Transporte aéreo europeu mais penalizado nos países com maiores restrições às viagens
Países que adotaram restrições mais rigorosas às viagens viram desaparecer 157 milhões dos 182 milhões de passageiros que a Europa já perdeu em 2021, diz ACI Europe.

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Os países da Europa que adotaram restrições mais rigorosas às viagens foram aqueles onde o transporte aéreo registou pior performance no início deste ano, com destaque para os países do espaço económico europeu, incluindo Suíça e Reino Unido, que viram desaparecer 157 milhões dos 182 milhões de passageiros perdidos em toda a Europa desde o início de 2021, segundo os mais recentes dados do ACI Europe.
De acordo com os dados da Associação Europeia de Aeroportos, que representa mais de 500 aeroportos em 46 países da Europa, nas primeiras duas semanas de fevereiro, os aeroportos dos países do espaço económico europeu, incluindo Suíça e Reino Unido, registaram uma quebra de 89% no tráfego de passageiros, com destaque para os aeroportos de Reino Unido (-92%), Alemanha (-90%) e Benelux (-90%) que, segundo o ACI Europe, apresentaram “as quedas mais acentuadas”.
O ACI Europe atribui estas descidas abruptas à decisão da União Europeia e do Reino Unido de limitarem as viagens não essenciais para dentro e fora do território europeu e britânico, que ainda se encontra em vigor, devido às novas variantes da COVID-19, uma vez que os aeroportos dos países que não restringiram totalmente as viagens apresentaram uma melhor performance.
Os dados do ACI Europe mostram que, nos países que não pertencem ao espaço económico europeu, o tráfego de passageiros caiu 60% em janeiro e 55% nas duas primeiras semanas de fevereiro, o que “mostra o início da melhoria”, considera a associação.
Já ao nível do volume passageiros em toda a rede de aeroportos europeus, que tinha descido 70% no ano passado, a quebra agravou-se para 83% em meados de fevereiro, número que, segundo o ACI Europe, indica “uma clara tendência de queda”, principalmente nos países com maiores restrições, que viram desaparecer 157 dos 182 milhões de passageiros perdidos em toda a Europa desde o início de 2021.
Além do tráfego de passageiros, o ACI Europe diz que estas restrições estão a ter reflexo também ao nível do número de rotas perdidas, uma vez que, em fevereiro, “o número de rotas aéreas perdidas dentro e da Europa aumentou ainda mais”, chegando a um total de 6.914, quando em janeiro tinham sido perdidas 6.663, o que já representava um aumento face às 6.001 rotas que tinham desaparecido em novembro de 2020.
Para Olivier Jankovec, diretor-geral do ACI Europe, estes números indicam “o colapso contínuo do tráfego aéreo e da conectividade aérea” e mostram que o setor das viagens e turismo está “em agonia”.
O responsável espera, no entanto, que o processo de vacinação em curso possa levar ao levantamento das restrições às viagens, motivo pelo qual pede que à Europa que comece já a “planear um reinício progressivo e coordenado das viagens internacionais a tempo da temporada de verão”.