Turismo do Algarve discorda de nova taxa em VRSA
Em declarações à Publituris, o presidente do Turismo do Algarve, António Pina, disse discordar da medida que vai ser implementada pela Câmara de Vila Real de Santo António.

Tiago da Cunha Esteves
O presidente da Turismo do Algarve, António Pina, não concorda com a implementação de uma nova taxa turística em Vila Real de Santo António (VRSA). “Compreendo a situação difícil por que passam as autarquias, mas acho que este não é o momento mais oportuno para uma medida dessas”, afirmou, em declarações à Publituris, tendo sido surpreendido com essa notícia.
O responsável lembra o caso de Portimão, que teve uma ideia semelhante há três anos. “Na altura, a situação económica não era tão delicada e eu disse que não era o momento ideal. Agora, então, muito menos”, defendeu. Na sua opinião, uma medida desse género “pode disseminar a ideia de que o Algarve vai ficar mais caro e pode ter um impacto psicológico muito superior aos resultados efectivos”.
O porquê da taxa
A Câmara Municipal de VRSA decidiu instituir uma nova taxa turística a partir do final do Verão, no valor de um euro por dormida, que será cobrada por todas as unidades de alojamento. Apenas as crianças até aos dez anos ficarão isentas do pagamento desta taxa.
Para justificar esta medida, a Câmara diz que é preciso “partilhar responsabilidades ao nível da promoção turística” e “encontrar soluções para o equilíbrio financeiro do equipamento que mais tem contribuído para a ocupação turística de VRSA”. Em concreto, a autarquia refere-se ao Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António e ao facto de investir, por ano, três milhões de euros na manutenção das suas infra-estruturas desportivas.
AHETA contra
Tal como o Turismo do Algarve, também a AHETA já se demonstrou contra esta medida, apelando ao bom senso das autarquias em matéria de taxas turísticas. “A perda de competitividade da economia do turismo é a consequência directa, entre outros factores, de uma fiscalidade elevada comparativamente aos nossos concorrentes, nomeadamente taxas e impostos municipais”, sustentou a associação, numa nota divulgada. “De facto, o crescimento desmesurado e algo descontrolado que se vem verificando nos últimos tempos destas taxas e impostos, tem agravado ainda mais a competitividade do turismo regional, criando dificuldades acrescidas às nossas empresas”.
História lembra caso de Aveiro
A última cidade portuguesa a pensar na implementação de uma nova taxa turística foi Aveiro, no passado mês de Fevereiro. Na altura, foram várias as críticas que, rapidamente, se fizeram ecoar.
O presidente da Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, considerou na altura, à Publituris, que a medida criaria mais constrangimentos ao destino. AHP, APHORT HOTREC e CTP também fizeram saber, publicamente, que eram contra medidas semelhantes.