Turiscópio| As visitas ao pinhal de Leiria vão esperar pela sua replantação
Leia o habitual Turiscópio por Humberto Ferreira.
Humberto Ferreira
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Começo com uma cábula de História: D. Dinis reinou de 1279 a 1325 e entre outras medidas positivas normalizou as relações com a Santa Sé e Castela. Casado com Isabel de Aragão, a Rainha Santa, celebrou o tratado de Alcanizes com os reis de Leão e Castela, e em 1317 contratou o almirante italiano Pessanha de Génova para organizar a Marinha e a construção naval, para a qual alargou o pinhal de Leiria, fonte da madeira e resina para naus e caravelas, que permitiram um século depois ao Infante D. Henrique lançar as descobertas oceânicas de 1415 a 1460, plano prosseguido por outros soberanos até ao século XVI com as expedições ao longo das costas ocidental e oriental de África, Índia, Malaca, Ceilão, até à China e Japão.
VIDA VERDE EM CHAMAS – Foi pena terem ignorado em 2017 os 700 anos da epopeia do pinhal de Leiria, quando em 15 de Outubro mais de 80% do pinhal ardeu. O ministro da Agricultura, Capoulas dos Santos, acaba de prometer replantar e reformular o Pinhal de Leiria, sem referir quantas décadas vai demorar a que as novas árvores dêem madeira e mereçam visita. D. Dinis também adoptou o português como língua oficial e criou em 1288 os estudos gerais universitários em Lisboa, transferidos em 1537 para Coimbra, uma das mais antigas universidades mundiais. O pinhal de Leiria era a jóia dos municípios de Vieira de Leiria e Marinha Grande. Dada a sua extensão tem sido pasto de fogos, havendo relatos trágicos em 1824, 1916 e agora em 2017. O Estado, que nos cobra impostos brutais nas épocas em que os gastos públicos excedem as receitas e os compromissos externos como entre 2005 a 2015. Agora não conseguiu cuidar desta histórica mata real, pois até em parques naturais deflagram frequentes fogos estivais. Ao contrário do que se passa nas quintas, herdades, e jardins privados não abandonados, e nas zonas florestais geridas por fábricas de papel, imunes ao fogo. É claro que deflagram todos os anos demasiados fogos rurais e urbanos em fábricas, armazéns, e lojas, talvez pela falta de vistorias dos serviços públicos locais e centrais, e por descuido de práticas técnicas cuidadas e normas de segurança profissional, o que também custa a entender em 2017. Mas fico ainda mais desapontado sempre que o Parque Natural da Peneda Gerês, ou o Parque Natural da Serra da Estrela são sujeitos a fogos florestais. Se o Estado com todos os meios disponíveis não consegue evitar fogos nos parques e reservas naturais, estes ficam condenados à destruição, como o pinhal de Leiria.
DISTRACÇÃO OU DESCUÍDO? – Então pergunto: de que nos serve manter tantos ministérios? Os fogos florestais são incluídos na missão dos seguintes ministros: da Agricultura e Florestas, do Ambiente, da Economia e Turismo, da Administração Interna, do Planeamento e Infraestruturas, da Educação, da Ensino Superior, sem esquecer a responsabilidade do primeiro-ministro.
TURISMO É FORÇA DE POVOAMENTO – As actividades turísticas disponibilizadas à escala mundial trazem-nos diariamente alguns milhares de viajantes a cidades, vilas e aldeias praticamente abandonadas e a zonas protegidas pouco frequentadas. Aliás, a população deve ser obrigada a cumprir uma nova lei de povoamento e segurança nas zonas rurais, e nas zonas urbanas abandonadas, em cidades antigas. Além disso, o programa europeu Erasmus de intercâmbio universitário também tem contribuído para muitos estudantes escolherem estudar, viver e trabalhar em Portugal. É pena que o País ainda não possa atrair jovens com salários de nível europeu na maioria dos sectores que eles e elas vêm estudar em Portugal. Continuamos a formar licenciados nacionais e estrangeiros para preencher vagas nos países europeus economicamente mais desenvolvidos, pelo menos enquanto não se adoptar o novo modelo dos empresários passarem a pagar IRS por cada robot ao seu serviço. Cuidado com a crescente robotização. Ora Lisboa prepara-se para a segunda Web Summit de 6 a 9 de Novembro, acolhendo 2000 jornalistas e 60.000 participantes, na maioria jovens, além de mais de um milhar de oradores de todo o mundo. Portugal é uma boa plataforma de lançamento de startups, banco de ensaio de novidades tecnológicas, incluindo experiências com robots para avançadas funções tecnológicas. E como vão viver os jovens licenciados? Podem escolher países que dispensem robots, preferindo abrir empregos a esses jovens, em vez de criarem zonas urbanas e rurais despovoadas. Curiosamente, a Web Summit não satisfaz quem opera no segmento de negócios, pois a maioria dos participantes usa alojamentos locais de baixo custo e comida de rua. Será que os governantes europeus não pensaram ainda no perigo de substituir postos de trabalho humanos por robots? Haverá robots-bombeiros?
VISIT LISBOA – Sugestões online: join the seven cinematic hillside tours overlooking Tagus River, and DocLisboa, International Cinema Festival, 19-29 October; Go on a cruise to Lisboa, the leading cruise port in Europe by the 2017 World Travel Awards.
VISIT PORTO & THE NORTH OF PORTUGAL – Try the Douro Valley Port Wine tour; Discover the historic shops in the city, and taste vintage portwines in its original winecellars. CAN´T SKIP PORTUGAL – Share the web summit and discover Portugal, its golf courses, villages, rivers and beaches, namely Macnamara’s Surf Season in Nazaré.
*Por Humberto Ferreira.
Artigo publicado no Publituris de 27 de Outubro.