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The Lince Hotels & Resorts vai ter o seu primeiro cinco estrelas em Vila do Conde

Com abertura prevista para o terceiro trimestre de 2022 e fruto de um investimento de 12,5 milhões de euros, o The Lince Convento de Santa Clara & SPA vai estar direcionado para os segmentos de luxo corporate e lazer.

Raquel Relvas Neto
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The Lince Hotels & Resorts vai ter o seu primeiro cinco estrelas em Vila do Conde

Com abertura prevista para o terceiro trimestre de 2022 e fruto de um investimento de 12,5 milhões de euros, o The Lince Convento de Santa Clara & SPA vai estar direcionado para os segmentos de luxo corporate e lazer.

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Raquel Relvas Neto
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A cadeia hoteleira The Lince Hotels & Resorts, que conta com dois hotéis nos Açores, na ilha de São Miguel, – o The Lince Azores e o The Lince Nordeste – , vai abrir no próximo ano aquele que será o seu primeiro cinco estrelas.

O The Lince  Convento de Santa Clara & SPA vai resultar da reconversão do Convento de Santa Clara, numa concessão por 50 anos que o grupo ganhou no âmbito do concurso Revive. Ao Publituris, Bernardo Mesquita, director geral de operações dos The Lince Hotels & Resorts, explica que se trata de uma unidade  com 85 quartos e suites inseridos numa zona em vias de classificação, com os quartos a apresentarem vistas sobre o rio Ave e o mar. O cinco estrelas vai também disponibilizar “amplos espaços exteriores, SPA com todas as valências, piscina exterior e restauração de qualidade em espaços repletos de história e elegância”.

“A recuperação do património e a ambição de fazer deste produto uma referência da hotelaria no Norte, foram os principais motivos para este investimento”, justifica Bernardo Mesquita, perspetivando que este será “um  produto de excelência em ambiente sofisticado e elegante, um serviço diferenciador”.

Com abertura prevista para o terceiro trimestre de 2022 e fruto de um investimento de 12,5 milhões de euros, o The Lince Convento de Santa Clara & SPA vai estar direcionado para os segmentos de luxo corporate e lazer, que procuram Vila do Conde, mas também as cidades próximas como o Porto, Viana do Castelo, Braga e Guimarães. O diretor-geral de operações prevê que a unidade hoteleira se torne “a referência para os eventos sociais na Região e, o ponto de encontro das pessoas que procurem sofisticação, elegância, conforto e requinte”.

Atentos ao  crescimento da  operação nos Açores, o grupo hoteleiro analisa possibilidades no continente, em cidades como o Porto e Lisboa, “assim como outras oportunidades que nos têm sido colocadas para avaliação”, indica.

Os investimentos do grupo passam também pela requalificação das suas unidades nos Açores.  “No final do corrente ano, iremos iniciar uma remodelação no The Lince Nordeste e a requalificação do espaço exterior do The Lince Azores, com a introdução de equipamentos de lazer de enorme relevância para os hóspedes”, adianta Bernardo Mesquita, considerando que este investimento “nos irá posicionar ainda melhor no sustentável destino Açores”.

Operação

Questionado acerca do estado atual da operação, o responsável releva que ambas as unidades têm registado procura tanto pelos açorianos, como pelos portugueses do continente, o queleva o mesmo a apontar um crescimento acima de 2020. “O The Lince Nordeste já está a ter procura pelo mercado externo, pelos continentais e, tendo fidelizado o mercado local, estes têm regressado para confirmar a nossa excelência gastronómica, tranquilidade do SPA e da região”, constata. Quanto ao The Lince Azores, depois de um “excelente” mês de junho, Bernardo Mesquita prevê que em julho e agosto se verifique um crescimento volume e na receita média quarto. “Estamos a posicionar o nosso produto e serviços numa categoria superior e, os hóspedes têm percepcionado este upgrade nos nossos hotéis”, assinala.

The Lince Nordeste

À semelhança de todo o setor hoteleiro, os The Lince Hotels & Resorts também têm registado desafios  na gestão durante este período pandémico, onde se destacam as reservas feitas com poucos dias de antecedência, a redução ainda da presença da operação turística de mercados emissores e a “escassa” operação de grupos. Porém, isto não afetou os recursos humanos das unidades do grupo, pois Bernardo Mesquita garante que mantevieram “as nossas equipas na íntegra,  tendo reforçado a formação o que nos coloca em posição de elevarmos a excelência do serviço”. “A equipa tem sabido muito bem responder a toda as alterações de normas e regras que foram criadas desde o ano passado. O cliente, tem sentido muita confiança e segurança nos nossos hotéis. Aliás, os hotéis são um excelente exemplo na boa preservação da higiene e segurança aos seus consumidores”, sustenta.

Quanto a previsões de melhorias efetivas, o diretor-geral de operações considera que “2021 é um ano ainda cheio de incógnitas para o que poderá ser o negócio do último trimestre”. No entanto, em 2022 as perspetivas são mais animadoras: “2022 será certamente um ano de forte crescimento para os Açores e para nós em particular. Estaremos com excelentes produtos e serviço para captarmos mais clientes”.

Sobre o autorRaquel Relvas Neto

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Hotelaria

Nova edição março: Entrevista com Nuno Galvão, da Hyatt Hotels Corporation

Conheça os destaques da mais recente publicação da revista Publituris Hotelaria, que este mês faz capa com os próximos projetos da Hyatt Hotels Corporation para Portugal. A formação no setor, o próximo XX Congresso da ADHP e o mais recente projeto do StayUpon Hospitality Group no Seixal são outros dos temas que marcam esta edição.

Em março, a Publituris Hotelaria faz capa com Nuno Galvão, Regional Vice-President Acquisitions and Development na Hyatt Hotels Corporation.

Depois de inaugurado, em finais de 2022, o Hyatt Regency Lisbon, o grupo hoteleiro continua com as baterias apontadas a Portugal. Nuno Galvão afirma que o grupo tem “um forte compromisso com Portugal e com o seu potencial turístico”, admitindo que o mercado hoteleiro português está a registar “uma expansão notável, sobretudo no segmento de luxo”.

Os indicadores deste mês ficaram a cargo da Hospitality Clever Analytics, que se debruçou sobre as tendências de dados para o setor da hospitalidade. Já no capítulo “Fala-se”, as atenções vão para o novo projeto hoteleiro do StayUpon Hospitality Group no Seixal, fruto de um investimento de 24 milhões de euros. A futura unidade hoteleira ficará situada junto à baía do Seixal, sendo que as obras deverão estar concluídas no final de 2024, pelas contas de Cécile Gonçalves, administradora do grupo.

No dossier desta edição o destaque vai para a formação no setor hoteleiro, com as associações da indústria a apontarem para a necessidade de reforçar soft skills na hotelaria. Esta é também uma oportunidade para conhecer a nova oferta formativa das instituições de ensino hoteleiras a nível nacional e internacional, desde as licenciaturas aos doutoramentos, passado pelas pós-graduações e cursos de curta duração.

Esta edição conta também com um especial dedicado ao XX Congresso da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP), que este ano tem lugar em Aveiro sob o tema “Pilares da Hotelaria e Turismo”. Em cima da mesa vão estar assuntos como a presença de fundos de investimento internacional no país dentro do setor hoteleiro, o impacto dos eventos-marca, mas também a importância da aviação no destino. Numa antevisão do congresso, Fernando Garrido, presidente da ADHP, deu conta da posição da associação sobre estes temas e frisou a importância cada vez mais crescente da formação “numa realidade constantemente em mudança”.

Na rubrica “Palavra de Chef” estivemos à conversa com Pedro Mendes, chef no restaurante Áurea, inserido no hotel Art Legacy. Aqui, o chef trabalha um dos seus produtos-bandeira, as algas, com vários tipos de preparações. O intuito passa por convidar os lisboetas a redescobrir a sua cidade que, recorda, não pertence só aos turistas. A cozinha que trabalha neste espaço, mas também a importância de demarcar o país pela dieta atlântica, por oposição à mediterrânica, foram alguns dos pontos que guiaram a conversa com este chef que já editou dois livros de receitas dedicados à bolota e às algas.

