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Todos os dias, ouvimos e lemos o que se diz e escreve sobre vários temas que mexem com a economia e a vida dos portugueses. Um dos mais abordados é, sem dúvida, o Turismo.
Essa actividade que veio contribuir de uma forma decisiva para levantar a nossa economia e criar milhares de postos de trabalho, reduzindo assim de forma significativa o número de desempregados em Portugal.
O Turismo, de um modo geral, é impulsionador de receitas e daí ser uma espécie de pote dourado onde todos querem meter a mão. De forma legítima ou ilegítima, o que interessa é lá ir!
Esta abordagem porquê? Porque, obviamente, sempre fui e sou contra a taxa turística a ser cobrada no Algarve. É uma opinião que reforço cada dia que passa e agora cada vez mais face à conjuntura internacional e às incertezas face ao Brexit.
O Algarve é o destino turístico mais importante do País, já que representa 33% do todo nacional e, embora se tenha sentido e reduzido um pouco a sazonalidade nos últimos anos, é um destino que precisa de dar sinais positivos aos mercados tradicionais e emergentes e não criar ruído numa altura em que os nossos principais concorrentes estão a emergir de uma crise face aos conflitos que ocorreram na bacia do Mediterrâneo.
Ora isto, não são bons sinais e daí a razão pela qual a taxa turística é negativa.
O Algarve é um destino de famílias e não pode nem deve ser comparado com Lisboa ou Porto, e a nossa média de noites vai a 5/6 e não duas como nessas cidades. E tudo isto faz a diferença!
As outras questões são… Onde vai ser aplicada a taxa turística? Que tipo de serviços ou que intervenções no espaço público?
É pouco unânime a forma e o uso a dar a essas receitas, e daí a minha opinião, é que a mesma não devia ter lugar numa região onde a taxa de ocupação ainda não passa dos sessenta e pouco por cento. Por essa razão, a taxa é um entrave ao desenvolvimento turístico e sustentável do Algarve.
Outro tema em debate é a descentralização da Promoção Turística para as CIMES ou CCDRs, ou seja, para as Associações de Municípios ou CCDR, ideia que tem passado por membros do governo e que visa esvaziar o papel das entidades que melhor conhecem e promovem os territórios e daí nada mais errado. As competências e os saberes devem ser reforçados e valorizados, criando as condições necessárias para o seu funcionamento em pleno, e aí sim uma articulação total com os Municípios e as Agências que reforçam claramente essa imagem.
Digo isto com o à vontade de quem já não ocupa nenhum lugar público, mas de quem quer ver a promoção turística de forma agregada e não dividida.
*Por Desidério Silva, ex-presidente do Turismo do Algarve