Turista português em Espanha evoluiu e já não procura só sol e praia
Em 2018, Espanha consolidou a posição como segundo destino mais visitado do mundo, resultado para o qual contribuiu também o mercado português, que voltou a aumentar.
Inês de Matos
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A performance do Turismo espanhol, no ano passado, voltou a bater recordes. No total, o país recebeu 82,8 milhões de turistas internacionais, que representaram um crescimento de 1,1%, o que foi acompanhado por um aumento de 3,3% nas receitas, que chegaram aos 89,9 mil milhões de euros. Para Natalia Briales Cristóbal, tratou-se de um “resultado muito positivo que confirma a solidez” do setor turístico espanhol.
Os bons resultados estenderam-se também ao mercado português, que subiu 10% no ano passado, chegando aos 2,3 milhões de turistas, com a conselheira do Turismo de Espanha em Portugal a destacar que “Espanha mantém-se como primeiro destino estrangeiro” para os portugueses. Ao nível da despesa, o resultado ficou 16,2% acima do ano anterior, somando 945 milhões de euros, “o valor mais elevado dos últimos 10 anos”.
Ao nível dos números, as notícias vindas de Portugal são positivas e positivo é também o comportamento dos turistas lusos que, segundo Natalia Briales Cristóbal, “evoluiu”. “O turista evoluiu, já não procura só o sol e a praia, que Espanha liderou durante anos, quer produtos complementares”, revela a responsável ao Publituris, explicando que a principal motivação de viagem dos portugueses é o lazer. “Sabemos através de estudos realizados que a principal motivação do turista luso é o lazer, que engloba muitos outros interesses que abrangem muitos dos produtos e destinos que o nosso país tem para oferecer”, acrescenta a responsável, dando como exemplo as “visitas culturais, itinerários, compras, gastronomia” como algumas dos produtos que os portugueses procuram em Espanha.
De uma forma geral, os turistas portugueses que visitam Espanha têm “entre 25 e 44 anos, ocupam cargos médios e viajam em casal e/ou acompanhados da família” e têm como principais destinos a Galiza, Andaluzia, Extremadura, as grandes cidades de Madrid e Barcelona, Castela e Leão e as Baleares. “A estada média é de três noites, o que reflete a nossa estratégia de combate à sazonalidade impulsionada pelos city breaks e escapadas a destinos rurais”, acrescenta Natalia Briales Cristóbal.
Proximidade
Portugal e Espanha são países vizinhos e a proximidade é, muitas vezes, apontada como a principal razão que leva os portugueses a visitarem Espanha, mas, como refere a responsável, há muito mais que liga os dois países e que justifica as viagens dos portugueses, a exemplo da “familiaridade” que os portugueses encontram em Espanha, pois como diz Natália Briales Cristóbal, “a proximidade não só é geográfica como também histórica e emocional”. Além disso, também a “diversidade, a riqueza patrimonial e o estilo de vida” espanhol são argumentos para atrair os turistas portugueses. “Portugal é um mercado maduro, os turistas portugueses são o nosso mercado mais fidelizado, são aqueles que regressam mais vezes e que, mesmo conhecendo e repetindo, ainda conseguimos surpreender”, congratula-se a responsável.
Apesar da proximidade geográfica, Natália Briales Cristóbal não nega que seria desejável que o número de voos e rotas entre os dois países viesse a aumentar, o que seria especialmente positivo para aumentar as “estadas curtas”, ainda que existam várias opções para chegar a Espanha. “Não nos podemos esquecer que somos vizinhos, que temos bons acessos por terra, temos uma boa rede de estradas que nos une em segurança e a rede de comboios de alta velocidade que existe em Espanha é um meio a explorar para chegar a diferentes cidades em segurança, a preços muito competitivos, e que também esperamos venha a ser uma realidade que una os dois países brevemente”, considera a conselheira do Turismo de Espanha em Portugal.
2019
Para manter os bons resultados, o Turismo de Espanha não vai descurar a promoção no mercado português este ano, com a responsável a revelar que a entidade vai apostar na “divulgação das novidades de cada destino e aproximar aquelas províncias mais distantes e mais desconhecidas, com o objetivo de dar a conhecer as suas particularidades”.
Paralelamente, o Turismo de Espanha vai também manter-se focado nos produtos de nichos, que permitem um maior “volume de gasto” por parte dos turistas e que vão ao encontro do objetivo de “manter a sustentabilidade do meio ambiente”. “Para tal prevemos continuar com as nossas acções junto do público final, agentes do sector e meios de comunicação on e off line”, refere ainda a responsável.
Para este ano, a expectativa do Turismo de Espanha em relação ao mercado português volta a apontar para um crescimento, ainda que existam ameaças, daí que a entidade esteja a trabalhar activamente para melhorar a oferta. “Estamos a começar o ano e a nossa vontade é sempre a de melhorar. Não obstante estamos conscientes que existem mercados competidores que estão em recuperação, facto que não podemos descurar e que temos de ter em consideração. Para tal estamos a melhorar a nossa oferta em termos qualitativos e a trabalhar no sentido de receber mais turistas portugueses, como também queremos que repitam e que disfrutem de experiências inesquecíveis que os façam querer regressar”, conclui a responsável.
Programas transfronteiriços são importantes
Por Portugal e Espanha serem países vizinhos, várias regiões portuguesas e espanholas têm vindo a associar-se para promover a oferta conjunta, a exemplo da região Euroace, composta pelo Alentejo, Centro e Extremadura. Para Natalia Briales Cristóbal, esta é uma iniciativa “importante”, uma vez que “aporta uma mais valia a todas as ações conjuntas que se estão a desenvolver no âmbito de cooperação turística Hispano-Portuguesa”. “Na última cimeira realizada em Valladolid manifestou-se o compromisso de apoiar os programas de desenvolvimento regional transfronteiriços entre ambos países, para favorecer a diversificação da oferta turística e a redução da sazonalidade do sector, que são fatores chaves de competitividade dos destinos”, refere a conselheira do Turismo de Espanha em Portugal, invocando “os valores comuns” e o compromisso com a “sustentabilidade, inovação e qualidade”, que são pilares do modelo de desenvolvimento de ambos os países.