Por fim, brindamos com as sugestões de Gonçalo Pires, escanção no Tombalobos, em Portalegre.

As opiniões desta edição pertencem a Alexandra Ventura (NOVA SBE Westmont Institute of Tourism & Hospitality); Andreia Santos, Filipe Trindade e Gilda Mendes (ISAG); Karina Simões (JLL) e Mónica Neto, Zélia Freitas, Manuel Banza, Sara Evans e José Pedro Lopes (XLR8).

*Para ler a versão completa desta edição da Hotelaria – em papel ou digital – subscreva ou encomende aqui.

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Portugal é o 5.º país mais procurado pelos clientes da Tiqets

Os turistas franceses continuam a liderar a compra de bilhetes para atrações culturais e turísticas portuguesas na Tiqets, representando 21,7% de todas as reservas na plataforma. Já os clientes portugueses passaram a dar preferência a atrações internacionais: as mais populares foram o Museu do Vaticano e o Coliseu, seguidas por passeios de barco no Rio Sena e vistas ao Park Güell e à Sagrada Família.

Publituris

No início do ano, Portugal e Lisboa continuam a figurar entre os cinco destinos mais procurados pelos clientes da Tiqets na compra e reserva de bilhetes para atrações culturais e turísticas.

Ambos ocupam a 5ª posição no ranking de países com mais bilhetes vendidos na plataforma, à frente de mercados como os Estados Unidos da América (EUA), os Emirados Árabes Unidos, o Reino Unido e a Áustria.

Em nota de imprensa, a Tiqets dá conta de que os turistas franceses continuam a liderar a compra de bilhetes para atrações portuguesas, representando 21,7% de todas as reservas na plataforma da Tiqets. Neste início de ano, os visitantes italianos ascenderam ao segundo lugar (14,5%) na compra de bilhetes para atrações em Portugal, seguidos pelos turistas oriundos de Espanha (13,1%), dos EUA (12,4%) e do Reino Unido (10,7%).

De acordo com as estatísticas da plataforma de reserva e compra de bilhetes para atrações, os “passes de cidade” são o tipo de produto mais procurado, “em linha com a tendência verificada em 2023”. Seguem-se os palácios, os aquários, os concertos e os locais históricos.

Entre as experiências mais populares da plataforma Tiqets neste início de ano, o destaque vai para as caves de vinho do Porto, que têm registado “um interesse crescente por parte dos clientes”, à medida que foram integradas novas experiências vínicas na plataforma. Os concertos de fado também têm registado um “forte interesse” entre os clientes que adquirem bilhetes através da plataforma.

Contrariamente ao que foi verificado em janeiro de 2023, altura em que os clientes portugueses da Tiqets deram preferência a atrações domésticas, no início de 2024 a plataforma registou mais compras por parte destes clientes para atrações internacionais.

O Museu do Vaticano e o Coliseu, ambos em Roma, foram as duas atrações que registaram mais bilhetes vendidos através da Tiqets por turistas portugueses. Na lista dos locais mais populares figuram ainda os passeios de barco no Rio Sena, em Paris, o Park Güell e a Sagrada Família, ambos em Barcelona.

A Tiqets, uma plataforma online de reserva e compra de bilhetes para atrações, está disponível em 60 países, encontrando-se sediada nos Países Baixos.

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Início de 2024 mantém tendência de crescimento na movimentação de passageiros nos aeroportos nacionais

Os aeroportos nacionais continuam em alta, com a movimentação de passageiros a registar um crescimento de 1,6% face ao primeiro mês de 2023, totalizando 4 milhões de passageiros em janeiro de 2024. França liderou como principal país de origem e de destino. Lisboa mantém a liderança, seguida do Porto e Madeira.

Victor Jorge

Em janeiro de 2024, os aeroportos nacionais movimentaram 4 milhões de passageiros, correspondendo a um crescimento de 1,6% face a janeiro de 2023, verificando-se “máximos históricos nos valores mensais de passageiros nos aeroportos nacionais”, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

No primeiro mês deste ano, os aeroportos nacionais assinalaram um desembarque médio diário de 61,4 mil passageiros, valor superior ao registado em janeiro de 2023 (60,7 mil; +1,2%).

“O movimento diário de aeronaves e passageiros é tipicamente influenciado por flutuações sazonais e de ciclo semanal. Os valores diários mais elevados são geralmente encontrados no período de verão e o sábado é o dia da semana com maior número de passageiros desembarcados”, refere o INE.

Em janeiro de 2024, 80,5% dos passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais corresponderam a tráfego internacional, atingindo 1,5 milhões de passageiros (+2,7%), na maioria provenientes do continente europeu (63,6% do total), correspondendo a um aumento de 0,9% face a janeiro de 2023. O continente americano foi a segunda principal origem, concentrando 11% do total de passageiros desembarcados (+12,1%).

Relativamente aos passageiros embarcados, 82,2% corresponderam a tráfego internacional, perfazendo um total de 1,7 milhões de passageiros (+3,5%), tendo como principal destino aeroportos no continente europeu (67% do total), registando um crescimento de 2,2% face a janeiro de 2023. Os aeroportos no continente americano foram o segundo principal destino dos passageiros embarcados (10,3% do total; +13,1%).

Considerando o volume de passageiros desembarcados e embarcados em voos internacionais em janeiro de 2024, França foi o principal país de origem e de destino dos voos, apesar de ter registado decréscimos no número de passageiros desembarcados e embarcados face a janeiro de 2023 (-9%; -7,7%). Espanha e Reino Unido ocuparam a 2.ª e 3.ª posições, como principais países de origem, e posições inversas como principais países de destino. Brasil e Alemanha alternaram a 4.ª e 5.ª posição consoante país de origem ou de destino dos voos.

O aeroporto de Lisboa continuar a ser a principal porta de entrada, movimentando 56,4% do total de passageiros (2,3 milhões), +0,7% comparando com janeiro de 2023. O aeroporto de Faro registou um crescimento de 8,5% no movimento de passageiros (292,1 mil) e o aeroporto do Porto concentrou 23,2% do total de passageiros movimentados (930,1 mil) e aumentou 3,8%.

De salientar que o aeroporto da Madeira foi o 3.º aeroporto com maior movimento de passageiros em janeiro de 2024 (302,1 mil; -3,7%), superando o aeroporto de Faro.

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Victor Jorge

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Empresas de viagens, transporte e logística pretendem reduzir impacto das TI no ambiente

Um estudo levado a cabo pela Colt Technology Services, empresa de infraestruturas digitais, deu conta que uma em cada quatro empresas de viagens, transporte e logística mencionou que as suas principais prioridades são a compreensão (24%) e a redução (25%) do impacto da sua infraestrutura de tecnologias da informação (TI) no ambiente.

Publituris

Os inquiridos deste setor revelaram-se mais propensos do que outros a dar prioridade a novas aplicações colaborativas e de comunicação, com uma percentagem de 31% – 11 pontos percentuais acima da média do setor. As empresas questionadas desta indústria são também as mais inclinadas a considerar que a integração de novas geografias nas redes da sua empresa são uma prioridade – quase um em cada quatro empresas (23%).

Os resultados deste estudo têm por base um inquérito aplicado entre 30 de novembro e 14 de dezembro de 2023 a 1.114 diretores de TI e responsáveis por serviços de infraestruturas digitais em vários setores de atividade em empresas de 12 países, nomeadamente Estados Unidos da América (EUA), Reino Unido, França, Alemanha, Holanda, Espanha, Itália, Suécia, Dinamarca, Singapura, Japão e Hong Kong.

Em nota de imprensa, a Colt Technology Services afirmou que este estudo “sublinha a preocupação crescente em torno do impacto ambiental das redes informáticas”, já que um em cada cinco dos inquiridos (20%) posicionou a «compreensão do impacto ambiental da sua infraestrutura de TI» entre as suas três principais prioridades.

Já 19% referiu a redução do impacto ambiental da sua infraestrutura de TI como uma prioridade, com Espanha a posicionar-se como o país, dentro dos inquiridos, que mais se comprometeu a identificar (28%) e a reduzir (26%) o impacto ambiental.

