10 mil milhões de dólares (perto de nove mil milhões de euros), permitindo “mais de 3.000 empregos na aviação e mais de 35.000 empregos indiretos em 19 aeroportos do Reino Unido, impulsionando o turismo pós COVID do Reino Unido e a recuperação de empregos”, diz a Ryanair.
Apesar do maior investimento de sempre da Ryanair, a companhia expões que “o Governo [britânico] perdeu a oportunidade de acelerar a recuperação do turismo e do emprego para o verão de 2022, adiando a redução do ‘Air Passenger Duty’ (APD) até 2023”.
De acordo com a companhia low-cost, “se o APD fosse totalmente (aplica-se apenas ao tráfego doméstico) e imediatamente abolido, o Reino Unido desfrutaria de um aumento no tráfego dramático, empregos e crescimento do turismo”, permitindo, segundo a companhia liderada por Michael O’Leary, que o Reino Unido “permanecesse competitivo relativamente a outros destinos concorrentes da UE que introduziram medidas de recuperação de tráfego para a retoma pós-COVID”.
Por isso mesmo, o presidente da Ryanair refere que “apesar de lançarmos o maior calendário de sempre, o Governo do Reino Unido falhou em apoiar esta recuperação adiando a redução do APD até 2023”, apelando, novamente, ao Executivo liderado por Boris Johnson para “eliminar completamente o APD, para permitir que as companhias aéreas e os aeroportos restaurem rapidamente o tráfego, empregos e turismo”.
Segundo Michael O’Leary, “a redução de 50% proposta para 2023 é muito pequena e chega tarde demais, e coloca os aeroportos do Reino Unido em grave desvantagem de custo em relação aos concorrentes europeus”.