Bruxelas pede distância nas praias e limite de clientes em restaurantes
A principal recomendação da Comissão Europeia é que, nesta retoma dos serviços turísticos a pensar no verão, seja assegurado o distanciamento físico e reforçada a desinfeção.
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A Comissão Europeia recomendou, esta quarta-feira, 13 de maio, uma distância mínima de 1,5 metros e normas de higiene apertadas em praias e piscinas, e o estabelecimento de um número máximo de clientes em restaurantes.
Numa altura em que a pandemia de covid-19 está a estabilizar na Europa e os países pensam em levantar algumas medidas restritivas, o executivo comunitário divulgou “um quadro comum que estabelece critérios para o restabelecimento seguro e gradual das atividades turísticas e o desenvolvimento de protocolos de saúde para hotéis e outras formas de alojamento, a fim de proteger a saúde tanto dos hóspedes como dos funcionários”.
O objetivo é dar aos países orientações ao setor sobre como assegurar que “as pessoas permanecem em segurança em hotéis, parques de campismo, alojamentos ou outros estabelecimentos de férias […] como restaurantes, bares e cafés e ir às praias e outras zonas de lazer ao ar livre”.
A principal recomendação de Bruxelas é que, nesta retoma dos serviços turísticos a pensar no verão, seja assegurado o distanciamento físico e reforçada a desinfeção.
No que toca a restaurantes, cafés e bares, a Comissão Europeia entende que “os estabelecimentos devem pôr em prática medidas específicas para assegurar o afastamento físico em áreas comuns onde os clientes se possam reunir durante longos períodos de tempo – ou seja, mais de 15 minutos –, como a definição de um número máximo permitido em cada instalação comum”.
Outra sugestão é que seja “considerada a atribuição de horários ou a disponibilização de reservas para refeições ou para deslocações a piscinas ou ginásios”.
E “quando o afastamento físico não puder ser plenamente observado, devem ser consideradas medidas alternativas para proteger os hóspedes e os trabalhadores, tais como a utilização de painéis de vidro ou de plástico, o uso de máscaras, etc.”, vinca a Comissão Europeia.
Uma distância de 1,5 a dois metros é, então, recomendada pela instituição “em todas as áreas comuns” dos estabelecimento e, quando isso não for possível, deve ser reforçada a utilização de equipamentos de proteção, tanto por parte dos clientes, como por parte de trabalhadores.
O mesmo se aplica a locais exteriores como praias e piscinas, nas quais “devem ser tomadas disposições especiais para permitir o afastamento físico e aplicadas medidas especiais de higiene”, argumenta o executivo comunitário nas recomendações hoje feitas aos países da União Europeia (UE), a quem cabe decidir sobre a retoma dos seus serviços turísticos.
Bruxelas defende, também, que “os eventos de maior dimensão, como os concertos, devem ser adiados”.
A pensar na decisão dos países em reabrir o turismo após a estagnação devido à pandemia de covid-19 devem estar critérios como a necessidade de a taxa de contágio ser abaixo de um, de o país ter capacidade assegurada no seu sistema de saúde e de testes e de conseguir monitorizar os casos positivos, realça a Comissão Europeia nestas orientações, como já tinha noticiado a Lusa.
Falando em conferência de imprensa em Bruxelas, a vice-presidente do executivo comunitário com a pasta de “Uma Europa Preparada para a Era Digital”, Margrethe Vestager, notou que estas recomendações se aplicam “ao verão e a depois”.
“Não vai ser um verão normal, mas se trabalharmos juntos e fizermos a nossa parte […], não teremos de passar o verão em casa”, adiantou a responsável.
Nestas recomendações, a Comissão Europeia aponta ainda ser “provável que, devido à recente crise epidémica, o turismo interno e intracomunitário venha a prevalecer a curto prazo”.
Por isso, Bruxelas insiste na promoção do turismo de proximidade, sugerindo medidas como a criação de um sistema de vales, “através dos quais os consumidores possam apoiar as suas empresas turísticas locais favoritas”, de forma a dar-lhes liquidez.
O objetivo é que estes vales possam ser “adquiridos pelos consumidores a pequenos fornecedores do setor do turismo fechados”, como restaurantes, alojamentos ou pequenos hotéis, para serem “posteriormente trocados por serviços quando as empresas reabrirem”.