Empresas de TI esperam aumentos nos orçamentos em tecnologia
No mesmo documento, a empresa de infraestruturas digitais referiu que o estudo “revela otimismo nos orçamentos destinados às tecnologias”, já que quase oito em cada dez das empresas inquiridas (79%) esperam aumentar os seus orçamentos de tecnologia nos próximos três anos.

Os mais otimistas quanto ao crescimento dos seus orçamentos são os diretores de TI de Hong Kong (92%), Singapura (89%) e do Japão (84%), sendo que as principais prioridades a nível de investimento dizem respeito à melhoria da segurança (apontada por 40% dos inquiridos) e à inclusão de recursos de IA e machine learning (31%).

O estudo também conclui que uma em cada quatro empresas está a utilizar a sua infraestrutura de TI para explorar novos fluxos de receitas – um valor que aumenta para cerca de uma a cada três empresas no Japão (31%) e nos EUA (30%).

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Turismo do Dubai aposta no crescimento do mercado português

Com uma média de 4,3 de noites dormidas no Dubai, o mercado português configura-se como um dos mais interessantes para o Turismo do Dubai. Por isso, o roadshow realizado nas cidades de Lisboa e Porto são “fundamentais para consolidarmos esta posição”, admite Najla Mohammad, Manager International Operation do Departamento e Economia do Turismo (DET) do Dubai.

Victor Jorge

Depois de ter alcançado o melhor desempenho de sempre com 17,15 milhões de turistas, em 2023, o Turismo do Dubai realizou um roadshow para o trade português, no qual participaram 12 stakeholders, representando companhia aérea, hotéis, parques temáticos e DMC, que mostraram a oferta a mais de 75 agentes.

Sem avançar com um número total de visitantes de portugueses ao Dubai, Najla Mohammad, Manager International Operation do Departamento e Economia do Turismo (DET) do Dubai, indicou que “as chegadas de turistas portugueses ao Dubai cresceram 4,9%, em 2023, face ao ano anterior, o que revela tratar-se de um mercado estável”.

De Portugal, refere Mohammad, existem dois voos semanais da Emirates, com partida de Lisboa, esperando a responsável, para breve, “a ligação com o Porto”.

De resto, o mercado português é um dos de maior aposta do Turismo do Dubai, refletindo-se na média de noites dormidas pelos portugueses (4,3), acima das 3,7 noites de média global.

“Por isso, julgamos que o mercado português tem muito potencial e queremos que a visita ao Dubai não se limite aos stop-overs, mas sim a uma maior permanência na cidade”.

A segurança é um dos pontos destacados pelos responsáveis do Turismo do Dubai, bem como a hospitalidade proporcionada pelas mais de 200 nacionalidades que vivem no Dubai e que recebem, maioritariamente, turistas do Médio Oriente e Norte de África, Europa Ocidental e sul da Ásia.

Num país em constante dinamismo, a realidade atual do Dubai mostra 821 hotéis, com um total superior a 150 mil quartos, indicando a Manager International Operation do Departamento e Economia do Turismo (DET) do Dubai, que existem ofertas “para todas as bolsas”.

De resto, Najla Mohammad admitiu que é difícil estarmos a falar no parque hoteleiro do Dubai, “já que este encontra-se com aberturas constantes”. Mas os números mostrados no roadshow, que se iniciou em Lisboa nesta terça-feira, 12 de março, seguindo posteriormente para o Porto, indicam a existência de 157 hotéis de 5 estrelas, 194 hotéis de 4 estrelas e 274 unidades entre 1 e 3 estrelas, existindo ainda 85 unidades Deluxe e 111 Standard.

Mas, como referiu a responsável do Turismo do Dubai, “o país é muito mais do que hotéis. Existe uma panóplia de ofertas que vão desde praias lindas, a parques temáticas, a centros comerciais, museus, diversos monumentos e outros locais obrigatórios visitar no Dubai”.

Assim, desde o Museu do Futuro, passando pelas Sky Views, Deep Dive, Theatre of Digital Art, Art Museum, SIRO One Za’abeel (um luxuoso hotel especializado em fitness holístico e wellbeing) e, no futuro, o Real Madrid World, numa parceria com o clube espanhol, “não faltam motivos para visitar o Dubai”.

Certo é que, segundo Najla Mohammad, “não queremos olhar para trás”, fazendo referência ao período pré-pandémico, “mas sim para o futuro”.

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Atual contrato de concessão entre Estado e ANA é “uma das condicionantes mais importantes” para nova solução aeroportuária

Depois de indicar Alcochete e Vendas Novas como as soluções mais favoráveis para a localização do novo Aeroporto de Lisboa, a Comissão Técnica Independente (CTI) admite que o atual contrato de concessáo existente entre o Estado e a ANA é “uma das condicionantes mais importantes face à urgência da solução para a expansão da capacidade aeroportuária” em Lisboa.

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“O contrato de concessão atualmente em vigor tem uma importância fulcral na decisão de aumento da capacidade aeroportuária da Região de Lisboa”, refere a Comissão Técnica Independente (CTI) no relatório final sobre a localização do novo aeroporto para a região de Lisboa, publicado esta segunda-feira, dia 11 de março.

No documento pode ler-se que “todas as opções estratégicas em avaliação são, de uma forma ou de outra, influenciadas e/ou influenciam o contrato existente”, referindo-se no relatório que o contrato de concessão “não torna o direito de preferência da concessionária absoluto, permitindo ao concedente fazer escolhas para lá dos 75 Km da constrição territorial”. Contudo, a CTI alerta para o facto de “mesmo esta opção tem possíveis implicações contratuais: ou quanto à articulação de aeroportos, na solução dual; ou no phase out do AHD, na opção única”.

“A revisão do contrato de concessão é, porventura, inevitável, sendo urgente assegurar a designação de um gestor do contrato por parte do concedente e ponderadamente reequilibrar a posição das partes na relação contratual”, frisa a CTI.

Assim, dada a sua complexidade, o contrato de concessão “é uma das condicionantes mais importantes face à urgência da solução para a expansão da capacidade aeroportuária, pelo que deve ser das primeiras questões a ser revista”, refere o relatório da CTI.

A finalizar, a CTI refere ainda que “os resultados indicam que, excluindo a eventual necessidade de um pagamento por reequilíbrio financeiro da atual concessionária, não é necessário um sistema de subsidiação para construir um novo aeroporto no âmbito das opções estratégicas, considerando os horizontes temporais até 2082, ou mesmo até 2062”.

A CTI destaca ainda que, “o facto de existir um promotor privado disponível para operar um aeroporto em Santarém em concorrência, sem necessidade de financiamento público, comprova que o VAL incremental será positivo em todas as outras opções dentro da área de concessão da ANA, dado que beneficiam dos efeitos mais favoráveis da operação em monopólio”.

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CTI antecipa publicação do relatório final e mantém Alcochete ou Vendas Novas como “mais favoráveis”

A Comissão Técnica Independente (CTI) antecipou a publicação do relatório final, prevista para 22 de março, considerando Alcochete ou Vendas Novas como soluções “mais favoráveis” para uma solução única para o novo aeroporto de Lisboa.

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Nas conclusões do relatório ambiental publicado antecipadamente, a Comissão Técnica Independente (CTI) refere que “as opções estratégicas de solução única são as que se apresentam como mais favoráveis em termos globais”, apontando as hipóteses Alcochete e Vendas Novas.

Contudo, realça a “vantagem financeira das soluções duais assentes na manutenção do Aeroporto Humberto Delgado (AHD)”, com a construção da nova infraestrutura quer em Alcochete, quer em Vendas Novas.

As recomendações da CTI apontam que Humberto Delgado + Santarém “pode ser uma solução”, depois de esta opção ter sido descartada no relatório preliminar.

Nesta solução, a comissão refere Santarém como “aeroporto complementar ao AHD (Humberto Delgado), mas com um número de movimentos limitado, não permitindo satisfazer a capacidade aeroportuária necessária no longo prazo”.

