Golfe do desporto ao lazer, novas tendências
Rosária Pereira da Escola de Turismo, Desporto e Hospitalidade, Universidade Europeia/ ESGHT, Universidade do Algarve
Publituris
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Na Europa, existem, atualmente, 7.403 instalações de golfe e o golfe está presente em 40 dos seus 50 países. Como um desporto, o golfe opera em grande escala, espalhando-se ao redor do globo. Porém, a oferta concentra-se em apenas 20 países. No final de 2014, 34.011 instalações de golfe foram identificadas em 206 países (R&A, 2015). A grande maioria (79%) situa-se em apenas 10 países, incluindo Austrália, Canadá, Inglaterra, Japão e Estados Unidos. Estima-se que 80 milhões de pessoas jogam golfe, em 34 000 campos espalhados pelo mundo: 26 milhões nos EUA, 5 milhões no Canadá, 4,4 milhões na Europa continental, 8,6 milhões no Japão e 3,8 milhões no Reino Unido e na Irlanda. Destes, entre 5% e 10% viajam para o exterior, por ano, com o principal objetivo de jogar golfe.
Este desporto, com contornos turísticos, encontra-se agora num processo de metamorfose que acomoda novos modos de vida e novas realidades sociais.
Como desporto ou produto turístico, o Golfe assume uma importância crescente que só pode ser invertida se teimarmos em não aceitar tendências que de tão evidentes devem ser assimiladas como verdades paradoxais.
Num país onde o golfe é sucessivamente galardoado como o melhor do mundo, importa absorver os sinais do mercado e caminhar nessa direção para garantir o sucesso já inato.
Estudos realizados na Universidade Europeia, demonstram que:
O golfe na Ásia é cada vez mais popular, sendo que este é um mercado que importa captar e cujo potencial, em Portugal, é cada vez mais relevante. O entusiasmo para a prática deste desporto entre os asiáticos cresceu 40% nos últimos anos e espera-se que duplique na próxima década.
A preservação das famílias é uma necessidade social cada vez mais emergente, a adaptação dos campos para permitir recuperar a estrutura familiar é urgente.
O aumento da pressão do tempo e da escassez de espaço nas cidades conduzirá à transferência do jogo para formatos mais curtos, que podem ser jogados mais rapidamente. Campos de golfe oferecendo a opção de seis e nove buracos em ambientes urbanos deve constituir as novas realidades deste desporto.
Portugal deve prosseguir a tendência europeia onde o desenvolvimento de novos campos de golfe assenta em campos curtos, compactos, públicos e familiares.
Tecnologias melhoradas e simuladores aumentarão as oportunidades para jogar e criar laços com um jogo que carece de mais mediatização.
Os campos de golfe vão continuar a ser um pilar de investimento turístico de alto perfil em muitas partes do mundo, tornando-se assim essencial a criação de uma academia científica para monitorizar a atividade deste desporto/produto turístico de grande expressão.
*Por Rosária Pereira da Escola de Turismo, Desporto e Hospitalidade, Universidade Europeia/ ESGHT, Universidade do Algarve