“Teria a vantagem de permitir ultrapassar no curto prazo as condicionantes criadas pelo contrato de concessão, tendo ainda como vantagem um financiamento privado”, destaca, apontando ainda a vantagem para a “coesão territorial a nível nacional, sobretudo na Região Centro, embora com menos vantagem para a Região de Lisboa”.

A comissão tem “dúvidas em relação à sua rapidez de execução” e considera que “não será viável” a solução Santarém como infraestrutura única, “devido às limitações aeronáuticas militares existentes que não permitem que se venha a constituir como um aeroporto único alternativo ao AHD”.

A CTI aponta que a opção Vendas Novas “apresenta menos vantagem em termos de proximidade” à Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como “de tempo de implementação”, referindo que são necessários “mais estudos, bem como mais expropriações”.

Vendas Novas “tem mais vantagens do ponto de vista ambiental com menor afetação de corredores de movimentos de aves e recursos hídricos subterrâneos, apesar de afetarem áreas de montado e recursos hídricos superficiais de forma muito equivalente”.

Esta solução “pode contribuir ainda para um aumento da coesão territorial a nível nacional, sobretudo na Região Alentejo, ainda com capacidade de extensão à Região de Lisboa”, pode ler-se ainda.

As soluções Alcochete e Vendas Novas obrigam à desativação do Campo de Tiro de Alcochete, representando para a Vendas Novas “um ónus adicional”.

Sobre a opção Humberto Delgado + Montijo, ou Montijo como aeroporto único, a CTI alerta para constrangimentos, como a “não renovação da DIA [Declaração de Impacto Ambiental]” na solução dual, que “assim perde a sua vantagem na rapidez de execução”.

A CTI frisa ainda que Humberto Delgado + Montijo é “desvantajosa no longo prazo porque se limita a adiar o problema do aumento real da capacidade aeroportuária, tendo em conta as projeções de aumento da procura, mesmo as mais modestas” e refere que qualquer solução com Montijo “apresentam ainda os maiores e mais significativos impactos ambientais negativos, o que as torna não viáveis desse ponto de vista”.

A comissão recomenda que a solução passe por um aeroporto único, que garanta “a eficiência e eficácia do seu funcionamento”, lembrando que todas as opções geram “oportunidades, mas também de riscos, considerando incertezas, e também impactos negativos, nomeadamente ambientais e sobre a saúde humana”.

Recorde-se que a publicação do relatório final sobre as opções de localização para o novo aeroporto de Lisboa estava prevista para 22 de março, mas a CTI refere, em comunicado, que decidiu antecipar a publicação “por motivos de transparência”.

O relatório final está disponível em www.aeroparticipa.pt.

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Golfe turístico com boas voltas

Com os dados do Turismo de Portugal (relativos ao 1.º semestre de 2023) a anteciparem um excelente ano para o golfe turístico, os agentes ouvidos pelo Publituris confirmam esta realidade, embora admitam que esta podia ser melhor. Bastaria mexer no “campo” do IVA e colocar no “green” uma estratégia consistente a nível internacional.

Victor Jorge

Para alguns conotado como atividade ou desporto para os mais abastados, para outros como um elemento essencial na diferenciação da oferta turística nacional, fundamentalmente, para o exterior, o golfe turístico em Portugal equivale, segundo dados da International Association of Golf Tour Operators, a cerca de 2 mil milhões anuais em receitas anuais, cálculos pré-pandemia, ou seja, a cerca de 10% das receitas a atividade turística nacional na altura.

Em novembro de 2023, a análise do Turismo de Portugal referente ao 1.º semestre do mesmo ano, dá conta que os primeiros seis meses registaram uma utilização média por campo ao nível mais elevado desde que há registo.

Ora, tal como em toda a atividade turística que sofreu impactos nunca antes sofridos nos anos 2020 e 2021 devido à COVID-19, estar, em meados de 2023, a mostrar este tipo resultados só poderá significar uma coisa: também o golfe turístico está no caminho da total recuperação.

Isso mesmo foi confirmado por alguns agentes do golfe turístico que atuam no nosso país, como é o caso do Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort, afirmando António Ferreira da Silva, Golf Sales Diretor da unidade, que este campo, bem como o West Cliffs, “destacaram-se com resultados superiores à média nacional”. O responsável referiu ao Publituris que, em comparação com 2022, 2023 (dados até final de novembro) foi o ano com “a maior procura”, indicando “aumentos de 9% na utilização, superando o crescimento nacional que se situou nos 2%”.

A sul, mais precisamente, no campo de golfe de Espiche, em Lagos, Ana Sequeira, gestora de Marketing e Vendas do Espiche Campo de Golfe, refere que no ano que agora terminou se atingiu o patamar das 39.000 voltas, ou seja, “o melhor ano a nível de voltas de golfe”.

A passagem do IVA do golfe de 6% para 23% “fragilizou muito a atividade face aos outros destinos e impossibilitou voltar a esses números”, João Pinto Coelho (Onyria Golf Resorts)

Também a sul, no Domes Lake Algarve [unidade que recebe muitos turistas para o golfe e tem diversas parcerias com campos e operadores neste segmento, mas não tem campo de golfe inserido no hotel], João Jesus, diretor-geral do Domes Lake Algarve – Autograph Collection, refere que, com a reabertura a acontecer em abril de 2023, não se sentiu esse impacto positivo, embora saliente que, com o hotel em operação durante alguns dos meses com maior procura por parte de cliente deste segmento, “beneficiou-nos bastante comparativamente com anos anteriores”.

Aberto também em abril, o campo de golfe do Ombria não possui dados históricos, mas Salvador Costa Macedo, diretor de Golfe do Ombria, salienta “um crescimento exponencial da procura para os meses de setembro, outubro e novembro”.

Na capital, João Pinto Coelho, diretor de Vendas do Onyria Golf Resorts, é menos exuberante na análise e apelida 2023 como um “ano positivo”, mas ainda longe de ser ano recorde”. Esse é [o tal recorde] 2010, precisamente um ano antes do IVA do golfe passar de 6% para 23%, o que na opinião do gestor, “fragilizou muito a atividade face aos outros destinos e impossibilitou voltar a esses números”.

De resto, João Pinto Coelho aponta a competitividade do destino golfe como “fortemente impactada”, admitindo que os grandes beneficiados foram os concorrentes Espanha e Turquia”.

Competitividade posta em causa
A competitividade também é chamada à razão por parte do responsável do Praia D’El Rey que a diz “comprometida por um fator fiscal desfavorável”, frisando que, “comparativamente, os países concorrentes beneficiam de taxas de IVA inferiores, diminuindo, assim, a margem para que os nossos campos reinvistam e se posicionem de forma equitativa no mercado”.

“O crescimento e desenvolvimento da modalidade a nível nacional recai, acima de tudo, nos clubes”, Salvador Costa Machado (Ombria)

No campo da competitividade, o executivo do Ombria aponta o dedo à “falta de apoio político à modalidade e setor”, referindo que as entidades (e Turismo também) “parecem ainda não entender a fulcral importância que o setor golfe tem no turismo, no combate à sazonalidade, na criação de emprego, na contribuição do PIB”. Essa falta de apoio político assenta, segundo Salvador Costa Macedo, basicamente em quatro vetores: “Impostos (IVA 23%); Falta de iniciativa para resolução da mais importante commodity, a água, em que soluções existem (utilização águas residuais) mas sem vontade para as resolver; Apoio do turismo na promoção do setor a nível nacional e mercado internacional, com realização de eventos desportivos com impacto global e mundial e coordenação entre as várias regiões para promovermos Portugal, como destino de golfe, na sua totalidade; e Maior capacidade de conseguir novas ligações aéreas e reforçar voos nos mercados já consolidados, onde ainda podemos crescer”.

A falta de conectividade aérea é, também, aponta por João Jesus, assinalando que, “apesar de todos os esforços efetuados pelas entidades publicas responsáveis pelo turismo na região do Algarve, continuamos a ter algumas lacunas na disponibilidade de voos para o destino dos principais mercados emissores, nomeadamente Alemanha e Escandinávia”

Com a procura do golfe a concentrar-se no período entre fevereiro e maio e depois entre setembro e novembro, o diretor-geral do Domes Lake frisa que a “grande concentração de voos acontece entre abril e outubro, ou seja, não cobre toda a temporada alta de golfe”.

Com a questão da água [ver texto seguinte] a ser um dos pontos indicados como “urgentes” por Ana Sequeira, e que “necessita de ser tratado com a maior seriedade para que possamos manter este desporto vivo”, também “algum estigma associado por ser considerado um desporto de luxo” leva a que sejam necessárias “iniciativas para atrair mais praticantes nacionais assim como, uma melhoria na sustentabilidade dos campos”.

“Não acredito que exista massa critica em Portugal para equilibrar o mercado, principalmente nos campos designados como ‘Comerciais’”, João Jesus (Domes Lake Algarve)

Aposta contínua
Com o mercado de golfe turístico a ser, maioritariamente, internacional, “como atrair mais praticantes nacionais, de forma a equilibrar o mercado, é a pergunta que todos nós fazemos há vários anos e, a meu ver, não tem existe uma solução rápida ou mágica”, admite o diretor do Praia D’El Rey.

Contando, hoje, com cerca de 18 mil federados, tendo estado muitos anos estagnado nos 15 mil, este aumento foi fruto de vários fatores, como, por exemplo, “o processo de democratização da modalidade que a federação tem vindo a fazer junto da comunidade; o aumento de torneios transmitidos na televisão, a integração de celebridades na iniciação do golfe, e os programas de iniciação amplamente difundidos pelos campos de golfe e pela federação”, considera António Ferreira da Silva, pelo que João Pinto Coelho destaca que “é preciso continuar o programa desenvolvido pela Federação Portuguesa de Golfe e apostar em formatos e modalidades mais fáceis de jogar e com menor duração”.

Também Salvador Costa Machado é da opinião que “o crescimento e desenvolvimento da modalidade a nível nacional recai, acima de tudo, nos clubes”, considerando que “são eles os responsáveis pela criação, através de programas de iniciação, protocolos com escolas locais, academias, profissionais de ensino”.

“As empresas proprietárias dos campos de golfe têm toda a disponibilidade para, com os seus Clubes de Golfe, encontrar soluções para fazer chegar a modalidade a cada vez mais pessoas, mas não pode acontecer sem o apoio da Federação Portuguesa de Golfe, com programas de formação de treinadores, apoio de material de ensino e campanhas marketing para que o golfe seja cada vez visto como uma modalidade que pode ser jogada por todas as pessoas”, assinala o responsável do Ombria.

A competitividade do golfe turístico em Portugal está “comprometida por um fator fiscal desfavorável”, António Ferreira da Silva (Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort)

Da parte do Domes, João Jesus afiança que, “quer nós [hotéis] quer os campos de golfe, gostaríamos muito de receber mais clientes golfistas nacionais, mas não acredito que exista massa critica em Portugal para equilibrar o mercado, principalmente nos campos designados como ‘Comerciais’ (que são a maioria e em oposição aos campos maioritariamente para ‘Sócios’)”.

Já as dúvidas quanto aos principais mercados parecem ser bem menores, apontando os cinco responsáveis ouvidos pelo Publituris os mesmos: Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Holanda, Escandinávia, Países Baixos, França, não havendo entre os ouvidos quem tenham referenciado os EUA.

E com a concorrência internacional, como referiu o presidente do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG), Nuno Sepúlveda, a renovar as infraestruturas, também em Portugal há que procurar saber se os campos existentes correspondem às exigências dos praticantes que nos visitam ou se está na altura de realizar renovações e atualizações nos mesmos.

João Pinto Coelho é perentório ao afirmar que “os campos em Portugal têm muita qualidade e todos os anos tem havido atualizações e novas aberturas”, sendo no Ombria a opinião é de que a atualização dos campos de golfe decorre de uma “natural atualização e investimento gradual necessário em qualquer setor de atividade, admitindo mesmo que, no caso dos campos de golfe, em Portugal, “até podemos referir que estamos na vanguarda, já que estamos constantemente à procura de maior eficiência na utilização de recursos, menor impacto ambiental, maior sustentabilidade a todos os níveis”.

“Bons olhares” para 2024
Com um novo ano a iniciar, o diretor de Vendas do Onyria Golf Resorts coloca a tónica na incerteza, devido às “guerras, volatilidade de taxas de juros e realidade política a nível nacional e internacional”.

Otimismo é o que reina a sul, com a responsável do Espiche Campo de Golfe a revelar que “temos perspetivas para crescer e atingir o patamar das 40.000 anuais”. Isto apesar de admitirem “dificuldades económicas por toda a Europa que acabam por se refletir no número de viagens de golfe agendadas pelos principais mercados emissores para Portugal”.

Também no Algarve, Salvador Costa Macedo vê um 2024 com “bons olhos”. Até porque, segundo diz o diretor de Golfe do Ombria, “o perfil de reservas está a regressar a valores pré-Covid (6 a 9 meses de antecedência), mercado dos EUA a crescer, embora ainda residual comparando com o Reino Unido, Países Baixos, Suécia ou Alemanha, mas sem dúvida com potencial”.

De resto, frisa o responsável, “com a abertura de dois novos campos de golfe em Portugal, durante o ano de 2023 – Ombria Algarve e Terras da Comporta – e com a previsão de abertura de mais dois novos campos em 2024, Portugal está novamente a consolidar-se como um dos principais destinos de golfe mundial”.

Na região de Óbidos, António Ferreira da Silva assinala que “as reservas de golfe turístico são, geralmente, realizadas com bastante antecedência, o que nos permite perspetivar que 2024 se apresenta como um ano promissor, com a expectativa de superar os resultados de 2023”.

“A nível nacional, fatores como a inauguração de dois novos campos de elevada qualidade, em 2023, investimentos significativos na melhoria de vários ativos na região Sul e Centro do país, e a inauguração da nova rota aérea direta entre os EUA e Faro a partir de maio de 2024 reforçam as perspetivas de um aumento na procura”, conclui o Golf Sales Director do Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort.

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Água: um bem precioso (também) para o golfe

Associada a um “enorme” gasto de água, a indústria do golfe turístico contraria esta “fama” e refere mesmo “os esforços significativos para reduzir o consumo de água nos campos”. Os profissionais ouvidos consideram que é preciso “desmistificar” este assunto.

Victor Jorge

“A indústria do golfe é uma grande consumidora de água”. Este statement é frequente ser ouvido quando se fala na indústria do golfe em Portugal e não só. Contudo, os profissionais ouvidos pelo Publituris rebatem este mito e João Pinto Coelho, diretor de Vendas do Onyria Golf Resorts, afirma mesmo que “o golfe não é um grande consumidor de água”, salientando que “não tem comparação com outros setores de atividade” e destacando o Algarve, onde o golfe tem maior representação, indicando que “as estimativas apontam para um consumo total de cerca de 6%. As situações de ruturas e perdas de águas superam este número em larga medida”.

O golfe não é um grande consumidor de água”, João Pinto Coelho (Onyria Golf Resort)

Ainda assim, refere que no setor do turismo e, mesmo sabendo do peso que tem na economia, “estamos todos conscientes das preocupações ambientais. Hoje é claro que a evolução do golfe tem incluído esforços significativos para reduzir o consumo de água nos campos de golfe”, considerando que “é importante dar maior visibilidade às práticas sustentáveis que os campos de golfe têm adotado com tecnologias e estratégias que visam minimizar o uso de água”.

António Ferreira da Silva, Golf Sales Director do Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort, não esconde que, “para que os jogadores desfrutem do jogo, é crucial que os relvados dos campos de golfe estejam em perfeitas condições”, envolvendo, por isso, “a escolha cuidada do tipo de relva e práticas agronómicas sustentáveis, que minimizem intervenções dispendiosas e o uso de recursos”.

Frisando que as entidades que gerem campos de golfe têm orçamentos “limitados” para gerir, nos quais os custos de energia, água e fertilizantes têm um peso “elevado”, António Ferreira da Silva afirma que “todos estes fatores obrigam a que a escolha das relvas seja a mais eficiente possível, sendo essa eficiência medida no consumo de água, necessidade de trabalhos físicos, e suscetibilidade a doenças”.

A evolução das técnicas de manutenção e a necessidade de termos boas superfícies fizeram do golfe uma das atividades mais eficientes em termos de uso de água”, António Ferreira da Silva (Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort)

Com o desenvolvimento de novas espécies de relvas mais eficientes e apropriadas às diferentes localizações ao longo do tempo, o Golf Sales Director do Praia D’El Rey Marriott Golf & Beach Resort, assinala que “os sistemas de rega foram melhorando e os sistemas de monotorização de humidade sofreram grandes melhorias”, frisando que os sistemas de hoje “permitem regar apenas a quantidade mínima necessária a manter a planta em condições”.

“Um campo de golfe com excesso de água não produz boas superfícies, assim como um campo com excesso de adubo (excesso de crescimento) ou doenças também não é atrativo para os jogadores e necessita de mais água”. Por isso, “a evolução das técnicas de manutenção e a necessidade de termos boas superfícies fizeram com que a quantidade de água, fitofármacos e adubos tenha vindo a decrescer nas últimas décadas, fazendo hoje do golfe uma das atividades mais eficientes em termos de uso de água”.

Estamos bem cientes da importância da água e da sua utilização consciente e responsável e, por isso, queremos ser parte ativa na resolução deste problema, com soluções inovadoras e fiáveis”, Salvador Costa Macedo (Ombria)

O próximo passo, com vista à redução do consumo de água, passa, segundo o mesmo, “pelo uso de águas recicladas. Os diferentes tipos de relva já sofreram adaptações ao uso de água de qualidade inferior, faltando apenas que as ETAR produzam água com uma qualidade mínima para uso de rega e que essa água chegue aos campos de golfe”.

Também o Ombria está “comprometido, desde o primeiro momento, com a sustentabilidade, a proteção da natureza, os valores de responsabilidade económica, ambiental e social, de forma a implementar um empreendimento naturalmente excecional em harmonia com a paisagem”, diz Salvador Costa Macedo, diretor de Golfe do Ombria.

No que se refere ao uso sustentável da água, “escolhemos várias soluções de reutilizar a água e reduzir o seu consumo”, garante Salvador Costa Macedo, dando como exemplo o a água da chuva, “recolhida e utilizada para irrigação através de um sistema de distribuição especialmente concebido e de bombas sofisticadas e energeticamente eficientes que reduzem o consumo de água e eletricidade em cerca de 15%”, enquanto para os fairways “escolhemos um tipo de relva – Bermuda – que consome até menos 25% de água”.

É essencial desmistificar este assunto [do consumo de água por parte dos campos de golfe]”, Ana Sequeira (Espiche)

Por outro lado, o Ombria optou por “rega por milímetros e não por minutos, dando à planta a água suficiente”, além de uma “monitorização das águas superficiais (cursos de água) e profundas para detetar qualquer possível deterioração da qualidade da água”.

“Estamos bem cientes da importância da água e da sua utilização consciente e responsável e, por isso, queremos ser parte ativa na resolução deste problema, com soluções inovadoras e fiáveis”, destaca o diretor de Golfe do Ombria.

Por fim, Ana Sequeira, gestora de Marketing e Vendas do Espiche Campo de Golfe, admite que esta questão tem muito a ver com “falta de informação sobre este assunto e do que é passado nos meios de comunicação”. Assim, “é essencial desmistificar este assunto visto que na maioria, os campos têm regras bastantes apertadas e controlo por parte das entidades competentes e têm tentado arranjar soluções mais eficientes para a gestão dos campos de golfe”.

E conclui que, “no caso do Algarve, o maior uso de água continua a ser do setor urbano e agrícola”.

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“Está-se a valorizar o produto golfe e tentar cobrar o valor certo”

O primeiro semestre de 2023 foi positivo para o golfe turístico em Portugal, com os dados do Turismo de Portugal a mostrarem os melhores números já registados no nosso país. Contudo, Nuno Sepúlveda, presidente do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG), admite que está na altura de renovar o produto. Até porque há mercados fiéis e outros mais a explorar.

Victor Jorge

No primeiro semestre de 2023, os 89 campos de golfe existentes em Portugal registaram uma média de número de voltas superior a 14.000, o que contrasta com as 13.616 do mesmo período de 2022 e 12.992 de 2019. Nuno Sepúlveda, presidente do CNIG (e também CEO de Sports and Leasure da Arrow Global Portugal), acredita que o golfe turístico está numa fase de recuperação. Contudo, considera que Portugal entrou numa fase em que necessitará de renovar o produto golfe. Com a luta pela baixa do IVA no golfe a perdurar, Nuno Sepúlveda admite que uma baixa do imposto daria uma “maior capacidade de investimento” e possibilitaria essa tão necessária atualização. Até porque, aqui ao lado, em Espanha, essa renovação já está a acontecer. “A grande mensagem é que temos de investir no nosso produto e promover bem esse produto”.

Os dados do Turismo de Portugal, relativamente ao primeiro semestre de 2023, revelam uma utilização média por campo ao nível dos mais elevados já registados em Portugal. Isto significa que a indústria do golfe turístico já está numa fase de recuperação?
Sim, acho que já está numa fase de recuperação. E não é só pelos números absolutos do número de voltas de golfe. É pelo valor médio da volta do golfe. Há uma clara diferença. Os preços vieram todos para cima. Foi uma oportunidade que se aproveitou para subir preços. De facto, está-se a fazer muito mais receita em proporção ao número de voltas.

2022 já foi dos melhores anos. 2023 foi ainda melhor.

2022 foi o melhor que 2019?
Foi, diria, equiparado a 2019. Foi equiparado na grande parte dos sítios pela via da receita.

Para 2024, as perspetivas são belíssimas. Mas acho que, acima de tudo, está-se a valorizar o produto golfe e tentar cobrar o valor certo, o que não acontecia antes da pandemia. Era muito em volume, muito em quantidade, mas agora verifica-se um acerto, tal como, por exemplo, nos hotéis.

Mas consegue quantificar a subida de preço?
Diria que de 2022 para 2023 há uma subida, pelo menos de 10% no valor médio.

E prevê uma subida para 2024 ou uma estabilização face à subida que existiu?
Poderá haver uma subida, mas não tão agressiva como no último ano. Foi um pouco para justificar a inflação e a subida de todos os custos da própria operação.

Não é possível falar do golfe turístico sem falar da hotelaria, da restauração, da aviação, do rent-a-car

Mas é mais correto falar num ajuste do que numa subida?
Sim, será mais correto falar num ajuste. Penso que o mais correto é dizer que é pôr verdade no preço. Os custos já lá estavam, eram assumidos, mas esses custos subiram, a eletricidade, subiu, a mão-de-obra subiu, o gasto com pessoal subiu. Começou-se a olhar para os custos com outra atenção. Os custos fixos que assumimos estão bem geridos.

Mas é possível quantificar quanto é que a indústria do golfe perdeu com a pandemia?
É difícil, já que o golfe turístico abrange muitas outras atividades. Não é possível falar do golfe turístico sem falar da hotelaria, da restauração, da aviação, do rent-a-car. Nunca falamos só de golfe. O golfe é quase a coisa menos importante, porque quem vem praticar golfe turístico vem para um hotel, come num restaurante, aluga um carro, visita locais, faz compras.

Diria que a regra, entre a volta de golfe, o alojamento e a refeição, cada uma terá uma importância de um terço no total final.

Há, portanto, diversas atividades agregadas que terão de ser contabilizadas?
Exato. Falamos de pessoas que têm estadias médias relativamente altas, de 5 a 7 noites. Não falamos de turistas que fazem city-breaks, quem só vêm passar o fim de semana.

Mas voltando um pouco atrás, como é que a indústria do golfe turístico, de facto, passou esta pandemia?
Provavelmente não deveria ter sofrido tanto pelo contexto em que é jogado, mas sofreu pelo contexto em que é desenvolvido. Ou seja, está associado à hotelaria, aos aviões, aos restaurantes. Quer dizer, constituindo um terço do bolo, se não há hotéis abertos, restaurante onde se possa ir comer, não há aviões para voar, este terço é impactado.

Toda a gente percebe a importância do golfe, mas depois é sempre visto de forma isolada

Uma luta antiga
A atividade do golfe turístico luta já há alguns anos pela baixa do IVA. Em que ponto é que está essa situação?
Está igual. Não houve desenvolvimentos relativamente a essa matéria. É uma pena que o IVA do golfe não esteja pelo menos alinhado ao IVA da hotelaria. Já ninguém fala em que seja um IVA de desporto, mas que fosse um IVA intermédio alinhado com a hotelaria. Esse tem sido um assunto que, infelizmente, nunca foi tratado com a atenção devida.

Por quem?
Diria que pelos governos. Toda a gente percebe a importância do golfe, mas depois é sempre visto de forma isolada.

O que é que uma redução do IVA poderia trazer ao golfe turístico em Portugal?
Quero acreditar que as empresas teriam mais capacidade para investir, para melhorar o produto. Porque vamos vender a um preço final igual a um dos nossos concorrentes. A questão é que em Portugal a operação fica com menos que em Espanha e, logo, existe uma diferença na capacidade para investir, melhorar e adaptar a experiência e puxar outros mercados. Quer dizer, isto é uma bola de neve, se o produto for melhor, conseguimos atingir outros targets, outras nacionalidades.

Seria um fator de competitividade?
Muito. Costumo colocar a coisa ao contrário: imaginemos que a hotelaria agora passaria a ter um IVA como o golfe? Que impacto teria? Os investimentos são os mesmos. Aliás, os campos de golfe têm de ter a mesma manutenção quer tenham cinco clientes ou 50 clientes. Não dá para fechar em época baixa.

Ainda existe o estigma de se tratar de um desporto elitista e, portanto, pode-se cobrar mais?
Pode haver esse estigma, mas está mal explicado. Hoje em dia, ser membro de um clube de golfe custa o mesmo que ser membro de um ginásio. Um outro problema que temos no nosso país é que não existe cultura para a prática de golfe.

“Business as usual”
Falou dos concorrentes. Quais são, efetivamente, os principais concorrentes do golfe turístico em Portugal?
Diria Espanha. É sempre um mercado muito forte, sempre foram muito agressivos, quer em termos de aeroportos, quer em termos de oferta hoteleira, mobilidade. Repare, por exemplo, na força do aeroporto de Málaga, é um aeroporto altamente internacional, com milhares de voos por ano. Por isso, apontaria Espanha. Depois temos o mercado do Dubai, Abu Dhabi é um mercado também importante.

Mas são mercados emergentes?
São emergentes há muito tempo. A Turquia já não é um mercado novo, por exemplo. Mas diria que Espanha será sempre o principal, até porque há espanhóis a viajarem para o Algarve para depois ir jogar para a zona sul de Espanha.

Mas Espanha oferece algo mais do que é oferecido em Portugal?

Não, mas Espanha em termos de golfe, nos últimos 10 a 15 anos melhorou o seu produto de golfe muito mais do que o produto de golfe melhorou em Portugal. Houve uma atenção para o investimento nos campos de golfe. A zona de Sotogrande teve uma atualização nos investimentos em campos e golfe muito forte e isso oferece uma diferenciação de qualidade significativa.

Onde é que na restante Europa temos campos de golfe a menos de uma hora do centro da capital? Por isso, não se trata de ter mais campos de golfe, é aproveitar o que temos e melhorar o produto

Mas somente em termos de campo de golfe?
De campo de golfe, mas também em todas as infraestruturas, ao nível do serviço, manutenção, a maneira como o golfe turístico está associado a outros produtos. Nós continuamos a fazer “business as usual”.

A grande mensagem é que temos de investir no nosso produto e promover bem esse produto.

Mas não se promove bem o golfe turístico?
Acho que em Portugal há um bom trabalho de promoção, mas quando começamos a subir o preço médio por cada volta de golfe e o investimento médio por cada campo de golfe não existe, a coisa não bate certo. Há um desfasamento entre o que estamos a cobrar e o que estamos a oferecer.

O peso internacional
Os dados do Turismo de Portugal destacam uma preponderância de golfistas internacionais, com especial destaque para o mercado britânico. O golfe turístico em Portugal, de facto, está muito dependente do golfista internacional?
Está. Nós não temos uma cultura de golfe que justifique os campos de golfe que temos.

Estamos a falar de uma proporção 80-20?
Eventualmente, 90-10. E regressando ao que referi, se contássemos somente com golfistas nacionais, esses não ficam nos nossos hotéis, não vão aos nossos restaurantes. Esse é o negócio por trás do golfe. Depois há a questão do imobiliário, do golfista que vem a Portugal, se apaixona pelo nosso país e até compra uma segunda habitação.

E há falta de campos de golfe em Portugal?
Não, não é por aí. O importante é quebrar a sazonalidade do golfe turísticos. Antigamente, março e abril eram os meses mais fortes. Atualmente, outubro é fortíssimo, temos o maio e setembro a crescer de forma significativa.

As pessoas têm percebido que há alturas melhores para jogar golfe por razões diferentes, ou por tempo ou pela ocupação dos próprios campos. Também há mais hotéis abertos em determinadas alturas. Perceberam também que o golfe era uma boa oportunidade.

Mas respondendo à sua pergunta, não temos uma cultura de golfista que justifique ter tantos campos.

O Brexit ainda continua a fazer mossa?
Está melhor. Continua a haver alguns problemas nas entradas nos aeroportos com a questão dos passaportes. Mas temos a vantagem de haver uma relação muito próximo entre o Reino Unido e Portugal. Mas foi complicado.

O segredo está, contudo, em captar mais golfistas internacionais ou atrair mais o golfista nacional, já que os campos não estão nas suas capacidades máximas, nem de perto nem de longe.

Não há dúvidas que há espaço para o mercado nacional crescer, tal como o mercado internacional.

E como é que isso pode ser conseguido?
É fácil, tem de haver uma diferenciação na qualidade. Um campo de golfe é um campo de golfe e, portanto, todo o ecossistema ligado ao golfe tem de melhorar. Os campos, os serviços, os hotéis, a gastronomia, a restauração.

Não é uma questão de layout dos campos?
Não. Há ótimos layouts de campos de golfe com péssimas experiências e há layouts de campos de golfe medianos com experiências fantásticas. O desenho do campo é importante, tal como a manutenção do mesmo, o serviço, o contexto onde se insere o produto é importante.

Os dados disponibilizados pelo Turismo de Portugal relativamente ao primeiro semestre mostram que os mercados nórdicos e o britânico foram os únicos que cresceram face ao mesmo período de 2022. A que se deve esta realidade?
São mercados maduros e que gostam muito de Portugal.

Depois do COVID foram, de facto, esses mercados que regressaram mais rapidamente. Já conheciam, havia segurança, gostam do destino Portugal e, por isso, é natural que sejam esses os primeiros a regressar.

Foto: Frame It

Mas para que outros mercados é que Portugal poderia e deveria olhar?
Hoje em dia há mercados muito interessantes. A Polónia é um mercado interessante, tal como a República Checa. São mercados para os quais nunca olhámos como mercados de golfe, mas que começam a vir a Portugal para praticar golfe.

Depois, claro, temos o mercado americano que nem vale a pena discutir, mas que está muito concentrado na zona de Lisboa. Nota-se um crescendo em direção ao Algarve, mas o produto não está totalmente atualizado ou preparado para o mercado americano.

Claro que o mercado americano está a crescer porque há mais ligações, há mais voos e Portugal é cada vez mais conhecido nos EUA.

Mas fora da Europa ainda há mercados por explorar e trabalhar.

Mas como é que se deve trabalhar esses mercados? Deverá existir uma maior promoção por parte dos campos, dos hotéis, do Turismo de Portugal?
O Turismo de Portugal tem feito um trabalho excelente e sabemos onde nos pode ajudar, tal como a AICEP. Os hotéis, os campos de golfe, trabalham juntos, as associações de turismo trabalham juntas. É uma questão de visão e perceber que tem de se ir à procura de mercados novos. E isso dá trabalho. E os resultados, às vezes, não são imediatos, podem demorar anos.

E há um trabalho geracional a fazer?
Obviamente que há uma geração de jogadores de golfe que vai entre os 50 e os 65 anos. É o nosso target. São muito poucos os mercados fora de Portugal que têm jogadores novos. A Suécia é um dos poucos exemplos, tal como a Dinamarca que apostam muito na formação dos jovens. Isso é bom, porque nos garante um mercado para os próximos anos. Mas sim, há um novo target a trabalhar.

Mas acima de tudo, tem de haver uma visão, temos de ir à procura de outros mercados. Os mercados não se fazem num estalar de dedos. Se quisermos um mercado americano, temos de ter marcas americanas, temos de ter voos da América para Portugal. Existem várias situações que estão interligas, é como uma cadeia, se falta um elo, torna-se mais difícil.

O valor do golfe turístico
E há pessoas para trabalhar no golfe?
A Federação Portuguesa de Golfe tem vindo a fazer o seu trabalho, mas, obviamente é um processo difícil, uma questão cultural. O golfe nunca foi visto como um desporto de massas.

Mas a questão dos recursos humanos não é muito diferente da situação da hotelaria e outras atividades. É difícil encontrar pessoas para trabalhar.

Mas ao contrário da hotelaria, no golfe não há formação especifica, temos paisagistas, agrónomos, mas não há assim tantos campos de golfe para que as pessoas também vejam isto como uma carreira.

E quanto vale o golfe em Portugal. Os números da International Association of Golf Tour Operators davam um valor estimado de 2 mil milhões anuais antes da pandemia.
Estamos, novamente, a falar do golfe com os diversos serviços associados. Se ainda contabilizarmos o Real Estate, os números podem ser diferentes, para cima. A questão é saber como fazemos as contas. Acredito que o golfe não deve ser visto isolado, deve ser visto como algo faz parte de um todo, as voltas, as reservas, os transferes, a restauração, a hotelaria, os rent-a-cars, etc..

Mas 2 mil milhões de euros equivale, mais ou menos, a 10% das receitas turísticas anuais?
Certo, mas quando é que esses 10% aparecem? Aparecem numa altura em que não existem os outros 90%. Estamos a falar de fevereiro, março, abril, outubro, novembro, dezembro.

Esta contribuição do golfe turístico para esbater a sazonalidade no turismo é absolutamente estratégica.

Mas volto ao que disse, a conectividade é fulcral para desenvolvermos o produto golfe. Nota-se que as pessoas, atualmente, tiram férias de maneira diferente, existem voos noutras alturas do ano e o negócio está muito alinhado com as rotas.

Atualmente existem 89 campos de golfe. Portugal tem capacidade para ter mais campos de golfe. E a haver, onde deveriam ficar localizados?
Não tenho a certeza de que haja necessidade para mais campos. Ainda há campos que estão subaproveitados. Há muito produto com capacidade para ter muito mais clientes.

Estamos numa zona [Aroeira] que, historicamente, não é vista como uma zona de golfe. Mas a isto chama-se fazer mercado, criar produto e posicioná-lo. Onde é que na restante Europa temos campos de golfe a menos de uma hora do centro da capital?

Por isso, não se trata de ter mais campos de golfe, é aproveitar o que temos e melhorar o produto.

Qual a estadia média de um golfista?
Ronda as cinco noites. E também é possível aumentar. Tem muito a ver com os mercados. O mercado britânico gosta de estadias curtas de três-quatro noites. O mercado escandinavo e alemão são seis-sete noites. Já o norte-americano aumenta para as 10-14 noites, sendo que este não vem fazer só golfe. Mas as estadias têm muito a ver com os voos e os intervalos entre os mesmos.

Depois depende do turista. As gerações mais novas estão habituadas a estadias mais curtas, tipo fim de semana prolongado. Já as mais velhas não vêm a correr para três dias.

Além disso, as pessoas, com a pandemia começaram a não tirar férias tão longas. Por isso, penso que as estadias não vão aumentar. Temos é de arrumá-las melhor nos hotéis e nos campos de golfe.

Falou de mercados como o britânico, nórdico, polaco, checo, norte-americano. E o asiático?
O mercado asiático é importante, mas é um mercado que, historicamente, temos tido alguma dificuldade em penetrar. É um mercado difícil. Trata-se de um mercado que ainda não viaja para o golfe e que viaja muito dentro da própria Ásia.

Mas sim, é um mercado com um grande potencial e não temos feito o nosso trabalho. É um mercado muito interessante, muito grande, mas não estamos muito focados nele e vamos ter de estar, claro.

Temos explicado mal esta questão [do consumo de água], temos tido pouca voz nesse assunto

Outro dos temas que surge sempre associado ao golfe é a sustentabilidade e o consumo de água.
Essa questão da água tem sido mal explicada pela própria indústria do golfe. No Algarve, por exemplo, a água utilizada no golfe é 6% do consumo total de água.

Mas não é essa a ideia que existe?
Pois não e criou-se essa má imagem. A verdade é que não há falta de água em Portugal. O que falta é capacidade para armazenar água. A maior parte da água é perdida.

Ainda assim, os campos de golfe têm feito um trabalho muito relevante. Já existem alguns campos de golfe ligados a ETAR. Mas para isso também é preciso investimento, é preciso mudar a relva, mudar maneiras de trabalhar.

Estamos a falar de um processo de aproveitamento, ou melhor, de reaproveitamento de água que não é utilizada.

O que posso afirmar é que os campos de golfe gerem a água ao milímetro, ou melhor, mililitro. Os campos de golfe utilizam, hoje, tecnologia de ponta, têm sondas, sensores, estações de água, tudo é gerido e aproveitado.

Mas volto a afirmar, temos explicado mal esta questão, temos tido pouca voz nesse assunto.

Mas há pouco falou em visão ou na falta dela relativamente ao golfe. Pergunto-lhe como é que, efetivamente, se pode desenvolver o produto golfe turístico em Portugal?
O golfe turístico, em Portugal, tem de se reposicionar em termos de qualidade. Não tenho dúvidas nenhumas que existe um mercado que procura Portugal, que quer qualidade e não tanto número, volume, mas muito mais qualidade.

E aqui, volto à questão do IVA e da capacidade de investimento. O produto está cá e estamos a chegar a uma fase complicada, já que a maioria dos campos de golfe estão na casa dos 20, 25 ou 30 anos, o que, normalmente, é o tempo de vida média de um campo de golfe.

Mas quando fala em renovação, onde é que ela terá de existir?
Na rega, na eficiência da rega, novas espécies de relva, mais amigas do ambiente e que conseguem com mais facilidade usar as águas recicladas. Os campos vão ganhando um cansaço. E o problema é que os nossos concorrentes estão a renovar-se, a atualizar-se.

Se entrarmos numa guerra de volume, Portugal não tem capacidade para competir com os seus concorrentes. Por isso, resta-nos a qualidade. Podemos baixar preço, mas somos pequenos e perderemos valor.

Devia de haver estratégias a curto e médio/longo prazo?
Todas as pessoas sabem quais são as estratégias. Uma, investir no produto. Duas, investir nas pessoas. Três, abrir mercados novos. Quatro, consolidar mercados existentes e com capacidade para pagar mais.

Não há aqui nada de “rocket science”. Há que implementar, executar. E acreditar que, fazendo isso, de facto se vai criar mais valor.

Mas estamos a falar de um processo para quantos anos?
Depende. Há campos que já o estão a fazer, estão a liderar. Nos próximos anos, cinco, dez anos, isto vai ter de acontecer. Depois é uma espécie de efeito de bola de neve. Basta um ou dois produtos liderarem este processo e os produtos à volta virão por arrasto, não podem ficar fora. Percebem que há uma estratégia vencedora e que não podem ficar para trás na corrida.

Claro que cabe à iniciativa privada liderar este processo, mas esta visão de qualidade pode e deve ser apoiada e ajudada.

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